A Blindex fez alterações no quadro de parceiros que integram seu sistema de franquias em relação às empresas responsáveis pelo fornecimento de seus vidros nas regiões Centro-Oeste e Sudeste. A Guaporé Vidros passa a fazer a produção e distribuição dos produtos da marca no Mato Grosso do Sul. Em Goiás e no Distrito Federal, a Planalto Vidros assume as operações. A outra novidade está no interior paulista, onde os clientes serão atendidos pelas empresas Cristal Sete e Pestana Vidros. Já na capital paulista e Região Metropolitana de São Paulo, os trabalhos serão desenvolvidos pela CP Vidros – uma joint venture criada por essas duas empresas.
A Massfix somou forças com o Parque de Ecoindústrias da Marca Ambiental com o propósito de potencializar seu trabalho de reciclagem de materiais na região de Cariacica (ES). A ideia é expandir a atuação da empresa no estado por meio de uma gestão inteligente do vidro. Com a parceria, a atuação da recicladora dentro do Parque, tido como um centro de referência em soluções sustentáveis para o tratamento de resíduos, está concentrada em ser um ponto de referência no manejo e tratamento adequado dos resíduos gerados na região capixaba – cujo volume está estimado na faixa de oito mil toneladas só para este ano.
Em comemoração aos seus quarenta anos de fundação, a Associação Nacional de Fabricantes de Esquadrias de Alumínio (Afeal) preparou, na noite do dia 4 de agosto, um evento de gala em um dos marcos postais da cidade de São Paulo: o Theatro Municipal. O evento, que teve a Orquestra Sinfônica Municipal entre as atrações, contou com a presença de personalidades do setor e associados, além de membros de entidades de classe parceiras – Iara Bentes e Silvio Carvalho, respectivamente superintendente e gerente-técnico da Abravidro, representaram a associação. A programação para comemorar a data seguirá até o ano que vem, incluindo um podcast histórico.
Foram divulgados os projetos vencedores do Glass Magazine Awards 2023, premiação anual organizada pela revista norte-americana Glass Magazine, editada pela entidade vidreira local National Glass Association (NGA). O prêmio contempla obras e produtos com destaque do setor. O prédio 1550 Alberni Street, em Vancouver, Canadá, foi vencedor em duas categorias: Projeto do Ano e Melhor Feito de Engenharia. O edifício de 43 andares conta com uma fachada assimétrica, formada por “escamas” de peças multilaminadas (com SentryGlas, da Kuraray) de vidro com baixo teor de ferro (48 mm de espessura). Além disso, há também insulados triplos nos andares inferiores para maior conforto térmico – fornecidos pela Glass 3 Enterprises. Em 2º lugar na categoria Projeto do Ano, e premiado ainda na categoria Melhor Aplicação de Vidro Decorativo, o The Audrey Irmas Pavilion, em Los Angeles (EUA), conta com um terraço feito de vidros verdes laminados, fornecidos pela Goldray Glass. O tom esverdeado brilhante é alcançado graças às oito camadas do interlayer de PVB Vanceva.
Em julho, a Cebrace passou a empregar o biometano como fonte energética nos fornos da fábrica de Jacareí (SP) para a produção de vidro float. A iniciativa integra o conjunto de medidas da usina para reduzir em 33% suas emissões de CO2. De acordo com a empresa, a ação faz dela uma pioneira no uso desse combustível renovável para tal fim no setor vidreiro nacional. Por meio do biocombustível gerado a partir de resíduos sólidos urbanos do Aterro Sanitário de Jambeiro, a companhia estima poupar o equivalente ao plantio de 125 mil árvores em CO2. Após a implementação em Jacareí, existem planos de adotar o biometano também nas unidades de Caçapava (SP) e Barra Velha (SC).
Nos dias 4 e 5 de agosto, Clélia Bassetto, analista de Normalização da Abravidro, ministrou na Escola Senai Orlando Laviero Ferraiuolo, no bairro paulistano do Tatuapé, três palestras a alunos do “Curso de Qualificação Profissional para Vidraceiro”. O encontro é fruto da parceria entre a Abravidro e o Senai-SP, que visa a levar conhecimentos sobre as normas técnicas envolvendo nosso material, tendo como objetivo a aplicação do vidro na construção civil. Clélia destacou o conteúdo da norma ABNT NBR 7199 — Vidros na construção civil – Projeto, execução e aplicações, bem como os projetos que o Comitê Brasileiro de Vidros Planos da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT/CB-37) vem desenvolvendo.
No dia 6 de agosto, faleceu aos 77 anos Franciso Martucci, fundador e proprietário da Use-Mak, fabricante nacional de máquinas e acessórios para o beneficiamento de vidro. O sepultamento foi realizado no Cemitério Municipal de Bálsamo (SP). Martucci fundou a Use-Mak em 1993. Graças ao seu trabalho e dedicação, a companhia – cuja sede atualmente ocupa uma área de mais de 5 mil m² – expandiu-se, passando a fabricar lavadoras e secadoras de vidro, biseladoras, lapidadoras retilíneas e furadeiras, entre outros equipamentos.
Profissionais vidreiros e do ecossistema da construção civil agora têm um lugar para ampliar seus conhecimentos vidreiros, disponível a qualquer hora e lugar: está no ar o Educavidro (www.educavidro.com.br), a nova plataforma de educação a distância (EAD) do mercado vidreiro! Nas próximas páginas, conheça todos os detalhes da ação.
O que é
A Abravidro e a Associação Brasileira das Indústrias de Vidro (Abividro) juntaram forças para ampliar o acesso ao conteúdo técnico de nosso setor. O resultado dessa parceria é o Educavidro, uma plataforma gratuita, online e com emissão de certificado. Ela foi desenvolvida para profissionais vidreiros, da construção civil e de outros segmentos que trabalham com vidro.
A ação faz parte do programa Vidro Certo, iniciativa mantida pelas duas entidades, portal dedicado a levar conhecimento sobre a importância do uso do vidro plano nas construções, no dia a dia do consumidor final e nas atividades do profissional que deseja atuar com o material.
Espalhar conhecimento
Muitos consumidores de vidro, e até mesmo especificadores, desconhecem as normas técnicas vidreiras, assim como algumas das principais soluções em produtos disponíveis no mercado e os benefícios que o vidro oferece. Para mudar essa realidade, o Educavidro surge com o intuito de levar conteúdo técnico atualizado e relevante a qualquer pessoa interessada em ampliar seus conhecimentos sobre vidros planos.
O projeto começou a ser desenvolvido em 2021, ainda na gestão de José Domingos Seixas como presidente da Abravidro. “Fico realizado ao ver essa ação tão relevante enfim ser revelada ao público. Espero que ela possa se tornar um grande aliado na rotina de quem está envolvido com vidro”, revela Seixas.
“Com conteúdo de qualidade disponível a poucos cliques de distância, os profissionais do ecossistema da construção terão no Educavidro um importante aliado para sua rotina de especificação do vidro”, analisa o atual presidente da entidade, Rafael Ribeiro. “O vidro é uma matéria-prima sustentável e versátil, duas das características mais importantes para a construção nos dias atuais. Por isso, o conteúdo técnico oferecido pelo Educavidro vai ajudar a consolidar o vidro como protagonista da arquitetura e construção”, comenta o presidente-executivo da Abividro, Lucien Belmonte.
Como funciona
A plataforma é composta por aulas em vídeo, incluindo material de apoio;
Elas foram elaboradas pelos maiores especialistas em vidros planos do Brasil;
O conteúdo está disponível em dois formatos: 13 cursos temáticos e 7 trilhas profissionais (confira mais abaixo as diferenças entre eles);
São mais de 50 horas de conteúdo ágil e dinâmico;
100% EAD: sem a necessidade de se deslocar fisicamente para uma sala de aula;
Com isso, os estudantes irão aprender – ou relembrar aquilo que já sabiam – no próprio ritmo e tempo.
Crédito: ARMMYPICCA/stock.adobe.com
Público-alvo da plataforma
O Educavidro foi criado para atender a necessidade de diversos perfis de usuários:
Profissionais de todos os elos da cadeia vidreira, como vidraceiros e funcionários das indústrias;
Arquitetos, engenheiros e designers de interiores, além de estudantes dessas áreas;
Bombeiros;
Síndicos;
Qualquer pessoa interessada em conhecer mais sobre vidros.
Existem duas formas de o conteúdo do Educavidro ser acessado: cursos temáticos e trilhas profissionais. A seguir, veja como funciona cada modalidade.
CURSOS TEMÁTICOS Aplicações do vidro
O curso revela as principais aplicações dos vidros na construção civil e no design de interiores, oferecendo conhecimentos técnicos teóricos para que os profissionais possam criar soluções eficientes, sofisticadas e seguras para seus clientes, sempre seguindo as normas técnicas.
Certificação de edifícios
Aprenda em detalhes as normas e padrões atuais utilizados no Brasil para edifícios sustentáveis e como o uso do vidro pode ser uma chave para o sucesso energético e sustentável dos empreendimentos. Serão analisadas as principais certificações do País, incluindo LEED, Procel PBE Edifica e Etiqueta de Desempenho Térmico de Esquadrias.
Especificação da fachada
As aulas oferecerão uma visão completa e detalhada sobre a aplicação de vidros em fachadas, discutindo temas como estética, desempenho da edificação, sustentabilidade, isolamento térmico, orientação solar e economia de energia.
Introdução à eficiência energética
Os participantes terão a oportunidade de compreender como os vidros podem impactar na eficiência energética de um ambiente, aprendendo aspectos como índice de seletividade e as propriedades ópticas dos vidros incolores, coloridos e de controle solar.
Introdução do vidro na arquitetura
Desenvolvido para apresentar o vidro ao longo da história, mostrando sua evolução e presença nas construções no decorrer dos tempos. Confira a importância do material no momento da elaboração de um projeto arquitetônico, a sua influência na cadeia produtiva da construção civil e no desempenho das edificações.
Normas do vidro
Nesse curso, conheça as principais normas da ABNT a respeito do uso do vidro na construção civil, com orientações sobre os parâmetros que visam a garantir padrão de qualidade, eficácia e segurança na indústria, comércio e prestação de serviços na cadeia vidreira.
Prática Recomendada – PR 1010
Conheça o conteúdo da ABNT PR 1010, a primeira prática recomendada da ABNT voltada para o setor vidreiro. Esse tipo de documento promove as regras de aplicação do vidro na construção civil, facilitando o entendimento das normas técnicas do setor.
Vendendo vidro
Tenha acesso a argumentos que ajudam na venda de vidros de valor agregado, utilizando-os como ferramenta para alavancar o seu negócio ao mostrar a seus clientes os diversos benefícios que a utilização correta do vidro pode proporcionar.
Vidros de segurança
As aulas abordarão os tipos de vidro considerados de segurança, apresentando suas características e principais recomendações de uso.
Vidros de uso específico
Ideal para quem busca se aprofundar no universo dos vidros de uso específico, como o vidro plumbífero, o polarizado e o para refrigeração. Entenda as particularidades de cada um deles, incluindo características, normas relacionadas e aplicações.
Vidros mais utilizados
Conheça o processo produtivo, características e aplicações dos vidros mais usados na construção civil e no design de interiores. Dentre eles, está o float, padrão mundial para a fabricação do vidro plano e que serve como base para as demais variações existentes no mercado, como espelhos, temperados, laminados e insulados.
Vidros resistentes ao fogo
Serão abordados tópicos que visam a ampliar o conhecimento dessa tecnologia, como as normas técnicas que regulamentam o uso desse tipo de vidro, as características que garantem a segurança dos produtos em caso de incêndio e suas classificações.
Vidros revestidos
O conteúdo explicará o que são vidros revestidos, como funcionam e quais são suas características técnicas. Entre os produtos comentados, estão o low-e (que possui uma camada especial que diminui a radiação solar) e os pintados, laqueados, esmaltados e serigrafados.
