Casa de vidro é destaque na Casa Cor PR 2024

A edição deste ano da Casa Cor Paraná teve a vidraçaria Montrelux como fornecedora oficial dos vidros e espelhos usados nos ambientes da mostra. A empresa marcou presença em nove ambientes do evento, com destaque para o Refúgio Deca, uma casa de vidro. Assinado pelas arquitetas Elaine Zanon e Cláudia Machado, o espaço integra-se de forma harmoniosa à natureza do lado de fora por meio do uso estratégico de produtos da Guardian, processados pela Blue Glass. Para esse projeto, foram usados os vidros de controle solar Neutral Plus 41 (NP41), aplicado em grandes dimensões na cobertura, e ClimaGuard SunLight, usado para os fechamentos fixos, portas de correr e camarão, também em grandes dimensões. Ambos os produtos foram escolhidos para reduzir a entrada de calor no ambiente, mantendo a temperatura interna mais agradável. Outro vidro usado nesse ambiente foi o Guardian SuperClear, lançado este ano, compondo uma estrutura batizada de “cubo”, presente em uma das laterais em destaque da casa, proporcionando integração com o jardim. A mostra pode ser visitada até 28 de julho.

 

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Este texto foi originalmente publicado na edição 619 (julho de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Fotos: Antônio More

Nova casa da Glass reabre em São Paulo

O complexo Distrito Anhembi foi reinaugurado no dia 26 de junho, após um ano e três meses de intervenções para aumentar sua capacidade e aprimorar a climatização, segurança e acessibilidade. O espaço, tradicional centro de eventos da cidade de São Paulo, inclui entre suas instalações o Pavilhão de Exposições do Anhembi, o qual será a nova casa da Glass South America (GSA) a partir da próxima edição da feira, a ser realizada de 13 a 16 de maio de 2026.

Localizado na Zona Norte paulistana, com uma área de 400 mil m², o Distrito Anhembi tem capacidade para receber até dez eventos simultâneos. Sua estrutura conta com auditórios, salas modulares, área de convivência, arena multiuso, passarela cultural, halls e pavilhões com divisórias acústicas. A gestão do espaço é feita pela multinacional francesa GL Events, a mesma que administra o São Paulo Expo, sede da Glass por três edições. Sessenta eventos serão realizados no complexo até o final de 2024.

 

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Em entrevista ao VidroCast, Alexandre Brown, diretor do Portfólio de Construção Civil da NürnbergMesse Brasil (organizadora da GSA), destacou que a nova casa da maior feira vidreira da América Latina traz uma série de facilidades, como maior proximidade a aeroportos e rodoviária, além de um pavilhão mais central. “Esse layout permitirá uma integração muito maior entre a Glass e a E-squadria Show”, explicou.

Profissionais interessados em ver as novas instalações do Distrito Anhembi e as empresas que já garantiram estande na próxima Glass poderão conhecer o espaço em agosto, por meio de uma visita organizada pela NürnbergMesse Brasil – a Abravidro também estará lá e você poderá conferir os detalhes na próxima edição de O Vidroplano.

Este texto foi originalmente publicado na edição 619 (julho de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Fotos: Ricardo Kleine

Vidrosistemas aparece em reportagem da TV Tribuna

A processadora, distribuidora de vidros e produtora de sistemas de envidraçamento Vidrosistemas, localizada em Registro (SP), foi destaque em reportagem da TV Tribuna, afiliada da Rede Globo no Vale do Ribeira, interior de São Paulo. A matéria, reproduzida no Jornal Tribuna e disponível no Globoplay, destaca a relevância do setor industrial para a economia da região: cerca de 4.500 indústrias, localizadas no Sul do Estado e no Leste do Paraná, movimentam perto de R$ 12 milhões por ano e são responsáveis por 20,2% do Produto Interno Bruto local. “Aqui é um polo regional fantástico, estamos próximos de grandes capitais e podemos usar isso em nosso favor”, afirmou o diretor Ângelo Vaz de Arruda, ressaltando que a Vidrosistemas atende hoje uma demanda de 1.000 m² de vidros por mês, incluindo clientes de todo o Brasil e exterior.

Este texto foi originalmente publicado na edição 619 (julho de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto: Reprodução TV Tribuna/Globoplay

Panorama 2024 ganha versões traduzidas

O Panorama Abravidro 2024, lançado em maio deste ano, já está disponível em inglês e em espanhol. Dessa forma, o principal estudo econômico e produtivo do setor vidreiro nacional, produzido anualmente pela entidade, pode ser conferido também pelos players mundiais com atuação dentro do Brasil ou com interesse em nosso mercado. Assim como a versão em português, as traduções podem ser acessadas e baixadas gratuitamente no site da Abravidro: os dados da pesquisa são referentes ao ano de 2023 e foram coletados de janeiro a abril de 2024. O estudo revelou que houve queda na produção de vidros processados não automotivos e no faturamento das empresas no ano passado.

Este texto foi originalmente publicado na edição 619 (julho de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto: Divulgação Abravidro

Atividades no DF e em SP discutem temas relevantes ao setor

Foto: Divulgação Sinbevidros-SP
Foto: Divulgação Sinbevidros-SP

 

Em São Paulo
Durante os dias 7, 8, 28 e 29 de junho, o Sinbevidros-SP, em parceria com a FGV In company (iniciativa da Fundação Getúlio Vargas), realizou o curso “Finanças e Gestão de Negócios para Empresários do Setor Vidreiro”, em São Paulo. O treinamento teve o objetivo de auxiliar os empresários em importantes questões do dia a dia. Ao longo das aulas, profissionais mestres e doutores da FGV apresentaram exemplos e análises práticas de gestão financeira, como precificação, margem de contribuição, lucratividade, fluxo de caixa e rentabilidade, além da parte de governança corporativa. “Nosso principal objetivo é contribuir para que as decisões que afetem os indicadores financeiros do dia a dia das empresas sejam cada vez mais profissionais”, afirmou Victor Villas Casaca, presidente do Sinbevidros. O curso recebeu alunos de São Paulo e também de outros Estados. Rogério Oliveira, diretor da Bahia Vidros, veio a São Paulo exclusivamente para participar das aulas – para ele, os temas abordados nas aulas são atuais, trazendo ideias aos profissionais para que encontrem soluções mais assertivas às suas questões.

 

Foto: Reprodução/Divulgação Sincomavi-SP
Foto: Reprodução/Divulgação Sincomavi-SP

 

 

Também em São Paulo
O Sincomavi-SP organizou dois webinários no mês de junho: o primeiro, no dia 12, teve como tema O Papel da Liderança no Clima Organizacional (foto). Ministrado por Ana Penarotti, sócia-diretora da Ciclo85 Treinamento & Desenvolvimento, ele mostrou como motivar e inspirar equipes para que alcancem metas promissoras. Já no dia 25, Marcio Ageouri, sócio-diretor do Grupo Mestre, abordou o tema A importância da gestão eficiente no varejo. Entre os tópicos comentados estavam os processos-chave para melhorar a eficiência operacional de uma loja: a padronização de processos, a automação de tarefas, a gestão de fluxos de trabalho e o treinamento da equipe.

 

Foto: Divulgação Abravid-DF
Foto: Divulgação Abravid-DF

 

No Distrito Federal
A Abravid-DF recebeu Vera Andrade, coordenadora técnica da Abravidro, para ministrar a palestra Normas para o uso correto do vidro: você pode ganhar ou perder!. A iniciativa foi organizada no dia 27 de junho na unidade do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) em Brasília, com patrocínio das indústrias AGC, Cebrace, Guardian e Vivix e apoio da Abravidro, da Associação Brasileira das Indústrias de Vidro (Abividro) e do portal Vidro Certo. Vera falou sobre o uso da maioria dos vidros na construção civil de acordo com as normas da ABNT, com foco na ABNT NBR 7199 – Vidros na construção civil – Projeto, execução e aplicações, principal documento técnico de nosso setor. A palestrante também ressaltou para os oitenta participantes os riscos trazidos pelo descumprimento das normas, bem como os benefícios de trabalhar de acordo com as orientações que elas trazem.

