No Paraná
A Adivipar-PR trabalha na organização do 1º Encontro Paranaense de Mulheres Vidreiras, a ser realizado nos dias 23 e 24 de junho no Viale Cataratas Hotel, em Foz do Iguaçu. O encontro contará com palestras de grande relevância para o setor vidreiro nacional (confira a lista abaixo).
Para garantir a participação, basta acessar e preencher o formulário clicando aqui. Importante: essa inscrição é somente para a programação de palestras, que é gratuita – as reservas de apartamentos devem ser feitas diretamente com o hotel. Estarão à disposição três pacotes de estadia, todos com as refeições inclusas (jantar no dia 23, coffee break, almoço e jantar no dia 24), cujos preços variam de acordo com o tipo de acomodação.
Crédito: Divulgação/VialeCataratas
Programação de palestras
Tecnologia em benefício da sua empresa (Júlio A. dos Reis)
O papel da mulher na sociedade (Cristina Silvestre)
Agilidade emocional na carreira e nos negócios (Paula Tissot)
Gestão de vidraçaria (Gabriel Batista)
Atendimento com excelência (Juliana Pereira)
Empreendedorismo feminino no ramo vidreiro: identifique seus potenciais e voe mais alto (Celina Araújo)
Pacotes
Single: R$ 1.061,00;
Duplo: R$ 1.590,10;
Triplo: R$ 2.205,60.
No Rio Grande do Sul
Um dos mais tradicionais eventos de entidades vidreiras regionais teve sua próxima edição confirmada: o Sindividros-RS está preparando para os dias 16, 17 e 18 de novembro a 11ª edição do Encontro Sul-Brasileiro de Vidreiros. O evento será realizado no hotel Wish Serrano, em Gramado (RS) – e os pacotes de hospedagem, que incluem refeições (café da manhã, almoço e jantar – mais detalhes abaixo), poderão ser adquiridos pelo site do hotel a partir de 1º de maio. Como é de praxe, esse encontro conta com o apoio e parceria das demais entidades regionais vidreiras sulistas: Ascevi-SC e Adivipar-PR.
Crédito: Iara Bentes
Programação do 11º Encontro Sul-Brasileiro de Vidreiros
Dia 16/11 (quinta-feira)
Tarde – Check-in
Noite – Coquetel de abertura
Dia 17/11 (sexta-feira)
Manhã – Café da manhã e palestras
Tarde – Almoço e período livre
Noite – Atração especial (a ser divulgada)
Dia 18/11 (sábado)
Manhã – Café da manhã e palestras
Tarde – Almoço e período livre
Noite – Jantar de encerramento (bebidas não alcoólicas inclusas)
Dia 19/11 (domingo)
Manhã – Check-out (café da manhã até as 11h)
Confira os valores para os apartamentos
Single: R$3.063,43;
Duplo: R$ 4.275,92;
Triplo: R$ 5.203,65.
Todos os pacotes incluem alimentação e opções de parcelamento em até 6x.
“Vitrocerâmica”: você certamente já leu essa palavra ao acompanhar as coberturas feitas por O Vidroplano em eventos como a Expo Revestir (veja como foi a edição deste ano clicando aqui), a Feicon e até mesmo a Casa Cor São Paulo – mas você sabe que material é esse? E, apesar do nome, ele tem realmente ligação com o segmento vidreiro? A seguir, algumas empresas que trabalham com esse produto respondem essas e outras perguntas.
A vitrocerâmica é um vidro?
Não há um consenso em relação à resposta à pergunta. De acordo com a Schott, fabricante desse produto, a resposta seria “sim”. “Trata-se de um vidro com funções e técnicas especiais. Ele é resistente a alta temperatura [de acordo com a empresa, é capaz de suportar até 760 °C] e choque térmico, mas exige os mesmos cuidados de manuseio de qualquer outro vidro, como o temperado, principalmente em relação às bordas, que são os pontos de impacto mais frágeis”, explica Fernanda Roveri, gerente de Vendas da empresa no Brasil.
Mas, segundo Edgar Dutra Zanotto, professor-titular-sênior da Universidade Federal de São Carlos (Ufscar), a vitrocerâmica não se classifica como tal: “Ela é obtida por meio da cristalização controlada de um vidro, deixando de sê-lo e tornando-se um material policristalino”.
Segundo a Schott, os vitrocerâmicos têm um processo de fabricação característico e um conjunto único de propriedades, combinando os melhores aspectos do vidro e da cerâmica.
Como é fabricada?