TRILHAS PROFISSIONAIS
Outra forma de navegar pela plataforma são as trilhas. Elas são indicadas para perfis profissionais cujo interesse está em informações necessárias para suas atividades do dia a dia. São sete trilhas:
Mercado vidreiro (profissional que está começando a atuar nesse setor ou que quer se atualizar);
Vidraceiros (dividida em níveis introdutório e avançado);
Arquitetos, engenheiros civis e designers ou estudantes dessas áreas (dividida em níveis introdutório e avançado);
Bombeiros;
Síndicos.
Crédito: Rochu_2008/stock.adobe.com
Conheça os instrutores
Betânia Isquierdo Danelon (gestora nacional da equipe de gerentes técnicos da Guardian)
Camila Batista (coordenadora de Desenvolvimento de Produtos e Sustentabilidade da Cebrace)
Clélia Bassetto (analista de Normalização da Abravidro)
Fábio Reis (responsável pela condução de programas de certificação e suporte técnico a clientes para vidros de controle solar e desenvolvimento de novos produtos da Guardian)
Fernando Simon Westphal (engenheiro, consultor e professor do departamento de Arquitetura e Urbanismo na Universidade Federal de Santa Catarina)
Flávia Previatto Baldini (arquiteta, especialista em impermeabilização e vidros planos, e perita na elaboração de laudos técnicos)
Guilherme Romanellin (engenheiro de Processos da AGC, com foco em deposição física de filme fino metálico, deposição química, desenvolvimento de novos produtos e soluções de processo)
Gustavo Curcio (arquiteto, mestre e doutor em design e arquitetura)
Jonas Sales (coordenador de Mercado Industrial e Engenharia de Aplicação da Cebrace)
Luiz Barbosa (gerente técnico de Vendas da Vivix e atual coordenador da comissão de estudo de vidros na construção civil do ABNT/CB-37)
Paulo Penna (gerente-regional Midwest USA + LATAM da Vetrotech, empresa do Grupo Saint-Gobain)
Rafael Matoshima (coordenador de Mercado Interiores, no setor de vidros para decoração e móveis, da Cebrace)
Vera Andrade (coordenadora técnica da Abravidro)
Veronique Bruha (integrante da equipe de Marketing da Guardian)
Repercussão pelo Brasil
Ouvimos a opinião de algumas entidades regionais a respeito da importância de uma iniciativa como o Educavidro. Confira!
“Nós estamos muitos contentes com o novo projeto de educação online da Abravidro e Abividro, pois a educação técnica dos profissionais do vidro e da construção civil valoriza e enriquece o setor vidreiro do Brasil.” Rogério Oliveira, diretor da Adevibase-BA/SE
“O Educavidro é um belíssimo projeto que vem somar na disseminação de conteúdo relevante para o mercado num contexto geral. É um exemplo do que o associativismo pode oferecer às nossas empresas. Estou ansioso para utilizá-lo e dividi-lo com os profissionais com quem atuamos diariamente.” Lucas Bremm, presidente da Adivipar-PR
“Com certeza esse será o manual da cadeia vidreira – do processador, especificador e vidraceiro até o consumidor final. Como o próprio nome diz, o Educavidro vai permitir, por meio do conhecimento, que o vidro receba o valor que merece por todos os benefícios que oferece. Parabéns a todos que trabalharam nesse projeto.” Luiz Carlos Mossin, presidente da Avims-MS
“Parabenizo a Abravidro e a Abividro pela excelente ferramenta criada para os profissionais da construção civil. Esperamos que o Educavidro venha agregar ao trabalho de qualificação e especialização já realizado pelo Simvidro, que hoje abrange o setor vidreiro de Minas Gerais e os especificadores de vidro no nosso Estado.” Geraldo Vergilino de Freitas Júnior, presidente do Simvidro-MG
“Considero o Educavidro um projeto pioneiro e fantástico para o segmento, pois atende as expectativas de diversas atividades que estão ligadas diretamente ao nosso setor, como arquitetos e engenheiros, de uma forma dinâmica e moderna, elevando assim o nível de capacitação do segmento.” Victor Villas Casaca, presidente do Sinbevidros-SP
“A bela iniciativa da Abravidro e Abividro, as duas maiores entidades representativas do segmento vidreiro nacional, vem ao encontro da carência de informações que existe sobre o uso do vidro pelos mais diferentes elos de nossa cadeia. Nós vamos promover regionalmente essa ferramenta tão importante para nosso segmento.” Gilney Calzavara Júnior, presidente do Sindividros-ES
Quem acompanha a arquitetura mundial já deve ter percebido a tendência do uso de vidros jumbo ou de grandes dimensões nas obras: ao que tudo indica, no que diz respeito à aplicação do nosso material em grandes projetos, tamanho é documento. Afinal, esse tipo de vidro permite mais transparência com menor interferência de ferragens e outros elementos de fixação.
O Brasil não é exceção nesse cenário. Diversas processadoras nacionais já trabalham com o beneficiamento dos jumbos. Esse trabalho envolve cuidados especiais e maquinários específicos para as dimensões do produto. Nesta reportagem você conhecerá mais sobre as peças de grandes dimensões, as vantagens que elas oferecem – tanto para as obras como para as próprias processadoras – e o modo como elas devem ser manuseadas.
Atrativos
Segundo Luiz Cláudio Ribeiro Rezende, consultor técnico da Viminas Vidros Especiais, de Serra (ES), a arquitetura contemporânea busca proporcionar espaços cada vez maiores, mais transparentes e iluminados. “Isso exigiu uma adequação do mercado vidreiro para atender os projetos. Como as dimensões dos vidros tradicionais já não atendiam essas necessidades, as chapas jumbo foram a solução”, comenta Rezende, conhecido no setor como Juca.
Ao conhecer as vantagens dos vidros jumbo, fica fácil entender o aumento da procura por esse item. Leandro Gonçalves, gerente de Projetos da Divinal Vidros (com unidades em São Paulo e Belo Horizonte), lista as principais delas:
Redução de desperdício: ao trabalhar com vidros maiores, é possível diminuir o número de emendas e cortes, reduzindo o desperdício de material;
Maior área envidraçada: as chapas jumbo permitem criar fachadas e janelas mais amplas, trazendo maior luminosidade e sensação de amplitude aos espaços;
Menor quantidade de interrupções visuais: como há menos emendas, o vidro proporciona uma aparência mais uniforme e contínua nas aplicações;
Possibilidade de projetos mais audaciosos: painéis de grandes dimensões possibilitam criar e explorar projetos arquitetônicos mais ousados e modernos.
Marcio Caraça, coordenador de Produção da GlassecViracon, de Nazaré Paulista (SP), ressalta que, além de abrir todas essas oportunidades com sua aplicação no tamanho completo, as chapas jumbo também podem ser cortadas em peças menores – e elas também são vantajosas nesse aspecto. “Quando o plano de corte da processadora é bem-feito, o vidro jumbo traz ganho de produtividade e também de otimização, permitindo um melhor aproveitamento da chapa.”
Crédito: brianwhittaker/stock.adobe.com
Qual o tamanho de um vidro jumbo?
A chapa jumbo tem 6 m x 3,21 m. As usinas nacionais fabricam também um padrão um pouco menor, conhecido como “minijumbo”, de 4,4 m x 3,21 m. Muitas vezes essas peças chegam a pesar mais de 250 ou 300 kg – e sua área pode ultrapassar os 13 m².
Estrutura robusta
Frente a todos esses atrativos, o trabalho com jumbo mostra-se promissor. Mas, para que isso seja possível, é necessário que sua empresa esteja devidamente preparada – a começar pelo chão de fábrica. “O processamento desse vidro requer maquinário e equipamentos em tamanho diferenciado para a manipulação das peças de grandes dimensões”, aponta Élcio Santos, gerente-comercial técnico da Brazilglass, de Guararema (SP).
Lucas André Baranoski, gerente-administrativo da Temperline, de Cascavel (PR), destaca que a processadora precisa contar com estrutura de ponte rolante, mesa de corte, pórticos para a lapidação e lavadora que suportem o tamanho, dimensão e peso das chapas. Além disso, o forno de têmpera precisa estar preparado para receber essas peças.
Cuidados no deslocamento
De acordo com Marcio Caraça, da GlassecViracon, o processo de movimentação de vidros jumbo dentro da processadora é mais lento, para evitar riscos de acidentes. “Há um cuidado especial para levar as chapas de um lugar ao outro, com o uso de pinças e ventosas com maior capacidade de peso, bem como carrinhos adaptados para atender tanto a altura como o comprimento desses produtos.”
Bruno Bordão, sócio-diretor do Grupo RV Vidros, de São Paulo, reforça a necessidade de garantir a integridade dos colaboradores: “Temos sinalizadores da ponte rolante em funcionamento, além de impedir o acesso de pessoas ao setor de carga/descarga e de corte, a não ser os profissionais de içamento treinados, conforme as Normas Regulamentadoras (NRs) de segurança”.
Gonçalves conta que a Divinal Vidros adota uma série de medidas para garantir a segurança – dos funcionários e das próprias chapas – durante a movimentação:
Uso de equipamentos adequados, como pontes rolantes, ventosas automáticas ou outros dispositivos especiais para manejar as chapas com segurança;
Treinamento dos funcionários para realizar o manuseio correto do vidro jumbo, sempre seguindo as normas de segurança e utilizando todos os equipamentos de proteção individual (EPIs) necessários;
Armazenamento dos vidros em local apropriado, evitando empilhamento excessivo e minimizando o risco de quebras ou avarias;
Realização de inspeções periódicas nas peças e equipamentos da empresa para garantir que tudo esteja em boas condições.
Como é o processamento?
Os processos não diferem dos outros tipos de peça. “Os vidros jumbo são cortados e processados juntos com os tradicionais. A diferença começa no acabamento e na movimentação até a chegada para a etapa da têmpera”, relata Baranoski, da Temperline.
Juca, da Viminas, chama a atenção para a importância de garantir a segurança dos colaboradores envolvidos nas operações. “Temos uma área reservada, para o processamento e para a manipulação dessas chapas, que conta com equipamentos específicos. Os profissionais são devidamente treinados, de modo a evitar a interação manual. Para os equipamentos e maquinários, nossa prioridade é a utilização da automação.”
Crédito: Andrey/stock.adobe.com
Onde o vidro jumbo é mais utilizado?
Portas de correr, especialmente em ambientes com pé-direito alto;
Vitrines;
Divisórias internas;
Fachadas, principalmente as com sistema pele de vidro ou estrutural.
Notícias negativas…
Segundo a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), no estudo Desempenho da indústria da construção civil e perspectivas, apresentado à imprensa em julho, a expectativa de crescimento do PIB da construção em 2023 foi reduzida de 2% para 1,5%. A razão para isso se dá pelo cenário que ainda inclui juros altos e demora nos ajustes do programa Minha Casa, Minha Vida.
…mas nem tanto
Apesar de em um ritmo pequeno, o nível de atividade do segmento está crescendo. De acordo com a Sondagem da Indústria da Construção, realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), esse indicador está maior do que nos últimos dois trimestres, chegando a 49,8 pontos, quase saindo do patamar negativo (abaixo de 50 pontos).
Confiança em alta
Isso se traduz no aumento do Índice de Confiança da Construção no segundo trimestre, conforme mostra a Sondagem da Construção. Os 51,4 pontos superam o patamar visto nos primeiros três meses deste ano.
FIQUE POR DENTRO
Finíssimo
Cientistas da Universidade de Chicago criaram recentemente um cristal de vidro com apenas alguns átomos de espessura. A descoberta é capaz de capturar e transportar luz, o que deverá ajudar no desenvolvimento do campo da fotônica – ciência responsável por estudar a geração, emissão e transmissão da luz. A pesquisa dos cientistas foi publicada na tradicional revista Science. O sistema criado pelo grupo funciona como um guia de ondas bidimensional que transporta a luz ao longo de um chip, usando minúsculos prismas, lentes e interruptores. As aplicações potenciais dessa tecnologia são vastas e podem revolucionar setores como o das telecomunicações e o da computação.