 

Foto: Marcos Santos e Meryellen Duarte
Foto: Marcos Santos e Meryellen Duarte

 

Do Brasil para São Paulo
Por falar em atividades das entidades vidreiras regionais no mês de junho, não há como deixar de lado as caravanas organizadas por várias delas para levar seus associados à 15ª Glass South America, no São Paulo Expo, incluindo a da Ascevi-SC, Simvidro-MG, Sincavidro-RJ, Sindividros-ES e Sindividros-RS. Este último (foto), vale destacar, conseguiu organizar uma comitiva com 22 pessoas mesmo frente às adversidades que assolavam (e ainda assolam) o Rio Grande do Sul, enfrentando quarenta horas de viagem e esbanjando disposição para prestigiar a feira e ainda fazer uma visita ao Sampa Sky.

Este texto foi originalmente publicado na edição 619 (julho de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Henrique Lisboa fala sobre os dez anos da Vivix

Em maio, a Vivix completou dez anos de existência. Entre as ações da usina para celebrar essa ocasião, registrou-se seu retorno como expositora da Glass South America 2024. Na Glass, Henrique Lisboa, presidente da Vivix, passou pelo estúdio do VidroCast, o podcast da Abravidro, para um bate-papo com Iara Bentes, superintendente da Abravidro e editora de O Vidroplano. Entre os assuntos, Henrique avaliou como o surgimento da Vivix impactou o setor vidreiro nacional, comentou o aumento das importações de vidros planos no Brasil e falou sobre os passos que a empresa pretende tomar para a próxima década. Leia os melhores momentos da entrevista a seguir – e confira o conteúdo na íntegra no canal da Abravidro no YouTube (na versão em vídeo) ou ouça nos tocadores de podcast (em áudio).

Quais as principais conquistas da Vivix nessa primeira década de vida?
Henrique Lisboa – A Vivix marca esse período sendo a primeira empresa nacional dentro do mercado brasileiro de vidros planos – todas as outras fabricantes instaladas aqui são multinacionais. Acredito que isso faz com que a gente compreenda melhor a cultura do País e a forma como o empreendedor nacional atua e pensa. Então, temos a possibilidade de atuar de uma forma mais, digamos, brasileira.

Em 2014, o mercado brasileiro de vidro plano era diferente, não só porque não tinha a Vivix, mas porque a configuração era outra. O que mudou nesses dez anos e qual a contribuição da Vivix para essa mudança?
HL – Acho que a entrada da Vivix foi muito boa para o mercado, não só pelo fato de que a gente começou a ofertar uma produção que não existia e que era necessária – durante quase três anos seguidos antes da nossa entrada, a produção de vidro plano não atendia a demanda no Brasil –, mas também porque isso permitiu que os clientes tivessem mais opções de escolha para efetuar suas compras.

Há cerca de dois anos, na edição de 2022 da Glass South America, a Vivix anunciou a construção do segundo forno. A construção desse forno vem sendo adiada desde então. O que você pode comentar sobre isso?
HL – Veja, quando anunciamos essa obra, ainda era necessário fazer os projetos, buscar as tecnologias, tirar as licenças, e essas etapas levam entre um ano a um ano e meio. Mas, de fato, a Vivix acabou adiando o início dessa construção porque nesse período a demanda por vidro plano caiu, o mercado ficou mais difícil e nós consideramos que não seria responsável iniciar essa construção nesse momento. Hoje, já estamos com tudo pronto para iniciar a obra, mas estamos aguardando o tempo adequado para isso. Ela terá início assim que sentirmos que o mercado está tendo uma retomada sólida da demanda.

 

“A obra do segundo forno terá início assim que sentirmos que o mercado está tendo uma retomada sólida da demanda” (Henrique Lisboa)
“A obra do segundo forno terá início assim que sentirmos que o mercado está tendo uma retomada sólida da demanda”
(Henrique Lisboa)

 

Uma mudança bastante importante que houve no mercado desde o anúncio do segundo forno foi o grande aumento no volume de importações de vidro plano, especialmente no ano de 2023. Como você vê esse movimento e qual o impacto disso para o mercado doméstico?
HL – Antes de a Vivix entrar no mercado, em 2014, as importações aconteceram continuamente por uns dois ou três anos. De lá para cá, nós tivemos mais dois ciclos de aumento na importação: um por volta do final de 2018 e início de 2019, e esse de agora. Considero que esses ciclos são finitos, não contínuos; esse aumento foi muito prejudicial, sim, mas não creio que ele continuará por muito tempo, quando as fabricantes brasileiras têm capacidade de produção interna suficiente para atender o nosso mercado. Em algum momento, as importações vão cair, porque essas circunstâncias que eu comentei vão cessar e o mercado vai retomar o seu curso normal.

Ainda assim, há medidas por parte da Abividro no sentido de tentar coibir ou minimizar o impacto dessas importações: há um pedido recente de antidumping para três origens, e também um de aumento de alíquota de importação para esses vidros planos. Você acredita que essas medidas serão aprovadas e que elas irão ajudar a segurar um pouco esse impacto das importações?
HL – Eu acredito que elas serão aprovadas, sim, e acho que elas são até certo ponto normais. Se você observar outros países do mundo, elas existem lá; por aqui, isso deve minimizar esse impacto da importação, mesmo considerando essa questão da sazonalidade.

Isso é também uma questão relacionada à competitividade. Como podemos tornar o Brasil um país mais competitivo para a indústria?
HL – Bem, aí tem um grande trabalho a ser feito. Temos a questão tributária, que é muito importante e que impacta nos custos de todas as empresas. Há também a questão da geração de energia, do fornecimento de gás natural, que é muito relevante para todo o setor vidreiro. O custo desse insumo no Brasil é um dos mais caros do mundo, o que tira a competitividade do nosso negócio frente às empresas internacionais.

 

“O nosso desafio será a busca por um crescimento sólido, responsável, que faça a demanda do mercado crescer junto conosco” (Henrique Lisboa)
“O nosso desafio será a busca por um crescimento sólido, responsável, que faça a demanda do mercado crescer junto conosco”
(Henrique Lisboa)

 

A Vivix recentemente fez um grande investimento em energias renováveis. Você pode falar um pouco a respeito?
HL – A Vivix, juntamente com a Atiaia – outra empresa do Grupo Cornélio Brennand, que trabalha na área de geração de energia, tendo hidrelétricas e trabalhando também com geração de energia solar –, decidiu construir uma usina de geração solar próxima à nossa planta. Esse investimento foi perto de R$ 200 milhões, mas hoje atende 100% da nossa demanda de energia elétrica, o que é importante não só do ponto de vista de custo, mas também de ESG.

No pacote de comemoração de dez anos da Vivix, tivemos a volta da empresa como expositora na Glass South America 2024. O que você está achando dessa nova edição da feira?
HL – Nós estamos felizes de estar aqui; nunca pensamos em ficar definitivamente fora da Glass, e acho que esse foi o momento certo para voltarmos, celebrando um marco importante. Fizemos um estande diferente dos anteriores, mais voltado para a arquitetura, parecendo um ambiente de Casa Cor, para tentar mostrar algo diferente e chamar especialmente a atenção dos arquitetos, e estamos tendo uma excelente receptividade dessa ideia.

