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CDE-AM realiza fórum no Amazonas

A Casa dos Espelhos (CDE-AM), franqueada exclusiva da Blindex no Amazonas, celebrou seus 46 anos de fundação com a realização de um fórum, no dia 17 de outubro, em um restaurante local. Representantes da processadora discursaram sobre produtos e abordaram assuntos relativos às últimas tendências do mercado.

Este texto foi originalmente publicado na edição 624 (dezembro de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto: Divulgação

Skyglass é exemplo perfeito do trabalho com fachadas inclinadas

Como visto na reportagem especial da edição de outubro de O Vidroplano, as fachadas inclinadas feitas de vidro oferecem desafios extras aos arquitetos e especificadores envolvidos em projetos que contenham essa estrutura. O tipo de inclinação, os cálculos para o dimensionamento da espessura das chapas e a instalação são detalhes que precisam ser encarados com atenção para se chegar a uma obra perfeita – como é o caso do edifício Skyglass, inaugurado em Seattle, nos Estados Unidos, no início do ano.

Para o alto e avante
Com design da arquiteta Julia Nagele, do escritório Hewitt, o Skyglass foi erguido na região de South Lake Union, um dos bairros centrais que mais crescem na cidade norte-americana. A obra de uso misto conta com 33 andares, e suas formas operam em duas escalas, segundo o pessoal da Hewitt: a parte de baixo do edifício, que se assemelha a um prédio de concreto residencial com janelas de tamanho tradicional, está ligado a um contexto de paisagem urbana em escala humana; acima disso está a enorme torre de vidro, cheia de movimento, que se estende em direção ao Sol e às nuvens.

 

Foto: Tim Rice Architectural Photography
Foto: Tim Rice Architectural Photography

 

Alto desempenho
Os vidros aplicados na fachada da torre oferecem alto desempenho energético à construção. São insulados com uma especificação complexa, de modo a atingir o conforto térmico necessário: termoendurecido low-e 6 mm + câmara espaçadora de 12 mm, preenchida com gás argônio + temperado incolor 10 mm.

A parte de baixo do edifício também ganhou vidros robustos: float low-e 6 mm + câmara espaçadora de 16 mm, preenchida com gás argônio + float incolor 6 mm.

A importância de testar as soluções
Modelos virtuais de projetos arquitetônicos são ótimas formas de garantir que o resultado final da obra seja o planejado por arquitetos e engenheiros durante as fases iniciais do projeto. No entanto, em alguns casos, apenas testar em softwares não basta.

 

Testes e mais testes: para garantir a fidelidade visual e de desempenho, foi construído um mockup da fachada em escala real, que passou por uma série de testes, como resistência ao vento, estanqueidade, pressão interna/externa e até sustentação em caso de abalos sísmicos (Foto: Divulgação Hewitt)
Testes e mais testes: para garantir a fidelidade visual e de desempenho, foi construído um mockup da fachada em escala real, que passou por uma série de testes, como resistência ao vento, estanqueidade, pressão interna/externa e até sustentação em caso de abalos sísmicos (Foto: Divulgação Hewitt)

 

Para garantir a fidelidade visual e de desempenho do Skyglass, foi construído um mockup da fachada em escala real, antes de a construção ser iniciada. Essa estrutura, do tamanho de dois andares e meio, passou por uma série de testes a respeito de requisitos essenciais ao projeto, como resistência ao vento, estanqueidade, pressão interna/externa e até sustentação em caso de abalos sísmicos. Os testes nessa amostra gigante foram realizados numa instalação em Fresno, na Califórnia.

Ficha técnica
Projeto: Skyglass
Local: Seattle (EUA)
Arquitetura: Hewitt
Conclusão da obra: março de 2024
Processadoras dos vidros: Beijing Wuhua Tianbao Glass e Cardinal Glass

 

Foto: Lara Swimmer
Foto: Lara Swimmer

 

Este texto foi originalmente publicado na edição 624 (dezembro de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto de abertura: Lara Swimmer

Entidades realizam atividades no ES, RS e SP

Foto: Divulgação Sindividros-RS
Foto: Divulgação Sindividros-RS

 

No Rio Grande do Sul
No dia 26 de outubro, o Sindividros-RS levou o especialista Frederico Mombach, da Vangguard Consultoria, para realizar uma palestra sobre estratégias digitais e marketing de conteúdo. A atividade, realizada na Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), apresentou ferramentas para impulsionar os processos digitais e as vendas das empresas, entre elas o Net Promoter Score (NPS) e o Customer Relationship Management (CRM), e ainda as especificidades e características das redes sociais. Mombach também mostrou estratégias para utilizar plataformas como Instagram, Facebook e LinkedIn, criação de anúncios online direcionados a maximizar o retorno sobre o investimento e vendas online via aplicativos, entre outros tópicos.

 

Reprodução
Reprodução

 

Em São Paulo
O Sinbevidros lançou a coluna Clareza Financeira, espaço dentro de seu site para a publicação de artigos assinados pelo presidente do sindicato, Victor Villas Casaca, e pelo economista Flávio Málaga, sócio-fundador da assessoria Málaga|AAS e palestrante do 16º Simpovidro. Os textos propõem reflexões, com embasamento teórico, sobre temas como gestão financeira e precificação dos produtos, sem o comprometimento da lucratividade e sem prejudicar o segmento como um todo com a prática de “vender a qualquer preço”.

 

Foto: Ricardo Câmara
Foto: Ricardo Câmara

 

No Espírito Santo
O Sindividros-ES organizou duas palestras sobre o tema Vidros de Alto Desempenho e Certificações Ambientais, ambas ministradas no dia 12 de novembro por Fernando Simon Westphal, engenheiro civil, mestre e doutor pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). A primeira foi realizada no auditório da Multivix, em Vitória, enquanto a segunda teve lugar na Universidade de Vila Velha, em Vila Velha (ES). As apresentações fazem parte do Comvidro, projeto desenvolvido pelo Sindividros-ES para a divulgação do nosso material.

Já em dezembro, nos dias 6 e 7, o sindicato capixaba realizou mais uma edição da Oficina do Vidro, com o curso Esquadrias de Alumínio – Sistema Ecoline 2.5 (foto). O treinamento foi sediado na unidade do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) na Avenida Beira Mar, em Vitória, e as aulas foram ministradas por Ricardo Câmara, fundador e instrutor da Central do Vidraceiro e Serralheiro. A iniciativa contou com as parcerias da Associação Brasileira das Indústrias de Vidro (Abividro) e da Perfil Alumínio, empresa fabricante do sistema de esquadrias.

Este texto foi originalmente publicado na edição 624 (dezembro de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Caleidoscópio – dezembro 2024

Foto: Benjamin Salazar/stock.adobe.com
Foto: Benjamin Salazar/stock.adobe.com

 

FIQUE POR DENTRO

Eastman investe em fábrica na Bélgica
A Eastman anunciou investimentos para atualizar e expandir sua unidade de fabricação de interlayers de PVB em Ghent, na Bélgica. Segundo a empresa, a iniciativa visa a fortalecer a capacidade de fornecimento do produto, devido à crescente demanda global por esse material. “Estamos comprometidos com o fortalecimento de nossa capacidade de serviço regional na Europa, investindo em ativos para atender as necessidades dos laminadores de vidro por produtos inovadores, de alto desempenho e alta qualidade”, declara Sabine Ketsman, presidente da divisão de Negócios de Películas da Eastman. A expansão deve ser concluída até 2026.

 

Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

 

RETROVISOR

Estreia da Glass
Na edição de dezembro de 1996, a revista O Vidroplano trazia a cobertura da 1ª Glass South America. A feira, que logo se tornaria a principal do setor vidreiro na América Latina, foi realizada naquele ano no Expo Center Norte, na capital paulista. Mais de cem empresas expositoras fizeram parte desse momento histórico para o vidro nacional.

Este texto foi originalmente publicado na edição 624 (dezembro de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Glass South America é antecipada para 2025

Atualize sua agenda: a próxima Glass South America, a principal feira vidreira da América Latina, será realizada de 3 a 6 de setembro de 2025, juntamente com a E-squadria Show, mostra voltada para o setor de esquadrias. Será ainda a primeira Glass, que é organizada em parceria com a Abravidro, em nova casa – o Distrito Anhembi, na Zona Norte de São Paulo. Mas, afinal, por que a mudança, já que ambos os eventos estavam agendados para 2026?

Respiro entre os encontros do setor
“Antecipar a Glass South America e a E-squadria Show para 2025, adotando um calendário bienal em anos ímpares, atende um pedido do mercado e traz grandes benefícios para o setor”, explica Alexandre Brown, diretor do Núcleo de Construção da NürnbergMesse Brasil. “Essa mudança evita coincidências com outros importantes eventos, como Glasstec, Simpovidro e Fensterbau Frontale, proporcionando mais flexibilidade para os expositores e maior equilíbrio no planejamento anual. Além disso, garante aos visitantes um intervalo menor sem eventos, fortalecendo ainda mais a conexão do mercado com as inovações e oportunidades que esses encontros oferecem.”

A mudança para anos ímpares vai garantir maior visibilidade para os parceiros e promover uma experiência de networking ainda mais rica e produtiva. Por outro lado, a alteração no calendário dará uma dinâmica mais fluida para as empresas que atuam no setor vidreiro e de esquadrias, ampliando as oportunidades de negócios com grandes eventos todos os anos. “Havia uma tradição no setor vidreiro nacional de ter os dois principais eventos do mercado, a Glass South America e o Simpovidro, realizados em anos alternados. Em 2022, como primeiro passo na retomada do pós-pandemia, foi necessário ter essas agendas no mesmo ano. Agora, chegou o momento de retornarmos aos anos alternados, melhorando o fluxo das empresas e enriquecendo a experiência dos participantes”, destaca Rafael Ribeiro, presidente da Abravidro.

Otimismo e mais possibilidades de negócios
A previsão para o mercado vidreiro é de crescimento para os próximos anos, assim como espera-se um maior aquecimento da construção civil – essa foi a tônica dos discursos das quatro usinas fabricantes de vidro que atuam no Brasil, durante a abertura do 16º Simpovidro. A realização no segundo semestre, período historicamente aquecido para o mercado, também tende a impulsionar os negócios. Ou seja, boas oportunidades não faltarão para expositores e visitantes da feira. Não fique de fora da Glass 2025!

 

Foto: Pedro Amorim
Foto: Pedro Amorim

 

A nova casa da Glass
O Distrito Anhembi foi reinaugurado em junho, após grande reforma realizada pela GL Events, multinacional francesa que administra o local. O tradicional espaço de exposições paulistano ganhou um gigantesco pavilhão: são mais de 67 mil m², pé-direito com 10 m de altura e entradas exclusivas para até cinco eventos simultâneos. Para a Glass 2025, a NMB espera um aumento de 20% no espaço da feira na comparação com a edição deste ano.

Um dos grandes destaques é a facilidade para chegar lá: conta com acesso privilegiado por quatro vias diferentes; está a pouca distância dos dois principais aeroportos da cidade (Guarulhos, a 25 km, e Congonhas, a 15 km); e ainda tem o Terminal Rodoviário do Tietê nas redondezas, que inclui uma estação de metrô.

Como se não bastasse, o Distrito Anhembi está literalmente ao lado do maior hotel do Brasil, o Holiday Inn Parque Anhembi, com cerca de oitocentos apartamentos. Quem se hospedar ali pode ir a pé até o pavilhão de exposições.

Vale citar também a nova praça central, área de convivência com 3.800 m², mesclando espaços cobertos e a céu aberto, com food trucks e área para descanso, e o estacionamento com quase 6 mil vagas.

Este texto foi originalmente publicado na edição 624 (dezembro de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto de abertura: Marcos Santos e Meryellen Duarte

Finalizando o ano

rafaelribeiro-dez2024Depois de doze meses intensos, eis que 2024 chega ao fim. Foi um ano marcado pelo ritmo forte de importações de vidros float e com incremento importante também nas compras internacionais de vidros processados, enchentes no Rio Grande do Sul, disparo do dólar e outros desafios.

