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Projeto de norma para vidraceiros está em consulta nacional

Faltam poucos dias para o fim da consulta nacional do texto da norma voltada aos vidraceiros, a NBR 16823Qualificação e certificação do vidraceiroPerfil profissional.

 

Você já fez suas sugestões para o documento?
Sua contribuição é importante para que o texto possa servir como guia para as boas práticas na qualificação e no trabalho desses profissionais. Tanto a consulta como o envio de observações sobre o projeto podem ser feitos até o dia 3 de fevereiro.

 

Por dentro do conteúdo
O objetivo da futura norma é definir os parâmetros e requisitos para qualificar os vidraceiros, fazendo com que eles exerçam seu trabalho com qualidade e segurança. Para estabelecer as competências necessárias, a profissão foi dividida em quatro categorias, cada uma com a relação de atividades específicas a serem realizadas:

• Vidraceiro vendedor;
• Vidraceiro especificador;
• Vidraceiro transportador;
• Vidraceiro instalador.

O projeto também determina quais são os tipos de instalação mínimos que esse profissional deve saber fazer. As
atividades são categorizadas por níveis de habilidade, das mais simples às mais complexas “Um dos objetivos da norma
é valorizar o bom profissional, dando parâmetros para avaliação dessa atividade tão importante para o nosso setor”, explica Clélia Bassetto, analista de Normalização da Abravidro. “Esse será um grande passo para elevar o nível do mercado vidreiro como um todo.”

A união faz a força
Para garantir que essa norma seja a mais completa possível e não deixe de contemplar qualquer tópico relacionado aos assuntos por ela abordados, é essencial que o maior número possível de pessoas acesse a consulta nacional e envie suas considerações. Toda sugestão é bem-vinda!

Mas, se você estiver satisfeito com o conteúdo da forma como ele está, também pode enviar esse feedback: assim, a comissão de estudos tem como saber que o projeto está no caminho certo.

Vale destacar que todos podem participar da consulta nacional: vidraceiros, processadores e especialistas técnicos, entre outros. É exigido apenas que a pessoa esteja cadastrada no site da ABNT – o cadastro é bem simples e leva poucos minutos para ser feito.

Sobre o projeto
O Comitê Brasileiro de Vidros Planos (ABNT/CB-37), sediado na Abravidro, começou a elaboração desse projeto em 2016, junto com o Comitê Brasileiro de Qualificação e Certificação de Pessoas (ABNT/CB-99). Desde então, foram promovidas mensalmente reuniões para discutir e desenvolver o texto, com a participação de vidraceiros, processadores e instrutores de cursos, além de outros profissionais.

Um ponto interessante sobre o projeto é que essa foi a primeira norma desenvolvida pelo ABNT/CB-37 a contar com transmissão e participação remota, via Internet. Isso contribuiu para que pessoas de todo o Brasil pudessem acompanhar a elaboração do texto e fazer sugestões para ele, sem precisar se deslocar até São Paulo.

 
Este texto foi originalmente publicado na edição 565 (janeiro de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Entrevista exclusiva com Isidoro Lopes, novo diretor da AGC

Neste mês de janeiro, o comando da AGC no Brasil mudou de mãos. Isidoro Lopes passa a ser o novo diretor-geral da Divisão de Vidros para Construção Civil e Indústria para a América do Sul no grupo, cargo até então de Francesco Landi – que está a caminho da Europa para um novo posto na empresa. No dia 15, Isidoro recebeu a editora de O Vidroplano, Iara Bentes, no escritório da usina, em Guaratinguetá, para uma conversa sobre os desafios que ele irá encontrar no Brasil. Paulista, Isidoro tem 25 anos de experiência no setor vidreiro, tendo trabalhado os últimos três pela AGC na Bélgica.

entrevista-isidoro

 

Isidoro, queria começar falando um pouquinho sobre como foi receber esse convite para se tornar o responsável pela operação dos fornos da AGC no Brasil.
Isidoro Lopes: Foi uma grande honra ser considerado para essa posição, na divisão de construção e indústria na América do Sul. Venho buscando uma gerência no Brasil desde que eu entrei na AGC há três anos, já com o objetivo de voltar ao meu país. Porém, foi necessário um período na Europa, pra conhecer a organização, ter todo o networking da empresa, desenvolver trabalhos de parcerias, conhecer os produtos e a parte de desenvolvimento e inovação. Foi um prazer imenso. Minha família está supercontente de retornar também. É uma satisfação profissional muito grande ver a operação brasileira crescendo e, agora, participar disso.

 

É uma tradição da AGC movimentar seus executivos por diferentes braços locais pelo mundo. No Brasil, por exemplo, diretores como Davide Cappellino, Denix Ramboux e o próprio Francesco Landi passaram por nosso país e voltaram para atuar na Europa. Por outro lado, você fez o caminho contrário. O que essa troca de experiências traz de positivo para a companhia?
IL: Traz principalmente agilidade nas decisões e nas discussões. O Davide estava aqui anteriormente, foi pra Europa, agora já está nos EUA, responsável por uma operação no Brasil, inclusive. Para o profissional, isso é excelente, principalmente pra nós brasileiros, pois gostamos desse tipo de desafio. É uma tradição da AGC. Eu, como estive na sede corporativa na Bélgica, vi a diversidade de pessoas, de todos os continentes. É uma riqueza para todos ter essa experiência de diferentes culturas. Isso é algo muito rico, você tem ali uma universidade de conhecimento disponível.

 

Você tem em sua trajetória profissional passagem por processadoras de vidro. Já tendo estado do outro lado, o que você pode dizer ao processador brasileiro?
IL: Tenho muita coisa a dizer. Fui sempre cliente de float, toda minha vida, e, agora, principalmente nos últimos três anos na Europa, eu tinha uma responsabilidade de excelência operacional na AGC em relação ao processamento do grupo na Europa. Só pra ter uma ideia da dimensão: são mais de quarenta plantas por lá, em dez países, com diferentes tecnologias, metodologias de trabalho, fluxos de processos, níveis de automação. Tem planta com portfólio de mais de 180 tipos de vidro. Então, eu vou trazer toda essa bagagem pra dividi-la com nossos clientes, promover discussões técnicas, workshops, parcerias. Realmente fazer uma evolução no processamento de vidro no Brasil. E vejo muitas boas oportunidades por aqui. Por isso, vamos ter uma massiva presença nos clientes, discutindo projetos de melhorias operacionais, pra promover ainda mais a boa utilização do float pelos processadores.

 

Quais são seus maiores desafios no novo cargo? Nesse tempo que você chegou, já pôde ver como está o mercado?
IL: Os principais desafios são consolidar a posição com clientes e parceiros, ainda mais com a abertura do segundo forno, trazendo uma capacidade produtiva 140% maior. Agora é realmente encontrar os canais de venda para colocar nossos produtos no mercado. A operação tem uma performance técnica muito boa, acima do esperado, então é hora de melhorar ainda mais os serviços, o relacionamento e desenvolver novos mercados para suportar a operação.

O Guará 2 está em operação desde abril, mas ainda não tivemos aquecimento na demanda. Como está a operação do forno?
IL: Há uma pequena parcela de exportação e estamos fazendo trabalhos de desenvolvimento de mercado externo. Mas a prioridade é o mercado interno, ninguém constrói um forno para exportar a produção.
O que o Guará 2 em funcionamento agregou para a operação da AGC?
IL: Agregou flexibilidade, maior facilidade de planejamento. Com dois fornos, você consegue otimizar a produção de cores, espessuras, melhorar o rendimento da planta. Em termos de portfólio, estamos trazendo em 2020 alguns produtos que antes eram somente importados e, com isso, reduzir custos.
E como está o desempenho de vendas do novo forno?
IL: Está dentro do esperado, mas poderia estar melhor. A gente espera um pouco mais sempre. Porém, tem um crescimento natural, pois não é de uma hora pra outra que consegue fazer 140% a mais de capacidade achar mercado. Até antes do forno já viemos incrementando o crescimento das vendas para o impacto ser menor.