Crédito: Jackie Niam/stock.adobe.com
RETROVISOR
Cartilha que vale ouro
Em agosto de 2010, a Abravidro lançou a cartilha A substituição tributária aplicada ao vidro plano. O documento, elaborado pela entidade em parceria com o consultor contábil Roberto de Campos, traz todas as informações sobre o regime da ST aplicado ao setor de vidros planos, incluindo as particularidades de sua aplicação em cada Estado.
Após meses trabalhando intensamente sem poder revelar nada sobre esta ação, é muito bom ver o Educavidro na capa da nossa revista. Esse é um projeto no qual a equipe da Abravidro, em parceria com a Abividro, depositou muitos esforços – e o resultado finalmente está disponível para todos!
Clicando aqui, você confere tudo a respeito da nova plataforma vidreira de educação a distância. Explicamos em detalhes como ela funciona e quais conteúdos estão disponíveis. Não perca a chance de conhecer o Educavidro: a iniciativa será uma importante aliada de seu trabalho com vidro.
Esta edição de O Vidroplano traz outras reportagens relevantes. Clicando aqui, por exemplo, veja as particularidades do processamento de vidros jumbo; a seção “Para sua vidraçaria” (clique aqui) mostra os cuidados para a instalação de envidraçamento de sacada; já clicando aqui, revelamos os benefícios que a certificação Inmetro para vidros temperados traz às empresas e também para os consumidores do produto.
Tem ainda a tecnologia vidreira nas fachadas de um prédio residencial de Curitiba (clique aqui), as atividades das entidades regionais pelo Brasil (clique aqui) e muito mais.
MONITORAMENTO MENSAL DO DESEMPENHO DA INDÚSTRIA DE PROCESSAMENTO DE VIDROS BRASILEIRA Desempenho – Julho 2023
A percepção sobre o desempenho da indústria nacional de processamento de vidros foi de aumento pequeno nas vendas faturadas em m² em julho de 2023 em relação a junho.
O indicador de desempenho da indústria de processamento de vidros registrou alta de 0,3% no volume de vendas faturadas de vidros processados no mês, na comparação com junho, sem ajustes sazonais, o que representa estabilidade em relação ao mês anterior. O desempenho do setor está 30,7 pontos abaixo da média de 2022.
Metodologia
A coleta de dados foi realizada nos cinco primeiros dias deste mês, por meio de formulário online. O estudo pode ser respondido por processadoras de todo o Brasil (140 participaram desta edição, recorde do estudo).
A venda e aplicação de envidraçamento de sacada já são bastante comuns nas vidraçarias de todo o País. Esse serviço tem uma série de particularidades, que começam durante a medição do vão a ser preenchido e continuam mesmo após a instalação do produto ter sido concluída.
Para assegurar que os sistemas instalados por sua empresa sempre proporcionem a segurança e o desempenho esperados, vale a pena repassar esses pontos aos quais o vidraceiro deve estar sempre atento em cada etapa do serviço. Vamos conferir as orientações de profissionais do setor para essa atividade? Leia mais a seguir.
Na medição
A precisão nessa etapa é determinante para o resultado da obra. É imprescindível ter em mente que o medidor é uma figura muito importante dentro desse processo. “Assim, todos os problemas e correções devem ser detectados e corrigidos nesse momento”, alerta Marco Aurélio Gomes de Magalhães, diretor-comercial da Solução Fechamento Inteligente, de São José (SC). “Se isso for feito apenas quando a vidraçaria já está fazendo a instalação, o trabalho pode resultar em prejuízo para todos, seja no tempo para concluir o serviço, na necessidade de uso de material não orçado ou na insatisfação do cliente.”
De acordo com Paulo Correia, do Departamento Técnico da AL Indústria, de Mauá (SP), há três pontos principais aos quais os vidraceiros devem estar atentos no processo de medição: prumo, nível e alinhamento do vão. Além desses, Jaqueline Fazolim, gerente de Projetos e Relacionamento da Fazolim Vidros, de São Bernardo do Campo (SP), também recomenda que o profissional observe os seguintes itens:
Pontos fora de esquadro;
Diferenças de altura na alvenaria;
Identificação dos pontos de abertura;
Alinhamento dos pontos de instalação superior e inferior (para saber se haverá necessidade de barra prolongadora ou tubos);
Tamanho de elevador;
Posição de içamento (em caso de necessidade).
“Essa atividade deve ser realizada por um técnico treinado para medição de sacada, que é bem mais detalhista do que os tradicionais, e com ferramentas específicas, como nível a laser com três pontos e trena”, ressalta Jaqueline.
Colocando o sistema à prova
É muito importante que um protótipo do sistema completo – incluindo os vidros com a especificação adequada – passe pelos ensaios indicados na norma ABNT NBR 16259 — Sistemas de envidraçamento de sacadas – Requisitos e métodos de ensaio, publicada em 2014 pela ABNT. Ele precisa ser testado e aprovado nos seguintes requisitos:
Comportamento sob ações repetidas de abertura e fechamento;
Impacto de corpo mole;
Resistência às cargas uniformemente distribuídas para simular a ação do vento;
Resistência à corrosão.
Jaqueline conta que a Fazolim Vidros levou seu modelo desse produto para ser ensaiado, no ano passado, ao Instituto Falcão Bauer. “Desde então, após a aprovação do nosso sistema, não fizemos nenhum tipo de alteração nos fornecedores, nas especificações dos componentes ou nos modelos de instalação — permanecemos com a qualidade devida”, frisa a gerente de Projetos e Relacionamento.
Por sua vez, a Solução Fechamento Inteligente trabalha com o Sistema Blindex Sacadas, o qual foi submetido a todos os testes estabelecidos pela ABNT NBR 16259. “É de fundamental importância que haja maior rigor na cobrança da aplicação da norma, pois seu não cumprimento coloca em risco a vida de pessoas”, considera Marco Magalhães, salientando o grande perigo de que sistemas de envidraçamento de sacada sejam colocados no mercado sem atender os requisitos da ABNT NBR 16259 e de outras normas, quando aplicável.
Vale ressaltar que essa norma determina que somente vidros temperados ou laminados podem ser utilizados nessas estruturas. Além disso, deve-se garantir que o sistema composto atenderá os valores de pressão de vento da região do País em que será instalado, além das características da edificação (altura/quantidade de pavimentos), de forma que seja aprovado nos ensaios estabelecidos pela norma.
Crédito: Divulgação
Na instalação
Os cuidados para a instalação do sistema devem começar ainda dentro da fábrica, com a escolha certa dos fornecedores de cada item, desde acessórios até o adesivo a ser utilizado para colagem dos vidros. “Durante a usinagem dos leitos e alumínios, verificamos também se eles têm algum defeito para ser ou não instalados”, acrescenta Jaqueline Fazolim.
Já na obra, é fundamental estar atento ao tamanho, distanciamento e espessura e tipo corretos dos parafusos de fixação da estrutura. “As medidas dos vidros com as folgas corretas também contribuem para uma boa instalação, para que nada fique ‘prensado demais’ ou ‘solto demais’”, orienta a gerente da Fazolim.
Lembre-se também de isolar o local abaixo da obra e sinalizar a área antes de iniciar a instalação para evitar que a eventual queda de algum objeto possa atingir quem estiver ali.
A ABNT NBR 16259 apresenta diversos requisitos a serem atendidos em uma instalação de envidraçamento de sacada, desde o tipo de vidro até o espaçamento a ser utilizado na fixação do perfil U de regulagem e dos trilhos. Magalhães, da Solução Fechamento Inteligente, lista algumas dessas orientações:
Na área do sistema onde os vidros abrem (na zona de recolhimento), em caso de sacadas retas, deve haver um elemento de fixação a cada 70 mm, no máximo;
No caso de sacadas curvas, deve-se utilizar um elemento de fixação a cada 50 mm da emenda do perfil;
Deve haver uma média de um elemento de fixação para cada duas folhas de vidro;
O espaço entre os elementos de fixação do perfil e do trilho superior deve ser de 500 mm;
Quando houver divisão nos trilhos, a cada 50 mm da emenda deve ter um elemento de fixação.
Protegendo os instaladores
Qualquer trabalho envolvendo o manuseio e a instalação de vidros precisa ser feito com o uso de equipamentos de proteção individual (EPIs), e o envidraçamento de sacada não é exceção.
Para esse trabalho, são recomendados os seguintes EPIs:
Botas de segurança;
Capacete (com prendedor de queixo);
Óculos de proteção;
Protetores auriculares;
Luvas e mangotes de segurança;
Cinto de segurança;
Talabarte (dispositivo de conexão para sustentar ou limitar a posição do trabalhador);
Linha de vida ou corda apropriada.
Na manutenção
Engana-se quem pensa que o trabalho do vidraceiro termina na instalação do produto: ele deve ser periodicamente revisado. “Aconselhamos nossos clientes a buscar esse serviço anualmente, mas há projetos em que o envidraçamento é utilizado com maior frequência. Nesses casos, orientamos que o usuário final nos procure a cada seis ou oito meses. Isso garante o melhor funcionamento das roldanas e acessórios”, explica Jaqueline.
Mas o que deve ser conferido nesse trabalho? Paulo Correia, da AL Indústria, responde: “Ao realizar a manutenção, o vidraceiro precisa se atentar aos itens indicados no Anexo D.3 da ABNT NBR 16259: deve-se verificar as roldanas, as camadas deslizantes, as condições dos vidros – isto é, se há presença de quaisquer marcas de má utilização neles – e de todos os componentes”. Cada produto pode ter orientações adicionais para esse serviço: no caso da linha da AL Indústria, por exemplo, Correia sugere uma lubrificação periódica, uma vez que ela trabalha apoiada no trilho inferior.
“A manutenção do sistema trata-se mais da necessidade de possíveis ajustes, devido ao uso constante do sistema, do que realmente de uma troca de componentes”, relata Magalhães, da Solução Fechamento Inteligente. Contudo, ele ressalta: “Aconselhamos o usuário a não efetuar sozinho nenhum tipo de manutenção, lubrificação ou ajustes nele; para isso, ele deve solicitar a presença de um profissional capacitado, para que este possa avaliar o produto e efetuar as devidas correções”.
Instalação sobre guarda-corpos
A aplicação desse tipo de estrutura sobre guarda-corpos já é bastante comum – mas, nesse caso, o vidraceiro precisa tomar cuidados adicionais. “Para esse tipo de instalação, é preciso observar, primeiro, se o guarda-corpos está devidamente estruturado, atendendo a norma para esse produto [ABNT NBR 14718 — Guarda-corpos para edificações], e com o devido laudo de aprovação”, orienta Paulo Correia. “Além disso, é necessário verificar se no descritivo da obra há orientação para montagem do envidraçamento de sacadas sobre o guarda-corpos.” Caso o local já esteja habitado, o vidraceiro deve orientar o cliente a consultar a ata do seu condomínio para saber se nela consta a aprovação para esse tipo de instalação e se há um padrão a ser seguido.
Esses cuidados se fazem ainda mais necessários nos casos em que o guarda-corpos foi instalado por outra empresa. A norma ABNT NBR 16259 permite esse tipo de instalação – porém, estabelece que o guarda-corpos deve estar em conformidade com a sua norma e que o conjunto formado com o envidraçamento atenda todos os requisitos que ela determina, sendo o desempenho do conjunto de responsabilidade do projetista e do fornecedor do fechamento.
“Normalmente, não executamos instalações acima de guarda-corpos já existente, pois não sabemos como foi feita a instalação e fixação do material. Às vezes, pode parecer que tudo está OK, mas a ancoragem pode não ter sido feita da forma certa”, comenta Jaqueline. “As exceções são para clientes que tenham ART [Anotação de Responsabilidade Técnica] do engenheiro predial garantindo que foi tudo feito corretamente – ainda assim, nesses casos, temos um contrato específico para esse tipo de trabalho.”
Documentação de responsabilidade técnica – o que é?
Trata-se do documento que assegura à sociedade que uma atividade técnica é realizada por um profissional ou empresa habilitados. Existem dois tipos:
– Anotação de Responsabilidade Técnica (ART): fornecida por um engenheiro vinculado ao Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea);
– Registro de Responsabilidade Técnica (RRT): assinado por um arquiteto vinculado ao Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU).