Quais são os grandes desafios para os próximos dez anos da Vivix?
HL – O objetivo da Vivix é continuar crescendo; não falar somente em duas plantas, mas talvez ter mais unidades ao longo desta próxima década, e se consolidar cada vez mais aqui como um player importante no mercado, que tenha uma marca diferente, um pensamento de cultura e de empreendedorismo brasileiros, de estar próxima do cliente, cada vez mais tentando entendê-lo. O nosso desafio, enfim, será a busca por um crescimento sólido, responsável, contribuindo com a cadeia, sem que ele cause perturbações excessivas na cadeia, mas sim que faça a demanda do mercado crescer junto conosco.

Este texto foi originalmente publicado na edição 619 (julho de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Fotos: Marcos Santos e Meryellen Duarte

Diretores-executivos da Cebrace celebram 50 anos da empresa

Meio século de existência: essa marca foi alcançada pela Cebrace em 2024. A efeméride foi um dos assuntos discutidos pelos diretores-executivos da empresa, Lucas Malfetano e Manuel Corrêa, ao participarem do VidroCast, o podcast da Abravidro, gravado durante a Glass South America 2024.

Durante a conversa conduzida por Iara Bentes, superintendente da Abravidro e editora de O Vidroplano, Malfetano e Corrêa falaram sobre a evolução do mercado vidreiro nos últimos cinquenta anos e as contribuições da Cebrace para o setor. A entrevista completa está no canal da Abravidro no YouTube (na versão em vídeo) e também nos tocadores de podcast (em áudio). A seguir, confira os destaques do bate-papo.

Qual o sentimento de chegar aos cinquenta anos, com a Cebrace completando meio século de existência no Brasil?
Lucas Malfetano – A primeira palavra que vem para nós é felicidade. São poucas as empresas que conseguem se manter na liderança do mercado durante esse tempo. Aliás, aproveito para deixar aqui o nosso sincero agradecimento a todos os nossos clientes, e também a todos os nossos colaboradores ao longo desses anos.
Manuel Corrêa – Esse aniversário nos possibilitou revisitar a nossa história, nossos marcos históricos e, principalmente, celebrar com as pessoas. Também é sempre um momento de agradecimento para o time, porque ninguém faz nada sozinho, há sempre uma união de esforços.

Como vocês enxergam a evolução do segmento vidreiro ao longo desses cinquenta anos?
LM – Eu acho que o segmento no Brasil teve um desenvolvimento fantástico quando comparado ao de outros países. A evolução do vidro temperado, dos vidros de segurança no Brasil – não vou falar que é um caso único em todo o mundo, mas dos países que eu conheço, certamente é o mais avançado. Então, acho que produzir float no Brasil possibilitou ter uma matéria-prima de qualidade, acompanhando e dando confiança para os nossos clientes fazerem sua parte – e eles têm tido um papel extraordinário para desenvolver esse mercado.

Qual vocês acham que é a principal contribuição da Cebrace para o mercado brasileiro de vidros planos?
LM – A Cebrace foi a primeira usina a trazer o float ao Brasil, e sempre saiu na frente para trazer o melhor do mundo para o mercado brasileiro. Depois disso, tivemos outras inovações no caminho: espelhos, laminados, vidros de controle solar. Houve também inovações na logística, iniciativas comerciais, como o programa Habitat, e ações nos últimos tempos em relação à sustentabilidade, como as melhorias nos nossos processos para o caminho da descarbonização das nossas operações.
MC – A sustentabilidade é um tema apaixonante. A Cebrace tem hoje uma parceria com a Massfix, que é a maior recicladora de vidros do Brasil. O vidro é um material 100% reciclável, infinitas vezes. Então, nós estamos trabalhando junto com a cadeia para aumentar o índice de reciclagem dele, que permite reduzir o consumo de energia nos fornos e a emissão de CO2. Entendemos que o vidro, como produto, também contribui para a sustentabilidade, como as peças de controle solar, que trazem uma redução efetiva do consumo de energia. Para uma construção, isso representa a economia de muitos milhares de reais e evita a emissão de muitas toneladas de CO2 ao longo da vida útil do edifício.

 

“A Cebrace foi a primeira usina a trazer o float ao Brasil, e sempre saiu na frente para trazer o melhor do mundo para o mercado brasileiro” (Lucas Malfetano)
“A Cebrace foi a primeira usina a trazer o float ao Brasil, e sempre saiu na frente para trazer o melhor do mundo para o mercado brasileiro”
(Lucas Malfetano)

 

Esse aniversário foi marcado também pela vitória na 1ª edição do Prêmio Abravidro Glass South America: a Cebrace foi eleita a melhor fabricante de vidro plano do Brasil. Como vocês receberam essa notícia?
MC – A gente agradece bastante aos clientes que votaram e à banca que avaliou e fez o julgamento. É uma honra e também um desafio para nós. Estamos orgulhosos, mas, ao mesmo tempo, temos muita humildade para entender que o mercado evolui, que as coisas mudam, e é parte do nosso espírito estar sempre nos desafiando e procurando as melhorias que nós possamos fazer em qualquer parte da operação.
LM – Essa vitória é uma alegria para nós. Eu gostaria de parabenizar a Abravidro pela iniciativa, acho que será um marco para todas as empresas continuarem avançando. E foi muito boa a ideia de colocar as obras na premiação. No fundo, tudo que a gente faz é para a construção, onde o vidro será instalado e terá um papel fundamental.

No ano de 2023, vimos um incremento importante no volume de importações do float incolor, apesar do antidumping que já se encontra vigente, e temos visto que em 2024 essa média continua alta. Como vocês estão vendo esse movimento e o que podem falar a respeito?
LM – A presença da importação em si não é um problema; nosso mercado é bastante competitivo, temos quatro fabricantes no País, com muita capacidade para fabricar vidros com máxima qualidade em nível mundial. Nossa preocupação é porque a gente observa que está havendo uma concorrência desleal.
MC – O Brasil talvez seja o único país do mundo que protege mais o produto importado do que o produto nacional. Dando um exemplo: São Paulo é o maior mercado do Brasil, nós vendemos as nossas linhas em São Paulo, e se paga um ICMS de 18%; enquanto isso, o produto importado entra por Estados periféricos a São Paulo e, quando são transferidos para cá, pagam um ICMS de 4%. Ou seja, há uma diferença tributária incompreensível para quem opera no País. A gente quer um mercado livre, mas que funcione dentro das regras, que tenha isonomia, e isso infelizmente a gente ainda não vê. O Brasil não pode deixar a indústria nacional desprotegida.

 

“A gente quer um mercado livre, mas que funcione dentro das regras, que tenha isonomia; o Brasil não pode deixar a indústria nacional desprotegida” (Manuel Correa)
“A gente quer um mercado livre, mas que funcione dentro das regras, que tenha isonomia; o Brasil não pode deixar a indústria nacional desprotegida”
(Manuel Correa)

 

A Abividro protocolou no primeiro trimestre deste ano um pedido de antidumping; estamos no prazo de avaliação pelo governo federal se vai abrir a investigação ou não. Vocês podem comentar as expectativas para esse processo?
MC – É um trabalho essencialmente técnico: o Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio, no seu Departamento de Defesa Comercial, vai analisar, vai fazer as pesquisas, olhar os países de origem, qual o preço praticado no mercado interno, e deve concluir, como a gente já prevê, que trata-se de um dumping evidente. Espero que o governo conduza o estudo com bastante disciplina e profundidade, mas a gente tem uma boa expectativa porque realmente está configurado que essas exportações são feitas com preços muito abaixo dos de seus mercados nacionais.