 

No evento de inauguração oficial do segundo forno, realizado em novembro, Francesco Landi afirmou que seu objetivo seria tornar a empresa no Brasil o que ela é no mundo – nas palavras dele, “uma líder em produção e tecnologia”. O que vem por aí para posicionar a AGC dessa maneira no País?
IL: É exatamente isso. A AGC vai continuar investindo no mercado brasileiro e sul-americano, trazendo valor agregado assim como produtos de segurança também. Tem uma evolução natural do mercado de vidros no Brasil para isso, que é apostar em laminado, temperado-laminado, vidro corta-fogo, antiterrorismo, antivandalismo, tudo que na Europa hoje já é padrão. Lá, por exemplo, o primeiro andar de um prédio já vem com vidros desses tipos. É uma combinação de produtos em um projeto.

 

Também nesse evento da apresentação do forno, foram anunciados diversos produtos de valor agregado que já estão ou estarão disponíveis no Brasil em breve. Vocês têm um plano específico para eles?
IL: Sim, existe um plano para a introdução desses produtos. Obviamente, precisa ser feito um trabalho de divulgação, alguns produtos têm uma legislação a ser trabalhada… Agora é colocar isso em ação.

 

Por falar em mercados externos, um dos assuntos mais relevantes deste ano para o setor é a questão de renovação do direito antidumping para o float. Qual a opinião da AGC sobre isso?
IL: Temos uma expectativa boa de que será renovado. Ainda não estou 100% familiarizado com todos os detalhes desse processo. Mas existem todas as condições e indicações pra que seja renovado, não tem motivos para o contrário.

 

Tem alguma possibilidade de a AGC desenvolver linhas de produtos específicos para o mercado brasileiro?
IL: Tem, sim. Nós mantemos um plano estratégico de portfólio de produtos. Veio inicialmente o float com espelho, depois o coater. Existem planos e estaremos divulgando no momento oportuno.

 

Começo de ano é sempre o momento de avaliar perspectivas e o que nos espera. Como a AGC vê 2020 para o Brasil?
IL: Com otimismo. Esta semana já tivemos a primeira reunião do ano, mostrando os indicadores de confiança do consumidor, da construção, a boa notícia do mercado automotivo, que foi muito melhor que em 2018. No Brasil, a gente precisa ter um pouco de cautela. Mas temos de passar e promover esse otimismo no mercado, porque confiança gera confiança. Temos um plano bem desafiador para 2020, que é consolidar a posição, incrementar vendas e volume para manter o Guará 2 em total capacidade.

Quais são os principais desafios para os fabricantes de float hoje no Brasil?
IL: O primeiro é o preço do gás, um grande inimigo. A parte de logística também. Comparada com o que acontece na Europa, ainda é uma operação muito manual, de risco. Uma operação de carregamento leva horas pra ser feita. Às vezes, você tem o produto, está disponível, mas não tem agilidade. Esse é um desafio, desenvolver a logística. E, claro, aumentar o valor agregado.
E quais as principais diferenças entre o mercado vidreiro na Europa e no Brasil?
IL: A aplicação de produtos de valor agregado. O maior uso de coating, vidros especiais, como eu falei antes. Vidro duplo, triplo: a AGC na Europa tem inúmeras plantas produzindo e aqui no Brasil a aplicação é muito pequena. E a performance desses produtos é extremamente elevada, comparada com o vidro normal. Existe a commodity, vai sempre existir, mas com esse diferencial do valor agregado você consegue entregar obras que elevam o produto vidro.

O Brasil está indo por esse caminho, na velocidade brasileira, normal, mas essa minha experiência na Europa foi fantástica pra observar isso, aprender e entender como promover o cenário aqui.
Gostaria de deixar alguma mensagem ao setor?
IL: Primeiro, como estou chegando agora, quero afirmar, assim como na minha função anterior na AGC, gosto de colocar para os clientes as melhores tendências de processamento. Minha paixão é discutir melhoria operacional. Aposto bastante nas parcerias, em trazer esse conhecimento e oportunidades aos processadores. Além, claro, da coerência nos negócios, sempre dentro da ética, do compliance, do cumprimento das palavras. Os processadores podem me esperar, irei visitá-los para trabalhar o float da melhor maneira possível com todo o time de assistência técnica, de vendas, marketing. E, pra finalizar, quero deixar a mensagem de continuidade. Pra mim, é uma honra ver a operação do Brasil, com uma atmosfera fantástica, um time muito motivado e comprometido. Estou muito feliz de ver o trabalho que os outros diretores fizeram. É uma mudança sem ruptura.

 

Este texto foi originalmente publicado na edição 565 (janeiro de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Glassmaxi (CE) recebe certificação do Inmetro

Há mais de dez anos no setor vidreiro, a Glassmaxi, de Fortaleza, tem clientes em vários Estados do Nordeste. Por isso mesmo, estar pronta para atendê-los com produtos de segurança comprovada é fundamental para seus negócios. E a conquista da certificação Inmetro para seus temperados de 4, 6, 8 e 10 mm vai ao encontro dessa ideia perseguida pela diretoria da processadora.

Diferencial
“Trabalhamos em um segmento que se torna cada vez mais exigente com relação à segurança”, explica o diretor Ronaldo Marques Pereira. “Com isso, se fez muito necessária a aquisição da certificação para validar todo o empenho dedicado a garantir um produto de extrema qualidade aos nossos clientes”. Para a empresa, a conquista é uma forma de reafirmar seu compromisso com o setor. A seguir, confira algumas perguntas que O Vidroplano fez para Pereira sobre o processo de certificação.

glassmaxi

 

A Glassmaxi encontrou alguma dificuldade durante a certificação?
Ronaldo Marques Pereira: A princípio foi complicado, pois não tínhamos experiência nesse processo, mas com o auxílio da consultoria da Abravidro ficou mais fácil. Tivemos uma troca de gestão no meio do caminho – todas as tarefas iniciadas pelo outro gestor acabaram sendo perdidas e reiniciadas por mim. Mesmo assim, foi tudo muito positivo, já que ajustes e correções foram feitos para buscar os níveis de conformidade.

Explique mais sobre a participação da Abravidro.
RMP: A entidade foi fundamental em todos os momentos, desde a orientação nos ensaios bem como no auxílio da preparação da documentação necessária para atender a norma de certificação (a NBR 14698).

Teve algo que vocês aprenderam de novo e já estão aplicando na produção?
RMP: Percebemos que nossa rotina de controle da têmpera poderia ser melhorada. Com a orientação correta de como executar os ensaios, passamos a controlar melhor nosso produto.

Após a obtenção da chancela, quais os planos da empresa para o futuro?
RMP: Vamos continuar com a certeza de estar sempre buscando e oferecendo nosso melhor, com a ideia de nos qualificar ainda mais para atender mercados mais técnicos, mantendo assim nosso compromisso de melhorias constantes.

 

Este texto foi originalmente publicado na edição 565 (janeiro de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Marcetex (SP) certifica seus temperados

Com experiência de décadas no setor de marcenaria, a Marcetex, de Barueri (SP), entrou no setor vidreiro em 2016. Em pouco mais de três anos de atuação em nosso mercado, percebeu a importância de ter um diferencial de negócios e conquistou a certificação para temperados oferecida pelo Inmetro.

Responsabilidade
Segundo a diretora comercial Viviane Sestari, uma das preocupações da processadora é garantir que todos seus processos produtivos sejam confiáveis. “A empresa deve apostar nos diferenciais em relação à responsabilidade, sustentabilidade e segurança dos colaboradores e demais envolvidos no manuseio do material, desde a fabricação até a entrega”, explica. “Tentamos fazer com que cada funcionário saiba a importância de um processo bem feito, bem direcionado, organizado, e a certificação enfatiza toda essa preocupação.