A ABNT NBR 16259 recomenda que o fornecedor emita para o contratante a documentação de responsabilidade técnica. Embora a norma não coloque como obrigatória a emissão desses documentos, é bastante comum o cliente exigi-los. Então, vale a pena estar preparado.
Capacitação e suporte
Contar com uma equipe qualificada faz toda a diferença para o trabalho com envidraçamento de sacada – e também para as demais atividades realizadas pela vidraçaria. Por isso, buscar treinamentos para seus colaboradores é muito importante.
Nesse sentido, uma ótima opção é consultar a fabricante do sistema usado pela sua empresa: além de dar suporte e esclarecer dúvidas sobre o produto, pode ser que ela também forneça essa capacitação. A AL Indústria oferece curso de qualificação aos vidraceiros que queiram trabalhar com sacadas, tanto em versão presencial como online, e também apoia as escolas de formação de profissionais. “Tenho a felicidade de dizer que, nos últimos anos, já percorremos as cinco regiões do Brasil e outros países da América do Sul, qualificando e dando suporte para mais de 5 mil vidraceiros”, comemora Paulo Correia.
Transmitir a mensagem de que o vidro oferece segurança é parte relevante do trabalho de nossas empresas – ainda mais quando a errônea ideia de ele ser um material “frágil” segue presente entre muitas pessoas. A boa notícia é que existe uma ferramenta muito eficaz para combater essa fake news: a certificação do temperado, o vidro processado mais consumido no Brasil. Da processadora ao consumidor, todos se beneficiam com a chancela do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) para o produto. Confira os motivos para isso nas páginas a seguir.
Garantias
A certificação voluntária para vidros temperados é concedida pelos chamados Organismos de Certificação de Produto (OCP), acreditados pela Coordenação Geral de Acreditação do Inmetro.
Para ser aprovada, a empresa precisa passar por três avaliações:
Processo de fabricação: deve estar adequado para produzir itens de qualidade, seguindo os requisitos da portaria do Inmetro que regulamenta a certificação;
Sistema de gestão da qualidade: é obrigado a atender determinados requisitos da norma mundial ISO 9001;
Ensaios: os vidros precisam ser aprovados nos ensaios estabelecidos pela norma técnica ABNT NBR 14698 — Vidro temperado.
Complicado? Muito pelo contrário!
É importante desmitificar a suposta “complexidade” do processo de certificação. Várias empresas acreditam ser algo extremamente burocrático, que demanda muito tempo, atenção e dinheiro. Não poderiam estar mais enganadas!
“Muitos empresários, quando decidem pela certificação, ficam surpreendidos logo na visita inicial de nossa consultoria, pois conseguimos verificar o quanto a empresa já está adequada para atender boa parte dos requisitos necessários”, explica Edweiss Silva, consultor da Abravidro para certificação Inmetro. Após a elaboração do cronograma de atividades, é possível determinar quando a empresa estará pronta para receber a visita do auditor (um representante do OCP) – o prazo costuma ser de dois a quatro meses.
Dois pontos comuns na preparação demandam maior atenção para o atendimento total dos requisitos. Um deles é a rastreabilidade – a habilidade de rastrear um produto, de forma que seja possível saber sua localização e identificar o seu histórico, desde o recebimento da matéria-prima até a entrega ao cliente. “Na maioria dos casos, as empresas já possuem um sistema informatizado com a rastreabilidade completa, mas como isso nunca foi solicitado a elas por ninguém, o método não é implementado”, alerta Ed.
O segundo ponto é o correto armazenamento dos produtos durante toda a produção. Em relação a esse quesito, a própria processadora pode providenciar a confecção de cavaletes para guardá-los da maneira certa, normalmente em locais estratégicos para agilizar as tarefas, protegendo-os de intempéries como umidade, por exemplo.
Outro paradigma que precisa ser quebrado é o de que a empresa só pode contratar o OCP quando estiver com tudo “perfeito”. “Sempre tento mudar esse pensamento dizendo que a norma de referência (ISO 9001) orienta que se busque a melhoria contínua dos processos/produtos. Com esse olhar, podemos usufruir dos benefícios da certificação de forma simples, para que as mudanças planejadas sejam vistas nas próximas visitas de manutenção como uma forma de evolução da empresa”, afirma Ed. “Afinal, nunca teremos esses processos em total perfeição, pois sempre haverá possibilidade ou necessidade de mudança e melhoria.”
Quais as vantagens para a empresa?
A implementação de melhorias no processo produtivo resulta em maior controle dos procedimentos, eliminando desperdícios e retrabalhos, além de reduzir consideravelmente os custos de produção;
Permissão para colocar o selo com as logomarcas do Inmetro e do OCP nos produtos certificados;
Proteção jurídica contra reclamações. “Já presenciamos casos de ações de clientes voltadas à qualidade do produto comercializado, e o fato de a empresa ter a certificação foi corroborativo para uma decisão favorável a ela. Afinal, a certificação é um atestado de que produtos e processos de fabricação atendem os requisitos normativos e regulamentações legais”, relata Ed;
Possibilidade de atender mercados que exigem padrão de segurança atestado, como as grandes construtoras.
Facilitando o caminho
A Abravidro fomenta a certificação do vidro temperado desde a década de 2000, auxiliando mais de cem empresas a conquistarem a chancela. A associação oferece consultoria para as empresas que buscam a certificação, trabalho realizado por Edweiss Silva durante a preparação para a auditoria. E para quem é associado da Abravidro há facilidades imperdíveis, incluindo valores exclusivos e melhores condições para:
Consultoria;
Contratação dos OCPs: são quatro com parceria com a Abravidro – ABNT, Instituto Beltrame da Qualidade (Ibelq), Instituto Falcão Bauer da Qualidade (IFBQ) e SGS;
Contratação do laboratório de desempenho homologado pelo Inmetro para a realização dos ensaios de desempenho: são dois com parceria com a Abravidro – IFBQ e SGS.
É associado Abravidro? Então, não perca tempo e usufrua de seus benefícios. Ainda não faz parte da maior entidade vidreira do Brasil? Entre em contato com nossa área de atendimento pelo e-mailabravidro@abravidro.org.br ou telefone (11) 3873-9908 e associe-se já!
Mais segurança para o consumidor
É comum encontrar na imprensa notícias envolvendo celebridades e quebra de vidros, principalmente boxes de banheiro. O real motivo para esses acidentes quase nunca é abordado (instalação malfeita, falta de manutenção periódica nas estruturas, uso de vidro comum onde era para ser vidro de segurança etc.), o que só ajuda a perpetuar a falsa ideia de fragilidade de nosso material.
Como dissemos na abertura da matéria, a certificação ajuda a combater essa situação, pois um produto em conformidade com as normas técnicas trará segurança ao consumidor final. Para conhecer os benefícios da chancela a quem consome vidro, conversamos com os quatro OCPs parceiros da Abravidro.
“A certificação do vidro temperado é a garantia de que o consumidor está adquirindo um produto que atende critérios de segurança e desempenho, conforme legislação em vigor. Além disso, o consumidor tem a confiança de que a certificação é a garantia de que o material mantém um padrão de qualidade.” Sergio Pacheco, gerente de Certificação de Produtos da ABNT
“A experiência geral do usuário é melhor com produtos certificados, pois estão aptos a ter o desempenho esperado, incluindo segurança e durabilidade. Isso aumenta a satisfação do cliente, a tranquilidade em relação à compra e a probabilidade de recomendar o material a outras pessoas. Sem a certificação, o consumidor não tem certeza se pode confiar no produto antes de instalá-lo. Ela se torna, assim, uma ferramenta de comprovação.” Karina Rago, diretora técnica do Ibelq
“O Programa de Avaliação da Conformidade estabelecido para o vidro temperado foi criado tendo como base a avaliação dos riscos associados e com o objetivo de garantia da segurança do produto durante sua utilização. Dessa forma, considerando que o material possui características diferentes para aplicações que demandam maior garantia, o nível de segurança do produto poderá ser avaliado pelo consumidor por meio do selo de identificação da conformidade, que demonstra o pleno atendimento aos critérios exigidos para essa avaliação.” Lenice Silva Rocha, do IFBQ
“A certificação de temperados é importante para os consumidores finais devido à segurança aprimorada, proveniente dos testes rigorosos de controle de qualidade. Esses produtos, adequados às normas, reduzem os riscos associados a acidentes, além de elevar o valor agregado ao produto e proporcionar garantias do fabricante, o que reforça a confiança dos clientes na sua decisão de compra.” Ricardo Josefik, executivo de Vendas do SGS
Já foi o tempo quando edifícios, comerciais ou residenciais, eram pensados para serem somente mais um colosso de concreto e aço em meio a outros tantos espalhados pela cidade. Felizmente, existem projetos disruptivos, que primam pela eficiência, capazes de provar que no Brasil também despontam ideias que contribuem para o bem-estar dos usuários e para a sustentabilidade – aqui mesmo em O Vidroplano você sempre confere obras desse tipo. Prédios com fachadas de vidro cujo propósito vai além do apelo estético (embora a beleza deles realmente salte aos olhos) já se transformaram em padrão de uma construção ligada às necessidades modernas das pessoas e da sociedade. A seguir, conheça os detalhes de um edifício exatamente assim: o Mai Terraces, projeto que dialoga com a natureza e otimiza recursos para tentar um feito inédito entre as construções do tipo no País.
Em busca da certificação pioneira
Localizado em Campina do Siqueira, uma das regiões mais nobres de Curitiba, o recém-inaugurado edifício foi concebido com o que há de mais contemporâneo em arquitetura. Planejado para ser um componente sustentável em meio ao ecossistema já abrangente da região – já que está ao lado do Parque Barigui, uma das maiores áreas verdes da capital paranaense –, o empreendimento erguido pela Construtora Laguna passou por um estudo abrangente de eficiência, por meio do qual buscou-se otimizar os recursos naturais dispostos para o projeto.
Com o sucesso desse conceito, está entre os objetivos do Mai Terraces a conquista da certificação GBC Condomínio Platinum, do Green Building Council, algo inédito para esse modelo de construção no Brasil. E é claro que o vidro é tido como um elemento-chave para se alcançar esse feito.
Atento às oportunidades
O prédio está situado em uma região com fortes variações de temperatura. Por isso, os construtores viram uma excelente oportunidade para garantir ao empreendimento eficiência energética ao longo de todo o ano. Para o sucesso da empreitada, porém, seria necessário atingir um equilíbrio entre o bloqueio do calor no verão e o aumento da temperatura no inverno para o aquecimento interno.
Dessa forma, um dos grandes destaques do edifício é sua fachada com cerca de 8 mil m² de vidros de controle solar de alto desempenho, fornecidos pela Guardian, contribuindo ativamente para o conforto térmico e luminoso da edificação. “Estudos mostram que o consumo energético pode ser ainda maior no inverno do que no verão, em locais mais frios”, afirma Heloísa Meister, analista técnica comercial da Guardian. Para compor a fachada das duas torres de 24 pavimentos cada, optou-se por aplicar em ambas as estruturas o SunGuard Silver 32, cuja composição oferece performance de 33% de transmissão luminosa, 16% de reflexão interna, 23% de reflexão externa e 60% de bloqueio de calor.
Graças à tecnologia do setor vidreiro nacional, cada vez mais será possível ver prédios como o Mai Terraces não como uma aspiração da arquitetura brasileira, mas como uma realidade.
