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Você já aplica indicadores de desempenho?

Escrito por Edweiss Silva

Os indicadores-chave de desempenho, também chamados simplesmente de indicadores de desempenho e gestão, são ferramentas que medem o nível de eficiência de uma empresa ou de um determinado processo. Eles são essenciais para qualquer tipo e tamanho de negócio: grande parte das pequenas e microempresas que vão à falência nos dois primeiros anos de vida sofre com a escolha incorreta do indicador.

O sucesso de um negócio depende de o gestor saber se a saúde da empresa está boa ou ruim. Assim, conseguirá tomar decisões focadas na resolução dos problemas. Vale lembrar: apesar da situação econômica em que vivemos, uma empresa certamente irá sobreviver quando apresentar resultado operacional.

O gestor deve escolher os indicadores mais apropriados para o seu negócio. Alguns exemplos:

– Novos clientes: monitorar o número de novos consumidores que participaram do faturamento, além de reduzir o grau de dependência de clientes específicos;

– Gastos de fabricação: controlar os custos de produção ou a participação deles nas despesas gerais da empresa;

– Qualidade: analisar o índice de qualidade dos produtos;

– Faturamento: controlar o percentual do aumento do faturamento.

No processo de certificação do vidro temperado, por exemplo, alguns indicadores são essenciais, como a qualidade dos fornecedores e produtos e a satisfação do clientes.

Conclusão: gestão é a soma da atividade de escolher os indicadores e analisá-los. Com pelo menos trinta minutos por semana com sua equipe, sua empresa poderá obter novos e melhores resultados!

ed cópiaFale com eles!
Edweiss Silva é tecnólogo em gestão da qualidade, consultor da Abravidro para Certificação Inmetro responsável por auxiliar na preparação das empresas para esse processo. esilva@abravidro.org.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 535 (julho de 2017) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

‘Cabe a nós atuar pelo desenvolvimento do nosso mercado’

Há pouco mais de dois meses na Abravidro, Iara Bentes já teve tempo para conhecer mais de perto as características do mercado vidreiro. Nascida em Brasília, está em São Paulo há sete anos e traz no currículo passagens pelo Ministério da Educação e Confederação Nacional da Indústria (CNI), além da indústria farmacêutica e outra associação setorial. Agora, nos cargos de superintendente da Abravidro e editora de O Vidroplano, seus desafios são outros: “Vivemos um momento difícil, sim, mas a Abravidro tem o papel fundamental de organizar o setor e ajudá-lo a atravessar esses tempos de adversidade”, comenta. A seguir, veja a entrevista exclusiva com Iara e conheça sua visão sobre o período atual do mercado e as ações da entidade.

Qual é o seu maior desafio na Abravidro?
Iara Bentes — Num curto intervalo de tempo, o setor vidreiro passou de seu apogeu, com mercado intensamente comprador, muitas obras e investimentos, para um momento de queda vertiginosa. Eu não vim aqui para reinventar a roda. Tem muita coisa boa sendo feita e minha ideia é dar prosseguimento a isso, somando novos projetos a essa pauta já tão qualificada da Abravidro.

Como a incerteza política e econômica atrapalha os planos para a retomada do crescimento do setor?
Iara — Vivemos um momento muito inglório em todos os aspectos. Como cidadão, a gente se vê desconsolado com essa realidade de escândalos quase que diários. Para o empresariado não é diferente, não se tem nenhuma certeza de que vamos sair dessa crise, principalmente pela sucessão de denúncias que contaminam o ambiente de negócios e impactam diretamente o dia a dia das empresas. Estamos em um setor no qual o desenvolvimento vem com grandes obras e investimentos — e o momento não está propício para isso.

_MG_9444Esse momento turbulento impacta os pleitos da Abravidro que envolvem o governo federal, como a questão da neutralidade do ‘IPI’?
Iara — Já temos uma solicitação de reunião em Brasília para abordar a questão da neutralidade do Imposto sobre produtos industrializados, o IPI. Nós avaliamos essas questões independentemente do cenário político, afinal, por mais que a crise exista e preocupe a todos, ela não pode ser paralisante.

De que modo a Abravidro pode trabalhar para que o segmento retome seu rumo em meio à crise?
Iara — Como entidade associativa e representativa, estamos aqui para dar voz aos pleitos de nossos associados. Em tempos de crise, cabe a nós estar especialmente atentos a toda e qualquer oportunidade de atuar em favor do desenvolvimento do nosso mercado.

Agora que já está inserida no setor vidreiro há mais de dois meses, qual a sua visão de nosso mercado?
Iara — Esses dois meses foram intensos e muito ricos. Sou jornalista e é uma característica dessa profissão a facilidade de mergulhar para aprender sobre algo novo. Tive ainda a oportunidade única e fundamental de ter feito a transição junto com Celina Araújo [que deixou os cargos de superintendente e editora de O Vidroplano em 30 de junho], que me permitiu adquirir conteúdo rápido e em profundidade. Vejo o mercado atravessando um momento difícil, buscando se reinventar e ter excelência em seus processos para passar de pé pela tempestade. Não tem sido fácil, há muitas dificuldades no caminho: aumento de preços da matéria-prima, atuação predatória das grandes distribuidoras e crise econômica e política.

_MG_9356A Abravidro está lançando a 13ª edição do Simpovidro, o maior simpósio vidreiro brasileiro. Como está a preparação do evento?
Iara — Estou chegando à entidade em ano de Simpovidro, que conta com enorme prestígio no mercado. É um evento em que todo mundo quer estar, que dá um norte para o setor e ajuda as empresas a repensar seus negócios. Por conta da crise, tivemos de rever alguns fatores no modelo: este ano, o simpósio tem um dia a menos e a expectativa de público é um pouco diferente da média dos últimos anos. Mas estamos trabalhando para fazer um evento com o mesmo padrão de qualidade de edições anteriores.

Como é assumir também o cargo de editora da revista ‘O Vidroplano’?
Iara — Não há dúvidas de que O Vidroplano — e todo o conteúdo produzido pela Abravidro — é o melhor sobre o setor vidreiro no Brasil. Vamos continuar trabalhando para fazer uma revista contemporânea, tanto visualmente como em termos de linguagem. Temos buscado também atrair os vidraceiros, com a coluna “Para sua vidraçaria”. É importante olhar para esse profissional, um parceiro essencial da cadeia. Sem ele, o processador não tem como escoar sua produção. Nada mais natural que a Abravidro direcione um conteúdo e informações para o vidraceiro fazer um trabalho ainda melhor.

_MG_9589Como foi a experiência de participar do Glass Performance Days (GPD) 2017, na Finlândia?
Iara — O que mais me impressionou no GPD foram a qualidade e o volume de conteúdo. Foram dois dias de programação muito intensa, com pessoas que são referência nas áreas em que trabalham. Infelizmente, a adesão de profissionais brasileiros, tanto da indústria processadora como de especificadores, ainda fica muito abaixo do esperado.

Gostaria de deixar uma mensagem ao setor vidreiro?
Iara — Minha mensagem é de que eu e a equipe da Abravidro estamos à disposição para trabalhar pelo setor. Quero trabalhar junto, buscar novos projetos e também continuar com o que está funcionando muito bem.

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Abravidro — www.abravidro.org.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 535 (julho de 2017) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Conhecimento: a chave para o futuro do setor

Quem está atento aos movimentos do setor deveria ter visitado a cidade de Tampere, na Finlândia, de 28 a 30 de junho, para participar do Glass Performance Days (GPD) 2017. O fórum, organizado bienalmente pela Glaston, forneceu o melhor conteúdo técnico vidreiro do mundo, contando com palestras que analisaram questões relevantes e atuais para o processamento, especificação e instalação de vidros. A convite da Glaston, Iara Bentes, superintendente da Abravidro e editora de O Vidroplano, e Celina Araújo, que deixou os cargos no final de junho, participaram do evento — elas foram nossas correspondentes. Confira, nas próximas páginas, um resumo dos melhores momentos do GPD.

Interatividade: nova casa e ‘networking’
pavilhãoA estreia da nova casa do GPD, o pavilhão de exposições Tähtiareena, foi um dos pontos altos do evento. Montada como se fosse um único grande espaço, compreendia o palco principal, salas para palestras e feira, tudo para gerar contato entre os participantes.

Outro elemento de interação: num mural de vidro inspirado na estética do grafite, criado para comemorar os 25 anos do fórum, era possível escrever mensagens em homenagem à data. Além disso, foi desenvolvido um aplicativo oficial para aparelhos móveis, incluindo informações como detalhes da programação.

Panorama do vidro no mundo
bernardA cerimônia de abertura oficial, na tarde do dia 28, começou animada, com show de percussão e pirotecnia. Primeiro a discursar, Jorma Vitkala, chairman do comitê organizador do GPD, apresentou as novidades para essa edição, como o Step Change, programa voltado para criar parcerias entre grandes empresários e startups vidreiras. Citou ainda números sobre os 25 anos: desde 1992, foram mais de 3 mil palestras e 10 mil páginas de documentos técnicos. Vitkala foi surpreendido com uma homenagem pelos anos à frente do evento, recebendo prêmios de entidades e mensagens de empresários de vários lugares do planeta.

Outras personalidades vidreiras falaram, mas nenhuma gerou tanta reflexão como o consultor Bernard Savaëte, da BJS Différences. Motivo: ele ofereceu um panorama completo sobre as mudanças no setor ocorridas nas últimas décadas:

– De 150 linhas de float no início da década de 1990, passamos para cerca de 500;
– Com mais empresas, ocorreu a pulverização dos fabricantes pelo mundo;
– Antes, 60% da produção vinha dos EUA, Europa e Japão;
– Agora, as três regiões possuem menos de 20% do total.

Na análise dos novos produtores, a Vivix foi mencionada pela operação no Brasil. Outra constatação foi o crescimento da importância dos elos finais da cadeia para os negócios. Savaëte, no entanto, entende que o setor como um todo precisa crescer ainda mais na questão de pesquisa e desenvolvimento, fazendo com que tecnologias de ponta, como a dos vidros com revestimento, sejam um diferencial para as empresas.