 

Espessuras certificadas:
4, 5, 6, 8, 10 e 12 mm
Duração da certificação:
junho a setembro de 2019
Duração dos ensaios:
um mês (setembro)

 

Como foi o processo
Viviane explica alguns pontos relevantes da certificação:

Aprendizado para atuação no setor: “Somos uma empresa nova no segmento e decidimos começar bem estruturados para um crescimento sólido”;
Melhora na produção: “Aprendemos principalmente detalhes técnicos do processo produtivo do temperado e suas especificações normativas, assim como exigências do Inmetro para a certificação e métodos para a gestão das rotinas administrativas específicas”;
Equipe sintonizada: “A participação dos colaboradores foi enorme, afinal uma certificação somente é possível com o engajamento de todos, trabalhando com cautela no manuseio do material e utilizando os equipamentos de proteção necessários”;
Participação da Abravidro: “O auxílio da equipe de consultoria da entidade foi fundamental para o sucesso desse projeto, tanto que continuamos a parceria para outra conquista: a certificação ISO 9001 para vidros comuns, de segurança, refletivos e espelhos, conquistada em apenas mais três meses”.

empresa

 

Valeu a pena?
Para a empresa, a certificação já lhe ofereceu um novo posicionamento de mercado, além de abrir portas para novas demandas que exigem a chancela para o fornecimento de produtos. “Nossos planos são continuar com o trabalho responsável, investir sempre em segurança e buscar melhorias contínuas. O mercado é muito amplo, e as pessoas ainda não têm a consciência de fazer diferente”, explica Viviane.

 

Este texto foi originalmente publicado na edição 565 (janeiro de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Normas vidreiras: o que foi feito em 2019

2019 foi um ano marcado pela conclusão de vários projetos relevantes para a literatura técnica do setor vidreiro. Como é de praxe, o Comitê Brasileiro de Vidros Planos (ABNT/CB-37) liderou boa parte deles — ou esteve junto de outros comitês participando ativamente de debates e reuniões. Confira a seguir os principais trabalhos iniciados, concluídos e em andamento ao longo do ano passado.

 

Novas referências
Entre os mais relevantes, está a NBR 16823 — Qualificação e certificação do vidraceiro – Perfil profissional, conhecida como “norma do vidraceiro”. Atualmente, seu texto se encontra em consulta nacional (saiba mais na página 39) e é de suma importância para nosso mercado. A nova versão da NBR 14718 — Guarda-corpos para edificações, publicada em agosto de 2019, era outro documento aguardado, afinal aborda um dos produtos mais populares com vidro. Entre as principais mudanças na norma, está a inclusão de aplicações dos sistemas em locais com grande fluxo de pessoas.

O projeto de emenda para a NBR 16023Vidros revestidos para controle solarRequisitos, classificação e métodos de ensaio foi aprovado na consulta nacional e será publicado em breve. A mudança no conteúdo diz respeito à variação da cor nas peças.

Outro projeto concluído, que também entrou em consulta nacional foi o texto Ferragens para vidro – Requisitos, classificação e métodos de ensaio, que poderá ser consultado até o dia 16 de março no site da ABNT. A conclusão da revisão da NBR 14925Elementos construtivos envidraçados resistentes ao fogo para compartimentação, publicada em fevereiro de 2019, também é um dos destaques de 2019. “Aproveitamos a oportunidade para agradecer a todos que colaboraram conosco em todos esses projetos. Sua participação é fundamental!”, comenta a analista de Normalização da Abravidro, Clélia Bassetto. “Deixamos também o convite para a participação de toda a cadeia nas reuniões a serem realizadas ao longo de 2020”.

 

Em processo
Por fim, mas não menos importante, vale citar outros trabalhos que foram desenvolvidos em 2019 e seguem em andamento, como:

  • Revisão da NBR 14697Vidro laminado;
  • A nova NBR 15000Blindagens para impactos balísticos — Partes 1 e 2, que entrará novamente em consulta nacional, está em processo;
  • Revisão da NBR 15737 — Perfis de alumínio e suas ligas com acabamento superficialColagem de vidros com selante estrutural, conduzido pelo Grupo de Trabalho de Colagem Estrutural de Vidros (GT2) iniciará sua avaliação pela Comissão de Estudo Especial de Esquadrias (ABNT/CEE-191), em plenária;
  • Avaliação final do texto sobre vidros termoendurecidos;
  • Continuidade dos trabalhos na NBR 10821Esquadrias para edificaçõesParte 7, referentes a ensaios de fachada na obra.

 

Este texto foi originalmente publicado na edição 565 (janeiro de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

 

 

Conheça mais sobre o empenamento do vidro temperado

No processo de têmpera, o aquecimento do vidro e o resfriamento brusco aplicado em seguida alteram a sua planicidade. Dessa forma, pode ocorrer distorção no produto, conhecida como empenamento, cujo grau de intensidade varia, principalmente em função da espessura do vidro, das suas medidas e da relação entre elas. Os controles de processos e as tecnologias aplicadas visam a tornar essa alteração cada vez menor.

A norma técnica NBR 14698Vidro temperado determina as tolerâncias e estabelece a metodologia para a realização das medições de dois tipos de empenamento:

Total: trata-se de uma distorção que se estende por toda a extensão da peça, como se ela ficasse levemente curva.
Localizado: pode acontecer em distâncias relativamente curtas nas bordas do vidro.

ilustração-vidro

 

Medição do empenamento TOTAL
A peça de vidro temperado deve ser colocada em posição vertical, apoiada em seu lado mais comprido por meio de dois blocos de medida inferior a 100 mm nas distâncias indicadas na figura:

 

 

Largura ou comprimento do vidro Largura ou comprimento do vidro dividido por 2 3. Largura ou comprimento do vidro dividido por 4 Dimensão dos blocos de apoio (máximo de 100 mm)

 

Como medir: apoie uma régua reta de metal (ou um arame esticado) na superfície do vidro, ao longo das bordas e ao longo das diagonais e meça a distância máxima (desvio) entre o vidro e a régua.

Como calcular: o desvio encontrado (em mm) deve ser dividido pela medida da largura ou comprimento da borda do vidro ou da diagonal (também em mm).

Tolerância: para que a peça seja aprovada, o resultado desse cálculo de divisão deve ser menor ou igual a 0,003. Ou seja, a tolerância do empenamento total do vidro temperado é de 3 mm por metro linear.

Exemplo:

Em uma peça de 2.000 mm x 1.000 mm, o lado medindo 2.000 será apoiado nos blocos. Para ela ser aprovada, o empenamento encontrado nesse maior lado da peça (lado medido) deve ser menor ou igual a 6 mm, pois:

6 mm ÷ 2.000 mm = 0,003 (tolerância máxima)

Atenção: a NBR 14698 determina que as medições sejam realizadas em temperatura ambiente.

 

Medição do empenamento LOCALIZADO
Como medir: apoie uma régua reta de 300 mm de metal (ou um arame esticado) na superfície do vidro, de forma paralela à borda e a uma distância de 25 mm dela. Meça o desvio entre a régua e o vidro.

Tolerância: para aprovação, o desvio encontrado não pode ser superior a 0,5 mm.

 

Atenção:
No caso de vidro impresso temperado, o empenamento localizado deve ser determinado usando-se uma régua reta que, em repouso sobre os pontos altos do desenho, torne possível medir perpendicularmente a maior distância existente entre a superfície inferior da régua e o ponto alto do relevo do vidro impresso.

 
Este texto foi originalmente publicado na edição 565 (janeiro de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Cebrace marca presença na 1ª Mostra Nexus

Foto-ImagemA cidade de Jacareí (SP) recebeu, de 8 de novembro a 8 de dezembro, a 1ª Mostra Nexus Container4 you, uma das maiores exposições de decoração em contêineres da América Latina. O evento teve patrocínio master da Cebrace, cujos produtos foram usados em 16 dos 26 ambientes — um deles, o Lounge Habitat (foto), nomeado a partir da linha de vidros de controle solar da empresa. O espaço, com uso amplo desses produtos na fachada, foi idealizado pelos arquitetos Tiago Rocha e Cris Leite, e era onde os visitantes compravam seus ingressos.

 

Este texto foi originalmente publicado na edição 565 (janeiro de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

 

Vidraceiro: saiba o que fazer para conquistar a venda

Você muito provavelmente já ouviu a expressão “não está fácil para ninguém”, certo? Ela se aplica bem aos negócios do vidraceiro: num mercado cada vez mais competitivo, conquistar a venda é um desafio.

É aí que surge a dúvida: você está fazendo algo para se destacar das outras vidraçarias na vizinhança? Ou sua empresa está acomodada com as mesmas práticas e técnicas que sempre teve, ou então segue fazendo o mesmo que os concorrentes fazem?

O Vidroplano conversou com especialistas e profissionais do setor para conhecer formas de efetuar vendas que conquistem antigos e novos clientes, desde o atendimento inicial até a entrega da obra.