A primeira parte do processo é a mistura das matérias-primas em um processo de fusão a 1.600 °C. Vale destacar que não há uma “receita” única para essa etapa. “Diferentemente dos vidros sodo-cálcicos, há centenas de vitrocerâmicas diferentes, cada uma com suas próprias matérias-primas”, explica o professor Zanotto.
“Depois, a massa aquecida é processada a quente em rolos na espessura desejada [semelhante à forma como a espessura é definida na fabricação de vidros texturizados, sem passar pelo banho de estanho como o float]”, destaca Fernanda Roveri. “A etapa seguinte é o resfriamento gradual de 900 °C para 100 °C e a retirada de tensão residual.” Depois, o material é cortado em chapas, as bordas são preparadas com acabamento tipo C, e pode ser feito também o trabalho de decoração de acordo com os projetos específicos de cada cliente, com tinta cerâmica resistente a altas temperaturas – a gerente de Vendas da Schott no Brasil observa que, no caso de vitrocerâmicas incolores, essa pintura não é aplicada nas superfícies mas a decoração pode ser feita nas bordas por meio de outro processo.
A segunda fase da fabricação da vitrocerâmica é a ceramização: nela, o material é novamente aquecido e, então, a tinta usada na decoração se funde à sua massa, não sendo mais possível removê-la, dando ao produto sua cor escura característica. Segundo Fernanda, o processo é diferente do da serigrafia em vidros por envolver temperaturas muito mais altas. Além disso, como as vitrocerâmicas não são temperadas nesse processo, ela aponta que é possível cortá-las após a ceramização.
Se a fabricação desse produto se diferencia em muitos momentos em relação à do float, o beneficiamento de ambos mostra algumas semelhanças. “O processamento da vitrocerâmica é feito em várias etapas — corte, lapidação, usinagem e furação, entre outros processos —, dependendo da aplicação e precisão necessárias para atender o projeto para o qual ela será destinada”, aponta Ricardo Sales, diretor-operacional da Vidrak, empresa que atua no Brasil como processadora e distribuidora das vitrocerâmicas da Schott.
Principais usos no mercado
Há uma ampla gama de aplicações para peças vitrocerâmicas, desde cooktops e lareiras até visores, vidros resistentes ao fogo para construção civil e aplicações para uso espacial como, por exemplo, em telescópios.
“Nossos principais produtos são as vitrocerâmicas incolores, para aplicação em sistemas de aquecimento como lareiras e calefatores, e a vitrocerâmica preta, para instalação em chapas de fogões a lenha e chapas aquecedoras, também conhecidas como bifeteiras”, lista Sales, da Vidrak.
Outra empresa que faz uso desse material no Brasil é a Tramontina. “Essas peças são direcionadas à produção dos nossos cooktops por indução – tanto nos modelos de embutir como nos portáteis – e dos cooktops por resistência elétrica”, informa Felipe Lazzari, diretor da empresa.
Vantagens do vitrocerâmico
Lazzari considera que a principal vantagem desse material está ligada à sua alta resistência a choques térmicos e impactos. “Além disso, por ter uma superfície lisa, facilita a limpeza se comparado a outros materiais; também tem boa resistência contra agentes de limpeza e é compatível com alimentos. E há ainda o fator estético, oferecendo design minimalista aos produtos Tramontina.”
Por sua vez, Sales, da Vidrak, destaca o coeficiente de expansão do produto: “Entre as propriedades únicas do vitrocerâmico estão sua expansão quase zero em uma ampla faixa de temperaturas de aplicação, além da excelente irradiação térmica”.
A Schott alinha outros diferenciais aos vitrocerâmicos:
Alta resistência química a ácidos, bases e outras influências químicas;
Podem ser usados em condições extremas, sendo capazes de resistir a ambientes adversos, seja na Terra ou no espaço, em condições secas ou úmidas, sob pressão ou no vácuo;
Alta homogeneidade;
Propriedades ópticas sob medida (transparência, translucidez, opacidade);
Possibilidades de design.
Mercado: avanços e obstáculos
Ricardo Sales, da Vidrak, observa que, mesmo que a vitrocerâmica tenha uma ampla gama de aplicações, seu consumo ainda é limitado devido ao seu alto custo, sendo utilizados de fato nos casos em que é necessário utilizar um material especial. “Mesmo assim, é possível notar que o consumo de vitrocerâmicos tem crescido nos últimos anos devido ao aumento dos produtos que estão optando pelo seu uso de olho nos seus benefícios: entre os principais, podemos citar a aplicação em chapas para fogões a lenha, substituindo o uso das chapas metálicas; em portas de calefatores a lenha ou pellet; e na produção de cooktops.”