Um passeio pela fábrica
visitaDesde o início do evento, os participantes podiam visitar o laboratório de pesquisa e desenvolvimento da Glaston. Ali, era possível conferir o forno de têmpera Glaston Air, no qual o vidro flutua em um colchão de ar, assim como o modelo da linha FC, com a tecnologia iLook para controle da anisotropia (veja mais sobre o tema clicando aqui).

Mais confraternização
A noite de quinta-feira, dia 29, contou com o tradicional conference dinner, um jantar especial oferecido pelos organizadores aos convidados. Todos fizeram o tradicional brinde do GPD: vodka finlandesa servida dentro de uma casca de ovo. A música brasileira fez parte do encontro, com versões de clássicos da bossa nova.

Encerramento com conteúdo
encerramentoDurante a cerimônia de encerramento, Stephanie Hughes, fundadora e CEO do escritório de arquitetura Akka Architects, falou da importância de um espaço como o GPD, que favorece a interação entre as pessoas com o objetivo de promover inovação. A palestra deu a todos um gostinho do conteúdo de seu livro Architecting interations — How to innovate through interactions.

Tradição brasileira
A única revista a representar o mercado brasileiro no fórum era O Vidroplano! A edição de junho estava nas press tables, espaços para os veículos do setor vidreiro de todo o mundo.

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GPD — www.gpd.fi

Este texto foi originalmente publicado na edição 535 (julho de 2017) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Uma arquitetura cada vez mais transparente

Foi-se a arquitetura de estéticas mirabolantes, cheias de detalhes. Vivemos hoje uma época de minimalismo: menos é mais. E, graças à evolução da tecnologia vidreira, o vidro está no centro desse estilo. Um marco desse conceito é a loja da fabricante de eletrônicos Apple, em Xangai, China. O projeto é quase 100% sem interferência visual de ferragens, com painéis de vidro curvos de 12,5 m. A boa notícia é que a estética clean se torna realidade também no Brasil. O Vidroplano conversou com especialistas para entender os desafios dessas obras formadas por vidros maiores, de menos emendas e de poucas ferragens aparentes.

Tecnologia que gera tendência
Um dos grandes desafios dos projetos clean é conseguir aliar a transparência do vidro com alto desempenho. “Com a inovação da indústria vidreira, buscamos nos manter em constante evolução para atender as transformações do mercado”, comenta Estefânia Oliveira, analista de Marketing da AGC.

Na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), na capital paulista, a transparência vem do vidro estrutural, que tem o objetivo de segurar o peso da marquise. Colunas e vigas em balanço e teto sção feitos de laminados de temperados planos e curvos. A obra é da Avec Design.
Na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), na capital paulista, a transparência vem do vidro estrutural, que tem o objetivo de segurar o peso da marquise. Colunas e vigas em balanço e teto sção feitos de laminados de temperados planos e curvos. A obra é da Avec Design.

A tendência atual na arquitetura envolve duas constantes: aumento dos vãos transparentes, além da diminuição e ocultação dos sistemas de fixação.

“O aumento da tecnologia na fabricação dos vidros temperados e laminados permitiu aos projetistas serem mais arrojados nos projetos”, analisa o diretor técnico da Brazilglass, Luiz Barbosa. A opinião é compartilhada por José Guilherme Aceto, diretor da Avec Design: “A disponibilização da matéria-prima em grandes medidas, como o vidro jumbo, e novos equipamentos para beneficiamento nos colocaram em condições de realizar obras mais modernas”.

Vidro estrutural: ideal para todo tipo de projeto
O vidro estrutural é uma ótima aposta para oferecer maior transparência, pois suporta os esforços de vento e o próprio peso da estrutura envidraçada. Ele dispensa o encaixilhamento e sempre deve contar com placas temperadas e laminadas. Pode ser usado como pilares, colunas ou vigas, entre outras formas. “É importante que o projetista saiba calcular todos os esforços solicitantes inerentes a cada projeto”, explica Cintya Mourão, sócia-proprietária do Ci & Lab Projetos e Consultoria.

E não são apenas grandes obras que recebem vidro estrutural. Um simples guarda-corpos engastado, que não usa ferragens para se manter em pé, está dentro do conceito. Martin Mittelstaedt, diretor-operacional da Q-Railing, comenta: “A tendência atual nos guarda-corpos é utilizar somente vidro, deixando de lado montantes e postes”.

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Em Bruxelas, na Bélgica, o vidro na fachada do centro de convenções Square-Brussels Meeting Centre permite total visão da estrutura entrelaçada de cabos na parte interna do edifício. Foi usado estraclear Planibel Clearvision, da AGC

 

Selantes e ‘interlayers’: transparência e segurança
Já que o conceito clean envolve menos ferragens, os selantes e os interlayers (camadas intermediárias dos laminados) se tornam essenciais para a transparência, garantindo vedação e firmeza do sistema.

“Os melhores selantes são os de silicone, com durabilidade e estabilidade”, afirma Aceto, da Avec Design. O sistema de pele de vidro para fachadas structural glazing se baseia nesse produto: as placas de vidro são coladas a quadros com silicone estrutural.

Em relação aos interlayers, existem os que oferecem rigidez aos laminados — como os já populares SentryGlas, da Kuraray, e Saflex, da Eastman. “Esse tipo de interlayer estrutural é perfeito para vencer grandes vãos livres, o que significa vidros mais finos com maior resistência”, analisa José Carlos Alcon, consultor-sênior da Kuraray.

Os selantes devem sempre ser compatíveis com os interlayers, para evitar que os componentes de um agridam o outro.

O projeto da Vidroforte para a passarela sobre a Avenida Chucri Zaidan, em São Paulo, levou em conta a necessidade de rigidez e entrada de luz natural na estrutura. Laminados de temperados de 12 e 16 mm, feitos com Habitat, da Cebrace, oferecem ainda controle solar
O projeto da Vidroforte para a passarela sobre a Avenida Chucri Zaidan, em São Paulo, levou em conta a necessidade de rigidez e entrada de luz natural na estrutura.
Laminados de temperados de 12 e 16 mm, feitos com Habitat, da Cebrace, oferecem ainda controle solar


O que as normas dizem

A NBR 7199 — Vidros na construção civil – Projeto, execução e aplicações deve ser consultada em todas as obras. Ela indica o tipo de vidro a ser usado (laminado, temperado, aramado etc.) em cada aplicação (fachadas, coberturas, claraboias, divisórias, guarda-corpos, portas etc.).

Atenção ao beneficiamento
Julia Schimmelpenningh, gerente global de Aplicações da Eastman, chama a atenção para fatores do processamento do vidro que farão a diferença para uma obra clean segura e benfeita.
TÊMPERA — O processo precisa ser consistente e bem-monitorado. Os desvios na fabricação podem levar à distorção óptica, padrões de onda de rolos na superfície das chapas e curvatura da peça, o que afetará a transparência do vidro. Luiz Augusto Soares, da Vidroforte, reforça: “Com bons parâmetros de qualidade no processo, esses problemas não acontecem”;
LAMINAÇÃO — O vidro deve ser bem-adaptado ao tamanho em que será laminado e ter alinhamento adequado na borda. Trabalhe com películas de PVB com certificados de conformidade e que possam ser rastreadas por lotes, indicando assim o histórico de produção.

Guarda-corpos engastados, que não usam ferragens para se manter em pé, precisam ser ancorados corretamente
Guarda-corpos engastados, que não usam ferragens para
se manter em pé, precisam ser ancorados corretamente


Vidraceiro, atenção ao tipo de vidro e à instalação!

CÁLCULOS EXATOS — “A espessura do vidro depende do tamanho da peça e do local de aplicação”, reforça Ana Carolina Granado, coordenadora de Mercado da Cebrace. “Além disso, é preciso analisar a pressão do vento na estrutura envidraçada”. Leonardo Arantes, gerente de Produtos de Arquitetura da Guardian, lembra: “Em razão das diferenças entre as regiões do Brasil, teremos diferentes níveis de resistência que a estrutura vidro+alumínio deverá suportar”. Vale lembrar que a Cebrace oferece um software online para o cálculo de espessura (www.cebrace.com.br/CalculoEspessura);
CONTROLE DO SOL — A questão térmica é uma dificuldade a ser encarada em estruturas externas como passarelas e claraboias. Uma solução nesses casos é indicar o uso do vidro de controle solar, que barra a entrada do calor sem abdicar da transparência;
PENSE NO SISTEMA COMO UM TODO — “O vidro deve ser especificado como um sistema, nunca isoladamente”, alerta Viviane Moscoso, gerente de Produtos da Vivix. Isso inclui elementos de fixação, selantes, ferragens e todos os componentes;
AJUDA MECÂNICA — O peso de uma chapa de vidro jumbo ou com dimensões maiores do que as comuns irá dificultar a instalação manual. O ideal é utilizar pórticos, ventosas hidráulicas e automóveis de transporte. E tem mais: quem for instalar não pode ficar sem EPIs como capacete, luvas, mangotes anticorte, botas e óculos de segurança;
ANCORAGEM DOS PERFIS — “Também é fundamental a fixação correta dos perfis de base que irão receber os vidros”, relembra Martin Mittelstaedt, da Q-Railing, “principalmente a utilização de ancoragens adequadas recomendadas pelo fabricante”.

Fale com eles!
AGC — www.agcbrasil.com
Avec Design — www.avec.com.br
Brazilglass — www.brazilglass.com.br
Cebrace — www.cebrace.com.br
Ci & Lab — www.cielab.com.br
Eastman — www.br.eastman.com
Guardian — www.guardianbrasil.com.br
Kuraray — www.kuraray.com.br
Laminar Vidros — (21) 3214-0700
Pilkington — www.pilkington.com/pt-br/br
Q-Railing — www.q-railing.com/pt-br
Vidroforte — www.vidroforte.com.br
Vivix — www.vivix.com.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 535 (julho de 2017) da revista O Vidroplano. Leia a edição digital da revista

Adequando o vidro ao sistema construtivo

Conhecer bem o vidro é fundamental para qualquer vidraceiro, mas não é só dele, ou com ele, que vivem esses profissionais. Para garantir instalação segura e de qualidade, é preciso avaliar o sistema construtivo em que ela será feita. Cada material tem suas próprias características e elas precisam ser levadas em conta tanto no projeto como na instalação propriamente dita.