 

Não à guerra de preços
Muitos vidraceiros ainda acham que oferecer preços mais baixos é a melhor saída para ser escolhido pelos compradores — mesmo que isso comprometa ou anule o lucro que precisariam ter. Saiba que a solução dos seus problemas não está aí. “Preços baixos demonstram fraqueza e desvalorização do mercado. Os clientes pagam mais quando eles enxergam valor em seu serviço. Por esse motivo, sua empresa deve ser referência no que faz”, alerta Ricardo Câmara, diretor e instrutor na Central do Vidraceiro.

Mas o que pode ser mais atrativo para as vendas do que o valor dos produtos e serviços? “A primeira coisa que eu recomendo é conhecer profundamente seus clientes: qual o perfil de cada um, suas necessidades, as expectativas que eles têm, o que os aflige ou satisfaz na hora da compra”, aconselha Renato Avanzi, professor e especialista em Negociação da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM). “Em segundo lugar, é importante conhecer seus concorrentes: o que eles oferecem, como trabalham. Se você quer se destacar da concorrência, é preciso saber o que ela está fazendo. Isso é básico, mas muita gente não segue”, acrescenta.

Para Avanzi, é a partir desses dois levantamentos (do que o cliente espera e do que o concorrente faz) que sua vidraçaria pode aperfeiçoar o atendimento e implementar novos serviços e atitudes que atendam melhor do que a concorrência.

 

Uma imagem = mil palavras
Segundo Câmara, uma boa apresentação é fundamental para a decisão de compra do cliente. Uma forma de fazer isso é preparando um portfólio. “Com o avanço da Internet, ficou fácil montar um catálogo em seu notebook, contendo produtos especiais e informações técnicas”, ele explica.

Glória Cardoso, coordenadora de Marketing e Vendas da Blindex, aponta que, embora esses materiais possam ser impressos, a tendência é cada vez mais apresentá-los em formato digital: “Isso facilita a atualização, aumenta a abrangência e diminui os custos de produção para o vidraceiro, que nem sempre tem recursos para criar esse tipo de material”.

Atenção também na hora de organizar a apresentação, separando os produtos de acordo com sua aplicação final, como portas, boxes de banheiro e fechamentos, entre outras.

redes-sociais

 

Aprofundando o conteúdo online
Sites, redes sociais e aplicativos já são ferramentas comuns no nosso setor — mas isso não significa que não seja possível usá-las para tornar seu negócio mais atrativo.

“Uma coisa que pode ajudar bastante é a criação de um canal no YouTube”, sugere Avanzi, da ESPM. “Além de vídeos com a prestação de serviços, o vidraceiro pode fazer alguns tutoriais, como ensinar a forma de descartar cacos de vidro para evitar risco de cortes aos clientes e aos catadores de lixo, por exemplo, ou mesmo como substituir uma fechadura em uma porta de vidro.”

Essa última ideia, à primeira vista, pode não parecer boa: se você ensinar o cliente a fazer a troca, ele não precisará contratar a sua empresa para isso, certo? Não necessariamente: “A maioria das pessoas que recorrer a esse vídeo vai considerar que é um trabalho difícil para elas mesmas fazerem, e deverá então recorrer à sua vidraçaria, pois o vídeo mostra que seu estabelecimento será capaz de executar esse serviço com qualidade”, explica o professor
da ESPM.

Outra possibilidade é usar suas redes sociais não só para anunciar seus produtos e serviços, mas também para trazer dicas e curiosidades, como a forma correta para limpar o vidro. Este é um exemplo de que conhecer o perfil do cliente que você quer atingir faz toda a diferença na hora de pensar que tipo de conteúdo pode ser interessante
para ele.

 

Contrato de vendas
Uma boa venda não é só atrativa, ela também precisa trazer clareza e segurança para evitar que o cliente possa se sentir frustrado com o produto ou serviço entregue. Por isso, a elaboração do contrato de vendas é indispensável: é ele que deixará todas as condições acertadas na hora do negócio bem definidas, tanto para o consumidor como para a equipe interna da vidraçaria.

Ricardo Câmara, da Central do Vidraceiro, alerta: “Antes de montar um contrato, você deve estar ciente que é um documento para profissionais que respeitam prazos de entrega, garantia e tenham compromisso com os clientes”. Essa visão é compartilhada por André Alves, sócio-diretor da vidraçaria paulistana Alto da Lapa Vidros: “Mais do que a formalização das condições comerciais entre as partes, precisamos garantir que a expectativa do cliente seja atendida, mesmo que não seja o que ele pensou inicialmente. Portanto é fundamental ter precisão no processo de medição e no projeto executivo, antes de preparar o contrato. Isso garante que não haja surpresas e retrabalho.”

Andrea Oliveira, sócia-proprietária da vidraçaria Silvestre Vidros, de São Paulo, aconselha o detalhamento item a item de toda a venda: “Assim, ambas as partes ficam resguardadas”.

• Alguns desses itens são:
• Especificação total do produto;
• A garantia oferecida;
• Condições para acionamento da assistência técnica;
• Prazos de entrega, de assistência e de garantia;
• Condições de pagamento.

contrato

 

Hora da entrega
O vidraceiro precisa ter em mente que a venda só termina quando a obra é finalizada e entregue ao cliente. “A conclusão já tem de ser pensada na hora da venda: por isso, é fundamental vistoriar o local dos trabalhos antes do início das instalações e não deixar de solicitar um responsável para assinar o documento de vistoria”, comenta Andrea Oliveira, da Silvestre Vidros.

Para André Alves, da Alto da Lapa Vidros, as empresas precisam investir em processos e no treinamento de colaboradores. “O cliente espera nada menos do que receber o que comprou, no prazo combinado. Isso só é possível se sua vidraçaria tiver instaladores bem treinados, com procedimentos bem definidos que garantam a conclusão da obra de acordo com a ordem de serviço”, aponta.

Como incentivo à qualidade do serviço, Glória Cardoso comenta que a Blindex está experimentando a prática de remuneração variável do franqueado, definida pelo ponto de vista do consumidor: “Ao final da instalação, o profissional submete ao cliente uma pesquisa de satisfação, por meio da qual ele deverá atribuir uma nota ao serviço. Quanto mais notas máximas o instalador tiver, maior será o seu salário”.

 

O fim de uma venda é o início de outras
Um trabalho bem realizado tem o potencial de abrir as portas para mais negócios. “Quando você tem qualidade de atendimento, de materiais e de mão de obra, o resultado sempre será positivo”, avalia Andrea Oliveira, da Silvestre Vidros.

Além da possibilidade de novas vendas com esse consumidor, ele pode ainda atrair outros: “O cliente satisfeito é a melhor publicidade que se pode ter. É óbvio que você vai falar bem de si mesmo, mas o cliente não é obrigado a isso. Se ele faz espontaneamente, é uma prova social de que a sua vidraçaria tem destaque no mercado e vale a pena ser procurada por outros consumidores”, observa o professor Renato Avanzi, da ESPM.

No entanto, Avanzi ressalta que o contrário também pode acontecer: um comprador insatisfeito pode afastar outras pessoas de sua vidraçaria. Por isso, aconselha: “No caso dos clientes insatisfeitos, o mais importante é agir rapidamente assim que for identificada a insatisfação, fazendo contato direto, ouvindo a pessoa com a máxima atenção e fornecendo respostas”. Segundo ele, mesmo que as respostas não sejam positivas (caso de uma reclamação que não procede, por exemplo), é importante que sejam dadas o quanto antes, para impedir que a insatisfação tome corpo e se estenda por outras formas, chegando às redes sociais do cliente, no Reclame Aqui, Procon ou entre seu círculo de amigos.

 

Aprimoramento em rede
Vincular seu negócio a uma franquia pode ajudar bastante nas vendas, não só por agregar o nome dela ao da sua vidraçaria, mas também pelas oportunidades de capacitação e crescimento que ela pode oferecer.

Exemplo disso é a Blindex: “Periodicamente, promovemos fóruns regionais com orientações e dicas de vendas e marketing para os vidraceiros, em que são mostradas as últimas atualizações do portfólio para que eles possam apresentá-las de forma convincente e consistente aos seus clientes”, aponta Glória Cardoso. Materiais de apoio, como mostruários de kits da marca e formulários de pedidos listando todas as informações importantes sobre os produtos e serviços contratados, também são disponibilizados aos franqueados.