Cooktops, aliás, podem ser as soluções capazes de impulsionar o segmento de vitrocerâmica. “O mercado para cooktops por indução e radiantes ainda é pequeno se comparado ao convencional produto a gás, mas nota-se um crescimento considerável na procura desses cooktops; em 2022, tivemos um crescimento de 25% em comparação a 2021”, relata Lazzari, da Tramontina. “Para as demais aplicações, não sabemos estimar o crescimento, mas notam-se cada vez mais marcas do segmento de eletrodomésticos oferecendo soluções com vitrocerâmicos.”
Sales chama a atenção para o atual cenário global, em que o planeta ainda não se recuperou totalmente da severa pandemia da Covid-19 e encontra-se em meio a uma guerra na Europa que acaba afetando a cadeia de suprimentos mundiais como um todo. “Frente a essa situação, podemos dizer que o desempenho do mercado em 2022 foi de recuperação, retomada de desenvolvimento de novos projetos e leve aquecimento da indústria consumidora de vitrocerâmica.”
Crédito: denisik11/stock.adobe.com
Perspectivas para o futuro do material
Considerando o cenário observado em 2022, entre crescimentos vividos e dificuldades enfrentadas, como deve ser o mercado de vitrocerâmicos em 2023 e nos próximos anos? Em linhas gerais, as empresas consultadas mostram-se cautelosas mas otimistas.
“Temos boas expectativas de crescimento para esse segmento, pois, além da estética, os vitrocerâmicos são produtos que promovem o desenvolvimento sustentável”, avalia Fernanda Roveri, da Schott. A perspectiva é compartilhada por Felipe Lazzari, da Tramontina, em relação ao consumo de cooktops: “Acreditamos que o mercado continuará crescendo, principalmente para os modelos por indução, que são mais eficientes e que oferecem maior segurança ao usuário; os cooktops radiantes continuam sendo procurados, mas estão sendo substituídos gradualmente pelos produtos com funcionamento por indução”.
“Sabemos que 2023 é um ano desafiador, devido às situações já citadas e ao cenário político no qual sentimos que o mercado está segurando investimentos nesse momento”, comenta Sales, da Vidrak. “Mas temos a expectativa de que, no segundo trimestre, nosso mercado engrene novamente e consigamos atingir níveis de anos anteriores.”
A Expo Revestir, maior feira de revestimentos e acabamentos da América Latina, mudou-se para o centro de eventos São Paulo Expo, na capital paulista. Realizada de 14 a 17 de março, a 21ª edição teve recorde de público, recebendo mais de 80 mil visitantes de 59 países, os quais puderam conferir as tendências e lançamentos de mais de 300 marcas, em uma área de 62 mil m² – o dobro do tamanho registrado em edições anteriores. Soluções envolvendo vidros e espelhos chamaram a atenção em diversos espaços do evento. Confira a seguir as novidades para o nosso segmento!
No estande da Astra, o grande destaque – literalmente – foi a SPA Dubai (foto). Com estética semelhante à de piscinas com borda infinita, a estrutura conta com entrada de água pela borda de sua lateral feita de vidro duplo (com duas peças laminadas de temperados), formando charmosas bolhas iluminadas. A empresa também exibiu diferentes tipos de espelho, como a linha com formatos orgânicos e a com moldura de alumínio e peças com iluminação LED embutida.
Os cooktops Montreal Vidro (foto), da DeBacco, estavam disponíveis em duas versões diferentes, uma com quatro e outra com cinco queimadores – ambas têm mesa de temperado 8 mm na cor preta. Nosso material também era visto nas quatro faces da coifa de ilha Malta, com painel de comando touch, duas lâmpadas de LED e acabamento com vidro 5 mm.
Embora não tenha apresentado novidades para o nosso setor, a Elettromec dedicou um espaço inteiro de seu estande para exibir os produtos da linha Vetro, incluindo forno, micro-ondas, gaveta aquecida (foto) e refrigeradores, todos com acabamento de temperado na cor preta.
A Esaf Claris apresentou a Janela do Futuro (foto), desenvolvida em parceria com uma universidade de Santa Catarina: a estrutura, com folha de correr, é conectada à assistente virtual Alexa para abertura e fechamento automatizados e está em pré-venda para o segundo semestre deste ano. Outro destaque é a linha Vitra Minimal, de esquadrias minimalistas para a valorização da transparência do vidro, possibilitando portas de correr de até 6 m de altura.