Infelizmente, ainda há quem se preocupe apenas com as medidas das peças e com os modelos dos perfis e ferragens, sem considerar o material em que os vidros serão instalados, e isso pode comprometer a integridade da estrutura. Para evitar esse problema nos trabalhos da sua vidraçaria, conheça um pouco mais sobre os principais sistemas construtivos para a instalação do vidro e os cuidados que cada um exige para o nosso material.

Preparando-se para cada caso
Primeiro, é fundamental conhecer o material em que o vidro será aplicado, ensina o engenheiro civil Wellington Castro. “Durante a fixação”, justifica o profissional, “podemos encontrar materiais ocos, maciços ou porosos, e isso influencia diretamente na escolha dos elementos responsáveis pela instalação”. É com base nessas informações que o profissional consegue especificar a fixação ideal, definindo os tipos de parafuso e bucha para uma ancoragem mecânica ou observando se o melhor é usar a ancoragem química (que leva silicone).

“O profissional vidreiro”, alerta o engenheiro e consultor Wagner Gerone, “deve estar sempre em contato com o responsável da obra para obter todos os dados necessários para que a instalação seja feita dentro das normas”.

Duas características a que é preciso estar atento:

Dilatação — É a expansão do material em resposta ao aumento de temperatura;

Umidade — Pode causar oxidação em metais, “inchaços” na madeira ou danos no reboco de uma alvenaria.

Seja qual for o sistema construtivo, a necessidade de calços entre o vidro e o substrato precisa ser sempre lembrada, com a colocação de algum elemento elástico nas bordas de cada peça em contato com o sistema. “A temperatura, o tipo de substrato em que o vidro será instalado e a qualidade dos itens usados na obra também podem interferir na instalação a médio e longo prazos”, acrescenta a engenheira de materiais Jordana Barros, gerente de Negócios da Adespec. Outro ponto importante é o uso de folgas. “Os riscos mais comuns podem ocorrer por não usar a folga recomendada de 2 mm”, afirma Thaís Barreto, consultora-técnica da Cebrace. “Assim, ao dilatar, o material acaba trincando ou quebrando.”

Em caso de dúvidas, vale procurar algum serviço de consultoria técnica, como o realizado pela Saint-Gobain Glass. “Assim, evitam-se transtornos futuros como acidentes e retrabalhos durante a obra ou após a entrega para o cliente”, explica Gabriel Zanatta, coordenador de Marketing da empresa.

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Alvenaria: atenção às dilatações
Considere a cura do cimento e concreto — A princípio, não existe nenhuma restrição em relação ao uso do vidro em alvenaria. Porém, Eduardo Bellini Ferreira, da EESC-USP, observa: “Além da dilatação térmica, alvenarias também expandem durante a cura de cimentos e concretos, o que pode agir por meses ou anos, em intensidade que depende do tipo de argamassa e da forma como esses materiais são preparados e arranjados geometricamente”.

Direto na estrutura, não! — Ferreira considera problemático o engastamento do vidro em estrutura de alvenaria (ou seja, sua soldagem direto na estrutura). Segundo ele, a instalação deve sempre considerar a possibilidade de amortecimento das dilatações por meio do uso de ferragens, vedações e calços.

vp_vidraçaria-açoPor dentro do aço (e de outros metais)
É aço ou não é? — De acordo com Wellington Castro, antes de realizar a instalação é fundamental verificar se o material em que o vidro será colocado é realmente aço ou de outro tipo de metal. “Há casos em que a aplicação é de ferro fundido ou de outras ligas metálicas, como o metalon, cada qual com seu próprio coeficiente de dilatação”, acrescenta. Um exemplo importante é o do alumínio, metal bastante usado na fabricação de caixilhos, mas com coeficiente de dilatação duas vezes maior do que o do aço. Com isso, quando esses caixilhos são usados em coberturas expostas à alta temperatura causada pelo Sol, a quebra dos vidros acaba sendo comum.

Para evitar vibrações — Seja o sistema construtivo de aço ou outro metal, Castro também ressalta que a espessura do vidro e o calço devem ser avaliados para impedir que a vibração do metal seja transferida ao vidro.

Atenção ao silicone — “Ele deve ser neutro, pois, durante o processo de cura, o silicone acético libera ao ambiente o ácido acético, o qual consegue corroer metais e pode comprometer a estrutura”, completa.

conservatoryMadeira: pouco recomendável para vidros parafusados
Umidade é um fator complicador — “Vãos de madeira exigem um estudo preliminar mais apurado, pois existem muitos tipos de madeira e, em geral, ela é um material que absorve umidade”, explica Wagner Gerone. “Assim, com o tempo, a madeira pode ‘inchar’, e isso compromete toda a instalação.”

Dilatação térmica — Outro obstáculo na instalação do vidro em madeira é a dilatação térmica. José Guilherme Aceto, diretor da Avec Design, salienta que isso torna pouco recomendável o uso de vidros parafusados nela: “Como o coeficiente de dilatação da madeira é maior do que o do vidro, há o perigo de a estrutura crescer e aumentar a tensão sobre os furos, principalmente nas instalações expostas ao Sol”.

Silicone é o caminho — Para amenizar os efeitos da dilatação, Aceto indica a colagem do vidro com silicone como solução ideal para esse sistema construtivo, pois as ligações mais elásticas impedem que nosso material sofra todas as tensões da estrutura. Mesmo assim, a preparação da superfície da madeira é recomendável antes da aplicação das peças.

Sem estresse: não submeta o vidro a tensões!
Print“Temos de lembrar que o vidro nunca deve ser sujeitado a tensões de tração. Se elas forem altas o suficiente, ele vai quebrar e precisar ser reposto, podendo ainda causar acidentes e ferimentos”, avisa Eduardo Bellini Ferreira, professor do Departamento de Engenharia de Materiais da Escola de Engenharia de São Carlos, da Universidade de São Paulo (EESC-USP). Ele lembra ainda que, mesmo que inicialmente nosso material não esteja sofrendo qualquer tensão aparente, ela pode acontecer por várias razões, como, por exemplo:

– Pela deformação da estrutura e do próprio vidro devido ao seu peso;
– Por variações de temperatura;
– Por vibrações causadas pela ação do vento ou de tráfego nos arredores;
– Por seu uso repetido (como na abertura e fechamento de janelas);
– Por choques mecânicos (como o contato direto com seus usuários) ou térmicos (como o contato com líquidos muito quentes ou muito frios).

“A especificação de vidros, bem como o sistema de esquadria, dependem de onde e como serão aplicados, ou seja, cada projeto deverá ser avaliado de forma individualizada”, reforça Leonardo Arantes, gerente de Produtos da Guardian. É nessa etapa que também são analisados os recursos que podem ser usados para evitar as tensões sobre o vidro: “A NBR 7199 aponta que, no caso do vidro laminado, por exemplo, as gaxetas, calços e silicone devem ser neutros em relação à camada intermediária do vidro laminado, enquanto a instalação de vidro temperado com ferragens deve trazer um material isolante entre ambos, que não escoe com o tempo”, explica Wellington Castro.

O que é coeficiente de dilatação linear?
Trata-se de um valor constante da variação do comprimento de um corpo — ou seja, do quanto ele “cresce” — quando aquecido. Cada material tem seu próprio coeficiente: submetidos a uma mesma variação de temperatura, materiais diferentes têm dilatações ou “crescimentos” diferentes. Aceto, da Avec Design, apresenta abaixo alguns desses valores:

PrintVidro: 0,9 x 10-6
Aço: 1,2 x 10-6
Alvenaria: 1,2 x 10-6
Alumínio: 2,4 x 10-6
Madeira (valor médio): 3 x 10-6

Conhecer o coeficiente de dilatação linear de cada material é muito importante: se a diferença entre os coeficientes do substrato e do vidro for grande, a tensão que ele causará sobre o nosso material será maior, havendo assim o risco de sua quebra.

De olho nas normas
NBR 7199 — Vidros na construção civil – Projeto, execução e aplicações: “Essa norma dá os parâmetros de avaliação do projeto e da instalação do vidro, como os cálculos para a espessura da peça e o tipo correto de vidro a ser instalado em cada caso”, explica Clélia Bassetto, analista de Normalização da Abravidro. Segundo ela, a NBR 7199 também reforça a importância da vedação correta e determina que as peças de vidro devem ser colocadas de tal forma que não sofram esforços oriundos de dilatação, contração, torção, vibração ou deformação da estrutura.

NBR 10821 — Esquadrias para edificações: esse texto técnico é importante para se conhecer o desempenho adequado que as esquadrias (já com os vidros) devem apresentar no sistema construtivo, como a estanqueidade e a resistência à pressão do vento.

NBR 15575 — Edificações habitacionais — Desempenho: a norma indica os requisitos para a edificação como um todo e inclui diversos aspectos que precisam ser levados em conta quando o vidro é instalado no substrato, como os desempenhos térmico e acústico.

Fale com eles!
Abravidro — www.abravidro.org.br
Adespec — www.adespec.com.br
Avec Design — www.avec.com.br
Cebrace — www.cebrace.com.br
Guardian — www.guardianbrasil.com.br
EESC-USP — www.eesc.usp.br
Saint-Gobain Glass — br.saint-gobain-glass.com
Wagner Gerone — (11) 99481-1016
Wellington Castro — wellcastro@hotmail.com

Este texto foi originalmente publicado na edição 535 (julho de 2017) da revista O Vidroplano.

Prepare-se para mudanças nos guarda-corpos

Neste mês, a coluna “Falando em normas” mostra o andamento da revisão da NBR 14718 — Guarda-corpos para edificações. Veja a seguir as principais mudanças a serem inseridas no texto do documento.

Maior abrangência
A versão revisada da norma irá incluir aplicações de guarda-corpos em locais com grande fluxo de pessoas, como shopping centers, aeroportos, estádios e ginásios esportivos. Isso implica na inclusão de novos valores de cargas para avaliação dessas instalações — afinal, deverão ser ainda mais resistentes quando instalados nesses espaços.

Atualização de requisitos
A comissão de estudos pesquisou normas internacionais com o intuito de atualizar os parâmetros do documento nacional, por exemplo, com relação à deflexão no ensaio de esforço horizontal. Na norma atual, os guarda-corpos não podem ter uma deflexão maior que 20 mm, na proposta de alteração, o limite para a deflexão é 25 mm.