O mercado também conta com outros tipos de parcerias de exclusividade de produtos, como a desenvolvida pela Cebrace para a distribuição de suas linhas Habitat e Vivânce. Vale a pena para o vidraceiro pesquisar essas opções e avaliar a possibilidade de se diferenciar por meio de uma dessas redes.

 

Este texto foi originalmente publicado na edição 565 (janeiro de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Empresa familiar: 5 dicas de administração

A maior parte dos pequenos negócios no País é composta por empresas constituídas por parentes. Por isso, manter a empresa em equilíbrio exige muito cuidado, principalmente pelo nível de afetividade e proximidade que envolve as pessoas da equipe.

Uma pesquisa feita pelo Sebrae no final de 2017 mostrou que, entre os seis mil donos de negócios entrevistados, quase 24% tinham em seu quadro societário um parente, e pouco mais de 22% haviam empregado um familiar. Os especialistas em gestão advertem que alguns fatores podem influenciar negativamente o dia a dia do empreendimento. Veja como agir se sua empresa se enquadra nesse tipo.

 

1: Papeis definidos
É importante que as atribuições de cada pessoa na empresa estejam bem definidas, de modo a evitar possíveis conflitos de competência em atividades como compras, vendas, comunicação, gestão de mídias sociais e relações com funcionários, entre outras.

 

2: Muita conversa e alinhamento
Dentro da empresa, estando os papéis definidos, não pode ocorrer de alguém, por ser pai, tio, ou irmão mais velho, ter maior poder ou decidir assuntos que sejam da competência de outro. Por isso, é necessário muito diálogo entre os integrantes para que não haja desavenças que acabem causando prejuízos aos negócios e à harmonia familiar.

 

3: Remuneração combinada
É preciso que se tenha uma definição prévia da remuneração de sócios investidores e sócios comprometidos com o dia a dia da empresa. Isso fará com que não haja problemas relacionados à divisão dos lucros, ou que a remuneração de quem está dedicando maior tempo seja prejudicada.

 

4: Contrate profissionais
Nem sempre é bom a empresa familiar atuar só com seus membros, por isso é bom contratar também profissionais de mercado para trazer olhares, inovações e propostas de fora do círculo de influência familiar.

 

5: Sucessão
Treine sua equipe, elenque as competências necessárias para cada função e jamais considere um funcionário ou sócio como eterno. Forme as “novas gerações” da família para encarar desafios e manter a empresa funcionando. O processo sucessório é complexo, mas um desafio que precisa ser encarado o quanto antes.

 

Este texto foi originalmente publicado na edição 565 (janeiro de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Agenda repleta de atividades

O segundo semestre já começou e na Abravidro, assim como na redação de O Vidroplano, nossa equipe segue trabalhando ativamente em diversas frentes.

No final de junho, pude acompanhar a edição de 2019 do Glass Performance Days (GPD), em Tampere, na Finlândia, e as principais discussões e temas que movimentam o mercado vidreiro internacional. Alguns brasileiros estiveram por lá também, aproveitando para se atualizar, conhecer tendências e fazer contatos. A cobertura completa do evento você confere a partir da página 20. Preparamos também uma entrevista com Jorma Vitkala, o idealizador do tradicional congresso vidreiro, que este ano anunciou sua aposentadoria.

Na sequência, fui a Veneza, na Itália, para participar da 3ª edição da Convention of Glass Associations. O evento reuniu representantes de 17 entidades vidreiras de diferentes regiões do mundo. É interessante conhecer o trabalho de nossos pares em outros países, bem como ver que os desafios são os mesmos, onde quer que estejamos.

Enquanto isso, no Brasil, a agenda também esteve movimentada: definições no campo da Substituição Tributária (leia o editorial do presidente da Abravidro na página ao lado); eventos das entidades regionais que levam informação de qualidade a diferentes públicos; preparativos para o 14º Simpovidro; reuniões sobre normas técnicas e muito mais.

Para ficar por dentro de tudo isso, já sabe, né? Leia O Vidroplano e acompanhe nossos canais na Internet!

Abraço e boa leitura,

iaraIara Bentes
Editora de O Vidroplano

Este texto foi originalmente publicado na edição 559 (julho de 2019) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Revestimento de paredes com vidros e espelhos

A área da decoração tem sido um setor bastante atrativo para nosso mercado. Uma das principais tendências nesse sentido é a aplicação de espelhos e revestimentos de parede, conferindo ao ambiente uma estética moderna e grande facilidade na limpeza.

Vidraceiros dispostos a expandir sua área de atuação e se diferenciar da concorrência têm uma boa oportunidade com essas peças, desde que conheçam os cuidados a tomar antes, durante e após a instalação. Para ajudar nesse objetivo, O Vidroplano conversou com especialistas do setor e fabricantes de produtos decorativos.

Mercado em expansão
As usinas produtoras de vidros planos no País já vêm observando a tendência de crescimento do nosso material com essa finalidade. “O uso de espelhos está cada vez mais frequente, especialmente em apartamentos menores, como recurso para conferir a sensação de amplitude e modernidade aos espaços. O vidro pintado também é tendência, pois confere um aspecto mais minimalista, permitindo aplicações de grandes dimensões sem juntas”, observa Viviane Sequetin, gerente de Produtos para Interiores da Guardian.

Patricia Spinosa, gerente de Mercado de Decoração e Inovação da Cebrace, acrescenta: “No Brasil, o espelho deixou de ser funcional — isto é, usado apenas para ver seu reflexo —, restrito ao banheiro, e passou a ocupar também a sala e os quartos”. Segundo ela, o brasileiro gosta mais de colocar esse produto pela casa do que se observa em outros países da América do Sul.

Vidros impressos também são uma opção interessante para revestir. “Há uma crescente tendência em texturas na arquitetura e no design de interiores, o que potencializa o aumento da demanda desses itens”, explica Glaucia Lins, analista de Marketing da Saint-Gobain Glass.

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Que tipo de vidro usar?
De acordo com Gabriel Batista, diretor do Grupo Setor Vidreiro, o espelho e o float pintado são os mais comuns. Mas outros tipos também podem ser considerados: “Até curvos podem ser utilizados como revestimentos”, comenta. “Já os temperados são mais usados quando revestem superfícies que atinjam altas temperaturas, em revestimentos externos e em casos nos quais as peças precisam ter furos e recortes.”
Vitor Maione, diretor-comercial da Color Vidros, lista alguns benefícios do vidro:
– Possibilidade de ser feito sob medida;
– Sem limite de cores disponíveis no mercado;
– Dispensa a aplicação de rejuntes;
– Facilidade e praticidade na limpeza;
– Economia na manutenção de pintura da parede;
– Aplicação limpa e feita sem barulho.

Onde aplicar?
Seja a parede feita de alvenaria, tijolo ou outro material, não há obstáculos para o uso de vidros e espelhos. “Atualmente, com a evolução dos adesivos e das tintas, é possível revestir qualquer substrato”, afirma Gabriel.

As limitações para os revestimentos dependem menos do tipo da superfície onde serão aplicados, e mais do estado em que se encontram: “A parede que irá receber o vidro não pode ter patologias, como infiltração ou tinta descascando”, avalia Sérgio Reino Júnior, professor do Curso de Vidraceiro do Senai. Jaqueline Fazolim, gerente de Projetos da Fazolim Vidros, acrescenta: “Buscamos sempre avaliar a qualidade da parede, concreto, massa ou sobreposição de revestimentos, pois se algo estiver muito irregular ou pontiagudo, não será possível instalar.”

Preparativos pré-instalação
A medição da superfície onde o produto será aplicado (para encaminhar as dimensões corretas para a beneficiadora) é um dos primeiros passos, bem como a análise de nível, prumo e resistência. “Além disso, é preciso fazer a limpeza do substrato e da face do vidro que será colada a ele, deixando-as secas, desengorduradas, firmes e livres de poeira”, explica Vitor, da Color Vidros. Ele ressalta que, se houver uma camada de resina ou verniz por cima do acabamento da parede, pode ser necessário lixar os pontos onde o adesivo será aplicado, para não comprometer a adesão das peças.