A Promaflex levou ao evento os filmes Providro e Procaixilho (foto). O primeiro é um filme de proteção indicado para a aplicação sobre vidros, principalmente em fachadas, para proteção das superfícies durante pinturas ou na instalação das peças. O segundo, voltado para a preservação de esquadrias e guarda-corpos, protege contra riscos.
A linha Iridia de espelhos, da Roca, mostrada no estande da empresa, tem peças disponíveis em formato retangular ou redondo (foto), com iluminação LED embutida, acionamento por sensores e desembaçador automático.
Uma porta de vidro com esquadria de alumínio esteve entre os produtos da Rohden Portas, fruto de uma parceria com a CDA Metais. A estrutura (foto) é fornecida já com os vidros e há a opção de incluir uma persiana automatizada no conjunto. Segundo a empresa, suas portas de vidro estão homologadas dentro de todas as normas da ABNT.
A nova cuba Quadrum Deep 50 (foto), da Tramontina, pode ser transformada em uma workstation: quando a pia não estiver sendo usada, basta abaixar o misturador retrátil e fechá-la com as duas tábuas de vidro preto, transformando-a em uma extensão da mesa ou bancada. Já o Guru é um cooktop portátil inteligente, com superfície vitrocerâmica, conectado a um aplicativo que permite acioná-lo, conferir mais de duzentas receitas e acessar o passo a passo com vídeos e textos.
A Weiku levou a linha Corstone de revestimentos (feitos com a aplicação de uma variedade de filmes e polímeros em vidros laminados) em todas as partes – desde folhas com 4,5 m de altura aplicadas em uma porta pivotante com retroiluminação (foto) até uma pia e um espelho d’água inteiramente feitos com o produto. Novas opções de revestimento foram apresentadas, como o Acqua Quartzite e a coleção Patterns, assinada pela arquiteta Juliana Medeiros.
Evento simultâneo
Em paralelo à Expo Revestir, a NürnbergMesse Brasil organizou, também no São Paulo Expo, a feira Haus Decor Show, que recebeu mais de 39 mil visitantes. “Lançamos a Haus Decor este ano, com produtos para outros segmentos, como os de tintas, iluminação e automação”, informa Alexandre Brown, Business Unit Director da NürnbergMesse Brasil. Assim como a Expo Revestir, a Haus Decor Show contou com soluções para o mercado de vidros e espelhos. Confira.
Crédito: Divulgação Haus Decor Show
A novidade da Atenua Som foi a linha SlidLux de esquadrias com design minimalista, estanquidade à água e alto desempenho acústico (foto). No caso de uso desse sistema em envidraçamento de sacada, as folhas correm para a lateral sem necessidade de se projetar para dentro do ambiente e ocupar espaço interno. Outro destaque é uma janela acústica de correr da linha Excellence com persiana de enrolar motorizada e acionada pela assistente virtual Alexa.
A Ideia Glass apresentou novas cores para o Box Nobre (totalizando 12 opções) e destacou os vários diferenciais do produto (foto), que pode ser usado para fechamento do piso ao teto, conta com estrutura 40% mais resistente do que a média do mercado, pode ser usado com vidro laminado de 8 mm e possui amortecimento ao abrir e fechar a porta. De acordo com a empresa, essa solução pode ser usada em todos os formatos, seja como boxe frontal ou de canto, ou como fechamento de áreas externas ou porta de correr para a divisão de ambientes.
A escada espiralada com degraus de multilaminados, com serigrafia antiderrapante e guarda-corpos de vidros curvos, chamou muito a atenção no estande da Unividros. A processadora apresentou também sua linha de mobiliário e mostrou ainda várias outras aplicações com peças de valor agregado, como uma estante de multilaminados recortados e uma mesa feita inteiramente com um vidro curvo extragrosso.
A Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) realizou, no dia 11 de abril, o Summit Abrainc 2023 – 100 Dias de Governo. O encontro, na Casa Giardini, em São Paulo, reuniu empresários do setor de incorporação imobiliária e da construção, autoridades políticas, executivos do setor financeiro e líderes de entidades da cadeia produtiva, além de formadores de opinião e jornalistas.
A proposta dos organizadores é o seminário ser um importante elo de debate entre o novo governo do Brasil e nomes relevantes da construção. Este ano, a edição trouxe à tona pautas que propuseram a discussão de assuntos como investimentos públicos e privados no setor, políticas de financiamento, retomada dos programas de habitação e o compromisso com a agenda ambiental, social e de governança, entre outras temáticas.