Estamos aqui na Glass South America, a principal feira do nosso segmento. Qual o balanço do evento para vocês?
LM – É muito positivo. Dá para ver um número extremamente expressivo de pessoas. A gente já viu na pandemia a falta que a Glass South America fazia, e eu acho que a gente precisa valorizar as ocasiões como essa feira, como um espaço para informar e permitir que as pessoas conheçam novos produtos e tecnologias, e também para socializar: somos seres humanos, precisamos do contato uns com os outros, e eu acho que a Glass é um exemplo disso.
MC – Estamos muito contentes com a feira; participamos sempre e vemos muito valor nela. É um espaço em que a gente se atualiza sobre o que está acontecendo do ponto de vista da tecnologia, lançamento de produtos. E como o Lucas falou, também é um momento de interação intensa com os nossos clientes e parceiros, e aqui a gente acaba sentindo o pulso do mercado e renovando nossas energias para seguir em frente e entender que estamos em um ecossistema que precisa sempre se realimentar para a gente aprender e caminhar juntos.

Este texto foi originalmente publicado na edição 619 (julho de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Fotos: Marcos Santos e Meryellen Duarte

Caleidoscópio – julho 2024

DADOS & FATOS

Alta tímida
Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat), as vendas da indústria de materiais de construção cresceram 1,2% em junho, na comparação com o mesmo período do ano passado. O melhor desempenho no mês foi o dos materiais de acabamento, com alta de 2,9%.

Maior otimismo
Além disso, há duas semanas a Abramat revisou para cima (de 2% a 3%) a projeção das vendas desse setor em 2024. “Esse otimismo é impulsionado pela retomada de investimentos em infraestrutura e construção civil, que visam a acelerar a geração de empregos e renda”, comentou o presidente da associação, Rodrigo Navarro.

Primeiro semestre
A entidade também revelou os números gerais do primeiro semestre: crescimento de 3% para a indústria de materiais de construção, com as vendas de itens de acabamento mais uma vez como destaque, alcançando aumento de 6,1%. Em relação ao acumulado dos últimos 12 meses, o segmento teve pequena alta de 0,7%.

 

Foto: Rawf8/stock.adobe.com
Foto: Rawf8/stock.adobe.com

 

FIQUE POR DENTRO

Aumentando o portfólio
O grupo italiano Fenzi, especializado na produção de insumos para vidros insulados, adquiriu no começo do mês a fabricante de perfis Thermoseal. “A experiência da empresa com insulados, especialmente seu inovador espaçador flexível Thermoflex, complementa nossa estratégia de crescimento global”, afirma o CEO Alessandro Fenzi.

 

Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

 

RETROVISOR

Brasil exportador
A interação do mercado vidreiro brasileiro com outros países vem de décadas. Na edição de julho de 1971, O Vidroplano comentava em nota sobre empresas nacionais exportando vidro para companhias dos Estados Unidos, como foi o caso da Providro e da Vidrobrás.

Este texto foi originalmente publicado na edição 619 (julho de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Cobertura premiada

Um dos principais objetivos para a criação do Prêmio Abravidro Glass South America foi celebrar não só as empresas que atuam em nosso setor, mas também o trabalho com vidro. Exemplo disso é a cobertura envidraçada da Rua da Saúde, em Porto Alegre, vencedora na categoria de projetos com o material, que é capa desta edição de O Vidroplano.

Clicando aqui, você confere todos os detalhes da construção, incluindo as dificuldades encontradas na hora de processar e instalar as mais de 1.750 peças de vidro laminado utilizadas – além, claro, de belíssimas fotos que mostram a suntuosidade do projeto.

Este mês há ainda várias outras matérias relevantes, inclusive para o seu dia a dia de trabalho. A reportagem especial, por exemplo, explica por que o tratamento de água é fundamental para diversas etapas do beneficiamento de vidro, como a lapidação e a furação. Afinal, não é qualquer água que pode ser utilizada, pois, do contrário, os processos podem ser seriamente comprometidos.

Leia também os principais trechos das entrevistas com os executivos da Cebrace e Vivix – usinas que comemoraram aniversários de cinquenta e dez anos, respectivamente, em 2024 – e uma análise sobre os números do mercado, a partir dos estudos da Abravidro (Panorama e Termômetro). A íntegra das conversas foi veiculada no VidroCast, o podcast da Abravidro, e está disponível em nosso canal no YouTube e nas principais plataformas de áudio.

Espero que aproveite este conteúdo. Ele foi desenvolvido com muita dedicação!

Iara Bentes
Editora de O Vidroplano

Este texto foi originalmente publicado na edição 619 (julho de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Inscreva-se agora para o 16º Simpovidro

De 31 de outubro a 3 de novembro, o Vila Galé Alagoas, o maior resort all inclusive do Estado (localizado no município de Barra de Santo Antônio), espera por você para o principal encontro vidreiro da América Latina. Já se inscreveu para o evento? Então, corra, pois as vagas são limitadas – e fechando seu pacote em julho, você garante uma melhor condição de pagamento, com parcelamento em até quatro vezes.

 

Seja apoiador do Simpovidro – assim como as empresas abaixo!

 

simpovidro2-jul2024

 

Vincule sua marca a um evento de visibilidade internacional. Fale com Rosana Silva pelo e-mail rsilva@abravidro.org.br ou tel. (11) 3873-9908 (ramal 1026).

Este texto foi originalmente publicado na edição 619 (julho de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto: Divulgação Vila Galé Alagoas

Termômetro Abravidro – Junho 2024

MONITORAMENTO MENSAL DO DESEMPENHO DA INDÚSTRIA DE PROCESSAMENTO DE VIDROS BRASILEIRA
Desempenho – Junho 2024

O indicador de desempenho da indústria de processamento de vidros registrou alta de 4,3% no volume de vendas faturadas de vidros processados no mês, na comparação com maio, sem ajustes sazonais.

Mudanças
A partir da edição de maio, o Termômetro passou a contar com novidades: a variação mensal agora é apresentada livre de efeitos sazonais e com ajuste de dias úteis. Além disso, a base de dados do estudo (base 100) foi ajustada de dezembro de 2021 para abril de 2022, quando o estudo passou a considerar a participação de uma base expandida de respondentes – antes, no período piloto, apenas empresas ligadas à diretoria da Abravidro podiam participar.

Metodologia
A coleta de dados foi realizada nos primeiros dias úteis deste mês, por meio de formulário online. O estudo pode ser respondido por processadoras de todo o Brasil (93 participaram desta edição).

Este texto foi originalmente publicado na edição 619 (julho de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Laminados com bordas expostas requerem cuidados especiais

Entre as atualizações feitas no conteúdo presente na nova versão da norma ABNT NBR 14697 — Vidro laminado, publicada em fevereiro de 2023, está a apresentação de requisitos para a aplicação do vidro laminado em posição vertical com borda exposta: embora ela seja permitida, cuidados devem ser tomados se houver risco de exposição prolongada dessas peças à água, a solventes, a produtos químicos ou a outra forma de vapor. Veja a seguir quais são eles.

De olho na adesão
Os laminados fabricados a partir de vidros temperados ou termoendurecidos podem apresentar tensionamentos naturais, agindo contra a adesão do interlayer. Portanto, o tipo e a espessura do interlayer devem ser selecionados adequadamente. Para isso, os fabricantes desse insumo devem ser consultados para mais informações e orientações.

Influência do esforço mecânico
A soma do empenamento das bordas dos vidros que compõem o laminado pode gerar uma tensão mecânica agindo contrariamente à adesão do interlayer – caso essa adesão seja comprometida nas bordas do vidro, isso pode iniciar o processo de delaminação.