No caso dos espelhos, Jaqueline, da Fazolim Vidros, alerta: “Sempre verifique se há arranhões ou riscos na parte de trás, pois isso pode levar à corrosão da camada de prata deles.”

Hora de fixar
Para a instalação química, Gabriel, do Setor Vidreiro, diz que a escolha do adesivo depende do substrato em que a instalação será feita e do tipo de tratamento que o vidro recebeu. Porém, para qualquer aplicação, certifique-se de que o produto seja:
– Livre de solventes;
– Compatível para aderir tanto no substrato como no vidro ou espelho;
– Resistente mecanicamente e que tenha memória elástica suficiente para garantir a integridade das peças, considerando:
• peso e posições;
• movimentações;
• temperatura da superfície.

“O adesivo deve ser aplicado em filetes, sempre na vertical, permitindo assim o fluxo de ar de baixo para cima e evitando o acúmulo de umidade no verso da chapa”, aponta Viviane, da Guardian.

Outro cuidado, enfatiza Patricia, da Cebrace, é manter um espaço (de aproximadamente 3 mm) entre a parede e a face do vidro ou espelho voltada para ela: isso permite ventilação e impede o acúmulo de umidade, o que pode comprometer a qualidade do produto e sua fixação ao substrato.

Repetindo a experiência

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Vidros coloridos com acabamento aveludado da Color Vidros foram utilizados em dezoito andares de um edifício na cidade de São Paulo. A área revestida pelo produto no espaço interno do prédio é de cerca de 1.400 m².

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Reflexos em abundância

A Fazolim Vidros foi parceira da arquiteta Daniela Momoi no projeto de um apartamento na cidade de São Paulo: a obra contou com a aplicação de grandes painéis de espelhos e vidros laqueados como revestimento de paredes nas áreas da cozinha e do bar. As peças fazem parte da linha Vivânce, da Cebrace.

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Algumas opções do mercado

Vidro Laqueado
Fabricante: Cebrace
Diferenciais:
– de fácil instalação (mesma forma e cuidados aplicados ao espelho);
– dimensão maior que um revestimento tradicional, permitindo personalização na paginação (maiores formatos);
– de fácil limpeza, feita apenas com um pano macio, água e sabão neutro;
– disponível nas cores branca, extrabranca, preta e vermelha.

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Vidros Refletivos
Fabricante: Cebrace
Diferenciais:
– aspecto espelhado se comporta conforme a iluminação, permitindo diferentes resultados;
– adapta-se ao ambiente e transmite brilho sem roubar a cena;
– pode ser temperado, serigrafado ou curvado.

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DecoCristal
Fabricante: Guardian
Diferenciais:
– vidro laqueado com acabamento envernizado e brilho intenso;
– permite aplicações sem juntas, deixando o ambiente mais minimalista;
– pode ser cortado, lapidado, bisotado e perfurado;
– disponível nas cores branca e preta.

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Espelho Guardian Evolution
Fabricante: Guardian
Diferenciais:
– conta com uma camada protetora especial aplicada em seu verso, que protege a prata;
– alto nível de resistência química e física, com durabilidade elevada contra o surgimento de manchas, oxidação e riscos;
– ecologicamente correto, livre de metais pesados;
– disponível nas cores prata, bronze, fumê e acetinada.

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SGG Master-Soft
Fabricante: Saint-Gobain Glass
Diferenciais:
– design exclusivo, agregando elegância e sofisticação ao projeto;
– pode ser pintado, aumentando a gama de opções para personalização no uso;
– pode ser temperado, aumentando sua resistência e a segurança no processo de instalação;
– fácil manutenção e limpeza, dispensando o uso de produtos especiais.

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O que dizem as normas?
Embora não haja uma norma específica para esse tipo de aplicação, Glaucia, da Saint-Gobain Glass, explica que as orientações da NBR 15198 — Espelhos de prata – Beneficiamento e instalação também podem ser usadas para embasar a instalação do vidro como revestimento. As principais determinações referentes à fixação do produto encontram-se presentes ao longo desta reportagem.Sérgio, do Senai, ressalta que também é importante conhecer a NBR 7199 — Projeto, execução e aplicação do vidro na construção civil, que traz informações para garantir a qualidade e a segurança no trabalho com nosso material.

Este texto foi originalmente publicado na edição 559 (julho de 2019) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Uma vitória a celebrar

A Secretaria da Fazenda e Planejamento do Estado de São Paulo (Sefaz/SP) publicou, na última semana de junho, portaria com as novas Margens de Valor Agregado (MVAs) da Substituição Tributária (ST) para materiais de construção, incluídos aí os diferentes tipos de vidro. Os índices publicados para os vidros processados — em especial temperado e laminado — foram uma grande vitória para o nosso setor e resultam do empenho da Abravidro, que somou forças com Sinbevidros-SP e Abividro na defesa dos interesses do mercado vidreiro na condução da questão junto à Sefaz/SP. As MVAs de 36% para o temperado e laminado são mais baixas que os 75% vigentes desde fevereiro e menores também que os 45% vigentes de 2014 a janeiro deste ano.

Mas o assunto ST não se encerra aqui. Ainda estão em nossa pauta uma tentativa de anistia que possa regularizar a situação do período entre julho de 2018 e janeiro de 2019 e também a intenção de buscar a remoção dos produtos da cadeia do vidro plano da ST, num movimento que pode ser coordenado entre os diversos Estados interessados.

Se na agenda com o poder público temos o que celebrar, a situação do mercado vidreiro segue em estado de atenção. A sobreoferta de matéria-prima continua trazendo desequilíbrio, o que, aliado à guerra de preços e à informalidade crescente, preocupa a todos nós. Os valores do float, assim como dos processados, vêm caindo em índices preocupantes, por não serem sustentáveis. No Panorama Abravidro 2019, víamos a primeira inversão de tendência quando o preço médio do vidro temperado em 2018 recuperou parte das perdas recentes. Infelizmente, a sensação é de que hoje estejamos novamente no movimento de queda.

editorialE é diante desse cenário que mais uma vez aproveito este espaço para pedir responsabilidade a todos os atores da cadeia vidreira. Se queremos um setor fortalecido, não podemos cair na tentação da informalidade, das vendas sem nota, da guerra de preços e da irresponsabilidade. Isso pode parecer uma solução no momento, mas se revelará um remédio amargo no futuro.

José Domingos Seixas, presidente da Abravidro

Este texto foi originalmente publicado na edição 559 (julho de 2019) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Por que participar do GPD? Brasileiros explicam

O Vidroplano conversou com alguns brasileiros e profissionais do setor, que estiveram em Tampere para o congresso. Qual a relevância do conteúdo do evento?

“A edição 2019 do GPD foi muito boa para mim. Como sempre, foi possível aprender e me atualizar sobre diferentes temas ligados ao nosso setor. Essa foi a quarta vez que participo do congresso na Finlândia. Considero o GPD um evento de grande importância para todo o mercado vidreiro de forma geral, pois nele estão sempre presentes os principais especialistas mundiais. E, além disso, podemos discutir com eles os mais diversos assuntos de forma bem transparente.”
Franklin Marques (Brazilglass)
“A cada ano, o GPD vem se renovando, evoluindo e agregando inovação tanto ao vidro quanto ao seu formato enquanto evento. Desta vez, o conceito de integrar startups se consolidou. E, hoje, com a revolução 4.0, temos mais inteligência para gerenciar a paixão de sempre pelo nosso material. Vale uma homenagem ao caríssimo Jorma Vitkala, homem de grande visão que, 27 anos atrás, já previa que o maior desafio não seria a tecnologia em si, mas sim como transmitir o conhecimento para as próximas gerações. Isso é fundamental, pois mesmo com ensino à distância e melhores inteligências, somos e continuaremos humanos. Acredito que, para ter competitividade em um momento de “vacas magras”, a melhor maneira seja estudar, se preparar e ter parceiros. Espero que o GPD possa trazer para nossos clientes não só novas ideias, mas também formas de concretizá-las.”

