DADOS & FATOS
Indústria em 2024
A Pesquisa Industrial Mensal (PIM), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que o setor industrial no Brasil teve avanço de 3,1% em 2024 – terceiro melhor resultado do segmento nos últimos quinze anos. O saldo foi positivo em todas as grandes categorias econômicas, assinalando crescimento em vinte dos 25 ramos, sessenta dos oitenta grupos e 63,1% dos 789 produtos pesquisados.
Analisando os números
“De modo geral, o crescimento do setor industrial em 2024 pode ser entendido a partir de alguns fatores, como o maior número de pessoas incorporadas pelo mercado de trabalho, a queda na taxa de desocupação, aumento na massa de salários e o incremento no consumo das famílias, beneficiado pelos estímulos fiscais, maior renda e a evolução na concessão do crédito”, apontou o gerente da PIM, André Macedo.
Transformação também em alta
A indústria de transformação nacional marcou alta de 4,6% no terceiro trimestre do ano passado, segundo dados da Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO). O resultado é duas vezes maior que o crescimento mundial do segmento (2,3%). A agência da ONU indica que as travas do setor ficaram concentradas nas economias desenvolvidas do Hemisfério Norte.
Preços altos
Segundo o Índice de Preços ao Produtor, do IBGE, em dezembro os preços do setor industrial aumentaram 1,48% frente a novembro – o que marca o décimo primeiro crescimento em sequência. Isso se refletiu na inflação dessa cadeia, que fechou o ano em alta de 9,42%. A alta de 2024 superou em mais de 14 pontos o índice registrado de 2023 (-4,99%).

FIQUE POR DENTRO
Discutindo os juros
O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, participou no dia 14 de um encontro com líderes do mercado na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Iara Bentes, superintendente da Abravidro, representou a entidade no evento. A pauta do dia foi a alta dos juros – e Galípolo a justificou comentando a situação econômica dos últimos anos: “Se somamos a economia resiliente, com mínimo de desemprego, o crescimento da renda, anos excepcionais para indústria, construção civil e serviços, com o cenário de desvalorização cambial e de impactos climáticos que afetaram a produção de alimentos, vemos uma pressão inflacionária mais alta. Isso tudo gabarita as razões para a alta dos juros”, disse. No entanto, empresários presentes na reunião questionaram a situação. Luiza Trajano, da Magazine Luiza, pediu ao presidente do BC que não comunique novos aumentos: “A pequena e média empresa não aguenta mais isso, e é ela que gera emprego”. Eugênio Staub, da Gradiente, desabafou: “Não há perspectiva de uma reação do mercado a curto prazo por diversas razões, e uma delas é o custo financeiro. Não é possível investir em indústria a uma taxa real de 8, 10 ou mais por cento”. Isaac Sidney, presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), avaliou que o BC está solitário na condução da política monetária e citou problemas, como a indexação e vinculação dos gastos públicos, que torna insustentável a situação fiscal.

RETROVISOR
Vidro novo na área
Há quarenta anos, na edição de fevereiro de 1985 de O Vidroplano (produzida em versão boletim na época), a União Brasileira de Vidros (UBV) anunciava, por meio de uma carta enviada ao Sincavidro-RJ, o início de produção de vidro impresso colorido, de olho não apenas no mercado nacional, mas também em oportunidades para exportação.