Tivemos um período de dificuldades a vencer, mas também de encontros, reuniões e bons negócios, com a realização da Glass South America no primeiro semestre e do Simpovidro no segundo, proporcionando momentos de interação com nossos colegas e parceiros do mercado.

Mas 2024 também se apresentou como um ano de muito trabalho em diversas frentes da nossa entidade: além dos eventos, defesa de interesses de olho nas questões tributárias e de comércio exterior; educação e treinamento da cadeia, com nossa especialização técnica, turmas de PPCPE e o Educavidro, que completou um ano; e desenvolvimento do mercado, com consultoria de certificação do temperado e da nova certificação do vidro laminado. Teve também o Prêmio Abravidro Glass South America, reconhecendo a excelência das empresas que atuam em nosso setor, e presença forte na conformidade técnica, com palestras por todo o Brasil para disseminar o conteúdo das normas vidreiras, e discussões de aprimoramento no texto de normas essenciais para o setor e também sobre novos temas no âmbito do Comitê Brasileiro de Vidros Planos da ABNT, o CB-37, sediado na Abravidro.

Reconhecendo tudo que foi feito e com a dimensão de tudo que ainda há por fazer, deixo aqui meus votos de boas festas e um feliz 2025! Que seja um ano melhor, com mais prosperidade, e que saibamos, todos os elos da cadeia, atuar de forma consciente e responsável pelo aumento do consumo do nosso material e pela rentabilidade de nossas empresas.

Boas festas!

Rafael Ribeiro
Presidente da Abravidro
presidencia@abravidro.org.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 624 (dezembro de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto: Marcos Santos

Arte craquelada

Um homem, uma peça de vidro, um martelo: isso basta para se fazer arte como nenhuma outra. O artista suíço Simon Berger é um dos grandes nomes atuais no mundo quando se pensa na criação de obras artísticas com nosso material – e isso se deve muito ao modo único de trabalhar: ele faz retratos e esculturas fotorrealistas craquelando chapas de vidro.

Sua carreira profissional começou na carpintaria – e talvez daí venha a habilidade para manusear ferramentas. “Meu trabalho abrange desde pequenas peças íntimas até obras de arte em grande escala, que dominam paredes inteiras. Embora a escala dessas criações possa variar drasticamente, a essência da minha arte permanece consistente: uma atenção meticulosa aos detalhes”, explica Berger.

Em seu perfil no Instagram, é possível vê-lo trabalhar: de acordo com o tipo de martelada, ele alcança uma estética diferente – quanto mais leves e próximas do vidro, mais fortes os contrastes e as sombras. Suas obras já foram exibidas em diversas exposições individuais e coletivas pela Europa, incluindo o Museu do Vidro de Murano, na Itália.

Como bem diz seu site: “Em suas mãos, o martelo não é uma ferramenta de destruição, mas sim um amplificador de efeitos”.

Este texto foi originalmente publicado na edição 624 (dezembro de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Fotos: Divulgação Simon Berger

Vidro craquelado oferece visual chamativo

Se tem um produto que contempla diversas possibilidades estéticas, é o vidro. Frequentemente, esta seção mostra como ele pode chamar a atenção em versões coloridas, curvas, texturizadas e muitas outras. Uma versão bastante diferenciada do nosso material é a craquelada, cujo visual fragmentado pode assustar à primeira vista – mas trata-se de uma solução a ser aplicada de diversas formas para valorizar os ambientes.

O que é?
O vidro craquelado é um tipo de laminado feito com três chapas. “A chapa interna, de temperado, é a responsável pelo efeito craquelado. Esse efeito visual é criado quando ela é mecanicamente estilhaçada, de forma controlada”, explica Ingrid Szebeny, coordenadora de Marketing da Blindex.

Apesar do aspecto fragmentado, o vidro craquelado mantém sua estrutura estável e graças ao processo de laminação. “As chapas externas, que estão em contato com a superfície, permanecem intactas, enquanto os fragmentos da chapa interna são mantidos no lugar pelo PVB ou resina usados como interlayer.”

Vale destacar que apenas empresas especializadas podem produzir o craquelado, pois o processo exige conhecimento técnico e ferramentas específicas.

 

Sim, vidros craquelados também podem ser usados em boxes de banheiro: esse é o caso da estrutura presente no Studio da Mulher Moderna, projetado pela arquiteta Ximene Villar na Casa Cor Espírito Santo 2017. A solução, fornecida pela Viminas, confere à instalação a beleza do efeito craquelê – e vale reforçar que o craquelado é um vidro trilaminado (foto: Kamila Rangel/KR Comunicação)
Sim, vidros craquelados também podem ser usados em boxes de banheiro: esse é o caso da estrutura presente no Studio da Mulher Moderna, projetado pela arquiteta Ximene Villar na Casa Cor Espírito Santo 2017. A solução, fornecida pela Viminas, confere à instalação a beleza do efeito craquelê – e vale reforçar que o craquelado é um vidro trilaminado (foto: Kamila Rangel/KR Comunicação)

 

Atrativos
Em seu site, a processadora capixaba Viminas destaca alguns diferenciais desse material:

  • Segurança: as partículas fragmentadas do vidro interno ficam totalmente presas entre os dois vidros externos, sem oferecer risco às pessoas;
  • Beleza: o efeito dos fragmentos proporciona um visual diferente, brilhante e elegante, especialmente se combinado com uma iluminação estratégica;
  • Várias opções de uso: o vidro craquelado pode ser aplicado em pisos, biombos, divisórias, tampos de mesa, guarda-corpos de escada ou até usado como revestimento.

Visual que chama a atenção
Quem passou pelo estande da Blindex na Glass South America deste ano certamente se impressionou com a escada feita inteiramente com o Blindex Craquelê, solução lançada este ano pela empresa. “A Blindex decidiu colocar o produto na feira por conta da crescente tendência do mercado de decoração e arquitetura. O vidro craquelado tem se destacado como uma escolha requisitada em projetos que buscam unir sofisticação e inovação estética. Essa solução atende as demandas do mercado premium e fortalece o portfólio da Blindex, oferecendo opções que vão além do convencional”, frisa Ingrid Szebeny.

De fato, o craquelado chama a atenção de arquitetos e designers de interiores. A Glass11, marca de design de móveis com vidro, desenvolveu recentemente uma mesa com esse material, enquanto escritórios de arquitetura já aplicaram peças craqueladas em ambientes da mostra Casa Cor em diferentes partes do País – duas delas são vistas nas fotos desta reportagem.

Com isso, se sua vidraçaria está atualmente buscando diversificar as soluções oferecidas aos clientes e se aproximar dos segmentos de arquitetura e decoração, vale a pena considerar a inclusão do craquelado entre suas opções.

 

Na Suíte 30, ambiente assinado pelo escritório NN Arquitetos na Casa Cor Bahia 2023, a cama era o ponto focal do espaço, orientando toda a sua decoração – e seria impossível não reparar na expressiva cabeceira de vidro craquelado incolor atrás do móvel. A estrutura foi ao encontro da elegância e bom gosto do projeto (foto: Gabriela Daltro/CASACOR)
Na Suíte 30, ambiente assinado pelo escritório NN Arquitetos na Casa Cor Bahia 2023, a cama era o ponto focal do espaço, orientando toda a sua decoração – e seria impossível não reparar na expressiva cabeceira de vidro craquelado incolor atrás do móvel. A estrutura foi ao encontro da elegância e bom gosto do projeto (foto: Gabriela Daltro/CASACOR)

 

Trabalhando com o material
De acordo com a Blindex, o craquelado pode ser usado em todas as instalações que permitem o emprego de peças temperadas laminadas: portas, divisórias internas, tampos de mesa, prateleiras, revestimentos decorativos e elementos arquitetônicos de destaque, tanto em ambientes residenciais como comerciais. “A aplicação que apresentamos na Glass South America 2024, em uma escada com grande fluxo de pessoas subindo e descendo, é um ótimo exemplo da versatilidade desse vidro”, comenta a coordenadora de Marketing da companhia.

Ingrid aponta que o craquelado não exige cuidados especiais além dos recomendados para qualquer outro tipo de vidro. Contudo, ressalta: “A especificação e instalação desse vidro devem ser realizadas por um profissional de confiança, que analise o local de aplicação, as estruturas necessárias e eventuais adequações do projeto. Além disso, é essencial proteger suas superfícies contra objetos pontiagudos ou abrasivos que possam causar danos”.

Tamanho dos fragmentos
Uma avaliação da qualidade baseada no visual dos fragmentos não se aplica ao vidro craquelado, pois o comportamento de quebra do temperado, quando usado na composição de um laminado ou multilaminado, é diferente do que deve ser encontrado em um corpo de prova do temperado monolítico. Essa informação já consta em norma internacional (ISO) e em norma europeia (EN) do vidro temperado – e também passará a constar na norma brasileira para esse material, a ABNT NBR 14.698 — Vidro temperado. O Vidroplano já abordou o tema na seção “Por dentro das normas” da edição de setembro.

 

Na Glass South America 2024, quem passava pelo estande da Blindex via uma escada com degraus e guarda-corpos todos feitos com o Blindex Craquelê. Qualquer receio de que o aspecto fragmentado das peças representasse algum risco de segurança passava rapidamente ao observar o grande número de pessoas constantemente subindo e descendo por ela – e tirando fotos sobre os degraus também, é claro! (foto: Fabia Mercadante)
Na Glass South America 2024, quem passava pelo estande da Blindex via uma escada com degraus e guarda-corpos todos feitos com o Blindex Craquelê. Qualquer receio de que o aspecto fragmentado das peças representasse algum risco de segurança passava rapidamente ao observar o grande número de pessoas constantemente subindo e descendo por ela – e tirando fotos sobre os degraus também, é claro! (foto: Fabia Mercadante)

 

Qual norma atender?
Por se tratar de um multilaminado, o craquelado deve atender a norma do laminado, a ABNT NBR 14.697, que o considera um “vidro especial”. Nesse caso, a norma determina que as espessuras mínimas dos interlayers e a composição devem ser especificadas de acordo com o projeto. O projetista deve consultar o fabricante de interlayers para a sua correta especificação quanto à capacidade de manter todos os componentes do laminado aderidos entre si, além de garantir que a composição fique estável em situação de quebra de uma ou mais lâminas.

“Para o craquelado ser considerado um vidro de segurança, é necessário que seja submetido ao ensaio de classificação estabelecido pela ABNT NBR 14.697, bem como atender os requisitos exigidos por essa norma, como os relacionados à durabilidade do produto: ensaios de resistência a altas temperaturas, resistência à umidade e resistência à radiação”, afirma Vera Andrade, coordenadora técnica da Abravidro. Ressalte-se ainda que as aplicações devem estar de acordo com as determinações da ABNT NBR 7.199 – Vidros na construção civil, projeto, execução e aplicações.

Este texto foi originalmente publicado na edição 624 (dezembro de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto de abertura: Marcos Santos e Meryellen Duarte

Confira soluções inovadoras da Glass Technology Live 2024

Uma das maiores atrações da Glasstec, a principal feira vidreira do mundo, é a mostra Glass Technology Live. O espaço revela, em primeira mão, inovações e tecnologias que, em breve, poderão se tornar padrão na indústria, mostrando o resultado de parcerias entre empresas do segmento e universidades técnicas especializadas na indústria e na ciência de materiais – isso torna a visita ao espaço obrigatória aos profissionais vidreiros presentes em Düsseldorf, Alemanha. Veja a seguir alguns dos destaques do que foi mostrado durante a edição 2024 da feira.