Ainda sobre o ensaio de esforço horizontal, verificou-se a necessidade de reavaliar sua metodologia, especialmente nos guarda-corpos de vidros estruturais (onde o vidro é fixado apenas na parte inferior). Com este objetivo, a comissão de estudos, realizou o ensaio de esforço horizontal no Laboratório da Falcão Bauer, em um sistema de guarda-corpos estrutural, fornecido pela Tec-Vidro, para que os técnicos avaliassem os procedimentos a serem adotados para uniformizar a metodologia dos ensaios realizados tanto em obra como nos laboratórios.

A revisão do texto está sendo realizada pela comissão de estudos especial de esquadrias, coordenada por Fabiola Rago, com participação da Abravidro desde o início do processo. Participe também, veja a agenda de reuniões do nosso site http://abravidro.org.br/normas-tecnicas/agenda-de-reunioes/

 

Os vidros permitidos em guarda-corpos
A NBR 14718 faz referência à NBR 7199 — Vidros na construção civil — Projeto, execução e aplicações para estabelecer o tipo de vidro a ser utilizado. São eles:

Laminado: também pode ser temperado laminado. Em caso de quebra, os cacos permanecerão presos à camada intermediária, impedindo a abertura do vão;

Aramado: vidro impresso translúcido que tem uma rede metálica de malha quadriculada incorporada à sua massa. Essa rede segura os estilhaços de vidro caso ele se quebre.

* A NBR 7199 também permite a aplicação de insulados, desde que composto por laminado ou aramado.

 

Clelia
Clélia Bassetto
, analista de Normalização da Abravidro

Fale com eles!
Abravidro — Tel. (11) 3873-9908 e cb37@abnt.org.br
ABNT — www.abnt.org.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 534 (junho de 2017) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Nova diretoria da Abravidro

Pelas redes sociais:

Parabéns e muito sucesso!
Alcides Casaca

Parabéns, Domingos, e sucesso a todos os integrantes dessa associação tão importante no segmento do vidro.
Deivison Costa, Divibras

Parabéns, Domingos Seixas. Bom trabalho à frente dessa casa.
Edilson Santos

Parabéns, Domingos! Você sempre foi um homem justo e merece tudo de bom em sua vida. Que Deus o abençoe sempre.
Jefferson William, Icomon Tecnologia Ltda

Looking forward to strengthen our collaboration!
Laura Biason, Gimav

Parabéns, Domingos. Sucesso!
Marcos Alcino Lima Barbosa

Domingos, parabéns! Desejo que essa nova empreitada em sua vida seja tão vitoriosa como é a sua administração na Cyberglass. A Abravidro está em boas mãos. Você tem competência, honestidade e garra para alcançar o melhor nessa nova fase. Você merece esse lugar que passa a ocupar!
Moises Saldanha Cabral, Brazilglass

Parabéns à Abravidro por tudo que tem feito pelo mercado vidreiro.
Ricardo Câmara, Central do Vidraceiro

Domingos, parabéns! Não haveria melhor escolha! Que você possa dar o seu melhor, como em tudo que se compromete a fazer!
Rodrigo Adão, MGA Glass Equipamentos Logísticos

 

Por ‘e-mail’:

Meus cumprimentos ao Sr. José Domingos Seixas por sua eleição à presidência da Abravidro. Desejo sucesso em sua gestão. Aproveitando, agradeço ao Sr. Alexandre Pestana pelo excelente desempenho durante seu período frente à instituição. Abraços a todos!
José Hélcio Alves
Minas Laminação Beneficiamento e Comércio de Vidros

 

Homenagem à Celina Araújo
Seguidores da página da Abravidro no Facebook comentaram durante a transmissão ao vivo do evento.

Que emoção, Celina! Parabéns!
Ingrid Zambrana, Tarkett

Celina Araújo, você é merecedora dessa homenagem!
Isabela Cristina da Silva, MG

 

Nova sede da Natura, em SP
Adorei a nota sobre a nova sede da Natura, em São Paulo [publicada na edição de maio de 2017]! Ficou maravilhosa! Não é à toa que O Vidroplano é referência no setor vidreiro. Arrasou!
Acácia Franco
Departamento de Vendas da ArqGlass
Mogi das Cruzes (SP)

Este texto foi originalmente publicado na edição 534 (junho de 2017) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Acontece

Tonia Lima é a nova diretora-geral do setor de perfis de PVC da Kömmerling no Brasil. De acordo com a executiva, seu trabalho estará pautado na evolução do que já vinha sendo feito por seu antecessor no cargo, Oliver Legge. Seja bem-vinda!

Quem também recebe nossas boas-vindas é Philipe Dias, novo diretor de Recursos Humanos da Guardian para a América do Sul. Ele se concentrará em projetar estratégias regionais para apoiar a demanda de longo prazo por novos talentos.

Lembra da reportagem sobre fotovoltaicos da edição de abril deste ano de O Vidroplano? Uma das obras mostradas na matéria, um empreendimento da construtora Inovalli, também contou com a participação da SolarVolt. Eles são os responsáveis por toda a instalação. Parabéns, colegas, ficou belíssimo!

Este texto foi originalmente publicado na edição 534 (junho de 2017) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Tecglass lança impressora digital para vidros

A Tecglass, do Grupo Fenzi, acaba de apresentar um novo modelo de impressora digital para vidros, o Single Pass, que imprime 1 m² a cada oito segundos, com qualidade de 1.440 dpi (a mais alta do mercado, segundo empresa). O produto é indicado para trabalhos de impressão em massa. Mais informações: www.tecglassdigital.com

Este texto foi originalmente publicado na edição 534 (junho de 2017) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Grupo Saint-Gobain e GBC Brasil apresentam tendências para sustentabilidade

No dia 11 de maio, o Grupo Saint-Gobain (GSB) e o Green Building Council Brasil receberam representantes da imprensa brasileira no Centro de Pesquisa & Desenvolvimento do Grupo Saint-Gobain, em Capivari (SP), para o Evento Construção Sustentável. O objetivo do encontro foi apresentar as tendências e inovações para tornar os edifícios mais sustentáveis e econômicos no consumo de energia, sem deixar de lado o conforto. As soluções aplicadas no próprio centro de P&D, que recebeu em março a certificação Leed, puderam ser vistas pessoalmente pelos visitantes, como o vidro eletrocrômico SageGlass (conheça mais sobre ele na edição de fevereiro de 2017 de O Vidroplano) aplicado em suas duas fachadas: sua transparência pode ser alterada por meio de um comando eletrônico, o que permite o bloqueio de cerca de 75% da entrada de calor. Mais informações: www.gbcbrasil.com.br e www.saint-gobain.com.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 534 (junho de 2017) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

EnerSolar + Brasil traz inovação para fachadas fotovoltaicas

No 7º Ecoenergy, congresso realizado dentro da feira EnerSolar + Brasil, de 23 a 25 de maio, em São Paulo, a Sunew apresentou sua linha de filmes fotovoltaicos orgânicos (OPV) Sunew Glass. O produto tem diferentes opções de cores e pode ser laminado nos vidros de fachadas (mesmo em peças curvas) ou adesivado em sua face interna. Mais informações: www.enersolarbrasil.com.br e sunew.com.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 534 (junho de 2017) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

AGC e PKO levam vidros especiais para Feira Hospitalar

De 16 a 19 de maio, em São Paulo, a Feira Hospitalar 2017 contou com o estande H+, formado por um grupo de empresas, incluindo a AGC e PKO do Brasil. O destaque era o Antibactéria, vidro da AGC distribuído pela PKO que elimina 99,9% das bactérias. A beneficiadora também apresentou o vidro privativo Privacy Glass. Mais informações: www.agcbrasil.com e www.pkodobrasil.com.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 534 (junho de 2017) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Brasileiros visitam a China Glass 2017

A 28ª China Glass, realizada de 24 a 27 de maio em Pequim, contou com brasileiros entre os visitantes, incluindo a processadora Primo Vidros, de Itapetininga (SP). O sócio-diretor Vinicius Silveira (na foto, à esq.) considera sua participação muito produtiva, pois o evento contou com uma exposição muito forte de linhas para insulados e laminação. Também foram à feira representantes da Rohden Vidros (Taió, SC), Sglass (Apucarana, PR), Tecnovidro (Farroupilha, RS), Vidros Belém (Rio de Janeiro) e Vidros Copelli (Jundiaí, SP). Mais informações: www.chinaglass-expo.com

Este texto foi originalmente publicado na edição 534 (junho de 2017) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Arbax lança mola para piso

A Arbax, fabricante de rebolos e acessórios, colocou no mercado a Action, sua primeira mola para piso, para portas de vidro com até 1 m de largura, 2,1 m de altura e peso de 100 kg. Além de ser compacta, tem um amortecedor incorporado que prolonga ou libera a pressão externa causada por pessoas ou por ventos fortes.

Mais informações: www.arbax.com.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 534 (junho de 2017) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Segunda unidade da AGC tem conclusão prevista para 2019

A nova planta da AGC no Brasil, cuja construção foi anunciada no começo de 2016, deve ser concluída em 2019, na cidade de Guaratinguetá (SP), onde também está localizada a sua primeira unidade. O anúncio foi feito durante a visita do CEO da multinacional, o japonês Takuya Shimamura (foto), ao País, nos dias 24 e 25 de maio. Com o novo forno, a AGC passará a produzir diariamente 1.450 t de vidro plano, 850 a mais do que a atual capacidade da usina.

Mais informações: www.agcbrasil.com

Este texto foi originalmente publicado na edição 534 (junho de 2017) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Ideia Glass recebe patente de prolongador para vidros

O Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) concedeu em abril a patente do Prolongador Maxx Regulável para a Ideia Glass. Com isso, não será mais permitido que outras empresas vendam o produto sem autorização. O prolongador é indicado para guarda-corpos, escadas de vidro e corrimões, permitindo regulagem da distância entre o vidro e a parede, mesmo após a furação. Mais informações: www.ideiaglass.com.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 534 (junho de 2017) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Aprendendo a pôr a mão na massa

Em maio, as atividades de qualificação vidreira se concentraram nos Estados da Bahia e de Santa Catarina, com treinamentos incluindo dicas sobre vendas, novidades do setor e instalação de peles de vidro. Veja mais sobre esses eventos a seguir!