Ficha técnica Obra: Mai Terraces Local: Curitiba Escritório de arquitetura: Baggio Schiavon Arquitetura Fornecedora dos vidros: Guardian Processadora: GlassecViracom Fabricante de esquadria: Alubauen Consultor de fachadas: QMD Consultoria
Em São Paulo
O Sinbevidros-SP realizou, no dia 3 de agosto, a cerimônia de posse dos eleitos para o quadro diretivo da entidade para o quadriênio 2023-2027, cujo mandato teve início no dia 11. O evento contou com a presença de lideranças da cadeia vidreira, que compareceram à sede da Fiesp, em São Paulo, para prestigiar a nomeação de Victor Villas Casaca como o novo presidente – o presidente da Abravidro, Rafael Ribeiro, representou a entidade. Durante o discurso de posse, Casaca destacou sua visão sobre a força do Estado de São Paulo para o setor vidreiro nacional, uma vez que a região possui o maior número de processadores do País. Em relação ao desafio tributário, o dirigente reforçou que são necessários vários ajustes junto ao segmento para o alcance do imposto monofásico, que deverá contribuir para a profissionalização e regulamentação do segmento.
Diretoria do Sinbevidros-SP para 2023-2027 Presidente
Victor Villas Casaca
Primeiro-vice-presidente
Irineu Alves Marcelino
Segundo-vice-presidente
José Domingos Seixas
Primeiro-secretário
Vinicius Moreira Silveira
Segunda-secretária
Ana Lucia de Souza
Primeiro-tesoureiro
Alfredo dos Anjos Martins
Segunda-tesoureira
Juliana Schunck da Silva Murad
Conselho Fiscal
Gustavo Pais Cardoso Silva
Jean Carlo Alves
Lucas Henrique Batista
Osmar Zimmer Júnior
Marcelo Kairis Antônio
Leandro Kairis Antônio
Delegados representantes junto à Fiesp
Irineu Alves Marcelino
José Domingos Seixas
Victor Villas Casaca
Alfredo dos Anjos Martins
No Rio Grande do Sul
O Sindividros-RS esteve, de 1º a 4 de agosto, na 24ª Construsul – Feira Internacional da Construção. Neste ano, a exposição, realizada no Centro de Eventos da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), em Porto Alegre, contou com a presença de trezentos expositores, mais de 36 mil visitantes e registrou um volume de negócios acima de R$ 2 bilhões. Além dos números, um dos destaques da edição foi a quantidade de estandes com soluções sustentáveis, os quais visavam a amenizar os desperdícios de toda a cadeia da construção – grupo do qual o Sindividros-RS esteve como representante do nosso segmento. Como parte da programação de eventos paralelos da feira, o sindicato organizou uma palestra, ministrada pelo professor Fernando Westphal no dia 3, com o tema O vidro como elemento importante na certificação ambiental. Na apresentação, foi tratada a importância do material para a eficiência energética das construções. Ao final da feira, seus organizadores aproveitaram para anunciar as datas oficiais da 25ª edição da Construsul, que, em 2024, ocorrerá nos dias 23 e 24 de julho, no mesmo local.
Crédito: Chicago Produtora
Em São Paulo
O Sincomavi-SP preparou para o mês de agosto uma programação online, gratuita e rica em conteúdo e aprendizado. No dia 2, o professor e coautor do livro Gerente de e-commerce, Jacob Gomes, apresentou o webinário Impactos tributários na formação de preços, com abordagens sobre fluxo de caixa, regras fiscais e outros temas. No dia 9, o administrador Leandro Felipe tratou sobre horizontalidade de carreira e a ressignificação do sucesso no webinário Carreira em Z – O plano de carreira na perspectiva da pessoa.
A Internet como a conhecemos é algo tão elementar na vida cotidiana atual que mal nos damos conta de como são os processos para que ela chegue até nós. Um ponto já adiantamos: não é por mágica. Para conectar as redes, há milhões de cabos de fibra óptica espalhados pelo mundo, inclusive no fundo dos oceanos, ligando um continente ao outro com alta qualidade, velocidade e capacidade para o tráfego de informações. Esses cabos são mais do que vitais para a existência de toda a tecnologia que envolve nossa rotina (e nosso futuro) – do funcionamento de tomadas inteligentes à evolução da Inteligência Artificial. O que talvez muitos não saibam é que no interior de boa parte deles tem um elemento translúcido bem familiar, importante para que toda a operação ocorra de forma ainda mais efetiva: o vidro.
A fibra óptica com vidro possui filamentos flexíveis fabricados com materiais transparentes. Sua estrutura é composta por feixes de vidro bem-pequenos, da espessura de um fio de cabelo, capazes de atingir vários quilômetros de comprimento. Há, inclusive, opções feitas em plástico ou vidro composto. Porém, as fibras produzidas com sílica – elemento abundante em nosso material – são as mais utilizadas em sistemas de telecomunicações, por apresentarem melhores características de transmissão. Além disso, são excelentes para a aplicação em ambientes desafiadores como, por exemplo, aqueles com incidência de altas temperaturas e os que sofrem com a ação de produtos químicos corrosivos.
Quando for assistir àquele vídeo favorito ou responder a um amigo no aplicativo de mensagens, lembre-se da ajuda do vidro para isso.
Em 25 de julho, o Comitê Brasileiro de Vidros Planos (ABNT/CB-37) promoveu a primeira reunião para a atualização parcial da ABNT NBR 7199 — Vidros na construção civil — Projeto, execução e aplicações. A revisão do texto técnico mais importante do setor vidreiro vai abranger temas pontuais, de forma a deixá-lo mais atual.
Novidade com agilidade
O processo se dará por meio da Atualização Parcial, nova ferramenta da ABNT que possibilita que a revisão de uma norma seja mais ágil que o método completo, pois apenas pontos específicos dos textos são revisitados e discutidos. Assim, o trabalho das comissões envolvidas pode ser realizado de forma mais objetiva. E nada melhor que estrear esse modelo com um documento fundamental para o dia a dia do segmento.
“Ao longo dos últimos anos, o ABNT/CB-37 mapeou as necessidades dos pontos específicos a serem atualizados nessa norma, buscando referências técnicas que validassem e guiassem tecnicamente as discussões sobre os temas pautados nesse processo”, explica Luiz Barbosa, coordenador da comissão de estudos e gerente técnico de Vendas da Vivix. “Tudo isso com o objetivo de manter essa que é considerada a norma ‘mãe’ do vidro no segmento da construção civil atualizada e didática, a fim de que o vidro destinado a esse setor seja sempre utilizado de forma segura.”
Principais pontos a serem atualizados
Alguns termos e definições serão mudados: o vidro impresso, por exemplo, passará a ser chamado texturizado;
O aramado deixará de ser considerado vidro de segurança, já que não atende os requisitos de avaliação para a classificação como tal;
Haverá a inclusão de referências a outras normas técnicas, como à do vidro termoendurecido (publicada em 2020) e às de colagem estrutural. Em relação ao termoendurecido, serão incluídas também suas características e aplicações;
A tabela que estabelece o vidro adequado para cada uso passará por mudanças, tanto no formato como no conteúdo. Serão inseridas figuras para ilustrar determinadas aplicações, deixando as regras mais claras;
Por conta da revisão da ABNT NBR 14698 – Vidro temperado, as informações sobre furação, recortes e laboração dos temperados serão retiradas da ABNT NBR 7199, pois constarão na nova versão daquela norma quando publicada;
Atualização das disposições sobre vidro laminado presentes na norma desse produto, cuja versão revisada foi publicada no começo deste ano.
Como participar?
As reuniões são mensais e continuam de forma exclusivamente remota, pela Internet. Para participar basta enviar um e-mail para cb37@abnt.org.br, informando que tem interesse em receber os convites para as reuniões sobre a atualização da ABNT NBR 7199. A agenda pode ser conferida no site da Abravidro.
O longo mas veloz mês de agosto se aproxima do fim e a preocupação com os rumos do mercado vidreiro segue em alta. As vendas de vidros processados, como aponta o Termômetro Abravidro, mostraram-se estáveis em junho e julho, mas vêm registrando movimentos de alta e baixa no ano, variando basicamente de acordo com o número de dias úteis de cada mês. De forma geral, o consumo de vidro no Brasil reduziu-se em 2023.
As usinas de base seguem produzindo com alguma redução da capacidade de seus fornos, devido à baixa demanda e aos grandes volumes de vidros importados, os quais continuam chegando ao País vindos principalmente da Malásia. Assim, a oferta de matéria-prima é a mesma.
Os preços do float praticados por elas e pelos distribuidores se estabilizaram, mas os preços dos processados seguem em queda, e com eles as nossas margens. As estratégias de planejamento tributário criativo (e desleal) de uns e a irresponsabilidade na formação de preços de outros têm prejudicado o mercado de maneira coletiva e sistêmica, o que nos faz questionar aonde vamos chegar com tanta destruição de valor dos nossos produtos. Se o bolo (consumo) está reduzido para a mesma oferta, cada empresário tem de se conscientizar que a sua fatia será menor neste momento. Ou ofertar vidro mais barato vai aumentar o consumo?
Nesse cenário adverso, no entanto, ainda há o que comemorar: este mês entrou no ar o Educavidro, a plataforma de educação a distância do setor vidreiro, iniciativa da Abravidro em parceria com a Abividro. O lançamento é resultado de quase dois anos de muito trabalho das equipes envolvidas na criação e desenvolvimento do projeto, uma grande contribuição à formação e qualificação de profissionais que atuam com o nosso material: funcionários de nossas empresas, vidraceiros, arquitetos, engenheiros, designers, bombeiros e até mesmo síndicos podem encontrar conteúdo técnico de altíssima qualidade em nosso portal! Não deixe de conferir e fazer uso desse material que conta com a participação dos maiores especialistas em vidros planos do Brasil!
No Paraná
A Adivipar promoveu, nos dias 23 e 24 de junho, em Foz do Iguaçu, o 1º Encontro Paranaense de Mulheres Vidreiras. O evento, realizado no Viale Hotel Cataratas, contou com 170 participantes e trouxe uma série de palestras direcionadas ao universo feminino e ao segmento vidreiro nacional. Rosana Silva, gerente de Atendimento da Abravidro, representou a entidade e discursou na abertura.
Embora a maioria dos participantes tenha sido composta de mulheres, o presidente da Adivipar, Lucas Bremm, ressalta que a programação também foi acompanhada por muitos homens, os quais escutaram as palestras com atenção, almejando um mercado mais harmônico e de equilíbrio. “Muitas vezes, quando falamos da mulher em treinamentos e aprendizado, o público que mais precisa ouvir é o masculino”, aponta o dirigente.
Uma das palestrantes, Cristina Silvestre, deputada estadual pelo Paraná, apresentou o tema O papel da mulher na sociedade; Gabriel Batista, diretor do Grupo Setor Vidreiro, falou sobre Gestão de vidraçaria; já Celina Araújo, superintendente da Absolar e ex-superintendente da Abravidro, ministrou a palestra Empreendedorismo feminino no ramo vidreiro: identifique seus potenciais e voe mais alto. Também se apresentaram a empreendedora e gestora emocional Paula Tissot (Agilidade emocional na carreira e nos negócios); o fundador da desenvolvedora de softwares SYM, Júlio A. dos Reis (Tecnologia em benefício da sua empresa); e a treinadora em vendas e liderança com experiência no mercado vidreiro Juliana P. Drews (Atendimento com excelência).
“Acredito que com o resultado obtido, com certeza esse será o primeiro encontro de muitos desse tipo”, enfatiza Bremm. “Fazemos o chamado para que todas as profissionais vidreiras participem mais efetivamente da política voltada ao vidro, trazendo, além de prosperidade, muito mais harmonia para o nosso setor.”
O encerramento do encontro contou com a banda Rita Lee Cover Oficial e com as habilidades de Lucas Bremm como DJ.
Crédito: Duda Dalzoto
Em São Paulo
O Sincomavi-SP organizou, no dia 14 de junho, o workshop Mentoria em Employer Branding. Comandado pelo mestre em inovação e marketing Adriano Costa Sá, o treinamento discutiu pontos sobre práticas de engajamento e retenção de talentos para o fortalecimento da cultura organizacional. Ao todo, 49 pessoas estiveram presentes no encontro. No dia 28 de junho, foi a vez de Olegário Araújo, professor e pesquisador do Centro de Excelência em Varejo (FGVcev), da Fundação Getulio Vargas, palestrar sobre acordos comerciais no webinário Negociação em compras. Entre os pontos abordados, Araújo discorreu sobre o processo de negociação, a importância dos dados e a nova jornada de negociação na área de compras. O encontro contou com a participação de 78 alunos e, assim como no treinamento anterior, a aula foi 100% online.