 

FACHADA INTERATIVA

Imagine uma fachada que se adapta às condições climáticas para otimizar o consumo de eletricidade do edifício onde está instalada e também o nível de conforto dos ocupantes – e ainda funciona como uma tela para a reprodução de imagens em altíssima resolução? É exatamente isso o que criou o consórcio entre as empresas Arnold Glas, LamiPress e VideowindoW: por meio de sensores que coletam dados em tempo real, a solução é capaz de alterar a imagem reproduzida, regulando assim o nível de transmitância da luz solar. Dessa forma, a fachada aumenta ou reduz a necessidade de luz artificial ou de controle térmico interno, a depender de como está o clima. Essa tecnologia reproduz imagens de padrões encontrados na natureza (como plantas e animais) em resolução de 12 K.
Imagine uma fachada que se adapta às condições climáticas para otimizar o consumo de eletricidade do edifício onde está instalada e também o nível de conforto dos ocupantes – e ainda funciona como uma tela para a reprodução de imagens em altíssima resolução? É exatamente isso o que criou o consórcio entre as empresas Arnold Glas, LamiPress e VideowindoW: por meio de sensores que coletam dados em tempo real, a solução é capaz de alterar a imagem reproduzida, regulando assim o nível de transmitância da luz solar. Dessa forma, a fachada aumenta ou reduz a necessidade de luz artificial ou de controle térmico interno, a depender de como está o clima. Essa tecnologia reproduz imagens de padrões encontrados na natureza (como plantas e animais) em resolução de 12 K.

 

ICEBERG DE VIDRO

O Pavilhão da Geleira de Vidro, uma estrutura com 5 m de altura, consistia em dez módulos de vidro laminados triangulares em formato de “V”. Inspirada nos biomas gelados da Islândia, a obra foi desenvolvida pela Universidade de Tecnologia de Delft (Países Baixos), pela empresa de engenharia Eckersley O’Callaghan (responsável pelas lojas envidraçadas da Apple no formato de cubo) e pela fabricante chinesa de máquinas para processamento North Glass. Usando máxima transparência, a instalação pretendia reduzir ao máximo possível as conexões e fixações visíveis (feitas de aço inoxidável) entre as imensas peças de vidro, com o intuito de evocar as montanhas, geleiras e icebergs do país europeu. As bordas dessas peças ganharam chanfro arredondado, para eliminar a concentração de tensões nas bordas.
O Pavilhão da Geleira de Vidro, uma estrutura com 5 m de altura, consistia em dez módulos de vidro laminados triangulares em formato de “V”. Inspirada nos biomas gelados da Islândia, a obra foi desenvolvida pela Universidade de Tecnologia de Delft (Países Baixos), pela empresa de engenharia Eckersley O’Callaghan (responsável pelas lojas envidraçadas da Apple no formato de cubo) e pela fabricante chinesa de máquinas para processamento North Glass. Usando máxima transparência, a instalação pretendia reduzir ao máximo possível as conexões e fixações visíveis (feitas de aço inoxidável) entre as imensas peças de vidro, com o intuito de evocar as montanhas, geleiras e icebergs do país europeu. As bordas dessas peças ganharam chanfro arredondado, para eliminar a concentração de tensões nas bordas.

 

ADEUS ÀS ESTRUTURAS DE AÇO

O lema do projeto da Universidade Técnica de Darmstadt, na Alemanha, em parceria com as empresas knippershelbig, Yachtglass e Eastman, é: “Explorando todo o potencial do vidro” – o que faz todo o sentido quando se vê a solução criada por eles, a qual promete revolucionar a construção civil. A ideia se baseia em estruturas autoportantes de vidro que dispensam perfis de aço para se sustentar. Para isso, a laminação de nosso material é feita com ferragens e encaixes lineares já dentro do vidro – assim, reduz-se a quantidade de aço necessária, tornando os projetos que utilizarem essa tecnologia muito mais eficientes em relação ao consumo de materiais. O próximo passo da pesquisa realizada pelos envolvidos é tornar possíveis envoltórios de edifícios completos, integrando as ferragens também em vidros insulados.
O lema do projeto da Universidade Técnica de Darmstadt, na Alemanha, em parceria com as empresas knippershelbig, Yachtglass e Eastman, é: “Explorando todo o potencial do vidro” – o que faz todo o sentido quando se vê a solução criada por eles, a qual promete revolucionar a construção civil. A ideia se baseia em estruturas autoportantes de vidro que dispensam perfis de aço para se sustentar. Para isso, a laminação de nosso material é feita com ferragens e encaixes lineares já dentro do vidro – assim, reduz-se a quantidade de aço necessária, tornando os projetos que utilizarem essa tecnologia muito mais eficientes em relação ao consumo de materiais. O próximo passo da pesquisa realizada pelos envolvidos é tornar possíveis envoltórios de edifícios completos, integrando as ferragens também em vidros insulados.

 

LAMINADOS DE VIDRO E… CONCRETO?

A Universidade de Ghent, da Bélgica, construiu um protótipo de passarela para demonstrar o potencial do uso simultâneo de vidro e concreto. O projeto tem como objetivo oferecer novas alternativas às conexões mecânicas convencionais encontradas na construção civil. O conceito, chamado Glass to Concrete (G2C), une os dois materiais por meio de selantes adesivos. A passarela, de 3 m de comprimento, consiste em uma laje de concreto com aberturas estrategicamente posicionadas para reduzir o peso, onde são coladas placas de vidro nas partes superior e inferior, aumentando a rigidez geral e oferecendo transparência ao conjunto. Guarda-corpos envidraçados completam a instalação.
A Universidade de Ghent, da Bélgica, construiu um protótipo de passarela para demonstrar o potencial do uso simultâneo de vidro e concreto. O projeto tem como objetivo oferecer novas alternativas às conexões mecânicas convencionais encontradas na construção civil. O conceito, chamado Glass to Concrete (G2C), une os dois materiais por meio de selantes adesivos. A passarela, de 3 m de comprimento, consiste em uma laje de concreto com aberturas estrategicamente posicionadas para reduzir o peso, onde são coladas placas de vidro nas partes superior e inferior, aumentando a rigidez geral e oferecendo transparência ao conjunto. Guarda-corpos envidraçados completam a instalação.

 

Este texto foi originalmente publicado na edição 624 (dezembro de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Fotos: Messe Düsseldorf/ctillmann

Termômetro Abravidro – Outubro 2024

MONITORAMENTO MENSAL DO DESEMPENHO DA INDÚSTRIA DE PROCESSAMENTO DE VIDROS BRASILEIRA
Desempenho – Outubro 2024

A percepção sobre o desempenho da indústria nacional de processamento de vidros foi de aumento pequeno nas vendas faturadas em m² em outubro de 2024 em relação a setembro.

O indicador de desempenho da indústria de processamento de vidros registrou alta de 1,1% no volume de vendas faturadas de vidros processados no mês, na comparação com setembro, sem ajustes sazonais.

Metodologia
A coleta de dados foi realizada nos primeiros dias úteis deste mês, por meio de formulário online. O estudo pode ser respondido por processadoras de todo o Brasil (92 participaram desta edição).

Este texto foi originalmente publicado na edição 623 (novembro de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Caleidoscópio – novembro 2024

Foto: Mohok/stock.adobe.com
Foto: Mohok/stock.adobe.com

 

FIQUE POR DENTRO

Produção industrial aquecida
De acordo com levantamento realizado pelo Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), baseado em informações divulgadas pela Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (Unido), em um ano, o Brasil subiu trinta posições no ranking global de produção industrial. O país passou do 70º para o 40º lugar, num total de 116 nações medidas. A produção da indústria da transformação também marcou alta: cresceu 2,9% entre os meses de abril e junho de 2024, na comparação com o mesmo período do ano passado.

 

Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

 

RETROVISOR

Tradição desde 1995
A edição de novembro de 1995 da revista O Vidroplano trouxe a cobertura do 1º Simpovidro, realizado no Hotel Intercontinental, no Rio de Janeiro, de 9 a 11 daquele mês. O principal encontro do setor vidreiro brasileiro e da América Latina reuniu representantes de 128 empresas, vindos de diversas regiões do País e também do exterior.

Este texto foi originalmente publicado na edição 623 (novembro de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Confira os destaques das palestras do 16º Simpovidro

Clique nos links abaixo para acessar os pontos chave de cada apresentação feita no principal encontro vidreiro da América Latina:

 

 

 

 

 

 

Este texto foi originalmente publicado na edição 623 (novembro de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

GlassBuild America 2024 supera expectativas

A edição 2024 da GlassBuild America (GBA), realizada de 30 de setembro a 2 de outubro no centro de convenções Kay Bailey Hutchinson, na cidade de Dallas (Estados Unidos), foi a maior em dezesseis anos: de acordo com a National Glass Association (NGA), a principal associação vidreira estadunidense e organizadora da feira, o evento recebeu este ano mais de 9.400 visitantes, incluindo pessoas vindas do Canadá, México e 57 outros países, contando com 535 empresas expositoras – 115 das quais participaram pela primeira vez.

A expectativa para a GBA em Dallas era colocar ênfase renovada na inovação e nos avanços das indústrias de vidro, envidraçamento e esquadrias, além de fornecer novas soluções para os desafios atuais. Para Nicole Harris, presidente e CEO da NGA, a principal feira do nosso segmento nos Estados Unidos atingiu e superou a meta: “Tanto os expositores quanto os participantes vieram prontos para as oportunidades de negócios e conhecimentos que esperavam na GlassBuild, e isso foi demonstrado durante todo o evento”, avalia a dirigente.

Veja a seguir alguns destaques da feira.

 

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O novo VDM 1636-CN, da Bavelloni, é um centro de trabalho CNC vertical compacto e versátil projetado para perfuração, escareamento, fresamento e retificação de entalhe precisos e rápidos em um único ciclo automático; a lapidação é executada com o vidro parado, preso por ventosas, garantindo maior qualidade e velocidade. Outro destaque da empresa foi a lapidadora vertical VE500-V10 SCS, equipada com um sistema próprio para ajuste totalmente automático dos rebolos.

 

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A Biesse levou ao evento a Master 38, sua máquina CNC de cinco eixos, desenvolvida para todas as operações de usinagem que precisam de um acabamento de primeira classe. Para os clientes que necessitam de uma mesa de corte que se destaque das demais, a empresa exibiu a Genius RS-A, que oferece precisão, velocidade e alta qualidade a um preço acessível; foi apresentado ainda o centro de furação Forvet Francesca FC, para chapas de vidro planas com espessuras de 3 a 19 mm e sem limite de comprimento.

 

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De acordo com a Bottero, sua plataforma de corte EVO destaca-se pela sua modularidade e versatilidade, permitindo configurar totalmente mesas de corte flutuante segundo as necessidades específicas do cliente. A EVO também pode integrar as mesas a dispositivos de retificação e marcação em vidros low-e e a módulos de carregamento e separação, proporcionando um fluxo de produção automatizado e controlado conforme esperado na Indústria 4.0.

 

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O sistema Bovone Robotic System, da Bovone, é uma solução robótica que integra armazéns dedicados para armazenamento de chapas, duas lapidadoras verticais, uma lavadora vertical e dois ou três robôs antropomórficos multieixos que operam de forma totalmente automática. Os vidros são manuseados por braços robóticos, cuja integração permite o manuseio seguro e preciso de grandes chapas, contribuindo para o aumento da produtividade geral. Vale citar também a lapidadora ELB 11/45, que conta com alertas de substituição de ferramentas para garantir desempenho ideal.

 

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A Aura foi especialmente desenvolvida pela CMS para lapidar bordas a seco, sem o uso de água. Segundo a empresa, a máquina pode ser usada de forma autônoma ou dentro de uma linha com uma lavadora vertical, podendo ainda fazer parte de uma linha de produção de insulados. A Aura lapida peças monolíticas, laminadas ou com tratamento de baixa emissividade.