 

vp_ascevi 2Ascevi-SC, em Tubarão e Florianópolis
Aprendizado e confraternização em um só lugar
A Ascevi promoveu dois eventos, patrocinados pela AGC, Cebrace, Guardian, Saint-Gobain Glass, União Brasileira de Vidros (UBV) e Vivix. No dia 18, organizou-se o ArchiGlass 2017 (foto de abertura), evento para arquitetos, engenheiros, designers e profissionais da construção civil. Os mais de cem participantes acompanharam o debate sobre tendências, normas e aplicações do vidro nos segmentos em que estão envolvidos.

No dia 20, a entidade realizou, em Tubarão, o 3º Qualifique e Sirva-se (foto), reunindo 151 participantes. O tema da palestra principal foi Aumente suas vendas com criatividade: José Renato da Silva, consultor do Sebrae/SC, mostrou que o negócio não pode prosperar se o profissional não estiver disposto a inovar na forma de atuação.

 

vp_adevibaseAdevibase-BA/SE, em Santo Antônio de Jesus (BA)
Pele de vidro na prática
As aulas da primeira turma do curso Pele de Vidro da Adevibase em 2017 foram realizadas no Hotel Palace Parati, em Santo Antônio de Jesus (BA), com patrocínio das usinas vidreiras AGC, Cebrace, Guardian, Saint-Gobain Glass, UBV e Vivix.

O evento contou com o apoio da empresa Perfil Alumínio do Brasil. O instrutor-técnico Jonas Vieira apresentou as tipologias e configurações de fachadas de vidro, normas técnicas para a instalação e esquemas de montagem, entre outros tópicos. O conteúdo teórico foi mostrado em conjunto com atividades práticas.

 

Fale com eles!
Adevibase-BA/SE — www.adevibase.org.br
Ascevi-SC — www.ascevi.com.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 534 (junho de 2017) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Um novo nome para um velho conhecido

No começo de maio, a Saint-Gobain Glass anunciou uma mudança na forma de chamar seus produtos: a empresa não se refere mais a eles como vidros impressos, mas sim como vidros texturizados.

Mas por que essa mudança foi feita? De que forma isso interfere no mercado? E, afinal, por qual nome o consumidor deve chamar esse vidro? O Vidroplano conversou com representantes das duas principais fabricantes de vidros impressos no País para esclarecer essas e outras dúvidas para o setor.

Um produto, três denominações
Essa não é a primeira vez que esse vidro ganha nome diferente. Décadas atrás, principalmente nos anos 1980 e 1990, ele era chamado de “vidro fantasia”, por conta do aspecto visual que seus relevos traziam às peças. Inclusive, ainda hoje é possível encontrar vidraçarias e profissionais que usam o termo. Com o tempo, “vidro impresso” passou a ser usado como o padrão da indústria, refletindo o processo de impressão da textura feito na massa do vidro.

vp_vidroimpresso1APor que a mudança?
O coordenador de Marketing da Saint-Gobain Glass, Gabriel Zanatta, explica os motivos que levaram a empresa a escolher a nova terminologia: “Mesmo antes de adotarmos essa nomenclatura em alguns testes junto aos clientes e especificadores, já havíamos reparado na sua fácil compreensão, pois esse nome se liga à principal característica desses vidros, a textura”. Ainda segundo Zanatta, os clientes frequentemente associavam o termo “impresso” a um float com um adesivo (feito em impressora) colado, o que dificultava na hora de realizar negócios.

O termo “vidro texturizado” substituirá “vidro impresso” no Brasil?
Não no caso da União Brasileira de Vidros (UBV): “Impressão é o nome do processo de fabricação do nosso produto, então não vemos necessidade de adotar um novo termo para se referir ao mesmo processo de produção”, aponta Diego Mota, gestor de Marketing da usina vidreira. “São justamente os relevos impressos sobre uma das faces do vidro que caracterizam os produtos fabricados há sessenta anos pela UBV.”

vp_vidroimpresso2Vale lembrar que o termo “vidro impresso” é utilizado em materiais técnicos no País, como o Manual técnico do vidro plano para edificações, lançado recentemente pela Associação Técnica Brasileira das Indústrias Automáticas de Vidro (Abividro), e a norma específica sobre esse produto, a NBR NM 297 — Vidro impresso, publicada pela ABNT. O nome aparece ainda em partes da NBR 7199 — Vidros na construção civil — Projeto, execução e aplicações, o mais importante texto normativo do setor vidreiro.

Como fica agora?
Considerando as normas e demais textos técnicos no Brasil, a nomenclatura oficial permanece sendo “vidro impresso”. Apesar disso, assim como muitas empresas ainda usam o termo “vidro fantasia”, nada impede que processadores, vidraceiros e especificadores acabem adotando o nome criado pela Saint-Gobain Glass. “Com essa nomenclatura mais moderna, inicia-se uma nova era na indústria, com um melhor entendimento do conceito do vidro texturizado, ao mesmo tempo que ele passa a ser mais acessível aos especificadores e consumidores nas mais diferentes soluções de mercado”, opina Zanatta. E você, gostou do nome “vidro texturizado”? Vai adotar?

Fale com eles!
Saint-Gobain Glass — br.saint-gobain-glass.com
UBV — www.vidrosubv.com.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 534 (junho de 2017) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Despedida

Querida O Vidroplano, como nasci em berço de vidro, você faz parte da minha vida há muito mais de catorze anos. No começo éramos bem distantes. Depois, fiz uma colaboração internacional (com o texto enviado via fax!) e, mais à frente, fui fonte numa de suas reportagens. Mas nos aproximamos de verdade quando olhei em você profundamente e acreditei que poderia ir muito além.

E então, em setembro de 2003, assinei esta coluna pela primeira vez. Juntas, celebramos seus cinquenta anos, suas quinhentas edições, dois novos projetos gráficos, versão digital, outra pra celular… E várias histórias — algumas deliciosas, outras nem tanto. Muita gente importante já brigou comigo por sua causa e, nesses momentos, confirmei que você tinha alcançado aquele patamar maior que eu tinha sonhado. No entanto, confesso que a melhor parte de nossa parceria é saber que milhares de leitores tiveram suas vidas profissionais melhoradas graças a você.

Nossa relação já precisou de uma revisão, há uns quatro anos. Naquela época, foi difícil compreender que eu não poderia mais cuidar de cada detalhe seu, era preciso dividi-la com outras pessoas que também têm por você um carinho enorme. O destino nos reservou uma temporada no hospital justamente em seu fechamento, provando que a mudança era possível e necessária.

E chegamos aqui, novamente num momento de revisão. Meu coração pede que eu siga novos caminhos, onde não poderei tê-la sob minhas asas. Deixo-a em excelentes mãos, cheia de gratidão a todos que nos acompanharam até aqui. Despeço-me muito orgulhosa de nossa história, com a certeza de que vai dar tudo certo — para mim e para você!

Com todo o meu amor,

Celina-Celina Araujo
A sua editora pela última edição

Este texto foi originalmente publicado na edição 534 (junho de 2017) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Simplicidade sem perder a elegância

O que é essencial para ter uma boa qualidade de vida? Essa reflexão é proposta pela 31ª edição da Casa Cor, realizada no Jockey Club de São Paulo. Este ano, a maior mostra de arquitetura, decoração e paisagismo das Américas tem o tema O design mais próximo das pessoas.

A presença do nosso material na mostra é marcada pela criatividade e uso de diversas soluções vidreiras: de espelhos cortados em formatos diferenciados a vidros aramados e impressos, oferecendo textura aos ambientes. Veja a seguir a primeira parte dos destaques do evento — e não deixe de conferir esta mesma seção na edição de julho da revista O Vidroplano para conhecer outros espaços criativos e originais. A Casa Cor SP 2017 vai até 23 de julho, funcionando da terça-feira a domingo (e feriados), das 12 às 21 horas.

 

PORTAS DE GRANDES DIMENSÕES

espac¦ºo_convidados2Boas-vindas em tamanho jumbo
O convite à visita ao Espaço dos Convidados, de Denise Barretto, fica claro já em sua porta de entrada (foto), com três folhas de correr tamanho jumbo, totalizando 7,4 m de comprimento por 4,3 m de altura. Cada folha pesa cerca de 350 kg e é composta de laminado 8+8 mm, emoldurado pela esquadria Feal Slim 120, da Tecnofeal. Os vidros foram fornecidos pela processadora paulista GlassecViracon. Mais informações: www.denisebarretto.com.br, www.glassecviracon.com.br e www.tecnofeal.com.br

 

Transparência que integra ambientes
casa_sustentável1De longe, já é possível ver toda a beleza e imponência da Casa Sustentável, criada por Mariana Crego, graças às portas envidraçadas que formam o espaço (foto), com 2,65 m de altura, fazendo com que a luz natural inunde o interior. As estruturas são de peças temperadas de Habitat neutro incolor 8 e 10 mm, da Cebrace, processadas pela Divinal Vidros. As esquadrias de PVC foram fabricadas pela EBL. Mais informações: marianacrego.com.br, www.cebrace.com.br, www.divinalvidros.com.br e www.ebldobrasil.com.br

 

 

CRIATIVIDADE COM VIDRO

casa_brasil1Espaço e transparência para as refeições
Na Casa Brasil, de Leo Romano, duas peças da obra Mesa de Jantar Pi, da designer Jacqueline Terpins, foram juntadas para formar um único e grandioso mobiliário transparente (foto): ele é inteiramente composto de vidros float 15 mm, inclusive suas pernas. Mais informações: www.leoromano.com.br e www.terpins.com

 

 

Banho de vaidade sem culpa
casa_cosmopolita2Vidros e espelhos encontram-se por toda parte na Casa Cosmopolita Cosentino, da designer de interiores Paola Ribeiro, mas é no banheiro que eles reforçam seu potencial para a criatividade. Nele, a área da banheira mostra como nossos materiais podem agregar sofisticação a qualquer espaço, com paredes inteiramente revestidas com espelhos Guardian prata e teto de vidro (foto) para integração com o espaço externo. Os espelhos foram fornecidos pela vidraçaria PS do Vidro e instalados pela Vidraçaria Criativa, enquanto a cobertura de vidro ficou a cargo da Gattai. Mais informações: www.criativavidracaria.com.br, www.gattai.com.br, www.guardian.com.br, www.paolaribeiro.com.br e www.psdovidro.com.br