Moreno Magon (Glaston)

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“Esse foi meu terceiro GPD. O evento é sempre uma oportunidade de contato com grandes profissionais do segmento, com aquilo de mais atualizado em tecnologia de transformação, projetos e tendências. Na edição deste ano, procurei assistir às palestras sobre gerenciamento da qualidade, com assuntos como anisotropia e monitoramento de cor, automação industrial em linhas de têmpera e laminação, engenharia de fachadas e aplicações de vidros estruturais. Uma das palestras de tecnologia de coatings abordou sobre a colisões de pássaros em fachadas e soluções usando revestimentos especiais ou serigrafia a fim de prevenir e reduzir esses incidentes. É sempre uma ótima oportunidade se atualizar com o que existe de melhor em tecnologia e engenharia no mundo do vidro.”
Daniel Scarpato (Glassec Viracon)

“Esse foi o 8º GPD de que participo. É um evento que abrange o desenvolvimento vidreiro no “estado da arte”, realizado principalmente em universidades e centros tecnológicos. A edição deste ano teve várias palestras dedicadas à aplicação de vidros ultrafinos na arquitetura, tendência cada vez maior. Outra questão interessante foi a atenção voltada para as startups. Essas empresas possuem como mentores profissionais do vidro que já se aposentaram e começam a transferir seus ensinamentos para os jovens. Destaco ainda os estudos de casos sobre obras, com os quais você aprende como foram solucionadas questões técnicas desafiadoras. Por fim, recomendo o GPD àqueles que realmente tenham esse interesse maior de aprofundamento de seu conhecimento.”
Raimundo Calixto (RCM Estruturas Metálicas)

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Este texto foi originalmente publicado na edição 559 (julho de 2019) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Panorama Abravidro 2020

A Abravidro criou, em 2012, o Panorama Abravidro. O documento é publicado anualmente e traz dados atualizados do mercado brasileiro, incluindo informações sobre as indústrias de base e de transformação, assim como os números da produção de vidro no País, faturamento, balança comercial internacional, entre outras. Para se chegar aos dados divulgados no documento, a Abravidro convida empresas a participarem de uma pesquisa. Os resultados são consolidados pela GPM Consultoria Econômica, contratada para apurar as informações do setor e relacioná-las com a Pesquisa Industrial Anual do IBGE, números oficiais de importação e exportação do governo, além de declarações da indústria de base à revista O Vidroplano.

Eficiência e beleza em um único material — conteúdo extra

Não havia ocasião melhor do que a Glass South America para realizar a 2ª edição do congresso Glass Façades Day, promovida no dia 10 de maio pela Ci&Lab em parceria com a revista Projeto e a organização da maior feira do setor vidreiro na América Latina. Ocupando uma pequena sala no mezanino do São Paulo Expo, o evento discutiu o uso criativo e eficiente do vidro nas fachadas de edificações em termos de design, tecnologia e desempenho.

A Abravidro, apoiadora do congresso juntamente com a Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura (Asbea) e a Associação Técnica Brasileira das Indústrias Automáticas de Vidro (Abividro), foi representada na sessão de abertura por sua analista de Normalização, Clélia Bassetto. Em sua fala, foi enfatizada a importância da especificação e aplicação corretas do nosso material, além de comentar o trabalho constante da Abravidro na conscientização e capacitação do setor vidreiro nacional para atingir esse objetivo e garantir que as instalações de vidro tenham sempre boa segurança e desempenho.

Sem limites para a criatividade
Além de patrocinar o Glass Façades Day, a usina vidreira Guardian e a fabricante de películas de PVB Eastman responsabilizaram-se por duas das palestras do evento. A primeira, representada por Betânia Danelon (gerente de Especificações Técnicas) e Denys Castilho (gerente de Produtos de Arquitetura), impressionou os espectadores ao apresentar o case da Casa do Deserto, uma residência revestida praticamente só com vidros da multinacional erguida no Deserto de Gorafe, na Espanha, cuja temperatura pode chegar a 48 ºC durante o dia e 0 ºC à noite.

Quem pensava que o vidro iria tornar o interior da casa uma estufa, errou feio: o uso de insulados triplos na fachada e vidros refletivos no teto da obra garantia o conforto térmico mesmo com condições climáticas tão extremas. Houve ainda espaço para a apresentação de um case nacional, o edifício Mr. Shan Business Offices, em Porto Alegre, cuja fachada com vidros SunGuard Blue trouxe conforto e economia de energia além de uma estética totalmente diferenciada das edificações ao seu redor.

Por sua vez, Daniel Domingos, gerente-comercial da Eastman para a América Latina, falou sobre o shopping center Emporia, localizado em Malmo, na Suécia. PVBs coloridos foram instalados na fachada azul e amarela de vidro curvo do empreendimento, oferecendo uma estética especial para o prédio.

A importância da especificação criteriosa
Para que o vidro garanta a estética e o desempenho esperados, sua especificação correta é fundamental. Igor Alvim, diretor técnico da QMD Consultoria, falou sobre a necessidade de antecipar e prevenir as patologias de fachadas, ou seja, falhas na escolha do nosso material que podem causar problemas na aparência e na eficiência dessas estruturas. Alguns cuidados para isso são o planejamento antecipado, o monitoramento constante das obras, a realização de testes in loco, para verificar a necessidade de ajustes antes de sua finalização, e, principalmente, a capacidade de aprender com os erros passados.

Um ponto muito importante a se considerar na especificação é o isolamento acústico. Nesse sentido, Edison Claro de Moraes, presidente da ProAcústica e diretor da Atenua Som, destacou o potencial do vidro insulado, especialmente quando combinado com esquadrias de PVC. Ele também alertou para que os especificadores convençam os fabricantes de janelas e instaladores a usar vidros adequados e evitar deixar frestas — elas podem colocar tudo a perder.

Com sua grade de palestras, o Glass Façades Day contribuiu para aproximar arquitetos e profissionais do setor vidreiro e permitir a troca de experiências entre eles. De fato, sua realização dentro da Glass South America não poderia ter sido mais produtiva.

Este texto é um conteúdo digital exclusivo da edição 546 (junho de 2018) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Panorama Abravidro 2018

Em um inédito esforço para mapear as ações do setor vidreiro nacional, a Abravidro criou em 2012 o Panorama Abravidro. O documento, editado pela entidade, é publicado anualmente. Ele traz dados atualizados do mercado brasileiro, incluindo informações sobre as indústrias de base e de transformação, assim como os números do consumo aparente de vidro no País, capacidade nominal de produção de vidros planos das fábricas, balança comercial internacional, entre outras.

Para se chegar aos dados divulgados no documento, a Abravidro convida empresas a participarem de uma pesquisa. Os resultados são consolidados pela GPM Consultoria Econômica, contratada para apurar as informações do setor e relacioná-las com a Pesquisa Industrial Anual do IBGE, números oficiais de importação e exportação do governo, além de declarações da indústria de base à revista O Vidroplano.

Panorama Abravidro 2017

Em um inédito esforço para mapear as ações do setor vidreiro nacional, a Abravidro criou em 2012 o Panorama Abravidro. O documento, editado pela entidade, é publicado anualmente. Ele traz dados atualizados do mercado brasileiro, incluindo informações sobre as indústrias de base e de transformação, assim como os números do consumo aparente de vidro no País, capacidade nominal de produção de vidros planos das fábricas, balança comercial internacional, entre outras.

Para se chegar aos dados divulgados no documento, a Abravidro convida empresas a participarem de uma pesquisa. Os resultados são consolidados pela GPM Consultoria Econômica, contratada para apurar as informações do setor e relacioná-las com a Pesquisa Industrial Anual do IBGE, números oficiais de importação e exportação do governo, além de declarações da indústria de base à revista O Vidroplano.

De vidraçaria a processadora certificada!

Com suas atividades iniciadas em 2005, a paraense Noroeste Vidros iniciou seu caminho no setor como vidraçaria. Em 2012, instalou seu primeiro forno vertical para têmpera e, dois anos depois, um forno horizontal. O ápice dessa escalada de investimentos e busca por produtos mais seguros aconteceu quando recebeu a certificação para temperados concedida pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) e Instituto Falcão
Bauer da Qualidade (IFBQ).

Confiança do mercado
noroeste“A certificação marcou uma nova etapa de crescimento para nossa empresa”, comenta o diretor-geral Aparecido Ronaldo da Silva. Segundo ele, a Noroeste precisava dar um passo definitivo para conquistar novos clientes. “Chegamos a um estágio de crescimento no qual se tornou necessário buscar atestados que fossem além da opinião e da aprovação do mercado consumidor local.”