 

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O carro-chefe da Fenzi na Glass Build America 2024 foi o Butylver TPS 2020, modelo aprimorado do espaçador Butylver TPS padrão para sistemas insulados, ostentando a capacidade única de formar ligações químicas com superfícies de vidro. O TPS 2020 destaca-se por assegurar isolamento térmico superior e durabilidade duradoura, permitindo também a fabricação de formatos complexos, como designs redondos, para insulados.

 

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O espaçador termoplástico Vario TPS, da Glaston, atende os mais altos requisitos para espaçadores de borda quente, além de aumentar a longevidade dos vidros insulados. Um diferencial do produto é sua flexibilidade de produção, simplificando significativamente os processos nas linhas de insulados; além disso, a largura do espaçador entre as folhas de vidro pode ser variada de forma totalmente automática para cada unidade durante a etapa de produção.

 

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Entre os produtos apresentados pela Guardian, dois se destacaram. O SunGuard SNX 70+ é revestido por um coating low-e especial com aspecto neutro, proporcionando alta transmissão de luz sem comprometer o desempenho térmico da solução. Por sua vez, o Bird1st™ UV foi desenvolvido para ajudar a evitar colisões de pássaros com edifícios, usando um coating UV com um padrão listrado quase invisível para os humanos, mas perceptível pelas aves.

 

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O forno de têmpera oscilante Vision 800, da Keraglass, conta com um sistema de sopro de alta pressão no interior da câmara de aquecimento, com sistema de pré-aquecimento de ar a 700 °C, sendo capaz de atingir a melhor qualidade dos vidros low-e de última geração e trazendo ainda um novo sistema completo de supervisão de interface gráfica, disponível com monitor de TV touch-screen. Outra novidade da empresa foi a Vivida, impressora digital de alta definição com tinta cerâmica.

 

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A Macotec apresentou a Master Shape 3.7 FR, mesa automática para corte de vidro float em formatos com plano de suporte fixo, braços de carregamento e barras de ruptura. A máquina tem dimensões compactas e pode ser equipada com rebolo para remoção de revestimento low-e, impressora e etiquetadora automática, e com o trocador rotativo Click&Cut para agilizar a seleção do cortador correto.

 

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O Grupo Pujol destacou o forno de têmpera Temperflex, com tecnologia avançada e recursos fáceis de usar, a fim de aprimorar a capacidade de produção das processadoras; além dele, também foi exibido o Evalam Visual EVA, interlayer de alto desempenho para vidros laminados, com adesão aprimorada, proteção UV e transparência excepcional, sem amarelar com o tempo.

 

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A FPS15RS, da Schiatti Angelo, é uma lapidadora reta particularmente adequada para o processamento de espelhos, prateleiras de banheiros, vidros laminados, mesas e degraus. Ela pode ser combinada em linha com outras máquinas da empresa, agilizando todo o processo produtivo do processamento de chapas; é capaz de realizar, de forma independente, o polimento com óxido de cério, a lapidação vertical dos quatro lados dos vidros e espelhos e a rotação deles.

Este texto foi originalmente publicado na edição 622 (outubro de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Fotos: Divulgação NGA

Confira o guia para o 16º Simpovidro

De 31 de outubro a 3 de novembro, o setor vidreiro nacional tem um ponto de encontro oficial: o resort Vila Galé Alagoas, no município de Barra de Santo Antônio. Após ter sido realizado no Rio de Janeiro em sua mais recente edição, em 2022, o simpósio volta para o Nordeste – e, desta vez, para um Estado que nunca sediou o evento. Está pronto para conhecer as belezas de Alagoas, enquanto amplia seu networking e adquire conhecimento para enfrentar os desafios da cadeia? Pois o 16º Simpovidro chegou!

Vila Galé Alagoas
O Vila Galé Alagoas é o maior resort all inclusive de seu Estado. Inaugurado em 2022, está localizado a cerca de 75 km do Aeroporto Internacional de Maceió – Zumbi dos Palmares, à beira da tradicional praia do Carro Quebrado, um símbolo nordestino conhecido pelas falésias e piscinas naturais de água cristalina. O espaço se propõe a homenagear escritores de língua portuguesa do Brasil e de Portugal, com cada acomodação tendo a referência de um artista. A recepção conta com uma exposição focada em escritoras e também uma galeria dos vencedores do Prêmio Nobel da Literatura.

 

simpovidro2-out2024

 

Estrutura 5 estrelas
O resort oferece experiências incríveis aos seus hóspedes, graças a uma estrutura de primeira qualidade que inclui:

  • Sistema all inclusive, com refeição e bebidas (incluindo as alcoólicas) à vontade 492 quartos
  • 7 restaurantes – incluindo o Museu do Sertão, com pratos típicos locais
  • 5 bares
  • 4 piscinas – incluindo uma com 100 m de comprimento e parque aquático
  • Esportes: quadras de beach tennis, futebol, handebol e vôlei
  • Kids Club: recreação infantil com monitores

Programação pensada para sua empresa
Além dos momentos de lazer e interação, uma das marcas do Simpovidro é a programação de palestras. Este ano, serão abordados assuntos fundamentais para o dia a dia das empresas vidreiras: de gestão estratégica e de riscos a empreendedorismo e governança, passando por política, economia, ambiente digital e muito mais.

  • Dra. Érica Belon
    Gestora especialista em administração, educação e comportamento
    Lucro e liberdade: como sair do operacional e saltar para o estratégico
  • Flávio Málaga
    PhD e mestre em finanças
    Governança financeira nas empresas vidreiras
  • Isabelle Randon
    Especialista em governança familiar
    Como garantir a longevidade da sua empresa
  • Creomar de Souza
    Historiador, especialista em relações internacionais e política
    Panorama político: desafios e possibilidades
  • Ana Maria Castelo
    Mestre em economia
    Perspectivas econômicas para 2025
  • Pedro Doria
    Jornalista, escritor e especialista em tecnologia
    A Inteligência Artificial muda tudo

O que vestir
O Simpovidro pede roupas menos formais – afinal, estamos falando de um evento realizado num lugar paradisíaco. Para certas atividades da programação, no entanto, a Abravidro recomenda o uso de certos trajes. E lembre-se: as informações abaixo são somente sugestões. O participante está livre para ir como desejar!

  • Cerimônia de abertura
    Quando: quinta-feira, 31 de outubro, às 20h
    Local: Plenária Simpovidro, no Centro de Convenções do hotel
    Traje: passeio (homens com blazer com calça social sem gravata; mulheres com pantalonas, vestidos ou tailleurs e sapatos de salto médio ou baixo)
  • Palestras
    Quando: manhãs de sexta-feira e sábado, 1º e 2 de novembro
    Local: Plenária Simpovidro
    Traje: livre. Só é proibida a entrada na plenária com roupas de banho
  • Luau no caribe brasileiro
    Quando: sexta-feira, 1º de novembro, a partir das 21h, após o jantar
    Local: no gramado ao lado do restaurante da piscina
    Traje: livre
  • Jantar de encerramento (com o tema Cores de Maceió)
    Quando: sábado, 2 de novembro, às 20h
    Local: na plenária do Centro de Convenções do hotel
    Traje: homens com calça jeans ou de sarja, bermudas e camisas de manga curta e sapatos tipo mocassim ou até tênis; mulheres com vestidos leves, saias, pantalonas e sandálias com ou sem salto

Este texto foi originalmente publicado na edição 622 (outubro de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Fotos: Divulgação Vila Galé Alagoas

Fachadas inclinadas têm desafios especiais

Projetar e instalar fachadas de vidro envolve diversos processos complexos – da especificação à instalação e manutenção, passando ainda pelo processamento correto das peças, manuseio etc. Se a fachada for inclinada, então, dá-lhe mais cuidados para serem levados em conta. Afinal, esse tipo de estrutura precisa de cuidados extras durante as diferentes etapas do trabalho.

Sabendo disso, O Vidroplano conversou com projetistas e instaladores para entender quais são os desafios que essas fachadas oferecem.

Positiva ou negativa?
O mais importante conceito para se analisar as fachadas inclinadas é o tipo de inclinação delas.

  • Inclinação positiva: quando a projeção da fachada ocorre para dentro da edificação – nesse caso, a estrutura se assemelha a um escorregador;
  • Inclinação negativa: quando a projeção ocorre para o lado externo da edificação – ou seja, a estrutura se assemelha a uma marquise.

É a partir dessa diferenciação que todo o projeto da esquadria e do vidro serão pensados. Por isso, você verá bastante os dois termos ao longo da reportagem.

 

O Birmann 32 é um marco da arquitetura corporativa na região da Faria Lima, um dos principais centro financeiros de São Paulo. O prédio ganhou fachadas de insulados com peças de controle solar Neutral Plus 50, da linha SunGuard High Performance, da Guardian, processadas pela GlassecViracon. A estrutura foi desenvolvida pela Itefal, com consultoria da Crescêncio Engenharia (foto: Levi Gregorio)
O Birmann 32 é um marco da arquitetura corporativa na região da Faria Lima, um dos principais centro financeiros de São Paulo. O prédio ganhou fachadas de insulados com peças de controle solar Neutral Plus 50, da linha SunGuard High Performance, da Guardian, processadas pela GlassecViracon. A estrutura foi desenvolvida pela Itefal, com consultoria da Crescêncio Engenharia (foto: Levi Gregorio)

 

Como fica a especificação
Os cálculos necessários para o dimensionamento da espessura dos vidros em fachadas inclinadas são mais complexos e exigem mais etapas do que para a vertical. É preciso considerar, por exemplo, tanto o peso próprio do vidro como as pressões de vento. “Com inclinação positiva, o vidro cria uma carga adicional sobre os suportes inferiores, o que aumenta a necessidade de reforços nesses pontos”, comenta o engenheiro-consultor da TG Technical Group, Maurício Margaritelli. “Com inclinação negativa, além da pressão negativa causada pelo vento, a tração nos sistemas de fixação é maior, exigindo maior resistência dos pontos de ancoragem e das vedações.”

Em relação às fachadas coladas com silicone estrutural, é essencial prestar maior atenção à estrutura de suporte. O silicone resiste aos esforços de vento, mas não pode ser responsável por suportar o peso do vidro. “Para isso, é necessário prever reforços mecânicos, como ganchos ou suportes secundários, que possam aguentar as cargas verticais. A omissão desse cuidado pode comprometer a segurança da fachada”, alerta Margaritelli. “Além disso, as larguras das juntas estruturais devem ser maiores, para suportar a força constante de arrancamento”, informa o diretor da Avec Design, José Guilherme Aceto.

O clima também deve ser levado em conta. Se a fachada estiver em uma região sujeita a neve, por exemplo, o peso dela precisa ser considerado em fachadas inclinadas positivamente. Esse não é o caso do Brasil, embora o Sul do País seja uma região marcada por frequentes geadas durante as épocas frias do ano – o que traz maior carga ao vidro instalado nesse tipo de estrutura.

 

Parte das placas laminados da fachada do Faria Lima Plaza, em São Paulo, foi montada com diferentes inclinações positivas e negativas, o que representou grande desafio na hora da especificação – a Crescêncio Engenharia prestou consultaria para a montagem da estrutura (foto: Divulgação Crescêncio Engenharia)
Parte das placas laminados da fachada do Faria Lima Plaza, em São Paulo, foi montada com diferentes inclinações positivas e negativas, o que representou grande desafio na hora da especificação – a Crescêncio Engenharia prestou consultaria para a montagem da estrutura (foto: Divulgação Crescêncio Engenharia)

 

Em busca da instalação perfeita
Parece óbvio, mas vale ser ressaltado: devido à inclinação, o acesso dos operários para a instalação desse tipo de fachada é muito mais complexo – e, por isso, equipamentos devem ser usados para superar esses obstáculos e oferecer a segurança necessária à equipe que está realizando essa atividade (como balancins). “Toda a operação logística de transporte vertical até a instalação é sempre um grande desafio. Outro aspecto importante é o cuidado que se deve ter com a precisão da montagem da fachada. Nesse caso é importante considerar equipamentos de controle de dimensão a laser, e até estações topográficas, para evitar desvios que venham a comprometer a qualidade final da esquadria”, afirma Petrucci.