 

estu¦üdio_bossa1Diversão envidraçada
Quem pensa que o bom e velho pebolim não combina com espaços sofisticados definitivamente não visitou o Estúdio Bossa, projetado pelo arquiteto Marlon Gama: a bela mesa para o jogo (foto), fabricada pela Teckell e fornecida pela Casual Móveis, tem seus pequenos “craques” de madeira apoiados em vidros curvos extra clear, com 15 mm de espessura, nas suas laterais. O tampo da mesa também é de extra clear. Mais informações: www.casualmoveis.com.br, www.marlongama.com.br e www.teckell.com

 

Tijolo de vidro
lavabo_deca2Apesar de pequeno, o Lavabo Deca, de Lucas Coelho, traz um uso inusitado de espelhos. O material é usado como revestimento de uma das paredes. Até aí, nada de mais, certo? A diferença está no modo: o designer de interiores usou azulejos feitos com espelhos bisotados, o Tijolo Mirror Bronze, da Colormix. Cada peça possui 7,5 x 15 cm, com espessura de 8 mm. Mais informações: contato@lucascoelhointeriores.com e colormix.com.br

 

 

UM TOQUE DE TEXTURA

sui¦üte_master1Quarto com sensações variadas
Os arquitetos Thiago Manarelli e Ana Paula Guimarães fizeram da Suíte Master um espaço marcado por texturas. Na entrada do closet, está instalado um painel articulável de espelhos 5 mm (foto), da Inovart, que ajudam na reflexão do ambiente. Dentro do espaço, tem um armário com prateleiras de temperados 4 mm, construído pela Florense. A iluminação de LED embutida nos perfis de alumínio oferecem cor ao nosso material. No banheiro, o destaque fica para as divisórias de aramado 7 mm — fornecidas pela Inovart —, uma solução diferente para fornecer privacidade aos usuários. Mais informações: www.mgarquitetos.com, www.florense.com.br/pt e www.marcenariainovart.com.br

 

Espelhos, impressos e ‘float’ em um só lugar
cozinha_urbana1Tem textura de todos os tipos na Cozinha Urbana, de Patrícia Pasquini. Ao entrar no espaço e olhar para o lado esquerdo, o visitante verá espelhos bronze 6 mm da linha Vivânce, da Cebrace, revestindo uma parede (foto). A arquiteta usou peças cortadas em formas variadas, trazendo tridimensionalidade à estrutura. Mais à frente, está um armário, sobre a pia, com portas de impresso incolor 4 mm. Ao lado, outro armário enfeita o espaço — este é inteiro feito com nosso material, incluindo portas e prateleiras. Ambos os mobiliários foram fornecidos pela Florense. Mais informações: www.patriciapasquini.com.br, www.cebrace.com.br e www.florense.com.br/pt

 

Fale com eles!
Casa Cor SP — casacor.abril.com.br/mostras/sao-paulo

Este texto foi originalmente publicado na edição 534 (junho de 2017) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Ações para o setor voltar a crescer

A noite de 19 de maio marcou o início de um novo período na história da Abravidro. A diretoria-executiva para o triênio 2017-2020 foi empossada em evento realizado na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), na capital paulista. O novo presidente, José Domingos Seixas, industrial da processadora paulistana Cyberglass, terá a missão de liderar a entidade pelos próximos três anos e já revelou ações práticas que podem contribuir para mais um ciclo de desenvolvimento do setor.

alexandreAgradecimentos e reflexões
Despedindo-se da presidência após dois mandatos consecutivos (de 2011 a 2017), o discurso de Alexandre Pestana rememorou momentos distintos deste período — do incrível aumento do consumo de vidro no começo da década à atual retração do mercado. Além de agradecer pelo apoio que teve de todos os elos do setor, Pestana ressaltou os esforços da associação para o desenvolvimento vidreiro nas questões técnica e tributária e também na organização da cadeia produtiva. Às usinas de base, direcionou uma reclamação: a grande concentração de volumes de vidro está sendo distribuída por poucos atacadistas, sem qualquer agregação de valor. “A indústria de transformação não precisa de atravessadores. Vocês, usinas de base, sempre nos atenderam diretamente e, neste momento de crise, isso não deve mudar”, afirmou.

Novo modelo de gestão
domingosNa sequência, José Domingos Seixas anunciou um novo modelo de gestão colaborativa e compartilhada. “A Abravidro cresceu tanto que nossas ações não podem se restringir à disponibilidade do principal líder”, explicou. Por isso, os vice-presidentes da entidade também participarão da supervisão dos projetos, melhorando ainda mais a capacidade de resposta às demandas do mercado.

Domingos comentou os diversos pleitos a serem conduzidos pela associação, como a neutralização do Imposto sobre produtos industrializados (IPI) do vidro processado. Medidas contra os conglomerados de empresas de pequeno porte (EPPs) e as indústrias travestidas de comércio também devem ser tomadas em breve. “No momento em que perdemos todas as referências de conduta, precisamos moralizar o setor, pois a competência precisa suplantar a deslealdade”, afirmou o dirigente. Mais detalhes sobre o novo presidente e seus futuros projetos estão na entrevista nesta edição.

Surpresas e emoção
Alexandre Pestana foi homenageado com duas lembranças: o álbum Retratos da presidência, com imagens do período, e o livro Sem medo de obstáculos – exemplar único contendo seus editoriais na revista O Vidroplano e discursos feitos ao longo dos dois mandatos. Cada membro da diretoria do triênio 2014-2017 recebeu peças de cristal com suas imagens gravadas em três dimensões.

Na despedida da superintendente e editora de O Vidroplano, Celina Araújo, que deixa a Abravidro no dia 30 de junho, foi produzida uma revista estilizada (A dama de vidro) que conta sua atuação nestes catorze anos na entidade.

Ana Cristina Pestana, esposa de Alexandre Pestana, também recebeu lembrança em reconhecimento ao apoio da família durante o mandato de seu marido. A homenagem foi entregue por Gláucia Seixas Guerrero, sobrinha de José Domingos Seixas.

Nova superintendente
Iara Bentes, nova superintendente da Abravidro, foi apresentada ao mercado no evento. Jornalista brasiliense, ela tem passagens pelo Ministério da Educação e Confederação Nacional das Indústrias (CNI). Iara também assume como editora de O Vidroplano a partir da edição de julho de 2017.

 

Diretoria-executiva para o triênio 2017-2020
Presidente
José Domingos Seixas

Primeiro-vice-presidente
Emerson Arcênio

Segundo-vice-presidente
Rafael Gustavo Araújo Ribeiro

Terceiro-vice-presidente
Alexandre Pestana

Diretores
Adiney Jaime de Oliveira
Alfredo dos Anjos Martins
Antônio Skardanas
Luiz Carlos Mossin
Marcus Aurelius de Andrade Pezotti
Maurício Silva Ribeiro
Rafael Nandi da Motta
Ricardo de Oliveira
Rogério Eduardo Ferreira de Oliveira
Vinícius Silveira Marques
Vítor Maione Samos
Walter Luiz Araújo Guarino
Conselheiros fiscais
Leonardo Bráz Vieira Santos
Rosemari Bremm Oliveira
Sandro Henrique Rensi

Conselheiros fiscais suplentes
João Roberto Musumeci
Victor Villas Casaca
Arisson Rodrigues Ferreira

Gestor do ABNT/CB-37
Aldo Machado Simões

Este texto foi originalmente publicado na edição 534 (junho de 2017) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Que tal mudar os paradigmas de sua empresa?

Escrito por Cláudio Lúcio da Silva

As novas realidades que a conjuntura econômica e política, os fornecedores, a concorrência e o mercado consumidor têm exigido das empresas vidreiras requerem uma forte mudança de paradigmas. Empresas com grandes dificuldades em gestão optam por estratégias do tipo cópia, ou estratégias extravagantes, tresloucadas e desconectadas da realidade do setor. Isso pode incentivar as estratégias de atuação camicases e autodestrutivas para a empresa e para o mercado local.

Não se faz qualquer tipo de gestão dos custos da empresa ou qualquer tipo de controle rigoroso dos custos. Não se estabelecem suas próprias estratégias de atuação do negócio e suas prioridades competitivas. Nesse panorama, a cada nova crise que ocorrer, menos empresas irão sobreviver.

É urgente que os agentes de atuação do mercado vidreiro ajustem seus atuais paradigmas.

O segredo do sucesso não é prever o futuro, mas criar uma organização que prosperará em um futuro que não pode ser previsto” (Michael Hammer).

Paradigma antigo: É preciso ter ideias novas.
Novo paradigma: É preciso escapar das ideias antigas.

Paradigma antigo: Tudo se consegue resolvendo problemas.
Novo paradigma: Tudo se consegue explorando oportunidades.

Paradigma antigo: A empresa maior vence a menor.
Novo paradigma: A empresa mais ágil vence a mais lenta.

Paradigma antigo: Fuja das ameaças.
Novo paradigma: Transforme ameaças em oportunidades.

Paradigma antigo: Essa crise vai passar, vai sim.
Novo paradigma: Essa crise vai passar e, depois que ela passar, vem outra pior. É preciso olhar a turbulência como coisa natural. A transição é contínua.

Paradigma antigo: Nosso lema é não aceitar devolução.
Novo paradigma: Se o cliente não gostou, não houve negócio.

Paradigma antigo: O cliente não perdoa o erro da empresa.
Novo paradigma: O imperdoável para o cliente não é o erro, mas a maneira como a empresa reage ao erro.

O pior é quando se passa por uma experiência sem nada aprender e nada esquecer!