Em vidros autoportantes, a delaminação pode ser provocada pela aplicação de torque excessivo nos dispositivos de fixação ou pelo uso inadequado de calços, temporários ou não: em ambos os casos, pode haver a deformação dos vidros e, como resultado, a geração de tensão mecânica com ação contrária à adesão do interlayer. Para evitar que isso aconteça, o projetista deve estabelecer o torque correto para cada aplicação; além disso, o uso de calços, quando necessário, deve atender os requisitos especificados na ABNT NBR 7199 – Vidros na construção civil – Projeto, execução e aplicações.

 

Foto: Acervo Abravidro
Foto: Acervo Abravidro

 

A tensão mecânica contrária à adesão do interlayer também é verificada nos vidros laminados compostos por vidros tratados termicamente – sejam eles temperados ou termoendurecidos – e pode, ao longo do tempo, iniciar o processo de delaminação de borda, inicialmente na forma de delaminação transparente, podendo evoluir para um aspecto turvo ou totalmente opaco (causado pela absorção de vapores de umidade ou líquidos, bem como de outros contaminantes que penetram pelas bordas do vidro).

Esse mesmo fenômeno pode ocorrer na borda inferior de vidros laminados instalados e encaixilhados, em que haja o acúmulo de água pela falta e/ou pelo comprometimento da vedação das bordas dos vidros ou a ausência de drenos no caixilho.

Interação química
Caso produtos químicos utilizados durante o processo de limpeza dos vidros laminados instalados com bordas expostas entrem em contato com elas – e, consequentemente, com seu interlayer –, eles podem interagir quimicamente e iniciar o processo de delaminação.

Já a aplicação de selantes em contato com o interlayer pode resultar em uma reação química, observada das bordas para o centro, conhecida como efeito de borda, que não é considerado um defeito. Apesar disso, a exposição constante à umidade e a existência de tensionamentos em ação contrária à adesão do laminado podem levar ao surgimento de defeitos.

Para evitar esses problemas, a norma recomenda que se consulte os fabricantes do laminado, do interlayer e dos materiais utilizados para a instalação da peça com borda exposta, sobre a compatibilidade entre os materiais e os possíveis efeitos. Ela também orienta que não se usem álcool ou outros produtos químicos no processo de limpeza das bordas expostas do vidro: o procedimento de limpeza deve seguir as orientações presentes na ABNT NBR 7199.

Caso haja necessidade de utilização de produtos químicos para a limpeza do vidro no processo de colagem com silicone estrutural ou com fita dupla face, o contato dos produtos químicos com as bordas deve ser evitado, limitando-se a limpeza à superfície do vidro, na área de colagem.

Este texto foi originalmente publicado na edição 619 (julho de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto de abertura: Magnetu/stock.adobe.com

Revolução transparente

Os chips existentes em aparelhos eletrônicos (computadores, celulares, televisores etc.) passam por um processo de “empacotamento” durante a fabricação: isso significa ser colocado dentro de um invólucro protetor feito de materiais que facilitem a dissipação do calor durante seu funcionamento. E o vidro é uma das grandes apostas de gigantes do setor de tecnologia como elemento para “empacotar”esse tipo de dispositivo.

Empresas como Intel, AMD e Samsung investem há tempos em uma tecnologia baseada em substrato de vidro para substituir os materiais orgânicos usados atualmente. Esses substratos oferecem maior resistência, durabilidade e confiabilidade. Além disso, por serem mais finos, permitem a ligação de chips menores.

Especula-se que a Intel planeja começar a produção em massa de dispositivos com esse material a partir de 2026, após quase uma década de pesquisa sobre o assunto. O jeito é aguardar para ver se a revolução transparente acontecerá de verdade.

Este texto foi originalmente publicado na edição 619 (julho de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Imagem: oatintro/stock.adobe.com

Custo ou investimento?

rafaelribeiro-jul2024Na gestão de nossas empresas, muitas vezes discutimos se determinada despesa é um custo ou um investimento. Quando o resultado é intangível, essa discussão é ainda mais rica. Num ano cheio de eventos, como este de 2024, me peguei fazendo também essa reflexão sobre a participação nesses eventos. Para mim, não há dúvidas: é um grande investimento!

Passado um mês da 15ª edição da Glass South America, revejo um filme na cabeça com tantos momentos importantes vividos por lá, tantos encontros, reencontros e oportunidades geradas, não só como expositor e presidente da Abravidro, mas também como visitante e industrial.

Durante a pandemia, que impactou severamente o mercado de eventos, adiando edições e mudando calendários, muito se questionou sobre o futuro das feiras e mostras, com o avanço do virtual. A volta à normalidade rapidamente respondeu a quem tinha dúvidas: os eventos seguem com força total, resultado da valorização dos encontros presenciais, olho no olho, em meio à overdose de telas que nos cercam.

Feiras e eventos, como a Glass South America e o Simpovidro, são oportunidades valiosas no mundo corporativo. Neles é possível encontrar fornecedores, clientes, parceiros e até mesmo concorrentes, num só lugar, favorecendo o networking e o relacionamento, otimizando esforços, encurtando distâncias, proporcionado novos contatos e a retomada de contatos (e contratos), além daquele aspecto essencial, o qual toda empresa busca e valoriza: a geração de novos negócios. São também excelentes para garantir reconhecimento e visibilidade às marcas junto ao seu público de interesse. E no setor vidreiro não é diferente: quem não é visto, não é lembrado.

Como parceira exclusiva da Glass South America e organizadora do Simpovidro, a Abravidro é uma entusiasta do papel dos grandes eventos também no desenvolvimento do mercado, com a discussão de temas relevantes para o setor. Na edição deste ano da Glass, a Arena de Conteúdo trouxe grandes nomes para falar do vidro e seu papel nas edificações, atraindo público de vidreiros e também de especificadores. Da mesma maneira, no Simpovidro, escolhemos a dedo temas e palestrantes que possam provocar reflexões, debates e adoção de práticas que contribuam para o desenvolvimento do mercado. E assim seguimos, investindo em busca de um melhor ambiente de negócios para todos nós! E a sua empresa, tem investido ou não?

Rafael Ribeiro
Presidente da Abravidro
presidencia@abravidro.org.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 619 (julho de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto: Marcos Santos

Educavidro traz novidades para o segundo semestre

Prestes a completar um ano de existência, o Educavidro chega à sua “segunda temporada”, com novidades imperdíveis para quem quer conhecimento técnico de qualidade sobre o trabalho com nosso material. A plataforma online e gratuita de educação a distância (EAD), desenvolvida pela Abravidro em parceria com a Abividro, recebe conteúdos inéditos e um aplicativo para deixar o acesso ainda mais fácil.

“O setor vidreiro é muito dinâmico, ganhando novas tecnologias e produtos ao longo dos tempos. A partir disso, um dos objetivos do Educavidro é sempre oferecer o conteúdo mais atualizado possível, para que os alunos encontrem na plataforma um reflexo do que existe no mundo real referente a nosso material”, comenta Rafael Ribeiro, presidente da Abravidro.