Para o engenheiro Henrique de Lima, diretor-presidente da Itefal, o tipo de sistema da fachada influencia as dificuldades no momento da instalação. “O sistema unitizado requer maior cuidado na hora de encaixe e acomodação dos painéis. Os painéis precisam ser posicionados na angulação da inclinação e, como estão içados, esse processo requer mais atenção e habilidade”, comenta. “Já no caso do sistema stick, o principal cuidado está no equipamento auxiliar de instalação, uma vez que as inclinações interferem no distanciamento habitual de balancins, por exemplo, obrigando em algumas situações o trabalho com cabos guia ou avanços pantográficos, a fim de conseguir o acesso necessário.”

 

Com inclinação negativa de 10 graus, o Terminal Marítimo de Passageiros de Salvador possui 4.800 m² de laminados verdes (12 mm), da Guardian, processados pela Iguatemi Vidros (foto: Xico Diniz)
Com inclinação negativa de 10 graus, o Terminal Marítimo de Passageiros de Salvador possui 4.800 m² de laminados verdes (12 mm), da Guardian, processados pela Iguatemi Vidros (foto: Xico Diniz)

 

Outros tópicos relevantes para a hora de projetar

  • Mais sobre os ventos: a pressão de vento em uma fachada inclinada é afetada pela geometria da estrutura. O vento pode gerar pressão positiva, quando empurra o vidro para dentro, e pressão negativa, chamada de sucção, quando puxa o vidro para fora. Essas variações afetam não apenas a resistência do vidro, mas também os perfis de ancoragem e os sistemas de fixação, os quais devem ser dimensionados para resistir a esses esforços combinados. Segundo Aceto, da Avec, o peso dos vidros laminados deve ser considerado como carga permanente nas fachadas de inclinação positiva quando submetidos à tensão máxima admissível de 5,7 MPa (megapascal, unidade para medir pressão), conforme indicam a ABNT NBR 7199 — Vidros na construção civil — Projeto, execução e aplicações e normas internacionais. Em uma instalação que sofrerá com rajadas de vento, esse valor aumenta para 23,3 MPa. “No entanto, muitas vezes, somente o peso das peças excede essa tensão, sendo um impeditivo para uso de chapas somente laminadas. Já para vidros com tratamento térmico, sejam temperados ou termoendurecidos, a tensão admissível passa a ser de 52 a até 93 MPa”;
  • Vedação: numa fachada positiva, o sistema de vedação precisa ser determinado considerando a área de contribuição de água decorrente dessa projeção. “Nesse caso a geometria das gaxetas de vedação e dos perfis de alumínio deve ser desenvolvida para proporcionar o escoamento para o lado externo”, explica Crescêncio Petrucci, sócio-fundador da Crescêncio Engenharia. “Já na fachada negativa, as exigências em relação à estanqueidade da esquadria são diferentes, pois a gravidade atua sempre a favor”;
  • Deflexão do vidro: dependendo da inclinação e da espessura do vidro adotado, o peso da chapa pode ocasionar flexão no centro dela, provocando um efeito de distorção óptica indesejado.

Como manter as estruturas em ordem
É possível afirmar que o processo de manutenção das fachadas inclinadas pode ser mais desafiador que a própria instalação da estrutura. “Diversas fachadas contemplam pinos receptáculos para ancoragem de equipamentos que propiciam acesso às fachadas. Há de se destacar também que, em função de seu posicionamento, fachadas positivas sofrem maior acúmulo de chuva bem como sujidades e, dessa forma, requerem limpeza em intervalos de tempos menores”, alerta Henrique de Lima, da Itefal.

Pinos de retenção (comumente mados de washing bolts) e pinos de desvio de direção são fundamentais para garantir aos operários as condições de segurança, equilíbrio e mobilidade necessárias durante o processo de limpeza e manutenção. Em alguns empreendimentos, o uso de equipamentos mecânicos como gôndolas ajuda de forma efetiva esse tipo de trabalho.

Por isso, é crucial monitorar regularmente o estado dessas fixações e reforços mecânicos, especialmente em fachadas coladas com silicone estrutural, para garantir que os sistemas estejam funcionando conforme o projeto.

 

Em formato de pirâmide, o Hospital de Amor, em Barretos (SP), ganhou vidros laminados Sunlux (10 mm), da AGC, nas versões azul e com serigrafia. Responsável pela instalação, a Avec Design utilizou o sistema Ecoglazing, desenvolvido pela própria empresa (foto: Divulgação Avec Design)
Em formato de pirâmide, o Hospital de Amor, em Barretos (SP), ganhou vidros laminados Sunlux (10 mm), da AGC, nas versões azul e com serigrafia. Responsável pela instalação, a Avec Design utilizou o sistema Ecoglazing, desenvolvido pela própria empresa (foto: Divulgação Avec Design)

 

Eficiência energética
“A escolha correta da inclinação, combinada com vidros de controle solar, pode reduzir o consumo de energia no edifício”, explica Maurício Margaritelli. “No entanto, inclinações malprojetadas podem resultar em problemas de superaquecimento, especialmente em fachadas com inclinação positiva e grande exposição solar.”

Nas fachadas com inclinação positiva, a exposição aos raios solares é mais prolongada, já que o ângulo amplifica a exposição direta ao Sol, aumentando o ganho térmico e fazendo com que a temperatura do vidro atinja valores mais elevados.

Por isso, o dimensionamento da espessura e a escolha da peça devem considerar o acréscimo de temperatura. Para os casos de fachadas com inclinação negativa, esse tipo de preocupação é relativamente menor.

Este texto foi originalmente publicado na edição 622 (outubro de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto de abertura: Levi Gregorio

Conheça mais sobre vidros extragrossos

Uma orientação recorrente na seção “Para sua vidraçaria” é a busca de temas que levem sua empresa a se diversificar em relação à concorrência, deixando de se limitar aos produtos e serviços básicos e oferecendo soluções diferenciadas com valor agregado. Há vários vidros que fogem do padrão convencional em algum aspecto – por exemplo, na espessura.

Nas páginas a seguir, O Vidroplano apresenta um pouco sobre os vidros chamados extragrossos, com especialistas do nosso setor indicando o que torna esses produtos atrativos, as aplicações mais indicadas e as dicas para atender as particularidades no trabalho com eles.

Quando um vidro é considerado extragrosso?
Segundo Leandro Gonçalves, gerente de Projetos da Divinal Vidros, normalmente essa classificação é dada para peças com espessura a partir de 12 mm de espessura, seguidas por opções de 15, 19 e 25 mm: “Esta última é utilizada para aplicações muito específicas e não é um produto facilmente encontrado no mercado, sendo, geralmente, importada; poucas empresas mantêm estoques dessa espessura”, explica.

Fábio Reis, gerente de Desenvolvimento de Produtos da Guardian, observa que essa classificação pode variar dependendo da fabricante do vidro e das normas regionais. Sua orientação: “Se tiver necessidade de especificações detalhadas para um projeto específico, é sempre recomendável consultar o fornecedor ou as normas técnicas”.

 

Mesa de jantar Pi: peça, elaborada pela designer Jacqueline Terpins, é inteiramente feita de vidros float 15 mm, tanto no tampo como nas pernas (foto: Cris Martins)
Mesa de jantar Pi: peça, elaborada pela designer Jacqueline Terpins, é
inteiramente feita de vidros float 15 mm, tanto no tampo como nas pernas (foto: Cris Martins)

 

Da estética à resistência
Vidros extragrossos costumam ser amplamente usados na área de decoração, aplicados como tampos de mesas, prateleiras ou em mobiliários. A marca de design de móveis de vidro Glass11, por exemplo, conta com peças feitas com vidros extragrossos, feitos por eles mesmos. “Começamos a produzir vidros de grande espessura com o pedido do nosso parceiro Arthur Casas: ele queria o impacto de um vidro de 80 mm. Tentei e tentei por anos, até que decidi desenvolver um forno exclusivo para isso. Hoje, produzimos vidros de até 80 mm de espessura e chamamos essa nossa linha de ‘vidros rocky’”, conta Matheus Primo, proprietário da Glass11. “O apelo estético é o mais desejado, os vidros são especialmente únicos – cada um tem a sua quantidade de bolhas e conformação, as quais variam de acordo com a matéria-prima, temperatura e dimensão. Os moldes também são preparados manualmente, o que traz mais personalidade para a peça.”

Mariana Ribeiro, consultora técnica da Cebrace, aponta que vidros extragrossos também podem ser aplicados em funções estruturais: “Isso é possível porque uma maior quantidade de massa no vidro garante uma melhor distribuição de cargas na peça de vidro, reduzindo a possibilidade de falhas no sistema; além disso, o vidro espesso é menos suscetível a deformações, que podem acontecer em vidros mais finos expostos a cargas permanentes”, ela informa.

E em que casos deve-se evitar peças com espessuras acima do padrão? Gonçalves responde: “Não há necessariamente uma aplicação em que os extragrossos sejam totalmente desaconselhados, mas é importante considerar as limitações técnicas de cada projeto”. Vê-se, então, que o importante é adaptar a solução ao projeto específico e às necessidades do cliente.

 

Mesa de pebolim com laterais de vidros curvos extra clear com 15 mm de espessura, fabricada pela Teckell e apresentada no Estúdio Bossa, de Marlon Gama, na Casa Cor SP 2017 (foto: Cris Martins)
Mesa de pebolim com laterais de vidros curvos extra clear com 15 mm de espessura, fabricada pela Teckell e apresentada no Estúdio Bossa, de Marlon Gama, na Casa Cor SP 2017 (foto: Cris Martins)

 

Apresentando a solução para o cliente
Um desafio recorrente na venda de vidros de valor agregado é convencer o comprador de que vale a pena adquirir um produto que trará benefícios para sua obra, em vez de levar as peças mais básicas do portfólio da vidraçaria. Quando falamos de vidros extragrossos, quais argumentos poderiam ser usados para apresentá-los e torná-los atrativos aos olhos do cliente?

Fábio Reis, da Guardian, sugere que, para incentivar o uso de vidros mais espessos, é importante ressaltar suas vantagens, como a segurança, já que são mais resistentes a impactos e arrombamentos, sendo ideais para locais que exigem proteção reforçada. Ele acrescenta que essas peças também proporcionam mais elegância e segurança em aplicações como tampos de mesas de alto padrão.

Por sua vez, Gonçalves, da Divinal Vidros, recomenda que o vidraceiro busque primeiro entender as necessidades do cliente, para então propor soluções que tragam segurança e satisfação. Por exemplo, como já apontado, vidros mais espessos agregam charme, conforto e sofisticação aplicados como tampos de mesa – mas essa especificação precisa ser feita com cuidado. “É importante avaliar fatores como a capacidade da base da mesa de suportar o peso do vidro, a fim de garantir que o produto será usado de maneira segura e adequada.”

 

Mesa Flow G11, elaborada pela Glass11 e usada no projeto de interiores do Studio Arthur Casas; produto tem bases de vidro ‘rocky’ 20 mm e tampo de vidro ‘rocky’ 50 mm, ambos na cor âmbar (foto: Divulgação Glass11)
Mesa Flow G11, elaborada pela Glass11 e usada no projeto de interiores do Studio Arthur Casas; produto tem bases de vidro ‘rocky’ 20 mm e tampo de vidro ‘rocky’ 50 mm, ambos na cor âmbar (foto: Divulgação Glass11)

 

Trabalhando com vidros extragrossos
Em geral, o trabalho com peças mais espessas que o padrão não traz muitas diferenças em relação aos cuidados com os quais os vidraceiros já estão acostumados – a maior dificuldade em seu manuseio diz respeito ao peso das peças: “Chapas de vidro extragrosso são muito mais pesadas que de vidros finos, fazendo com que muitas vezes seja necessária a utilização de máquinas para auxiliar movimentações”, indica Mariana Ribeiro, da Cebrace.