Fale com eles!
Cláudio Lúcio da Silva ministra os módulos da Especialização Técnica Abravidro. É expert em transformação de vidros, com experiência em modelagem, implantação e gestão de processos industriais. claudiolucio.s@hotmail.com

Este texto foi originalmente publicado na edição 534 (junho de 2017) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Pensadas para olhar e admirar

As primeiras vitrinas como são hoje conhecidas surgiram na Europa durante o período da rainha Vitória (1832-1895), do Reino Unido, elaboradas como janelas que mostravam as mercadorias ao público passante. Desde então, elas sofreram uma série de evoluções, tornaram-se um elemento constante na arquitetura urbana, mas ainda é nelas que as pessoas veem o que há de novo ou as opções mais atrativas e, se gostarem do que viram, entram na loja para conhecer mais e possivelmente fazer uma compra.

Quando bem-escolhido, o vidro de uma vitrina consegue valorizar ainda mais os produtos expostos e, assim, aumentar as oportunidades de vendas do estabelecimento. Assim, quando um cliente procurar sua vidraçaria para instalar uma vitrina, que tal mostrar para ele as vantagens que um produto de valor agregado oferece? Acredite: com isso, ele sairá ganhando. E você também!

Fundamental para as vendas
“Em média, 70% das decisões de compras ocorrem na vitrina, pois ela é o primeiro impacto e contato com o consumidor”, observa Heloisa Omine, professora de Comunicação no Ponto de Venda da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM). “E, mesmo quando a loja está fechada, a vitrina continua a expor e atrair o consumidor.” A arquiteta Marina Debasa, sócia do escritório Arquitetude, acrescenta que a transparência dessas estruturas permite que as pessoas vejam as peças em diferentes ângulos e se interessem por seus detalhes sem que seja preciso tocar nelas.

E onde o vidro entra? Viviane Moscoso, gerente de Produtos da Vivix, responde: “Uma boa vitrina tem como papel atrair os clientes, e a função do vidro é utilizar a transparência para gerar proximidade entre o consumidor e o produto”. Outros benefícios trazidos pelo material são a segurança contra furtos e a estanqueidade do ambiente.

Mas é só isso que um vidro traz? Tudo depende do tipo escolhido.

vp_vidraçaria-extraclear cópia‘Extra clear’: cores sem nenhuma distorção
Uma opção bastante recomendada para esse tipo de aplicação é o vidro extra clear. Leandro Gonçalves, gerente de Projetos da processadora Divinal Vidros, explica: “Por se tratar de um produto com baixo teor de ferro em sua composição, o extra clear tem um aspecto menos esverdeado que o incolor comum, trazendo uma excelente oportunidade de valorizar as cores e aparência real do produto exposto”.

 

Antirreflexo: visibilidade garantida a qualquer hora
vp_vidraçaria-antirreflexo cópia“Um vidro incolor apresenta, em média, 8% de reflexão de luz — ainda que baixa, ela pode comprometer a visualização dos produtos, dependendo da orientação da vitrina e da incidência de luz sobre ela”, afirma Luiz Barbosa, diretor da Ci & Lab, empresa de projetos e consultoria para vidros, esquadrias e fachadas e parceira da processadora Brazilglass, de Ribeirão Pires (SP).

Para evitar esse problema, o mercado já dispõe de vidros com baixa reflexão, ou antirreflexo: mesmo laminado, ele pode ter reflexão luminosa menor que 2%, maximizando a visualização dos produtos expostos nas vitrinas.

Loja de vidroLaminados: proteção reforçada
De acordo com a norma ABNT NBR 7199 — Vidros na construção civil — Projeto, execução e aplicações, apenas vidros temperados, aramados ou laminados podem ser aplicados em vitrinas. Dentre eles, os temperados podem parecer a melhor opção pelo preço, mas deixam o vão aberto em caso de quebra.

Por isso, Viviane Moscoso, da Vivix, aconselha o uso de laminados ou multilaminados, compostos de duas ou mais lâminas de vidro intercaladas por películas ou resinas para a adesão entre as camadas. “Em caso de quebra”, diz ela, “como a camada intermediária mantém os fragmentos no lugar até que sua troca possa ser feita, os produtos da vitrina ficam protegidos”.

 

vp_vidrac¦ºaria-instalac¦ºa¦âoVidro sem interferência
Um dos desafios ao planejar uma vitrina é permitir que o máximo do seu vão seja transparente, o que pode ser comprometido pelas emendas entre as peças de vidro.

Para evitar esse problema, Ana Granado, coordenadora de Mercado da Cebrace, aconselha: “O vidraceiro pode, junto com um arquiteto, desenvolver um projeto para a vitrina e dimensionar o tamanho das peças maiores, usar acessórios que suportem esta aplicação com pouca interferência no acabamento final, e fazer o acabamento das emendas com perfeição.”

Renato Sivieri, diretor de Marketing da Guardian, lembra que o uso de chapas de grandes dimensões já é comum para vidraceiros. Mas alerta: “As especificações de cada vitrina devem ser analisadas individualmente.”

 

vp_vidrac¦ºaria-iluminac¦ºa¦âoLuz para o vidro
Vidros especiais garantem maior visibilidade, mas a iluminação para o lado de dentro da vitrina também é importante para
destacar os produtos expostos. A professora Heloisa Omine, da ESPM, indica como pontos fundamentais:

– Que ela permita flexibilidade;
– Que seja pensada de acordo com o tema da vitrina (se ele precisa de iluminação geral, focal em pontos específicos ou mesmo teatral);
– Que permita a boa visualização dos produtos que o lojista pretende enfatizar.

Uma solução indicada pela professora é a iluminação por meio de LED, mais sustentável e duradoura. “As fitas de LED podem ser usadas para iluminar prateleiras, displays ou mesmo para que o espaço da vitrina seja percebido como um grande cubo mágico, capturando o olhar de quem passa pela sua frente”, acrescenta.

O que encontrar no mercado?
Não faltam produtos no Brasil para elaborar e instalar vitrinas especiais. Conheça alguns deles a seguir.

Nome: Planibel Clearvision
Produto: vidro extra clear
Empresa: AGC
Diferenciais:
– Permite 92% de transmissão de luz e a visibilidade das cores sem nenhuma distorção;
– Transparência e visibilidade se mantêm mesmo quando o vidro é usado com espessuras de até 19 mm.

Nome: Temperado Blindex
Produto: vidro temperado
Empresa: Blindex
Diferenciais:
– Fácil de limpar;
– Conta com padrões modernos e exclusivos;
– Melhora a acústica do ambiente;
– Disponível em versão lisa, impressa ou serigrafada.

Nome: Diamant
Produto: vidro extra clear
Empresa: Cebrace
Diferenciais:
– Não interfere na cor das roupas e objetos da vitrina, proporcionando uma visão muito mais clara e neutra.

Nome: Optiview
Produto: vidro antirreflexo
Empresa: Cebrace
Diferenciais:
– Camada de produtos químicos em uma das faces do vidro o torna capaz de reduzir a reflexão em quase 80%;
– Bloqueia raios ultravioleta, que podem desbotar e ressecar os tecidos e produtos expostos na vitrina.

Nome: Saflex e Vanceva
Produto: películas de PVB
Empresa: Eastman
Diferenciais:
– A linha Saflex oferece proteção extra contra danos e passagem de ruídos, enquanto a Vanceva conta com opções variadas de cores para ressaltar a aparência da vitrina;
– Ambas filtram 99% dos raios ultravioleta.

Nome: UltraClear
Produto: vidro extra clear
Empresa: Guardian
Diferenciais:
– Alta transparência e transmissão de luz.

Nome: TG System
Produto: sistema de envidraçamento estrutural
Empresa: Pilkington
Diferenciais:
– Diminui a necessidade de alvenaria para a instalação da vitrina.

Nome: Vidro Antivandalismo
Produto: vidro multilaminado
Empresa: PKO do Brasil
Diferenciais:
– Laminado com película estrutural;
– Suporta até setenta machadadas e marteladas sem se quebrar totalmente.

Nome: Vivix Lamina
Produto: vidro laminado
Empresa: Vivix
Diferenciais:
– Saído já laminado diretamente da fábrica;
– Disponível em espessuras de 10 e 12 mm.

A chave para uma boa vitrina é VOCÊ!
Com vidros especiais para o projeto de vitrina do seu cliente, a qualidade da obra está garantida, certo?

Errado! “A forma de instalação interfere diretamente na qualidade e segurança do produto”, aponta Glória Cardoso, coordenadora de Marketing da Pilkington. Ana Granado, da Cebrace, destaca que os acessórios utilizados, o tipo de instalação, o dimensionamento das peças de vidro e o acabamento nas junções são alguns itens essenciais para um resultado final satisfatório.

É aí que você entra, vidraceiro: cabe ao profissional analisar o projeto, indicar a melhor solução de envidraçamento e estar atento ao que deve ser feito para uma instalação não só benfeita, mas que ajude a destacar a vitrina.

Algumas dicas para isso são:

analiseANALISE TODOS OS RISCOS PARA O PROJETO: Leandro Gonçalves, da Divinal Vidros, observa que, para instalar uma vitrina exposta diretamente para a rua, por exemplo, a possibilidade de quebra que poderá causar acidentes às pessoas próximas a ela precisa ser considerada. É fundamental também checar se todos os componentes do sistema são compatíveis com o vidro, qual a melhor forma de ancoragem para sua fixação na obra e se será preciso fazer alguma intervenção na alvenaria;

atualizadoESTEJA SEMPRE ATUALIZADO: conheça as características de cada produto para poder indicar ao comprador seus benefícios e como ele contribui para o projeto da vitrina. “A boa informação é sempre a melhor estratégia de convencimento”, afirma Renato Sivieri, da Guardian;

melhorPARA SER O MELHOR, TRABALHE COM O MELHOR: Glória Cardoso, da Pilkington, alerta que o vidraceiro deve evitar composições de produtos não testados, que podem causar desconforto para o cliente após a instalação;

protejaPROTEJA OS VIDROS: segundo Luiz Barbosa, da Ci & Lab, a Brazilglass alerta que, caso os vidros sejam encaixilhados, o uso de calços de borracha e a vedação nas bordas e laterais são fundamentais para evitar o contato direto entre o vidro e os perfis. Já em casos em que uma peça de vidro está ao lado da outra, a processadora indica que deve haver um espaço entre suas bordas, preenchido com silicone incolor neutro;

incrementeINCREMENTE O PROJETO: quem disse que a área de exposição da loja só pode levar vidros na vitrina? Marina Debasa, do escritório Arquitetude, sugere o uso de prateleiras de vidro para destacar ainda mais os produtos;

posvendaDEDIQUE-SE AO PÓS-VENDA: suas oportunidades de negócios não acabam com o fim da instalação da vitrina. Lembre ao seu cliente que ela precisa passar periodicamente por manutenção e limpeza para garantir sua durabilidade.