O processo de adequação da produção durou cerca de quatro meses. “Na verdade, estávamos quase prontos. Faltava adequar elementos da formalização e documentação de processos e registros”, explica Aparecido Ronaldo. “Sem a ajuda da Abravidro [que ofereceu a consultoria de certificação para a Noroeste por meio do consultor Edweiss Silva], com certeza teríamos tido muita dificuldade”, relata o diretor-geral. No fim, o selo foi garantido para as espessuras de 6, 8 e 10 mm.

Frutos colhidos
Para Aparecido Ronaldo, “a certificação, aliada a outras medidas que adotamos, auxiliou a empresa a atravessar a crise que se abateu sobre nosso setor em 2016”. Por isso, a busca pela melhoria da produção não para: a processadora planeja iniciar o processo para a ISO 9001 em 2018 e 2019.

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Abravidro
IFBQ
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Noroeste Vidros

Qualificação e diferenciação

Ao celebrar o 1º aniversário da Rede Credenciada Alclean, sua gestora aproveitou para analisar a situação do mercado vidreiro, apresentar seus novos produtos e próximos passos e promover o 1º encontro oficial da rede. Realizado nos dias 30 e 31 de março, em Garça, a 405 km da capital paulista, o encontro teve lugar nas instalações da PPA, fabricante de portas automáticas que desenvolveu a tecnologia para a linha Portas Automáticas Alclean, e incluiu visita à sua fábrica. Os produtos foram lançados em março e são vendidos exclusivamente pela rede credenciada — a Alclean oferece treinamento aos associados da rede para instalar cada modelo de porta automática da linha e identificar aquele que melhor atende as necessidades de seu cliente. Mais de cem participantes puderam conferir a produção de cada componente do sistema. Hospitaleira, a PPA também organizou com a Alclean os dois almoços e o jantar para os visitantes.

Diferenciais de mercado
Mas a visita à fábrica e os momentos de descontração foram apenas parte do evento: sua programação contou ainda com uma série de palestras nos dois dias. O primeiro foi dedicado aos produtos das empresas parceiras da rede, como a Adere, Cebrace, Esquadgroup, Sansite e Sika, O segundo dia discutiu o cenário atual e as perspectivas para o mercado vidreiro nacional. O jornalista e escritor Luciano Pires, palestrante e mestre de cerimônias das duas últimas edições do Simpovidro, encontro organizado a cada dois anos pela Abravidro, falou sobre o tema, destacando pontos que devem ser desenvolvidos por qualquer empresa que queira ser bem-sucedida no mercado.
A qualificação dos vidraceiros também foi enfatizada como essencial para nosso setor. Gabriel Batista, do Grupo Setor Vidreiro, e Cláudio Luís Acedo, presidente da Associação Nacional de Vidraçarias (Anavidro).

Ao final do evento, foi anunciada a data do 2º encontro da rede: 8 de maio de 2018, um dia antes do início da próxima edição da Glass South America.

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Alclean

GlassecViracon cria ação de qualificação profissional em Nazaré Paulista

Em fevereiro e março, a GlassecViracon organizou uma ação social voltada para os moradores de Nazaré Paulista (SP), cidade em que está localizada sua planta. A iniciativa teve como objetivo qualificar profissionais nas áreas de planejamento e controle de produção, segurança no trabalho, logística e qualidade, entre outras. As aulas foram ministradas por instrutores voluntários da empresa. “A ideia surgiu a partir da carência da região em formar pessoas, principalmente em assuntos voltados ao mundo organizacional”, explica Wagner Martin, gerente de Recursos Humanos da processadora.

Mais informações: www.glassecviracon.com.br

Guardian ampliará capacidade produtiva de planta de Porto Real

A Guardian anunciou em março seu projeto para trocar o forno e expandir a produção de vidro em sua unidade de Porto Real (RJ). Com isso, espera-se aumentar a capacidade de produção da planta e melhorar produtos e serviços para apoiar seus clientes. “Esse investimento expandirá a capacidade da Guardian de atender clientes no Brasil e em países vizinhos com vidro de alta qualidade”, afirma Rick Zoulek, vice-presidente da Guardian para a América. Ricardo Knecht, recentemente anunciado como novo gerente-geral da Guardian para a América do Sul, acrescenta: “O projeto demonstra a nossa confiança no País e está alinhado à nossa estratégia de crescimento a longo prazo”.

Desde 2010, a fábrica da Guardian em Porto Real conta com o Magnetron Sputter Coater, avançado sistema que permite a produção de vidros de alto desempenho, como as linhas de controle solar Guardian Residence (para projetos residenciais) e Guardian SunGuard (para grandes obras). A unidade também presta serviços de consultoria a clientes e fabricantes em todo o Brasil.

Mais informações: www.guardianbrasil.com.br

Normas técnicas são temas de palestras da Abravidro em SP e MG

Março foi mais um mês no qual a Abravidro levou informações técnicas para o setor. Clélia Bassetto, sua analista de Normalização, participou, no dia 11, da docência do Curso de Vidraceiro da Escola Senai Orlando Laviero Ferraiuolo, em São Paulo. O programa De Olho no Boxe (www.deolhonoboxe.com.br), voltado para a manutenção dos boxes de banheiro, foi abordado, assim como as normas de produto (laminados e temperados).

No dia 14, Vera Andrade, coordenadora-técnica da entidade, foi a Belo Horizonte falar sobre o tema Normas técnicas para a aplicação de vidros na construção civil. A apresentação fez parte do projeto Papo Técnico, do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG) — vale lembrar que o evento contou com parceria da Associação Mineira do Comércio Atacadista, Varejista e dos Beneficiadores do Vidro (Amvid).

vp_abravidro2Clélia também palestrou, no dia 27, na Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo. Os alunos de duas turmas de Especialização em Construção Civil, Excelência Construtiva e Anomalias aprenderam sobre a NBR 7199 — Vidros na construção civil — Projeto, execução e aplicações e as diversas utilidades de nosso material.

Mais informações: www.abravidro.org.br, www.amvid.org.br e www.sinduscon-mg.org.br

Centro de pesquisa do Grupo Saint-Gobain recebe certificação Leed Gold

Inaugurado no ano passado, o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento do Grupo Saint-Gobain foi certificado recentemente pelo U.S. Green Building Council na categoria Leed Gold. A chancela é uma das mais importantes na área da sustentabilidade na construção civil. Localizado em Capivari, interior de São Paulo, o espaço foi construído com produtos de alto desempenho. O vidro se destaca: lá pode ser encontrado o SageGlass. O material tem a transparência alterada por meio de comandos eletrônicos e está instalado em uma fachada, assim como insulados de controle solar.

Vencedores do Prêmio Saint-Gobain Arquitetura prezam pela sustentabilidade

Também no mês de março, foram conhecidos os vencedores do Prêmio Saint-Gobain Arquitetura — Habitat Sustentável. Em sua 4ª edição, a iniciativa reconhece projetos de arquitetos e estudantes de arquitetura focados no conforto, bem-estar e sustentabilidade. Nosso material constava em diversas obras, incluindo a Casa da Sustentabilidade (em Campinas, SP), eleita Melhor Projeto da Edição. A peça, idealizada pelo escritório Hiperstudio Arquitetura, tem como característica a transparência de suas paredes envidraçadas.

Vidreiros expõem em feiras de outros setores

Mostras nacionais e internacionais de setores variados receberam empresas ligadas ao vidro. Na Feira Internacional do Plástico (Feiplastic), realizada em São Paulo no início de abril, a Eastman (foto 1), fabricante de películas para vidros, mostrou matérias-primas como plastificantes (utilizados em polímeros para melhorar flexibilidade e durabilidade) e TPU’s (polímero semelhante ao silicone). Quem também esteve nesse evento foi a Kuraray (foto 2), juntamente com sua marca Trosifol de películas de PVB e a linha de borrachas termoplásticas usadas em produtos diversos (de canetas a calçados). A Kuraray esteve ainda na Euroshop, mostra alemã sobre comércio de varejo que ocorreu em Düsseldorf no início de março. Por lá, um estande da Schott Flat Glass (foto 3) teve como destaque o Termofrost, sistema automático de portas de vidro para refrigeradores.

Mais informações: www.br.eastman.com, www.kuraray.com e www.schott.com