“A principal recomendação é sempre buscar fornecedores que atendam os requisitos normativos e de qualidade: quando se trata de vidros extragrossos, especialmente temperados e laminados, é essencial verificar as garantias oferecidas pelo fornecedor, certificando-se de que ele cumpre as normas técnicas vigentes”, orienta Leandro Gonçalves. Além disso, ele indica ser importante solicitar certificados de qualidade para cada tipo de produto, garantindo que o vidro utilizado esteja dentro dos padrões exigidos.

Primo, da Glass11, observa que vidros mais espessos têm particularidades para sua colagem ou encaixe com outras peças, mas comenta que sua equipe já encontrou diferentes soluções para essa atividade. Um exemplo dessa experiência é a Mesa Flow, com base de vidro rocky 20 mm e tampo de rocky 50 mm, na cor âmbar, peça desenvolvida e usada no projeto de interiores do Studio Arthur Casas. “Conseguimos expandir a ideia dos vidros especiais no mercado brasileiro com a criação desse produto, e continuaremos criando novas formas de usar o vidro; estamos disponíveis para as novas surpresas que o vidro nos trará”, comenta.

 

Escada de vidro no estande da Divinal Vidros na Fesqua 2024: degraus, feitos de vidros laminados, têm espessura total de 21 mm (foto: Divulgação Divinal Vidros)
Escada de vidro no estande da Divinal Vidros na Fesqua 2024: degraus, feitos de vidros laminados, têm espessura total de 21 mm (foto: Divulgação Divinal Vidros)

 

A Divinal Vidros já participou de diversos projetos com peças extragrossas, tanto monolíticas – caso do uso de uma de 19 mm com furações para adega, onde as garrafas de vinho eram encaixadas diretamente no vidro – como laminadas. “Nesse contexto, podemos entender o conceito de vidro extragrosso não apenas pelas espessuras individuais dos vidros, mas também pela combinação de diferentes peças laminadas, onde a espessura final do produto é o somatório das chapas de vidro e do interlayer estrutural: por exemplo, um vidro laminado temperado de 16 mm, formado por dois vidros de 8 mm com interlayer”, detalha Gonçalves.

Durante a Fesqua 2024, a processadora paulista montou em seu estande guarda-corpos com vidro laminado de 16 mm, bem como uma escada com degraus laminados, atingindo uma espessura final de 21 mm. No topo da escada, havia ainda uma passarela de vidro produzida com duas lâminas de 10 mm, totalizando 20 mm de espessura, garantindo resistência estrutural. Para Gonçalves, esses exemplos ilustram que o conceito de vidro extragrosso também se aplica à combinação de espessuras laminadas, em que o resultado final proporciona segurança, resistência e uma estética refinada em diversas aplicações arquitetônicas.

Este texto foi originalmente publicado na edição 622 (outubro de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto de abertura: PaulShlykov/stock.adobe.com

Vidro é elemento de destaque em atrações turísticas

Foi-se a época em que grandes pontos turísticos tinham o vidro como mero coadjuvante: de uns anos para cá, em vários locais do mundo, diversas obras voltadas para o turismo têm nosso material como principal elemento arquitetônico e construtivo. No Brasil, a tendência se consolidou com a construção de mirantes em lugares como São Paulo, Canela (RS) e Balneário Camboriú (SC), que levam milhares de visitantes a suas instalações para terem novas, e belas, visões dessas cidades e da natureza que as cerca.

Para celebrar o apelo estético e visual que o vidro passou a despertar para essas construções, O Vidroplano lista alguns dos projetos mais incríveis do tipo – afinal, eles têm um papel muito importante: reforçar a imagem do vidro como um material seguro, confiável e resistente para o consumidor final. Boa viagem!

 

Foto: Rafael Cavalli/Divulgação
Foto: Rafael Cavalli/Divulgação

 

SKYGLASS CANELA
Local: Canela (RS)
Fabricante dos vidros: Cebrace
Processadora: Unividros

Um complexo de mais de R$ 30 milhões, localizado em uma bela região natural do Vale da Ferradura, a 360 m de altura sobre o rio Caí, em meio a florestas de araucárias, pássaros e animais silvestres: esse é o Skyglass Canela, inaugurado no final de 2020. O espaço é composto por três atrações:

  • Skyglass: uma plataforma de observação com 68 m de extensão, sendo 35 m sobre o Vale da Ferradura, recorde mundial para construções em cima de cânions;
  • Abusado: monotrilho instalado abaixo da plataforma, formado por dez cadeiras suspensas. Ele funciona como uma montanha-russa, mas a uma velocidade baixa, para permitir que as pessoas apreciem a vista;
  • Memorial do Ferro de Passar: museu com cerca de trezentas peças referentes a esse utensílio milenar.

Os pisos da plataforma contam com multilaminados 43 mm, compostos por peças temperadas extra clear, com interlayer estrutural SentryGlas (da Kuraray). Os guarda-corpos também são envidraçados: 42 peças de extra clear temperado e laminado (10 + 10 mm), com SentryGlas.

(Saiba mais sobre a obra em O Vidroplano nº 578, de fevereiro de 2021)

 

Foto: Fernando/stock.adobe.com
Foto: Fernando/stock.adobe.com

 

THE LEDGE
Local: Chicago, EUA
Processadora: Prelco

Um dos precursores entre os mirantes totalmente envidraçados, o The Ledge, instalado no alto do edifício Willis Tower, em Chicago, foi erguido no já longínquo 2009. Parte da atração Skydeck, espaço que conta a história da cidade americana, a estrutura conta com dois cubos de vidro a quase 400 m de altura, oferecendo visão perfeita de toda a região do lago Michigan graças ao uso de peças extra clear laminadas com SentryGlas. Os visitantes podem ficar tranquilos em relação à segurança do espaço: os cubos foram projetados para suportar 5 t de peso.

 

Foto: Cris Martins
Foto: Cris Martins

 

SAMPA SKY
Local: São Paulo
Fabricante dos vidros: Guardian
Processadora: GlassecViracon

Aberto ao público em 2021, o Sampa Sky já se tornou um símbolo paulistano: ganhou até novos decks no fim do ano passado, tamanha a demanda para visitar o espaço. A atração está no 42º andar do Mirante do Vale, prédio que foi o mais alto do País durante décadas. Com 1.400 m² de área, o Sampa Sky tem um café em suas dependências – e pode receber eventos corporativos e sociais.

Multilaminados temperados foram instalados ali – e a especificação é robusta: quatro peças com 10 mm cada (sendo a externa de ClimaGuard SunLight e as internas de float incolor), unidas por PVBs estruturais DG41, da Eastman. O uso de vidros de controle solar ajuda a reduzir a necessidade de iluminação artificial, assim como o uso de ar-condicionado.

(Saiba mais sobre a obra em O Vidroplano nº 584, de agosto de 2021)

 

Foto: Summit One Vanderbilt
Foto: Summit One Vanderbilt

 

SUMMIT ONE VANDERBILT
Local: Nova York, EUA
Fabricante dos vidros: AGC
Processadora: Glass Flooring Systems

Outro espaço com múltiplas atrações, o Summit One Vanderbilt, pode-se dizer, é uma celebração do vidro. A obra, localizada no edifício One Vanderbilt, em Manhattan, tem várias instalações:

  • Levitation: mirante com dois decks envidraçados que “saltam” da fachada. Estão a mais de 300 m de altura, bem em cima da Avenida Madison, e são de multilaminados com o vidro antirreflexo Clearsight;
  • Ascent: o maior elevador externo do mundo totalmente feito com nosso material. O acesso a ele se dá por um terraço, de onde é possível enxergar até 128 km de distância. Também feito com multilaminados com o vidro antirreflexo Clearsight;
  • Air: criada pelo renomado artista Kenzo Digital, a área oferece diversas experiências sensoriais com o vidro. São dois andares revestidos de laminados espelhados (chapa incolor + interlayer SentryGlas + chapa de espelho), instalados no chão, teto e colunas. Andar por ali é como flutuar em uma sala infinita: tem-se a impressão de que existem vários andares acima e abaixo de onde está, mas, na verdade, são os reflexos confundindo a sua sensação espacial. Quase 1.000 m² de vidros foram usados somente nessa parte do Summit.

(Saiba mais sobre a obra em O Vidroplano nº 587, de novembro de 2021)

 

Foto: Divulgação Linde Vidros
Foto: Divulgação Linde Vidros

 

SUMMIT BC
Local: Balneário Camboriú (SC)
Fabricante dos vidros: AGC
Processadora: Linde Vidros

Conhecido como “Dubai brasileira”, por conta de suas praias, vida noturna e empreendimentos residenciais de alto luxo, o Balneário Camboriú também entrou na onda dos mirantes. O Summit BC, concluído em maio deste ano no alto do Edifício Imperatriz, conta com dois cubos suspensos a 128 m do chão. Para permitir vista panorâmica deslumbrante da bela orla da cidade, foram utilizados vidros extra clear, usados em temperados multilaminados com SentryGlas.

E se esse tipo de estrutura já é um grande feito de engenharia, o Summit BC se destaca ainda mais, pois estão 2,5 m para fora do edifício. Os administradores do espaço entraram com um pedido para o Guinness World Records reconhecer a obra como a maior nesse quesito – para efeito de comparação, o The Ledge, em Chicago, tem 1,31 m para fora, enquanto o Sampa Sky, quase 2 m.

(Saiba mais sobre a obra em O Vidroplano nº 621, de setembro de 2024)

 

Foto: Related-Oxford
Foto: Related-Oxford

 

EDGE
Local: Nova York, EUA

No 100º andar de um dos arranha-céus que fazem parte do complexo Hudson Yards, o Edge oferece uma inacreditável visão de 360 graus da ilha de Manhattan. Pesando quase 350 t, a obra representou um desafio arquitetônico, já que se estende 24 m para fora do prédio. Ela é formada por quinze seções diferentes, ancoradas aos lados Leste e Sul do edifício. Com formato triangular, um dos destaques do espaço é uma parte de seu chão, feita de multilaminados, com 20 m² de área. Ali, o visitante sente que está “flutuando” no alto da Big Apple. Os guarda-corpos da área também são totalmente envidraçados: são 79 painéis de laminados, com 2,74 m de altura cada. Os vidros foram fabricados na Alemanha e processados na Itália.

(Saiba mais sobre a obra em O Vidroplano nº 567, de março de 2020)

 

Foto: Divulgação Secretaria Municipal de Turismo do Guarujá
Foto: Divulgação Secretaria Municipal de Turismo do Guarujá

 

MIRANTE DAS GALHETAS
Local: Guarujá (SP)

Se estiver passeando pela região da Baixada Santista, no litoral de São Paulo, não deixe de visitar o Mirante das Galhetas. Localizado no Morro da Caixa D’Água, a atração conta com uma estrutura totalmente composta de multilaminados, suspensa a 45 m do nível do mar. Dali, é possível ter um belo panorama da praia do Tombo – e o local também é adequado para a prática de voo de parapente. O acesso ao Mirante das Galhetas é gratuito.

 

Foto: Konce Agência-Associação Amigos de Cristo de Encantado
Foto: Konce Agência-Associação Amigos de Cristo de Encantado

 

CRISTO PROTETOR
Local: Encantado (RS)
Fabricante dos vidros: Cebrace
Processadora: Lajeadense Vidros

Acredite: o monumento mais alto do Brasil representando Jesus Cristo não é o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, mas sim o Cristo Protetor, na cidade de Encantado. Enquanto o famoso ponto turístico carioca mede 38 m de altura, a atração gaúcha tem 43,5 m. Construída com recursos oriundos de doações, a obra foi iniciada em julho de 2019, no morro das Antenas. Seu grande diferencial para outros monumentos do tipo espalhados pelo Brasil é o coração envidraçado instalado no peito da estátua: um elevador leva os visitantes até o espaço, possibilitando uma vista privilegiada da cidade e do vale do Taquari. Para que isso fosse possível, foram aplicados temperados laminados incolores (10 +10 mm) na fachada da instalação.