 

Fale com eles!
AGC — www.agcbrasil.com
Arquitetude — arquitetude.com.br
Blindex — www.blindex.com.br
Brazilglass — www.brazilglass.com.br
Cebrace — www.cebrace.com.br
Ci & Lab — www.cielab.com.br
Divinal Vidros — www.divinalvidros.com.br
Eastman — www.br.eastman.com
ESPM — www.espm.br
Guardian — www.guardianbrasil.com.br
Pilkington — www.pilkington.com/pt-br/br
PKO do Brasil — www.pkodobrasil.com.br
Vivix — vivixvidrosplanos.com.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 534 (junho de 2017) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

‘A competitividade às escuras precisa se transformar em parceria’

Empossado em cerimônia realizada no dia 19 de maio, o novo presidente da Abravidro, José Domingos Seixas, assumiu oficialmente o cargo em 1º de junho. Portanto, ele começa a pôr em prática seus planos para os próximos três anos na maior entidade vidreira do Brasil.

A equipe de O Vidroplano conversou com Domingos para conhecê-lo melhor e saber de seus projetos e visão de mercado. “Meu foco principal é unir não apenas processadores e distribuidores, mas também usinas de base e vidraceiros”, comentou. Veja a seguir a íntegra da entrevista.

Para começar, gostaríamos de saber um pouco sobre sua trajetória no setor.
José Domingos Seixas — Nossa empresa completa 92 anos em 2017 — foi fundada pelo meu avô, com o nome de Seixas e Cia. Há doze anos mudamos o nome para Cyberglass e meus sobrinhos Rodrigo e Gláucia já representam a quarta geração no negócio, o que me dá muito orgulho. Trabalho no vidro há 46 anos, iniciei com meu pai, naquela época em que se carregava vidro na mão e se cortava com diamante. Vivenciei toda a mudança de nosso mercado quanto ao acesso à matéria-prima, formação das indústrias de processamento, aumento do consumo de vidro e, agora, esse momento de retração.

Com toda essa experiência, o que o motivou a aceitar o convite para ser o presidente da Abravidro?
_MG_5767Domingos — Foi algo muito pessoal, despertado pela minha aproximação dos sindicatos e também de Alexandre Pestana, pessoa que admiro muito. Eu já admirava o trabalho de seu antecessor, Wilson Farhat Júnior, e quando me aproximei da entidade, vi que era um trabalho tremendamente dedicado, honesto e árduo. A capacidade da Abravidro de contribuir com o desenvolvimento de nosso setor me motivou muito.

Quais são seus principais objetivos como presidente da Abravidro?
Domingos — Meu foco principal é unir não apenas processadores e distribuidores, mas também usinas de base e vidraceiros. Existe uma competitividade às escuras que eu gostaria que se transformasse em parceria. Este é meu maior objetivo: fazer com que essa união promova desenvolvimento do mercado. Afinal, formamos uma cadeia produtiva, em que um elo depende do outro, temos de somar para que todos ganhem.

Você assume a Abravidro em um momento muito difícil do setor. Vimos o consumo de vidro aumentar nos últimos anos, assim como a capacidade instalada em todos os elos da cadeia. No entanto, ocorreu uma queda abrupta da demanda pelo material a partir de 2015. O que o segmento precisa fazer nesse momento de baixa atividade?
Domingos — Ninguém tem a solução para a crise, mas vejo que precisamos nos movimentar e nos mobilizar para viabilizar a nossa atividade apesar da crise. Existe uma política de governo que não está clara, de impostos malcobrados em nosso setor, gerando um desequilíbrio muito grande e estimulando a competição desleal, portanto, essa será uma grande prioridade.

Por outro lado, acredito que a crise não é só econômica — é política e social também e a Abravidro tem muito a contribuir com educação, disseminando conhecimento em várias frentes de trabalho. Estou aqui para representar uma classe e, junto com a diretoria, buscar não apenas uma, mas várias soluções. Vou acompanhar os projetos pessoalmente, mas diante da grande extensão do trabalho da Abravidro, estou dividindo tarefas para que não fique tudo concentrado apenas no presidente. Para isso conto também com nossa nova superintendente Iara Bentes, que em tão pouco tempo já se mostrou capaz e envolvida com a Abravidro.

Sobre a questão tributária no setor vidreiro, que você acaba de mencionar, o que pode ser melhorado?
_MG_6030Domingos — O modelo tributário do vidro plano é um pouco deturpado, sujeito a interpretações que geram competição desleal, dificultam a fiscalização e estimulam a informalidade. O ideal para nossa categoria seria o sistema monofásico, em que todos os impostos seriam recolhidos pelo primeiro elo da cadeira produtiva, logo no fornecimento da matéria-prima. Tentamos por um momento levar isso até Brasília, mas nos deparamos com inviabilidade técnica de implementação. Hoje, estamos pleiteando a equalização do Imposto sobre produtos industrializados (IPI). A ideia é aumentar a alíquota desse imposto na base e reduzir o porcentual na indústria de transformação, estimulando a completa formalização das operações e proporcionando facilidade de controle do mercado. Nesse momento, é nisso que a Abravidro está trabalhando, junto com a Abividro, representante das usinas de base.

Outro ponto relevante é a organização da cadeia produtiva vidreira. No modelo clássico, temos a usina de base fazendo a fusão do vidro e produzindo a matéria-prima. Depois, vem a indústria de transformação e, por fim, seus clientes — vidraceiros, construtoras, indústria automobilística, moveleira e de linha branca. Essa organização, atualmente, não é seguida à risca. Como o senhor vê isso?
Domingos — As usinas de base trataram o mercado de forma deturpada. No passado, elas não tiveram armas suficientes para lidar com a importação de vidro e uma fórmula criada para combater essa importação foi dar poderes a alguns — que se transformaram em grandes distribuidores de nosso produto, meros intermediários que não agregaram valor a essas operações. Isso fez com que os processadores de vidro perdessem poder de negociação, tanto na relação das usinas com o mercado como do próprio mercado com seus clientes. E os negócios se tornaram muito predatórios, ainda mais com a retração do consumo.

A Abravidro tem concentrado energias na divulgação de conteúdo técnico, assim como na formação de novos treinamentos para a cadeia produtiva. Quais serão os planos nesse sentido para seu mandato?
_MG_5767Domingos — Como já coloquei, temos grandes planos ligados à educação. A Abravidro tem feito muita coisa, mas ainda assim está cheia de projetos na gaveta. Nos próximos três anos, temos de colocá-los em prática — são quase noventa iniciativas diferentes a serem levadas adiante. Esse é meu maior objetivo: manter as rotinas e colocar em prática tudo aquilo que já foi planejado. Vamos profissionalizar cada vez mais nosso setor e isso inclui principalmente a participação dos vidraceiros, profissionais fundamentais para essa evolução.

Por falar em vidraceiros, como você enxerga o trabalho deles nos próximos anos?
Domingos — No discurso de posse, mencionei que hoje o vidraceiro está tão técnico e provido do conhecimento de normas que é preciso trazê-lo para perto de nós para discutir práticas e melhores caminhos na utilização do vidro. Penso que, no futuro, aqueles que não tiverem alto nível técnico estarão fora do mercado. Precisamos construir um setor em que não haja espaço para amadorismo em todos os elos da cadeia produtiva.

Que mensagem você deixa para os leitores de ‘O Vidroplano’?
Domingos — A minha mensagem é de colaboração. Farei uma gestão participativa, mantendo a transparência característica da Abravidro e ampliando canais com as empresas associadas. Não são apenas os 23 da diretoria que devem carregar essa classe pra frente, mas, sim, todas as mais de duzentas empresas associadas à Abravidro. Estamos abertos a todos.

Este texto foi originalmente publicado na edição 534 (junho de 2017) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Oportunismo e insensibilidade

domingosConfesso que gostaria de abordar outro assunto neste primeiro editorial. No entanto, mal a nova diretoria da Abravidro assumiu e já temos pela frente um velho e conhecido problema. Inesperadamente, fomos surpreendidos pelo anúncio de um novo reajuste de preços de nossa matéria-prima, teoricamente vigente a partir do início de julho. Dessa vez, a justificativa foi o aumento do gás natural, o que não explica muita coisa, pois, ano passado, esse valor caiu e não obtivemos redução de valores.

A novidade revoltou a classe vidreira, por uma série de razões. A principal delas é bastante óbvia: o mercado está absurdamente retraído, com sobreoferta de produtos, ociosidade e grande competitividade, num ambiente refratário à absorção desse reajuste pela ponta final. Estamos cientes de que todos — usinas de base, processadores e varejistas — estão trabalhando com margens muito achatadas e precisam recompor seus custos. No entanto, há alguns anos estamos sofrendo com o sobe e desce dos preços da matéria-prima, obtendo um resultado já conhecido: muita turbulência e prejuízo, principalmente porque somos obrigados a investir pesado em estoque no período pré-aumento e tudo retrocede semanas depois.

Somado a tudo isso, as usinas de base concentram o fornecimento de grandes volumes de matéria-prima em clientes intitulados distribuidores que, ao atuar como meros atravessadores, estimulam a informalidade e muitas outras distorções — no final, a conta do aumento do preço do vidro ficará no bolso dos processadores.

Não precisamos ser profundos conhecedores de nosso setor para concluir que o cenário favorece a quebra de muitas indústrias transformadoras no Brasil. Com o objetivo de melhorar seus resultados no curtíssimo prazo, as usinas esqueceram de avaliar o que vem depois, numa atitude que classifico como oportunista e insensível, pois pode custar a perenidade de empreendedores que estão batalhando muito para se manter vivos. Só posso garantir uma coisa: a Abravidro não vai ficar de braços cruzados.

José Domingos Seixas, presidente da Abravidro

Este texto foi originalmente publicado na edição 534 (junho de 2017) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.