Mais conhecimento
Além dos treze cursos originais do Educavidro, que seguem disponíveis, a plataforma contará com seis novos treinamentos a partir de agosto (sendo que um deles já está disponível). São eles:

  • Norma técnica ABNT NBR 14697 – Vidro laminado
    Instrutora: Vera Andrade (coordenadora técnica da Abravidro)
    Indicado para quem busca conhecimento sobre a norma técnica do vidro laminado, a ABNT NBR 14697, cuja versão revisada foi publicada em 2023. Tem como foco os requisitos gerais, métodos de ensaio e cuidados necessários para garantir a durabilidade e a segurança do vidro laminado em suas aplicações na construção civil e na indústria moveleira, bem como a metodologia de classificação desse produto como vidro de segurança.
  • Economia de energia em edifícios e reformas
    Instrutor: Fernando Westphal (consultor e professor da UFSC)
    Aborda a importância do vidro na economia de energia, tanto em edifícios novos como em retrofits, incluindo tópicos como controle térmico e lumínico, especificação para residências e edifícios, considerações para prédios comerciais, especificação de vidros em retrofit, substituição de vidros comuns por seguros e uso de vidros de controle solar.
  • Leitura de projetos arquitetônicos
    Instrutora: Flávia Baldini (arquiteta)
    Tem como foco desenvolver o conhecimento das técnicas de representação gráfica, ajudando na interpretação e leitura das simbologias, elementos, legendas e convenções gráficas conforme as normas técnicas vigentes. Esse conhecimento ajudará o profissional na identificação das necessidades quanto ao vidro certo para ser especificado e utilizado em cada uma das situações apresentadas no projeto do cliente.
  • Benefícios do vidro
    Instrutor: Maurício Fernandes (consultor da Abividro e coordenador do programa Vidro Certo)
    Traz um conteúdo que apresenta ao aluno os diversos benefícios que a escolha do vidro certo pode oferecer, incluindo estética ao projeto arquitetônico e bem-estar ao usuário, proporcionando acesso a luz natural e integração entre os ambientes internos e externos, eficiência energética e lumínica, além de sustentabilidade para a edificação.
  • Introdução às esquadrias
    Instrutor: Carlos Godoi (consultor da Afeal)
    Oferece conhecimentos técnicos e teóricos para que os profissionais possam entender como é a operação da cadeia de valor das esquadrias de alumínio no Brasil, quais são os segmentos de atuação e como os fabricantes de esquadrias estão presentes na cadeia produtiva.
  • Vendendo vidro: introdução ao marketing para sua vidraçaria
    Instrutor: Thiago Malvezzi (gerente de Marketing e Mercado da AGC)
    Aborda de maneira prática e interativa as etapas do funil de vendas, desde a conscientização até o pós-venda, destacando como cada fase pode ser aplicada. Também explora estratégias de marketing de redes sociais, ensinando como essas plataformas podem ser utilizadas para atrair, engajar e converter clientes.

 

Na palma da mão
Todo esse conteúdo, a partir de agora, também pode ser acessado, por meio de um aplicativo para celulares e tablets. A ideia é deixar ainda mais fácil o acesso à plataforma de EAD. Quer adiantar algum curso no caminho para o trabalho? Bateu alguma dúvida sobre uma aplicação de vidro quando está longe de seu computador? Basta baixar o app em seu dispositivo móvel.

 

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O que é o Educavidro
Lançado em agosto de 2023, o Educavidro surgiu para suprir a demanda de parte do mercado por conhecimento sobre as normas técnicas vidreiras e algumas das principais soluções e produtos disponíveis. A plataforma disponibiliza aulas gratuitas e a distância com grandes especialistas do mercado sobre diversos temas relacionados aos vidros planos. Conta ainda com um rico material de apoio como base.

Os alunos que concluem algum dos diferentes cursos recebem certificação – mais de mil certificados já foram emitidos. O conteúdo está disponível em dois formatos: cursos temáticos e trilhas profissionais. São horas de conteúdo ágil e dinâmico, voltado para profissionais de todos os elos da cadeia vidreira, além de arquitetos, engenheiros e designers de interiores; estudantes dessas áreas; bombeiros; síndicos; e qualquer pessoa interessada em conhecer mais sobre vidros.

Este texto foi originalmente publicado na edição 619 (julho de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto de abertura: yeven_popov/Freepik

Números do Panorama Abravidro são assunto no VidroCast

No último mês de maio, a Abravidro publicou a edição de 2024 do Panorama Abravidro, o principal estudo econômico e produtivo do setor vidreiro nacional. E durante a Glass South America, os dados revelados pelo Panorama 2024 foram tema de um bate-papo entre Alexandre Pestana, ex-presidente e diretor da Abravidro, e Sergio Goldbaum, economista da GPM Consultoria (empresa responsável pelo estudo). A conversa, um dos episódios do VidroCast, o podcast da entidade, rendeu ótimas reflexões sobre o desempenho do mercado em 2023. Por isso, retomamos o assunto para complementar a análise da atual situação de nosso segmento. Confira a seguir os principais pontos dessa entrevista.

Boom desperdiçado?
Com a queda de 1,8% da produção em 2023, o acumulado dos últimos três anos nesse indicador soma 12% de redução – o que leva nosso mercado de volta ao patamar da crise de 2016, momento que encerrou o ciclo de crescimento local do segmento de vidros planos. O faturamento das empresas também teve baixa (-9,7%), somando 20% de queda em dois anos, resultado do processo de deflação e acomodação do setor no pós-pandemia.

É importante recordar que, em 2020, primeiro ano de pandemia, o setor marcou alta de dois dígitos em ambos os quesitos: 14,4% na produção e 12% no faturamento. O que aconteceu para não aproveitarmos o bom momento vivido pouco tempo atrás? Para Pestana, a explicação é simples. “O vidro tem dois momentos muito específicos na construção civil: as obras novas, que vão bem desde o período da pandemia, e as reformas. E aí está a diferença, pois esse consumo ‘formiguinha’ não seguiu com a mesma tração.”

Goldbaum concorda: “É possível que, na pandemia, os consumidores de forma geral tenham antecipado as decisões de reforma. E, após um período de alta, é normal ocorrer uma ressaca. Mas em pouco tempo isso deve se recuperar”.

 

Alta nas importações de vidro float – e também do processado – dificulta ainda mais o balanço da cadeia vidreira nacional (foto: Kalyakan/stock.adobe.com)
Alta nas importações de vidro float – e
também do processado – dificulta ainda
mais o balanço da cadeia vidreira nacional (foto: Kalyakan/stock.adobe.com)

 

Aumento nas importações
Outro assunto delicado é o aumento das importações de vidro – cresceram mais de três vezes em relação a 2022. No caso do float, a matéria-prima básica do setor de transformação, voltou-se ao volume encontrado em 2014, ano que marcou o início da vigência do direito antidumping no Brasil. E o problema se dá também nos vidros processados: o volume de laminado importado, por exemplo, foi o maior desde o ano 2000.

Este ano, os números referentes à importação seguem altos – no entanto, a alta recente nos custos do frete internacional e do dólar pode mudar o cenário. “Para um setor com capacidade doméstica plena, como o nosso, a importação é algo indesejável, uma vez que temos capacidade produtiva, tecnologia e produtos de qualidade sendo feitos pela indústria de base e de transformação”, alerta Pestana. “A importação vem para dificultar mais ainda o balanço da cadeia.”

Mercado internacional
Existe ainda uma preocupação extra: o excedente da produção da Ásia, em especial o da China. Mais de 50% do vidro fabricado no mundo vem desse país, e esse montante tem como consumidor o próprio mercado doméstico da construção civil, que apresenta sinais de forte desaceleração. Isso pode trazer ainda mais instabilidade na questão da balança comercial do vidro brasileira – e de várias outras nações.

“Muitos países estão adotando saídas protecionistas em vários segmentos. À medida que grandes consumidores desses produtos aprovam tais ações, sobram produtos no mercado internacional, fazendo com que o preço deles caia. Então, o setor deve olhar com muita atenção para esse ambiente externo”, comenta Goldbaum.