Este texto foi originalmente publicado na edição 622 (outubro de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto de abertura: Rafael Cavalli/Divulgação

Celebrando o setor

Chegou, enfim, o 16º Simpovidro, um dos momentos mais aguardados do ano para o setor vidreiro brasileiro. A Abravidro trabalhou muito para criar mais um evento memorável para os profissionais de nossa cadeia – e, clicando aqui, você confere um guia para curtir o simpósio ao máximo.

E se o Simpovidro é uma celebração do segmento, esta edição de O Vidroplano também atua nesse sentido. A reportagem de capa mostra os detalhes de um processo comum nos últimos tempos: a construção de atrações turísticas pelo mundo tendo o vidro como principal elemento. Clicando aqui, elencamos algumas das mais incríveis obras envidraçadas recentes que se tornaram pontos de visitação de milhares de pessoas. De São Paulo ao Rio Grande do Sul, no Brasil, passando pelos Estados Unidos, nosso material está cada vez mais pop.

Os desafios de trabalhar com fachadas inclinadas também ganharam espaço na revista. Esse tipo de projeto envolve diversas outras variáveis, além das já encontradas na especificação de fachadas comuns. Projetistas e instaladores explicam conceitos como inclinações positiva e negativa, o que muda na logística para a instalação das estruturas e os tópicos relevantes a serem levados em conta para a escolha dos vidros.

Veja ainda o que de melhor foi encontrado na edição 2024 da feira norte-americana GlassBuild America, como fazer a marcação de vidros que passam por tratamento térmico e os melhores momentos da entrevista com a diretoria da AGC para o VidroCast.

Boa leitura!

Iara Bentes
Editora de O Vidroplano

Este texto foi originalmente publicado na edição 622 (outubro de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Aliado no combate ao crime

Uma peça de vidro quebrada por um tiro pode ajudar a resolver crimes? Se você perguntar para Shirly Montero, professora assistente da Arizona State University, nos EUA, a resposta será sim. Ela é especialista em química forense e estuda nosso material há mais de 25 anos.

Seus estudos revelam que o vidro pode oferecer informações significativas para investigações – como, por exemplo, determinar a direção e a sequência de eventos, ajudando policiais a conectar suspeitos a cenas de crime por meio de fragmentos de vidro e pólvora presos a roupas e calçados.

Recentemente, Shirly revelou uma nova técnica para estudar estilhaços de vidro presos a projéteis. Um instrumento a laser remove uma pequena quantidade de pó de vidro encontrada em uma bala; esse pó é então enviado para um laboratório para a análise de sua composição química. Assim, em um caso com diferentes cenários possíveis, como em um tiroteio, será possível reconstruir as ações, e também confrontar versões, de acordo com os resultados químicos obtidos a partir dessa análise laboratorial.

“Muitas vezes, os examinadores forenses não estão usando todo o material valioso em uma cena de crime”, comenta Shirly. “Espero conscientizar sobre a técnica de análise de vidro e apoiá-los em qualquer necessidade.”

Este texto foi originalmente publicado na edição 622 (outubro de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto: kichigin19/stock.adobe.com

Momento de reflexão

rafaelribeiro-out2024Enfim chegou outubro, o tão aguardado mês do Simpovidro. Por aqui estamos ansiosos para rever associados, amigos, parceiros, fornecedores e clientes. Nosso simpósio chega à sua 16ª edição mantendo a essência de ser um evento de relacionamento, negócios e, claro, um momento para refletir a partir dos temas das palestras. Este ano não será diferente e nossa proposta é pensar em temas fundamentais para os negócios, como governança financeira, gestão de riscos e provocações para sairmos da operação e conseguirmos atuar de forma mais estratégica em nossas empresas. Vamos falar também sobre o que esperar da política e da economia e sobre como a Inteligência Artificial vai impactar a sociedade, nossas empresas e a vida de cada um de nós. Nossos familiares estarão conosco no simpósio para diversão, mas o empresário deve aproveitar essa oportunidade para refletir.

E a pausa para reflexão vale para muitos outros temas do nosso dia a dia como empresários do setor vidreiro, como venho propondo aqui mensalmente. O ano de 2024 tem sido repleto de desafios, com a demanda fraca, o aumento da informalidade, a dificuldade em repassar os aumentos nos custos e os grandes volumes de vidros importados chegando ao Brasil, agora incluindo os processados.

Pensar nesses desafios — e soluções — de forma conjunta, com cada um refletindo sobre suas responsabilidades como ator da cadeia é um dos melhores caminhos para melhorarmos o ambiente de negócios no setor vidreiro.

Aproveite o Simpovidro para rever os amigos e parceiros e para fazer negócios, mas também para fazer essa pausa e pensar de que maneira podemos atuar, juntos, para o desenvolvimento do mercado, proporcionando melhores resultados para nossas empresas e para toda a cadeia! Nos encontramos em Maceió!

Rafael Ribeiro
Presidente da Abravidro
presidencia@abravidro.org.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 622 (outubro de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto: Marcos Santos

Vidro ganha normalização na indústria moveleira

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) deu início este ano à revisão da norma ABNT NBR 14033 — Móveis para cozinha. O trabalho, coordenado pela Comissão de Estudos de Móveis para Cozinha (ABNT/CE-015:002.003), conta com a participação do Comitê Brasileiro de Vidros Planos (ABNT/CB-37) – afinal, como nosso material também é utilizado nesse segmento, em tampos ou portas de armários, por exemplo, a norma atualizada trará informações mais completas para sua especificação e aplicação.

Referências normativas para os vidros
A reunião de reativação da Comissão de Estudos de Móveis para Cozinha foi realizada em 16 de maio. “Durante os trabalhos de elaboração de outra norma, para guarda-roupas, recorremos ao texto referente a móveis para cozinha, levando em consideração as similaridades entre esses dois produtos, tais como as matérias-primas, acessórios e processo de fabricação, entre outras”, conta Jorge Massato Kawasaki, coordenador do Projeto de Normalização da Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário (Abimovel) e da ABNT/CE-015:002.003. “Foi quando se percebeu que a ABNT NBR 14033 já não atendia mais as diretivas normativas atuais da ABNT e nem representava mais o estado da arte do mobiliário de cozinha fabricado no Brasil.”

Kawasaki explica que, no texto em revisão, os materiais como vidros e os componentes metálicos fazem parte dos requisitos, assim como acabamento superficial ou as especificações dimensionais do móvel. “Decidiu-se, devido à sua importância em relação à segurança, dar mais ênfase quanto à aplicação do vidro, agora na forma de Anexo, incluindo as demais normas ABNT referentes ao uso de vidros no contexto do mobiliário”, afirma. Entre os textos citados estão os das ABNT NBR 14488 — Tampos de vidro para móveis e ABNT NBR 14564 — Vidros para sistemas de prateleiras – Requisitos e método de ensaio, em referência aos tampos e prateleiras em vidros, respectivamente, ambas já citadas na versão disponível da ABNT NBR 14033, além da inclusão da ABNT NBR 14698 — Vidro temperado, ABNT NBR 14697 — Vidro laminado e ABNT NBR NM 293.

Ênfase na segurança
A versão atualmente disponível da ABNT NBR 14033 contém especificações quanto ao uso de diferentes tipos de vidro, incluindo o temperado, tendo como base a altura em relação ao piso (950 mm), assim como as condições para a aplicação de vidros encaixilhados ou temperados — porém, sem nenhuma referência normativa específica.

Isso será mudado no novo texto da norma. “Nele, foi introduzido o uso do termo ‘vidros de segurança temperados ou laminados’, em vez de somente ‘vidro temperado’, com as respectivas referências normativas”, avisa Kawasaki. Além disso, haverá ajustes em relação à especificação de segurança quanto à altura do vidro em relação ao piso (para 1.100 mm), com referência à ABNT NBR 7199 — Vidros na construção civil – Projeto, execução e aplicações.

No momento, a revisão encontra-se na etapa de elaboração do texto final. Em paralelo, serão realizados os ensaios de validação dos procedimentos (com mobiliários cedidos pelas empresas Nicioli – Móveis para Cozinha e Luciane Indústria Moveleira, associadas à Abimovel). Segundo Kawasaki, acredita-se que o texto base deve ser colocado em consulta nacional até o final do ano.

 

Foto: Vadim Andrushchenko/stock.adobe.com
Foto: Vadim Andrushchenko/stock.adobe.com

 

Nova norma publicada
No dia 27 de setembro, foi publicada a norma ABNT NBR 17192 — Móveis para dormitório – Guarda-roupas – Requisitos e métodos de ensaio. O documento técnico, que inclui orientações a respeito do uso de vidros e espelhos em guarda-roupas, teve a participação do ABNT/CB-37 em sua elaboração. Mais informações estarão presentes na edição de novembro de O Vidroplano.

Este texto foi originalmente publicado na edição 622 (outubro de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto de abertura: bmak/stock.adobe.com

Entidades regionais realizam eventos pelo Brasil

Foto: Divulgação Simvidro-MG
Foto: Divulgação Simvidro-MG

 

Em Minas Gerais
O 15º Tecnovidro foi realizado pelo Simvidro nos dias 1º a 4 de outubro na unidade Cedetem do Sebrae, em Contagem. Este ano, o tradicional evento preparado para o setor vidreiro de Minas Gerais reuniu 254 pessoas. A programação teve, nos dois primeiros dias, a Oficina Prática de Sistema Glazing, em parceria com o aplicativo Meu Vidraceiro: além de aprender as particularidades para realizar orçamento, projeto, confecção de estruturas e instalação, os participantes também puderam conhecer mais sobre o app que pode ajudá-los a realizar de forma ainda mais fácil os orçamentos de sistemas glazing e de diversos outros relacionados ao vidro.

No dia 3, o Simvidro organizou o 5º Seminário de Vidros e Esquadrias. As palestras do evento abordaram temas como colagem estrutural de sistemas de esquadria de alumínio com silicone, os desafios das novas tendências de esquadrias de vidro pelo mundo e a plataforma de ensino a distância Educavidro, iniciativa da Abravidro com a Abividro.

O último dia de Tecnovidro teve a 1ª edição do Seminário de Vidros para Movelaria. O evento contou com palestras e debates sobre as vantagens e os desafios do vidro na movelaria, as possibilidades para qualificação gratuita oferecidas pelo Educavidro e as tendências na aplicação de vidros ao design dos móveis.

 

Foto: Divulgação Sincavidro-RJ
Foto: Divulgação Sincavidro-RJ

 

No Rio de Janeiro
O Sincavidro organizou uma reunião com a participação de inúmeros associados em um local bastante especial: um camarote no Estádio Jornalista Mário Filho, o famoso Maracanã. Os participantes discutiram vários temas do interesse do mercado vidreiro fluminense ao longo do encontro, o qual também contou com a presença dos diretores-executivos da Cebrace, Lucas Malfetano e Wilston Vernier, e do gerente-comercial da usina, Flávio Vanderlei. Como não poderia deixar de ser, todos também participaram de um registro fotográfico no gramado do lendário estádio.

 

Foto: Reprodução/Divulgação Sincomavi-SP
Foto: Reprodução/Divulgação Sincomavi-SP

 

Em São Paulo
No dia 12 de setembro, o Sincomavi realizou o webinário As novas habilidades para os gestores do varejo, ministrado por Olegário Araújo, cofundador da inteligência360 (empresa de inteligência de varejo). Entre os pontos abordados estavam os profissionais da geração Z: segundo o palestrante, essas pessoas têm sido um grande desafio administrativo para líderes e empresas, pois elas se mostram emocionalmente angustiadas. Araújo comentou ainda que equipes com maior diversidade são emocionalmente mais equilibradas, possuindo alto grau de desenvolvimento. Como recado final, foi apontado que o futuro do varejo está baseado na experiência do cliente: gerar conexões saudáveis e equilibradas entre colaboradores e clientes é o segredo do sucesso.