Crédito: divulgação/Sincomavi-SP
No Rio Grande do Sul
O Sindividros-RS realizou, no dia 22 de junho, no Hotel Laghetto Stilo Centro, em Gramado, a palestra Vidros de alto desempenho e eficiência energética, ministrada por Fernando Westphal, professor do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). O evento teve como objetivo abordar a importância dos vidros de alta performance e a eficiência energética, mostrando exemplos, soluções e estratégias para o alcance de altos níveis em desempenho. Participaram da atividade, arquitetos, engenheiros e integrantes da Planta – entidade de Gramado composta por profissionais da construção civil com foco no desenvolvimento imobiliário sustentável.
Nos dias 22 e 23 de junho, a Abravidro formou mais uma turma do módulo de Planejamento, Programação, Controle da Produção e Estoques (PPCPE) em 2023. O treinamento foi ministrado em formato presencial no endereço da associação, em São Paulo, e contou com representantes de oito empresas do segmento. Para quem não conseguiu matrícula nem para a turma de março, nem para a turma de junho, há uma nova oportunidade à vista, a última de 2023, no final de agosto – veja mais no quadro abaixo. Confira como foi esta edição, os depoimentos dos alunos e por que você não deve ficar de fora do próximo treinamento.
Sempre atual
Como de praxe, coube a Cláudio Lúcio da Silva, um dos maiores especialistas do Brasil na área de transformação de vidros, a importante missão de ministrar as aulas. A base do conteúdo lecionado nesse treinamento foi atualizada conforme as atuais demandas vigentes do mercado. “Face a algumas experiências que eu tive este semestre, desta vez incluímos vários itens, entre eles a manutenção prescritiva, que é o aperfeiçoamento da manutenção preventiva, uma novidade que muitos desconhecem, e que considero importante abordarmos de forma mais enfática”, afirma Cláudio.
Relatos dos alunos
Veja a opinião de quem fez o curso sobre a importância dos ensinamentos para o dia a dia das processadoras.
“Vim fazer o curso para entender melhor o todo dos processos, ganhar mais competitividade e produtividade no mercado. Voltarei para a empresa com bastante lição de casa, muita coisa anotada e muito conhecimento. É um curso que vai além da teoria e nos traz bastantes insights para aplicar na prática.” Andrea Haag Linhares Lázaro, Vidrolar (Curitiba, PR)
“Eu e meu irmão, Hugo, estamos representando a nossa empresa. Nosso intuito é aprender o máximo para poder implementar na nossa fábrica as melhorias sugeridas pelo Cláudio, como implantações, layout, mudança na produção. Foi muito produtivo.” Dilson Fernandes da Silva, Real Vidros (Duque de Caxias, RJ)
“Vim para adquirir conhecimento mais técnico e o que aprendi nesses dias pretendo levar para a empresa, colocar em prática e melhorar os processos produtivos. Estamos em crescimento e as ideias abordadas aqui vão ao encontro do que estamos vivendo.” Flávia Tereza Soares Fernandes, Vidrarte (Itabira, MG)
“Achei o curso bem-revelador, pois o escopo do planejamento é muito maior do que eu havia aprendido. Terei bastante coisa agora para implementar na empresa. É a primeira vez que participo desse curso – e espero que seja a primeira de muitas.” Lucas Bueno Baena, Santa Rita Cristais Temperados (Espírito Santo do Pinhal, SP)
“A gente já faz o trabalho de acompanhamento de processos da Abravidro há uns quatro anos e esse curso de PCP só veio agregar ao meu conhecimento.” Mariana Ricci, PV Beneficiadora (Itapetininga, SP)
“O nosso foco aqui era conhecer mais profundamente a técnica de programação, planejamento e controle de produção e estoques, e o curso atendeu nossas expectativas. Todo esse conhecimento adquirido vai agregar, e muito, à nossa gestão e ajudará a dar mais valor ao nosso produto.” Stéfano Luiz Graciano Silva, Speed Temper (São Roque, SP)
Inscrições abertas para a última turma de 2023!
As aulas serão realizadas nos dias 31 de agosto e 1º de setembro. Para se inscrever, fale com a área de Atendimento da Abravidro pelo telefone (11) 3873-9908 ou envie e-mail para rsilva@abravidro.org.br.
O curso será ministrado no endereço da Abravidro, no edifício Comercial Casa das Caldeiras – Avenida Francisco Matarazzo, 1.752, bairro da Água Branca, em São Paulo.
Com a revisão da norma de laminados (ABNT NBR 14697) no início do ano, esse tipo de vidro ganhou ainda mais relevância nos debates do setor. Como mostram as últimas edições do Panorama Abravidro, sua produção vem crescendo nos últimos tempos, apontando que a solução está se tornando popular em nosso país. Daí vem a importância de comentar sobre uma variação do material: os vidros laminados feitos com interlayers estruturais. Ao contrário das camadas intermediárias comuns, esses insumos oferecem maior rigidez e segurança extra às aplicações, sendo utilizados em situações que necessitem de maior resistência mecânica e no pós-quebra.
Nas próximas páginas, descubra como atuam os interlayers estruturais, para quais instalações eles são indicados e quais são suas limitações.
Qual a função?
A camada intermediária tradicional faz com que, em caso de quebra, os fragmentos do laminado não se desprendam, mantendo o vão fechado enquanto se aguarda a troca da peça. No entanto, existem aplicações em que o vidro também funciona como parte da própria estrutura da obra. Nesses casos, o material precisa apresentar um desempenho superior em termos de resistência – é aí que entram os interlayers estruturais. “Devido à sua rigidez elevada, laminados estruturais são capazes de suportar cargas maiores de esforço mecânico utilizando a mesma espessura de um laminado comum – e a espessura pode até ser reduzida para atingir igual resistência na comparação com interlayers convencionais”, explica Douglas Alves, especialista técnico da Eastman para a América Latina (fabricante do produto Saflex Structural). A conta é simples: maior resistência mecânica significa mais segurança para as pessoas nos locais em que o material está instalado.
Alguns tipos de interlayer estrutural podem chegar a uma rigidez muito maior que a de um PVB comum. “Além disso, são menos vulneráveis à umidade e oferecem maior claridade nas bordas”, comenta Marcos Aceti, coordenador de Vendas Técnicas AIS da Kuraray, dona da marca Trosifol.
Onde usar Nem todo laminado precisa de interlayer estrutural – afinal, o laminado já é um vidro de segurança. Esse tipo de camada intermediária é recomendado quando os esforços mecânicos são aplicados no próprio vidro. “Diversas soluções podem se encaixar nesse uso, como fachadas, coberturas, pisos, escadas, guarda-corpos, portas e janelas, entre outros. São projetos que exigem alto nível de segurança e resistência, tornando o interlayer estrutural essencial”, orienta Sergio Permanyer Bueno, gerente de Marketing e Comunicações da espanhola Pujol (dona da marca Evalam).
Para entender melhor, é importante diferenciar o conceito “estrutural”:
O fechamento com sistema estrutural (peles de vidro, sistemas encaixilhados) coloca nosso material como parte de um todo. É composto por vidros cuja espessura e resistência suportem as cargas às quais serão submetidos (como o vento);
Já o vidro estrutural é outra coisa: a resistência, redundância do sistema e desempenho pós-quebra dependem diretamente da composição do vidro – e, para isso, uma camada intermediária estrutural é usada.
“Conhecendo as principais características desses interlayers, suas aplicações mais necessárias são para vidros que não têm pelo menos dois lados fixos ou engastados mecanicamente”, indica Ângelo Arruda, diretor da Vidrosistemas. Um exemplo disso são guarda-corpos fixados pela base e com borda exposta: em caso de quebra, o laminado com interlayer comum se dobraria como um tapete. Para instalações com sistema spider, a versão estrutural do insumo também é indicada, pois o silicone de vedação não suporta o peso em caso de quebra de uma das lâminas de vidro.
Felipe Aceto, diretor-operacional da Avec Design, reforça que projetos de fachadas, coberturas e janelas podem necessitar desse tipo de interlayer quando expostos a climas severos, como ciclones, ou quando projetados para resistir a cargas acidentais atípicas. “Pisos, vigas e colunas envidraçadas também requerem o produto, pois ele desempenhará um papel fundamental no aumento da capacidade de carga e na resistência a impactos”, alerta.
Vale anotar esta dica: o uso do interlayer estrutural tem de ser avaliado conforme a necessidade do projeto, até porque nenhuma norma prescreve especificações para seu uso. Além disso, ele impacta nos custos da obra e, em muitos casos, o laminado convencional já consegue atender os requisitos da aplicação. Por isso, a especificação precisa ser sempre acompanhada por um consultor especialista em estruturas com nosso material.
Crédito: Divulgação Eastman
Cuidados no processamento
Todo o processo de beneficiamento de um laminado estrutural é semelhante ao do comum – seja em autoclave ou forno.
Por outro lado, alguns cuidados especiais são necessários. “É altamente recomendado que sejam feitos testes de rotina para o controle da qualidade, incluindo, no mínimo, medidas de adesão por meio do chamado ‘teste de Pummel’ e das propriedades ópticas, como opacidade e transmissão”, aponta Marcos Aceti, da Kuraray. Os cuidados para armazenamento devem ser redobrados, de forma a controlar o nível de umidade – afinal, ela afeta diretamente a qualidade de adesão, podendo causar delaminação precoce.
Existem restrições ao uso?
Apesar da superioridade em relação aos interlayers comuns, os estruturais contam com certas especificidades que, se não forem avaliadas, farão com que seu desempenho caia consideravelmente. Esses impedimentos variam de acordo com o tipo de interlayer estrutural, disponíveis no mercado brasileiro nas versões:
Polivinil butiral (PVB);
Ionoplástico;
Etileno acetato de vinil (EVA) com polímero.
Consultar as fabricantes no momento da especificação ajudará a sanar dúvidas sobre o assunto.
Em relação à aplicação com borda exposta, a estabilidade dessas camadas é muito superior à do PVB comum, desde que o sistema de instalação tenha drenagem adequada e não permita que a água entre em contato de forma permanente ou por um período prolongado – isso vale para os de PVB e ionoplástico. Em piscinas de borda infinita, por exemplo, é necessária a utilização de selante ou silicone de cura neutra em toda a extensão da borda do vidro exposta.
Além da água, altas temperaturas também afetam o desempenho de todos os interlayers estruturais, independentemente da marca ou matéria-prima usada: segundo as fabricantes consultadas, quando instalados em um ambiente com temperaturas que atinjam determinados níveis, eles perdem as propriedades estruturais e passam a atuar como interlayers comuns. “É importante destacar que, mesmo em temperaturas acima de 40 °C, o laminado com nosso produto, o Saflex Structural (DG XC), continua atuando como laminado de segurança e tenderá a manter os fragmentos de vidro aderidos a si após a quebra, mesmo expostos à água ou a outras condições climáticas”, ressalta Douglas Alves, da Eastman, fazendo referência a seu produto de PVB. Os ionoplásticos, por sua vez, perdem a eficiência estrutural em uma faixa de temperatura mais alta, em 50º C, de acordo com a Kuraray. Os de EVA com polímero também alcançam 50º C, conforme indica a Pujol.
Dessa forma, em aplicações nas quais a camada estrutural está suscetível às altas temperaturas no ambiente, recomenda-se a fixação em duas ou mais bordas, para garantir a integridade do sistema.
Um planejamento cuidadoso é essencial para garantir o desempenho adequado do sistema ao especificar e instalar vidros com interlayer estrutural. Conforme explica Felipe Aceto, da Avec Design, deve ser dada muita atenção aos seguintes fatores:
A compatibilidade com outros tipos de camada intermediária, como as estéticas, acústicas ou de controle solar, precisa ser cuidadosamente avaliada;
Variações de temperatura, exposição ao Sol, umidade e vento devem ser considerados durante a instalação;
Recomenda-se proteger as bordas, sempre que possível, para evitar danos.