Números como ferramenta de gestão
Uma dúvida comum que pode surgir nos empresários vidreiros é como aproveitar os dados tanto do Panorama como do Termômetro Abravidro no dia a dia das empresas. De acordo com Pestana, a primeira dica é comparar o seu resultado com o do mercado: “Faça isso mensalmente, pois assim você consegue avaliar o desempenho de sua empresa. Depois vem o segundo passo, talvez o mais importante: toda indústria precisa pensar a médio e longo prazos. Você ter disponíveis para análise indicadores de tanta qualidade, com uma série histórica tão longa, contribui de forma decisiva para a tomada de decisões, de investimentos e de rumos que você pode dar ao seu negócio”. Vale lembrar que não apenas as processadoras usam essas informações para se planejar: outros players do setor, como fabricantes de insumos e maquinários, também procuram os estudos da Abravidro de olho em como anda o mercado.

Para Goldbaum, um setor industrial como o vidreiro sempre fica à mercê das questões macroeconômicas nacionais. “Por isso, o que podemos fazer é analisar as informações e se preparar não só para os momentos ruins, mas também para os bons.”

 

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Combatendo a baixa produtividade
De acordo com o Panorama 2024, a produtividade das processadoras foi de 149,3 m² de vidro processados por funcionário ao mês. O número é o pior desempenho da série histórica: desde 2021, o indicador apresenta viés de queda. Nos últimos dez anos, só houve crescimento nesse quesito em 2015 e 2020.

Esse dado vai na contramão do visto na indústria nacional como um todo, que está em processo de avanço na digitalização das operações, deixando seus processos mais produtivos. De acordo com o Índice de Produtividade Tecnológica (IPT) da Manufatura, estudo realizado pela empresa de tecnologia TOTVS em parceria com a companhia de pesquisa h2r insights e trends, as empresas de manufatura brasileiras evoluíram no ganho de produtividade tecnológica nos últimos cinco anos: subindo da média de 0,52 ponto, registrada em 2019, para 0,71 ponto.

O IPT tem como objetivo avaliar o uso, internalização e ganho de performance a partir da adoção de sistemas de gestão e tecnologias complementares. O comparativo de cinco anos mostra que, embora a indústria seja tradicionalmente vista como menos suscetível à disrupção digital rápida, a transformação digital está em curso e impactando várias áreas desse setor, da produção à logística e interação com o cliente.

Mas há esperança de melhora nos números vidreiros: 19% das empresas respondentes do Panorama afirmam que desejam realizar grandes investimentos em 2024, contra 15,5% no ano passado, o que pode contribuir para a modernização e ganho de produtividade das indústrias de transformação vidreiras.

Este texto foi originalmente publicado na edição 619 (julho de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto de abertura: Marcos Santos e Meryellen Duarte

Saiba como tratar a água da maneira correta

É possível afirmar que, sem água, não existe vidro processado. Apesar de não ser uma matéria-prima de nosso material, ela é fundamental em diversas etapas no beneficiamento. No entanto, não é qualquer água que pode ser utilizada; do contrário, os processos podem ser seriamente comprometidos.

Por isso mesmo, O Vidroplano traz uma análise sobre o tratamento correto desse insumo tão importante. Com o intuito de detalhar os passos a serem seguidos, conversamos com empresas que produzem e representam fabricantes de equipamentos para a tarefa.

Insumo essencial
No processamento, a água se transforma em elemento durante a:

  • Lapidação, servindo para refrigerar o processo;
  • Furação e recorte, com esse mesmo objetivo;
  • Lavagem, para retirar as impurezas presentes na superfície das peças oriundas das etapas anteriores

“A qualidade da água pode impactar diretamente a eficiência desses processos e a qualidade do produto final. A presença de minerais, impurezas e outros contaminantes pode causar defeitos no vidro e até aumentar o desperdício de materiais”, explica Jaqueline Batista, gerente-geral da Support Glass, empresa que representa no Brasil a italiana Idrotecnica, especialista em sistemas de tratamento. “Além do risco relacionado ao produto final, a má qualidade da água no sistema pode ocasionar corrosão e entupimentos dos maquinários, resultando em tempo de inatividade e custos elevados de manutenção.”

Como reforça Genilson Muniz do Nascimento, diretor da Muniz Representações, distribuidora exclusiva dos produtos da também italiana IMMMES em nosso país, a cultura de sustentabilidade ambiental e as regulamentações legais sobre o assunto exigem cada vez mais que as empresas consumidoras de água adotem sistemas adequados para garantir a reutilização de águas residuais. “Isso passa necessariamente por um sistema de filtragem que garanta, ao mesmo tempo, a extração do pó de vidro presente e o retorno de uma água de boa qualidade para as máquinas – ainda mais se forem de alta tecnologia, como os CNC, que, pela delicadeza de seus circuitos de refrigeração, exigem água extremamente limpa”, afirma.

Uma processadora que tenha um bom sistema de filtragem irá gerar redução de custos por vários outros motivos, incluindo trabalhar em circuito fechado, não utilizando água nova a todo momento, e economizar nas ferramentas diamantadas, as quais podem ter a vida útil aumentada em até 20% quando em contato com água limpa.

 

A qualidade da água impacta diretamente os processos e a qualidade do vidro: a presença de minerais, impurezas e contaminantes pode causar defeitos nos maquinários e nas peças do material (foto: Thiago Borges)
A qualidade da água impacta diretamente os processos e a qualidade do vidro: a presença de minerais, impurezas e contaminantes pode causar defeitos nos maquinários e nas peças do material (foto: Thiago Borges)

 

Qualidade líquida
Quais seriam os critérios para se medir a qualidade da água? Como aponta Uember Arantes, sócio-administrador da Metalúrgica Amaral, o pH da água é elemento-chave: “O vidro tem em sua composição o hidróxido de sódio, também chamado simplesmente de soda. Por esse motivo, os efluentes da indústria vidreira ficam alcalinos, com pH alto. Então, sempre será necessário fazer a correção desse pH, deixando a água neutralizada”.

Como os sistemas funcionam
Cada fabricante de sistemas de tratamento conta com padrões próprios de tecnologia. O processo consiste em várias etapas destinadas a garantir a pureza e a qualidade da água, e pode incluir diversos estágios, conforme indica Jaqueline Batista, da Support Glass.

  • Pré-filtração com Filtro de Carvão Ativado (FCA): tem a função de remover cloro, matéria orgânica e outros contaminantes;
  • Tratamento químico: inclusão de produtos químicos para ajustar o pH da água e prevenir corrosão e incrustações. Nesse momento, é usado um fluido refrigerante, que serve para diminuir o atrito das ferramentas de perfuração ou desbastes com o vidro;
  • Osmose reversa: tecnologia para desmineralizar a água, removendo sais e outras impurezas dissolvidas nela;
  • Desinfecção UV: esteriliza a água tratada usando luz ultravioleta, eliminando bactérias e vírus residuais;
  • Desmineralização por troca iônica: por meio de resinas de troca iônica, remove íons de cálcio e magnésio, além de impurezas não removidas pela osmose reversa.

Além disso, outros equipamentos podem fazer parte do sistema: bombas, tanques de armazenamento, filtros e descalcificadores, entre outros.

Mantendo tudo em perfeito estado
Nascimento, da Muniz Representações, explica que esses sistemas são verdadeiras joias tecnológicas, concebidos para realizar as fases de trabalho da forma mais autônoma possível. “No entanto, para manter tais equipamentos eficientes, é necessário seguir um programa de manutenções e verificações. Todas as operações são simples, ao alcance dos responsáveis pela manutenção da fábrica, e bem suportadas por serviços de controle remoto.”