 

Foto: Divulgação Sindividros-RS
Foto: Divulgação Sindividros-RS

 

No Rio Grande do Sul
O Sindividros-RS realizou em setembro as duas primeiras macroetapas do Projeto Sindical, desenvolvido em parceria com a Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs). No dia 19, o sindicato convidou o líder da expansão do grupo W1 Inc. no Rio Grande do Sul, Jean Guareschi, para apresentar o tema Consultoria financeira para gestão eficiente e planejamento financeiro para pessoas físicas e jurídicas e linhas de créditos (foto). Guareschi destacou a importância da separação de contas entre pessoas físicas e jurídicas e do planejamento em diversas áreas como questões ligadas à segurança pessoal, residencial, de saúde e aquelas ligadas ao âmbito empresarial dos participantes. A segunda macroetapa – Estratégias digitais e marketing de conteúdo –, trouxe o especialista Frederico Mombach, da Vangguard Consultoria, que apresentou ferramentas para impulsionar os processos digitais e as vendas das empresas, além das especificidades e características das redes sociais. Mombach destacou que o Brasil é o país que mais pesquisa antes da compra no digital, razão pela qual essa área deve ser estratégica em todos os tipos de negócio.

 

Foto: Divulgação Abravid-DF
Foto: Divulgação Abravid-DF

 

No Distrito Federal
Cerca de setenta participantes acompanharam o treinamento 7 Formas reais e práticas de aumentar a lucratividade do seu negócio, organizado no dia 3 de outubro pela Abravid e ministrado por Gabriel Batista, diretor do Grupo Setor Vidreiro. A palestra, realizada na unidade do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), no Guará, e patrocinada pelas usinas AGC, Cebrace, Guardian e Vivix, foi direcionada a vidraceiros e serralheiros, com o objetivo de ajudar os participantes a identificar e usufruir das oportunidades que o mercado proporciona ao seu modelo específico de negócio. A ideia era que, ao final da apresentação, cada espectador levasse de volta consigo uma receita específica para colocar em prática.

Este texto foi originalmente publicado na edição 622 (outubro de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Vidro traz sofisticação a ambientes da Casa Cor PE 2024

A 37ª Casa Cor Pernambuco abriu as portas para o público no dia 14 de setembro e pode ser visitada até o dia 3 de novembro; este ano, a mostra está sendo realizada no edifício Palazzo Itália, no Recife Antigo, e tem o tema “De presente, o agora”, um convite para a reflexão sobre presença, desacelerar e viver o instante.

 

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A exposição tem 34 ambientes, e alguns deles trazem aplicações de vidros e espelhos de valor agregado. Um destaque nesse campo é o espaço Vestígio Vivix – Uma Herança Afetiva (foto acima), parceria da usina vidreira com as arquitetas Ana Moura e Ana Higino, responsáveis pelo projeto. Trata-se de um living com estúdio de podcast/videocast, onde o artista José Patrício usou peças de espelhos Vivix para criar uma obra especial; já o recém-lançado Vivix Lamina Acústico foi usado na porta de entrada e na do estúdio, tornando tanto o living como a área de gravação de podcasts (esta última tem uma parede revestida com vidros pintados Decora Preto) ambientes à prova de ruídos externos.

 

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A Loja Gustavo Eyewear (foto acima), assinada pela arquiteta Cynthia Costa, faz uso tanto de espelhos Spelia Incolor como de vidros coloridos Colora Verde, ambos da Vivix: enquanto os primeiros trazem sensação de amplitude e ajudam os compradores a escolher os óculos, os demais delimitam o jardim interno e contribuem para a estética do ambiente, deixando-o funcional e estiloso.

 

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A usina também forneceu vidros para o espaço Tesori di Lucia (foto acima), projetado pelo escritório Etla Arquitetura e Interiores para homenagear a designer de joias Lúcia Lima: peças dos produtos Vivix Decora Nude, Colora Verde e Spelia Bronze são usadas para destacar a sofisticação das joias.

Este texto foi originalmente publicado na edição 622 (outubro de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Fotos: Walter Dias

Termômetro Abravidro – Setembro 2024

MONITORAMENTO MENSAL DO DESEMPENHO DA INDÚSTRIA DE PROCESSAMENTO DE VIDROS BRASILEIRA
Desempenho – Setembro 2024

A percepção sobre o desempenho da indústria nacional de processamento de vidros foi de aumento moderado nas vendas faturadas em m² em setembro de 2024 em relação a agosto.

O indicador de desempenho da indústria de processamento de vidros registrou alta de 7,6% no volume de vendas faturadas de vidros processados no mês, na comparação com agosto, sem ajustes sazonais.

Metodologia
A coleta de dados foi realizada nos primeiros dias úteis deste mês, por meio de formulário online. O estudo pode ser respondido por processadoras de todo o Brasil (92 participaram desta edição).

Este texto foi originalmente publicado na edição 622 (outubro de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Conheça mais sobre a marcação dos vidros temperados e termoendurecidos

Além do corte, lapidação, furação, lavagem e até mesmo a têmpera, existe uma etapa muito importante no beneficiamento de vidros que não pode ser esquecida: a marcação das peças que passam por processos térmicos (dando origem aos temperados e termoendurecidos). Colocar informações sobre o fabricante nas peças produzidas garante maior segurança do processo como um todo, permite a rastreabilidade do produto e oferece confiança ao consumidor final – pois ele conhece a procedência do material.

Nas próximas páginas, conheça tudo o que as normas técnicas vidreiras dizem a respeito desse tema, quais as técnicas disponíveis para a marcação e as questões estéticas inerentes à tarefa.

Requisitos
Os vidros que precisam de marcação, segundo as normas técnicas, são os temperados e os termoendurecidos. Mas, afinal, quais são os requisitos para realizar essa tarefa da forma correta?

  • Temperados: a ABNT NBR 14698 — Vidro temperado diz que a marcação consiste na identificação de forma indestrutível (indelével) do fabricante e do tipo de vidro. Além disso, pode trazer informações adicionais, em comum acordo entre fabricante e consumidor. O documento não indica um local específico para a marcação ser feita – por isso, pode ser colocada na borda da peça (junto à espessura), caso o cliente ache necessário.
  • Termoendurecidos: a ABNT NBR 16918 — Vidro termoendurecido determina que a marcação deve conter a identificação do fabricante (logomarca, nome ou ambos) e a identificação do tipo de vidro com o texto “Vidro Termoendurecido” ou a sua abreviação “VTE”. Também é permitido utilizar “HS”, abreviação do nome do produto em inglês (heat strengthened glass). Outras informações também podem ser acrescentadas, caso seja necessário. E, ao contrário da norma dos temperados, o documento orienta que a marcação deve ser aplicada próximo a um dos cantos da peça, de forma que fique visível quando instalada. No entanto, a depender de acordo entre cliente e processador, a ABNT NBR 16918 permite que seja em outro local do vidro, sendo visível ou não.

Qual a hora de marcar?
Segundo Edweiss Silva, consultor da Abravidro para certificação do vidro temperado pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), é convencional que a marcação aconteça na fase de pré-forno – ou seja, no momento em que as peças são inspecionadas para serem temperadas ou termoendurecidas. “Isso se dá porque a aplicação da marcação, na maioria dos casos, é feita utilizando esmalte vitrificado, que adere à superfície das peças após passar pelo forno, evitando assim possíveis retrabalhos se feita em etapas anteriores”, explica.

 

Um exemplo de como a marcação manual por serigrafia é feita: processo é um dos mais utilizados para a tarefa (foto: Divulgação Agabê)
Um exemplo de como a marcação manual por serigrafia é feita: processo é um dos mais utilizados para a tarefa (foto: Divulgação Agabê)

 

As técnicas existentes
A forma de marcação mais usual entre as processadoras é a serigrafia, também chamada de silkscreen ou impressão com tela, que consiste em imprimir, por meio de uma tela vazada, a informação desejada no vidro. “A aplicação serigráfica deve ser realizada com a tela ‘fora de contato’ – ou seja, sem estar colada ao vidro –, de modo a impedir que haja borrão na aplicação no momento de levantá-la”, revela Silvio Luiz Arruda, gerente geral da fornecedora de esmaltes cerâmicos Triarte.

Outra técnica à qual diversos fabricantes estão aderindo nos últimos tempos é a marcação com adesivos feitos de esmalte vitrificado, os quais são aplicados no local desejado da peça antes da entrada no forno. “Esse tipo de esmalte, também usado na serigrafia, se funde ao vidro durante a passagem pelo forno, aumentando a resistência da marcação contra intempéries”, esclarece Silvio Arruda.

De acordo com Edweiss Silva, a escolha pelo método ideal é da empresa. “E vai variar dependendo da habilidade de cada colaborador. Alguns têm mais facilidade com a tela, outros com o adesivo”, comenta.

Considerações estéticas
O que fazer quando um arquiteto especifica um belo projeto com nosso material, mas, considerando que a marcação possa interferir esteticamente na construção, pede para que ela não seja feita? “Essa situação caracteriza uma ilegalidade perante a Lei nº 8.078 do Código de Defesa do Consumidor, que determina que todo fabricante deve comercializar somente produtos que atendam as normas técnicas vigentes”, afirma Edweiss Silva. “O bom é que as próprias normas se antecipam a esses casos, permitindo a marcação nas bordas da peça, de forma que, se necessário, a identificação do fabricante pode ser confirmada ao desmontar o produto.”

Outra estratégia adotada é a realização da marcação com tintas de cor clara e tonalidades suaves, para que fique bem discreta. “Recomendamos utilizar nossos esmaltes com a coloração jato de areia, para formar uma logomarca nuvem, quase imperceptível”, indica Silvio Arruda, da Triarte.

 

Foto: AvokadoStudio/stock.adobe.com
Foto: AvokadoStudio/stock.adobe.com

 

E os vidros automotivos?
Nos vidros instalados em automóveis, existem outras informações a serem colocadas na marcação. “A ABNT NBR 9491 – Vidros de segurança para veículos rodoviários — Requisitos estabelece que devem entrar o nome do fabricante e as informações para rastreabilidade”, explica Edweiss Silva. “Complementando o assunto, a Portaria Nº 034 do Inmetro estabelece requisitos de avaliação da conformidade para vidros de segurança automotivos. Nesse documento, é indicado que a marcação acrescente a logomarca do Inmetro e o método de rastreabilidade junto ao ano de fabricação.”

As técnicas de marcação para os vidros automotivos podem ser as mesmas dos destinados à construção civil, com a adição de outras, como as pastas fosqueantes. “Elas agem pelo processo subtrativo, ou seja, ‘atacam’ a superfície do vidro. Por isso, não possuem cores: a tonalidade do fosqueamento está associado à cor do vidro”, revela Tarsis Bianchini, CEO da Agabê, especializada em soluções para a decoração serigráfica. A empresa fornece uma solução desse tipo, a Glass Marker, para montadoras e também para o mercado de reposição. Como não precisa ir ao forno, pode ser aplicada em peças já montadas. “Fazemos a aplicação utilizando uma máscara de proteção. O tempo de atuação é de um a três minutos, dependendo do grau de fosqueamento desejado. Em seguida, o produto pode ser removido com um pano umedecido, esponja molhada ou até um banho de água – após isso, a máscara pode ser retirada. E pronto: o vidro está marcado”, comenta Bianchini.

Este texto foi originalmente publicado na edição 622 (outubro de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto de abertura: Rochu_2008/stock.adobe.com