O que dizem as normas ABNT NBR 7199 — Vidros na construção civil – Projeto, execução e aplicações: determina em quais aplicações o laminado de segurança deve ser utilizado, sem restrição quanto ao tipo de interlayer usado em sua composição;
ABNT NBR 14697 – Vidros laminados: estabelece critérios para determinação e classificação dos vidros laminados de segurança, sejam eles com ou sem interlayer estrutural;
ABNT NBR 14718 – Esquadrias – Guarda-corpos para edificações: estabelece níveis de resistência ao impacto e de deflexão que essas estruturas devem apresentar sob determinadas condições de esforços mecânicos.
Crédito: xiscomonserrat/ Pujol
Soluções disponíveis no mercado
EASTMAN Saflex Structural (DG XC)
Com composição de PVB, oferece flexibilidade para processadores acostumados a processar interlayers comuns e também para arquitetos e designers, uma vez que é adequado para todas as aplicações em que o PVB é usado;
Pode ser combinado com outros produtos da linha de arquitetura Saflex, como PVB acústico, solar e os coloridos da linha Vanceva.
KURARAY SentryGlas*
Feito de ionoplástico, oferece desempenho estrutural até 50º C, com aplicações de borda exposta;
Cinco vezes mais resistente que interlayers comuns, é menos vulnerável à exposição das intempéries. * No momento da publicação desta reportagem, há falta do produto no mercado
Trosifol Extra Stiff
PVB estrutural indicado somente para aplicações internas;
Possui desempenho estrutural em ambientes com temperatura de até 30º C.
PUJOL AB-AR
Feito de uma composição de EVA e polímero, garante boa estabilidade pós-quebra;
Dispensa cuidados especiais relacionados à temperatura e umidade durante o armazenamento e processamento.
Figurinha carimbada em diversas reportagens de O Vidroplano, Fernando Simon Westphal, consultor, engenheiro, professor e pesquisador da Universidade Federal de Santa Catarina, acaba de lançar o livro Vidro plano para edificações. A publicação pretende levar informações técnicas sobre nosso material em um formato de fácil acesso a profissionais do setor vidreiro e da construção civil e também a estudantes de engenharia e arquitetura.
Para conhecer o conteúdo do livro e saber como surgiu a ideia pra escrevê-lo, a equipe de O Vidroplano entrevistou Westphal. A conversa você confere a seguir.
Professor, este é seu primeiro livro? Fernando Westphal — Como pesquisador e professor já escrevi muito artigos técnicos voltados a eventos científicos, revistas, periódicos. Mas tentar agrupar toda a informação desenvolvida ao longo de anos de carreira, em uma produção no formato de livro, é a primeira vez. E acho que é o sonho de muitos pesquisadores.
Espero que seja de fato um material de referência para um ponto inicial de estudo sobre o uso do vidro nas edificações e na arquitetura. Ele é voltado para o contexto brasileiro, citando produtos nacionais e as configurações de beneficiamento que a gente costuma utilizar no Brasil. A ideia é “tropicalizar” esses assuntos e assim ganhar notoriedade para os produtos com mais informação técnica para o mercado.
De onde surgiu seu interesse pelo vidro? FW — Foi de uma necessidade. Terminei meu doutorado em 2007, no programa de engenharia civil, com especialidade em eficiência energética de edificações. Com isso, migrei para o mercado da construção. Saí de Florianópolis e fui morar em São Paulo, trabalhando com consultoria para certificação Leed [Leadership in Energy and Environmental Design] de grandes empreendimentos – e esses prédios comerciais são todos com fachadas envidraçadas.
Então, foi um grande choque participar de projetos com pele de vidro para climas quentes como o nosso. Pra mim, era uma novidade e eu até era crítico. Quando comecei as análises para os prédios que buscavam a certificação, nossa equipe concluía, por meio de números, que não havia um aumento expressivo no consumo de energia por conta do vidro. E comecei a estudar o porquê.
Esses empreendimentos buscam uma melhor qualidade de vida interna, e com maior área envidraçada você tem mais contato com o exterior, o que gera, inclusive, benefícios de saúde. O empreendedor, os futuros locatários e ocupantes estão dispostos a pagar por uma tecnologia a mais na fachada – no caso, um vidro de controle solar.
E depois disso, começaram a me chamar para palestras, pois passei a ser um defensor do produto. Fiquei impressionado com sua eficiência – e defendê-lo é simplesmente uma constatação.
E como apareceu a chance de preparar um livro sobre o tema?
FW — Em 2009, fui contratado para fazer um estudo sobre o impacto do vidro no consumo de energia das edificações para a Associação Brasileira das Indústrias de Vidro (Abividro). E, a partir daí, passei a prestar assessoria técnica para a entidade. Quando já atuava mais fortemente no mercado vidreiro, eu comentava que a gente não tinha uma referência de literatura nacional, até porque a informação vinha apenas das fabricantes. Em 2016 me prontifiquei a escrever um material e ele foi lançado como ebook com o nome Manual técnico do vidro plano. Algum tempo depois surgiu o interesse de publicar no formato de livro, o que acho que dá muito mais credibilidade para o material. Então, fizemos contato com a editora Oficina de Textos, e a Abividro patrocinou a produção.
Qual o conteúdo do livro? FW — Os primeiros capítulos fazem uma introdução ao contexto histórico, o processo de fabricação do vidro, e depois entramos na questão de engenharia e arquitetura. O foco principal eu puxei mais para a minha área de atuação, chamando a atenção para os desempenhos térmico, lumínico e acústico. E não tem como a gente falar do produto sem comentar segurança. Então, há menção a uma série de normas técnicas relacionadas ao setor.
Eu tentei utilizar uma linguagem mais técnica, trazer equações, gráficos comparativos, algo que sentia falta no mercado, pois não se encontram tais referências na literatura. Essa é a principal diferença entre o livro e o ebook, cujo material era mais lúdico, com linguagem voltada ao público leigo.
Montei também um capítulo sobre como especificar, buscando ajudar do estudante de arquitetura ao profissional que deseja estudar o assunto. Resumi por conta própria algumas diretrizes: como você escolheria o vidro em termos de aspecto estético, coloração, nível de escurecimento e de espelhamento, trazendo as propriedades ópticas do material – uma coisa que eu sempre bato na tecla durante as palestras. Alguns colegas da área até me criticam por isso, por ser técnico demais. Porém, insisto que a gente tem de treinar o mercado em relação a esse tipo de conhecimento.
Em relação às normas técnicas, elas estão em constante renovação para atender as mudanças de nosso mercado. Como o senhor informou ao leitor de seu livro que é necessário ficar atento às novas versões desses documentos? FW — Tem esse destaque no livro. Achei importante fazer a listagem das principais normas, as mais comuns e necessárias para o dia a dia, com a ideia de alertar o leitor justamente para essa quantidade de documentos, para que ele busque em cada aplicação a norma relacionada àquele assunto.
O vidraceiro tem no seu livro uma boa fonte? FW — Com certeza! Espero também atingir esse mercado, para que o vidraceiro possa se inteirar um pouco mais sobre os diferentes níveis de desempenho. É claro que entender alguns pontos vai exigir um certo conhecimento a mais de engenharia. Porém, como todo material técnico, a gente pode pular algumas partes e ir direto ao que interessa. É um livro que se pode ler num final de semana? Sim! Mas espero que seja um material de consulta para a busca de informações específicas. O vidraceiro pode estudar um capítulo e entender o que significa fator solar, ganho de calor, ver estudos comparativos, e depois indicar um vidro especial ao cliente.
Sobrou conteúdo para uma continuação? FW — Bastante coisa. Claro, temos de manter os pés no chão, verificar se será bem aceito pelo mercado e se de fato vai se transformar em uma referência técnica. A partir do lançamento, a gente começa a fazer um trabalho junto às universidades, para os meus colegas mostrarem aos professores que existe esse material. Mas, sim, fiquei com muitas ideias armazenadas.
Professor, para finalizar nossa entrevista, onde é possível adquirir o livro? FW — O site oficial da editora Oficina de Textos faz a venda direta, mas também já o encontrei em grandes varejistas como a Amazon. Em outros pontos de venda, você o encontra fazendo a busca pelo título ou pelo nome do autor.
Uma boa forma de diferenciar sua vidraçaria no mercado é oferecer aos consumidores produtos com os quais a concorrência não costuma trabalhar. Vidros de controle solar são uma opção bastante interessante nesse sentido, pois trazem uma série de atrativos para as obras em que são aplicados.
A seguir, conheça mais sobre as vantagens que os vidros de controle solar oferecem, confira algumas dicas de como apresentá-los aos seus clientes na hora da venda e saiba quais cuidados devem ser tomados no seu armazenamento, manuseio, transporte e instalação.
Aprendendo mais sobre a solução
É consenso entre as usinas de base no Brasil que os vidraceiros têm um papel extremamente importante para o uso de peças de valor agregado em obras. “Tratam-se de profissionais que têm um trabalho essencial com o consumidor final e que, quanto mais conhecerem todos os tipos de vidro que existem no mercado, mais poderão levar valor agregado aos seus produtos e serviços, já que há muito desconhecimento do consumidor sobre o vidro ideal para cada projeto”, considera Luciana Teixeira, coordenadora de Trade Marketing da Cebrace. Quem pode mostrar isso de forma mais evidente é o vidraceiro, por meio da difusão de informações sobre os benefícios do nosso material.
Antes de levar esse conhecimento para o usuário final, é preciso que o próprio vidraceiro já esteja por dentro das características desses vidros mais avançados. Luiz Barbosa, gerente técnico de Vendas da Vivix Vidros Planos, considera que há quatro passos fundamentais para esse preparo:
1. Querer diferenciar-se dos concorrentes, oferecendo produtos modernos e inovadores que agregam valor aos projetos.
2. Fazer com que o valor do produto se torne valor percebido pelo cliente – isto é, que o comprador entenda que o vidro que está adquirindo vale o que está pagando.
3. Abrir-se ao novo.
4. Por fim – mas tão importante quanto os anteriores –, passar por uma capacitação técnica, ou seja, conhecer os detalhes de fabricação do produto e suas vantagens em comparação a outros.
“Esse passo a passo ajudará os vidraceiros a criar um discurso no qual o cliente terá condições de conhecer e também ponderar a gama de benefícios proporcionados pelos vidros mais tecnológicos. Dessa forma, quem aderir ao produto vai poder enxergá-lo não como um custo, mas sim como um investimento”, salienta Barbosa.
Crédito: Divulgação Vivix Vidros Planos
Levando o controle solar ao usuário final
Conhecer a fundo os vidros de controle solar é importante para vendê-los ao consumidor, mas só isso pode não ser suficiente para convencê-lo a comprá-los. Essa tarefa pode ser mais fácil – ou mais difícil – dependendo de quem é esse consumidor. “Os arquitetos que compram esses vidros conosco geralmente conhecem essas soluções e já têm projetos com essa especificação. Quando o comprador é o usuário final, geralmente somos nós que temos de apresentar a ele essa opção”, revela Andreia Santana, supervisora de Vendas da Saga Vidro + Design, de Mogi das Cruzes (SP).
O fato de esses produtos custarem mais do que peças convencionais tende a dificultar a venda para o consumidor final. Luiz Vaz Júnior, sócio-proprietário da Júnior Vaz Esquadrias e Vidros, de Itapetininga (SP), comenta que muitos deles costumam achar desnecessário o investimento em peças de controle solar, mesmo depois de serem apresentados aos benefícios que elas trazem aos ambientes.