O processo de manutenção inclui:

  • Monitoramento: inspeções regulares dos componentes do sistema para identificar desgastes, vazamentos ou outros problemas;
  • Substituição de filtros: troca periódica dos filtros de areia, carvão ativado e outros elementos filtrantes, conforme a necessidade e o nível de contaminação da água (de acordo com o manual dos equipamentos);
  • Limpeza de membranas: procedimentos de limpeza para as membranas de osmose reversa para remover incrustações e biofilmes, garantindo sua eficiência;
  • Controle químico: verificação e ajuste dos níveis de produtos químicos adicionados à água para manter o pH adequado, prevenindo corrosão e incrustações;
  • Calibração de equipamentos: regulagem frequente dos sensores e instrumentos de medição para garantir a precisão dos dados de operação.

 

Além de sistemas de tratamento para a água usada no beneficiamento, é importante cuidar de todo o consumo desse insumo na fábrica (foto: Thiago Borges)
Além de sistemas de tratamento para a água usada no beneficiamento, é importante cuidar de todo o consumo desse insumo na fábrica (foto: Thiago Borges)

 

Poupando o insumo (e dinheiro também)
Uma processadora não gasta água apenas durante o beneficiamento: existe a limpeza e manutenção da fábrica, sanitários e outros usos que podem, e devem, ser olhados com atenção.

1 – Identifique vazamentos
Um pequeno furo de apenas 2 mm de diâmetro num encanamento desperdiça até 3.200 litros de água em um dia. Para observar a existência de vazamentos, siga estes passos:

  • Feche bem todas as torneiras, desligue os aparelhos que usam água e não use os sanitários;
  • Anote o número que aparece no hidrômetro ou marque a posição do ponteiro do equipamento;
  • Após uma hora, verifique se o número mudou ou o ponteiro se movimentou;
  • Em caso positivo, existe vazamento na sua empresa. Nesse caso, procure uma empresa especializada para consertá-lo.

2 – Adote equipamentos econômicos
Na hora de comprar maquinários, verifique o consumo de água necessário para o funcionamento de cada um. Hoje, a maioria das fabricantes conta com soluções econômicas. Não se esqueça ainda de mudanças em pequena escala, como a instalação de torneiras automáticas – elas permitem uma redução de até 20% no consumo de água em relação à torneira convencional.

3 – Reaproveite a água sempre que possível
Embora seja imprópria para consumo, a água de reúso pode ser utilizada em diversas aplicações, como lavagem de pátios.

4 – Não se esqueça das medidas básicas
Desligue todos os dispositivos como mangueiras e torneiras quando não estão sendo usados. Já no caso de limpeza, analise se é realmente necessário usar água ou se o trabalho pode ser feito com vassoura ou balde e pano.

Este texto foi originalmente publicado na edição 619 (julho de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto de abertura: Marcos Santos e Meryellen Duarte

Conheça em detalhes o projeto Rua da Saúde

A categoria mais concorrida no 1º Prêmio Abravidro Glass South America foi “Projetos e Obras que Empregam Vidros”: eram 94 projetos arquitetônicos de primeira linha indicados por empresas vidreiras, todos brigando por apenas um troféu. E o vencedor não poderia ser uma construção mais inspiradora no uso de nosso material: conhecida como Rua da Saúde, a cobertura envidraçada que protege a Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre une design arrojado a uma moderna tecnologia estrutural para criar uma obra-prima do vidro.

Inspirações de renome mundial
A obra cobre uma área de 4.400 m² da Santa Casa, oferecendo proteção para pacientes, médicos e visitantes do local. Criada a partir dos conceitos da arquitetura orgânica (que busca reproduzir formas e movimentos encontrados na natureza), a construção foi pensada pelos arquitetos Gustavo e Marcelo Seferin, da Seferin Arquitetura. A inspiração veio de duas renomadas obras internacionais: a pirâmide localizada na entrada do Museu do Louvre e a cobertura ondulada da Fiera Milano, espaço de exposições em Milão, na Itália, onde ocorre a tradicional feira vidreira Vitrum.

A cobertura ganhou uma estrutura do tipo gridshell, que utiliza nós estruturais para interligar os painéis. Essa foi a solução encontrada para suportar 1.750 peças triangulares de vidro laminado (6+6 mm), feitos de Cool Lite ST 136 (da Cebrace), encaixadas em um formato ondulado. “Nosso grande desafio foi viabilizar essa estrutura considerando o mínimo de apoios para a redução de interferências com a infraestrutura hospitalar”, explica Miriam Sayeg, diretora da sbp Latam, braço local da consultoria alemã de engenharia schlaich bergermann partner. A empresa, responsável pela concepção estrutural da Rua da Saúde, elaborou ainda o projeto da entrada principal do Hospital Albert Einstein, em São Paulo, que também conta com formas orgânicas.

 

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Desafios
As estruturas gridshell permitem maior liberdade de curvatura, assim como cobrir grandes áreas sem a necessidade de apoios intermediários. “Estudou-se a melhor modulação estrutural, de forma a garantir a curvatura volumétrica desejada”, revela Miriam. “Quando corretamente definidas, as gridshells otimizam a performance estrutural de seus elementos e, na Rua da Saúde, garantiram seções muito esbeltas, cheias de leveza.”

Responsável pela instalação e fixação dos vidros, a Avec Design utilizou um sistema próprio para o encapsulamento das peças. “Trabalhamos totalmente em 3D, digitalizando as medidas dos quase 2 mil triângulos de vidro. Nosso sistema Ecoglazing, que utiliza o VES (vidro encapsulado em silicone) é capaz de cumprir geometrias complexas, com qualidade e durabilidade”, comenta José Guilherme Aceto, diretor da empresa.

 

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Para a Cyberglass, processadora de São Paulo que forneceu os vidros para a obra, esse projeto foi um dos mais desafiadores já enfrentados pela empresa. “Passamos por uma extensa fase preparatória antes de podermos iniciar a produção”, explica Rodrigo Seixas Guerrero, seu diretor de Operações. “Recebemos os desenhos de cada um dos triângulos, com suas respectivas medidas, e podemos afirmar com segurança que não há uma única peça de tamanho repetido”. Segundo Guerrero, foram semanas posicionando cada ângulo, realizando cortes e marcações necessárias para destacar os vidros. “As entregas também foram desafiadoras, pois acomodar triângulos com ângulos diferentes é uma tarefa bastante arriscada.”

Conferindo as fotos desta reportagem, chega-se a uma conclusão bastante óbvia: todo o trabalho para a cobertura envidraçada ficar pronta foi complexo, detalhista, único – mas valeu cada gota de suor.

 

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220 anos de história na saúde
Mais antigo hospital do Rio Grande do Sul, a Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre é formada por nove hospitais: duas unidades consideradas “gerais” (uma para atendimento de adultos e outra pediátrica) e cinco voltadas para especialidades (cardiologia, neurocirurgia, pneumologia, oncologia e transplantes). O Hospital Dom João Becker, da cidade de Gravataí, também faz parte do complexo.

Além de disponibilizar à população serviços de consultas ambulatoriais e de diagnóstico e tratamento, procedimentos cirúrgicos e internações, entre outros atendimentos, o espaço desenvolve intensa atividade de ensino e pesquisa, sendo, desde 1961, o hospital-escola da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA).

 

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Ficha técnica
Projeto: Rua da Saúde
Local: Porto Alegre
Conclusão da obra: outubro de 2023
Arquitetura e engenharia: Seferin Arquitetura e sbp schlaich bergermann partner
Fabricante dos vidros: Cebrace
Processadora dos vidros: Cyberglass
Instalação dos vidros: Avec Design

Este texto foi originalmente publicado na edição 619 (julho de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Fotos: Roberta Gewehr