Mesmo assim, é importante que o vidraceiro explique ao cliente todas as vantagens que essas soluções oferecem – afinal, o conforto térmico não é o único atrativo delas. Eduardo e Gustavo Sandron, sócios-proprietários do Grupo Sanglass, com unidades em São Paulo e no Rio de Janeiro, listam os principais argumentos de venda com relação aos vidros de controle solar:
Eficiência energética: ajuda a reduzir a entrada de calor no ambiente, levando a uma diminuição no uso de ar-condicionado e no consumo de energia elétrica;
Conforto térmico: ao bloquear parte dos raios solares, esse vidro ajuda a manter a temperatura interna mais estável, proporcionando um ambiente mais confortável para os ocupantes;
Proteção contra raios ultravioleta (UV): o material é projetado para bloquear os raios UV prejudiciais, responsáveis pela descoloração de móveis, pisos e tecidos, além de representar um risco à saúde humana;
Redução da luminosidade excessiva: esse tipo de vidro pode reduzir o brilho excessivo causado pela luz solar direta, permitindo uma visibilidade mais confortável e clara, especialmente em ambientes com computador ou televisão;
Privacidade: dependendo da opção escolhida, o vidro de controle solar pode oferecer maior privacidade, dificultando a visibilidade externa durante o dia;
Estética: além de seus benefícios funcionais, está disponível em uma variedade de cores, permitindo a personalização de fachadas, coberturas, esquadrias e interiores de acordo com as preferências do cliente;
Sustentabilidade: ao reduzir a demanda de energia para refrigeração, o vidro de controle solar contribui para a redução das emissões de gases de efeito estufa, auxiliando edificações a obter certificações ambientais.
Incluindo a apresentação de informações sobre os vidros de controle solar e seus benefícios, o vidraceiro também pode mostrar ao consumidor algumas referências de trabalhos anteriores com essas soluções. “Pode-se compartilhar histórias de sucesso e depoimentos positivos para ajudar a criar confiança e convencer os clientes sobre sua eficácia e seus benefícios”, sugere Fábio Reis, gerente de Desenvolvimento de Produtos da Guardian Glass.
Há ainda outro caminho: o uso de materiais informativos que permitam ao cliente conhecer mais sobre esses produtos – ou sentir diretamente o efeito dele. Esse é o caso da paulistana Casa Mansur. “Temos aqui na loja um mostruário em que uma lâmpada emite luz e calor. Demonstramos nele a diferença de desempenho térmico entre um vidro comum e uma peça de controle solar, permitindo ao comprador essa experiência sensitiva”, relata o diretor-comercial Claudio Acedo Mansur.
Onde aplicar?
“Os espaços naturais do vidro de controle solar continuam sendo as fachadas ou coberturas das edificações, principalmente as aberturas que serão banhadas pela luz solar”, explica Remy Dufrayer, coordenador de Especificações da AGC Vidros do Brasil. “Nesses locais, ele pode desempenhar o papel dele na íntegra, proporcionando proteção solar e contribuindo para a estética da obra.” Apesar disso, Eduardo e Gustavo Sandron, do Grupo Sanglass, ressaltam que nada impede que peças de controle solar sejam instaladas em outras estruturas, como janelas, guarda-corpos, envidraçamento de sacadas ou até mesmo em boxes de banheiro.
E engana-se quem pensa que só vale a pena especificar essas soluções para projetos grandes. “Nas obras menores está a nossa grande oportunidade de desenvolver o mercado para esse produto”, afirma Dufrayer. Luiz Barbosa, da Vivix, concorda: “Tenha renda alta, média ou baixa, o consumidor está, de maneira geral, mais criterioso com o seu consumo – e ninguém compra vidro para ficar trocando ao longo dos anos. Nesse contexto, ter uma postura mais consultiva, oferecendo mais informações, pode contribuir para que seu cliente, que não é um especialista em vidros, conheça melhor o produto e seus benefícios para tomar a melhor decisão”.
Preservando a qualidade
A essa altura, já deve ter ficado claro para o leitor que o vidro de controle solar é um produto muito especial – por isso, o vidraceiro precisa assegurar que a qualidade e desempenho dessas peças não sejam comprometidos, desde seu recebimento até sua instalação.
“Em geral, os cuidados não são muito diferentes dos dos outros vidros que o vidraceiro já manuseia normalmente, ou seja, utilizar os EPIs [equipamentos de proteção individual] recomendados, travar as cargas seguindo todos os procedimentos e evitar ambientes úmidos ou deixar o vidro exposto a intempéries”, orienta Dufrayer, da AGC.
Reis, da Guardian, concorda que não há muitas diferenças no trabalho com essas soluções, mas chama a atenção para um ponto fundamental: a camada de revestimento aplicada sobre uma das faces do vidro de controle solar durante sua fabricação. “Trata-se de uma parte importante, que não pode ser danificada, para garantir o desempenho e a durabilidade da peça. Por isso, deve-se evitar o uso de produtos químicos abrasivos ou solventes, bem como o uso de objetos pontiagudos, como lâminas ou escovas duras, que possam riscar ou danificar o revestimento dos vidros”, alerta.
Claudio Acedo, da Casa Mansur, recomenda que o controle de qualidade comece ainda no recebimento das peças, com uma checagem atenta para verificar se elas estão sendo entregues sem riscos ou imperfeições. Luiz Vaz Júnior, da Júnior Vaz Esquadrias e Vidros, concorda e acrescenta: “Na compra do vidro, é importante escolher processadoras que tenham um processo específico para corte e beneficiamento desse tipo de vidro”, enfatiza ele, recomendando ainda que o armazenamento do produto seja feito em uma repartição separada da do paliteiro.
Crédito: Divulgação Guardian Glass
Luciana Teixeira, da Cebrace, lista outros pontos importantes no trabalho com vidros de controle solar:
Ao manusear o vidro com a ajuda de ventosas, estas devem ser usadas na face sem metalização;
Se empregar dispositivos de aspiração nas faces metalizadas, estes devem estar perfeitamente limpos e livres de fragmentos de vidro fino ou outro corpo estranho;
Evitar qualquer contaminação do revestimento com graxa ou gordura;
Não usar etiquetas sobre a face revestida de vidro;
No armazenamento e no transporte, as peças devem ser separadas por intercalários que protejam suas superfícies;
Os vidros devem ser inspecionados imediatamente após a chegada no local da obra.
Quanto à instalação, atenção com o lado certo: “A face do vidro que recebe o revestimento de controle solar deve ser aplicada para o lado interno da esquadria – isto é, não deve ficar exposta ao tempo; no caso de laminados com esse vidro, a face metalizada deve ser aplicada no meio do ‘sanduíche’ dos vidros”, alerta Luciana.
Quando a instalação de vidros de controle solar é em versão monolítica (não laminados ou insulados), Andreia Santana, da Saga Vidro + Design, informa que a face com o revestimento requer limpeza e manutenção adequadas – para isso, é importante que o vidraceiro explique como fazer esse trabalho (com pano macio e detergente neutro) tanto para seus colaboradores como para o usuário final. “Eu tenho forte convicção de que precisamos trabalhar na ‘educação’ do consumidor. Então, cabe a nós, como especialistas, levar esse conhecimento adiante e apresentar soluções melhores para as aplicações. O cliente nem sempre sabe das melhorias que o vidro oferece. Por isso, promover essa conscientização é extremamente importante.”
A Casa Cor São Paulo, principal evento de arquitetura, paisagismo e design de interiores das Américas, está a todo o vapor. Com o tema Casa & Morada, a mostra, que teve início no dia 30 de maio, segue aberta aos visitantes até 6 de agosto. Assim como no ano passado, o palco escolhido para acolher a edição de 2023 foi o Conjunto Nacional, um dos ícones da arquitetura paulistana.
Este ano, foram 74 ambientes espalhados por mais de 11 mil m². Os projetos incluem abordagens a temas como diversidade e sustentabilidade. Como todo ano, a equipe de O Vidroplano esteve na exposição – que não conta com uma quantidade tão grande de aplicações de vidros e espelhos, como visto nas últimas edições. Mesmo assim, a diversidade surpreende. Nas próximas páginas você poderá conferir os principais destaques.
Casa Araxá – Navarro Arquitetura
Vidros oferecem diferentes texturas ao espaço de José Carlos Navarro, além de serem responsáveis pela entrada de iluminação natural: uma grande janela feita de incolor 4 mm, fornecida pela EuroSystem, instalada na área da pia, inunda o ambiente interno com luz do Sol. Uma mesa de jantar com tampo de temperado 12 mm enfeita a cozinha, estando bem próxima da mesa de centro na sala de estar, feita de vidro fundido 5 cm, da Glass11.
Crédito: Denilson Machado
Living Alma Brasileira Banco BRB – Juliana Cascaes
Como o próprio nome sugere, no ambiente de Juliana Cascaes a brasilidade em suas múltiplas formas é o tema central. A escultura Panorama, assinada pelo designer Luis Fronterotta, é formada por um conjunto de sete torres – construídas com peças de incolor 10 mm, incolor temperado 10 mm e espelho prata 4 mm – e dá as boas-vindas a quem visita o local. A mesa de centro twist redonda, do designer Jader Almeida, com centro vazado e coberto com tampo de vidro passa a impressão de haver ali uma peça conectada ao chão do espaço. Pouco adiante, uma mesa da SevvExclusiv com tampo redondo de extra clear temperado 10mm, fornecido pela Divinal, salta aos olhos pela beleza e imponência.
Casa Almar – Rafa Zampini
No ambiente assinado por Rafa Zampini, a ideia foi abraçar de vez o conceito ecofriendly. Por ser um material 100% reciclável, o vidro não só esteve presente como foi criativamente aplicado, a exemplo do espelho orgânico com moldura de madeira, da marca Ibiza Home, no banheiro. E se estamos falando de natural, o cuidado com a iluminação é primordial. Assim, Zampini optou por trabalhar com uma fachada toda transparente, composta por laminado incolor 14 mm nas portas de correr e de 10 mm no quadro fixo superior, fornecidos pela Tecnosystem.
Mediterrâneo em Mim – Hellen Pacheco
O conceito central do banheiro criado pela arquiteta Hellen Pacheco é a multirreflexão das cores encontradas no chão de azulejos, nas plantas e nas paredes do espaço. O local tem Espelho Cebrace 5 mm na região das pias, enquanto as portas dos toaletes são de incolor 6 mm (com película branca de segurança) e mais espelhos. Esses materiais ajudam a aumentar a sensação de espaço do ambiente. As esquadrias usadas ali são da Projevale.
Percursus – Studio Guilherme Torres
Mais que um local para explorar a decoração de interiores, o Percursus é uma instalação artística. O espaço explora a obra Derrapagens, da artista plástica Regina Silveira, formada por marcas de pneus no chão e paredes, recriando a presença do trânsito em uma cidade em constante movimento. Grandes mobiliários se destacavam: as mesas foram produzidas pela Glass11, com tampos do vidro Rocky Extra Clear, com incríveis 30 mm de espessura.
Crédito: Denilson Machado
Odoiá – Gustavo Martins Arquitetos
A fachada envidraçada preparada pelo arquiteto Gustavo Martins chama a atenção de longe: a estrutura é construída com o Blindex Impress, vidro temperado pintado com técnicas de impressão digital realista, oferecendo textura à sua superfície. Dentro do quarto, outro destaque é o guarda-roupa minimalista, feito com poucas peças de incolor, que se integra ao resto do ambiente perfeitamente.
Tendências de 2023
1. Espelhos orgânicos
Isso já é tão usado de 2021 para cá que está se tornando um conceito quase permanente. Na mostra, espelhos em banheiros fogem do tradicional formato retangular ou redondo, aparecendo em formas fluidas e onduladas, como visto no Banheiro da Família (de Daniel Szego e Fredy Terzian).
2. Mobiliários transparentes
Acompanhando o que O Vidroplano mostrou na matéria de capa de junho, mesas, armários e aparadores de vidro cada vez mais marcam presença em espaços da Casa Cor. Se antes era um ou outro, atualmente é possível encontrar vários móveis envidraçados, como no Futuro Urbano by Peugeot (Caio Bandeira e Tiago Martins) e O Primeiro Loft (Moacir Schmitt Jr e Salvio Moraes Jr).
3. Espelhos laminados
Outra reportagem da revista publicada em junho apresentou uma solução encontrada na exposição: a Casa Essência Duratex (Paola Ribeiro) e a Morada da Alma (Quintino Facci Arquitetos) tiveram espelhos laminados, uma forma de unir reflexos com segurança.