Debate aberto
Para a abertura da solenidade, estiveram presentes diversas personalidades. Os discursos giraram em torno de quais as melhores estratégias para o crescimento do Brasil. O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, por exemplo, defendeu a reforma tributária. Já o ministro das Cidades, Jader Filho, destacou a importância do relançamento do Minha Casa, Minha Vida e, em especial, o retorno da Faixa 1 do programa (que contempla famílias com renda mensal de até R$ 2.640) para o combate ao déficit habitacional.
Troca de informações
Durante o painel “Diálogo com o Poder Público para a Habitação”, foram analisados meios para que agentes econômicos, políticos e sociais fortaleçam as relações desse setor a fim de promover mudanças que permitam a entrada de mais investimentos, garantindo assim novas habitações. Participaram desse debate o secretário Nacional da Habitação, Hailton Madureira de Almeida, e o prefeito de Araraquara, Edson Antônio da Silva, para quem é necessária uma política habitacional independente e plural. “A política habitacional tem de ser uma política de Estado, inclusive, com gestão tripartite. As cidades brasileiras são diversas e suas necessidades também. Portanto, é importante pensar em um modelo que respeite a especificidade de cada município”, comentou.
Na sequência, a jornalista Carol Nogueira, mediadora dos painéis, conduziu a conversa sobre “Financiamento e Crédito para a Habitação”, que incluiu Luiz França, presidente da Abrainc, e Gustavo Loyola, ex-presidente do Banco Central e palestrante do 11º Simpovidro, entre outros. Foram debatidas as linhas de crédito e funding para o setor e os caminhos trilhados pelo mercado para a busca de alternativas em momentos de juros altos. Apesar das atuais preocupações, Gustavo Loyola se mostrou otimista, pois enxerga no horizonte sinais para uma queda da taxa Selic, inclusive com dados favoráveis vindos do exterior: “Temos uma conjuntura internacional desinflacionária e isso já influencia os preços das commodities”.
Meio ambiente em destaque
Para encerrar, foi a vez de Eduardo Fischer, CEO da MRV, e Ubirajara Freitas, CEO da Tegra, além de Luiz França, assumirem a mesa-redonda para tratar sobre “O Compromisso do Setor com a Agenda Social, Ambiental e de Governança”. Eles também partilharam suas visões sobre os meios para minimizar o impacto ambiental. Em relação à importância da mudança de cultura nas organizações, o destaque vai para a fala de França, que aproveitou o momento para ser categórico ao dar um alerta às organizações que seguem desatentas às premissas do ESG: “Só não está alinhado com o ESG quem está fora desse mundo”.
Vale destacar que foi dada ao público a oportunidade de enviar questionamentos aos debatedores, os quais, por sua vez, aproveitaram o momento para compartilhar experiências sobre os mais diferentes assuntos envolvendo a construção e o setor imobiliário.
Desacelerada
De acordo com a mais recente edição do estudo Indicadores Industriais, produzido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), a indústria de transformação nacional não registrou avanços em fevereiro. Com isso, o segmento dá sequência a um movimento de desaceleração do ritmo da atividade, algo que vem sendo observado ao longo dos últimos meses.
Decifrando os números
No estudo, o faturamento real das empresas mostrou estabilidade (-0,1%) na comparação com janeiro, o que denota uma demanda enfraquecida. A utilização da capacidade instalada também recuou (0,2%): é a terceira baixa seguida, mantendo o indicador em uma trajetória negativa desde 2021. Na comparação com fevereiro de 2022, a queda foi de 2,2%.
Mercado de trabalho
Em relação às variáveis do mercado de trabalho, o estudo revelou que o emprego se encontra estável após o cenário de crescimento visto no ano passado. Já o rendimento médio real e a massa salarial real recuaram na comparação com janeiro: queda de 1,2% e 1,3%, respectivamente.
Nem positivo, nem negativo
Apesar da desaceleração, a maioria dos índices seguem em um patamar superior ao apresentado no mesmo período do ano passado. De todos os indicadores, somente a utilização da capacidade instalada começou 2023 num patamar abaixo do medido em 2022.
FIQUE POR DENTRO
Entendendo o setor
Saiu no mês passado a edição 2023 do estudo Top Glass Fabricators, produzido anualmente pela revista norte-americana Glass Magazine, que pertence à associação de empresas vidreiras locais National Glass Association (NGA). O documento oferece um panorama do setor de processamento de vidro dos Estados Unidos. Das 63 empresas participantes, 84% trabalham com laminados e 70% com vidros de alto desempenho – o que mostra como a aplicação de produtos com valor agregado por lá é bem mais comum que no Brasil. Os resultados do ano passado foram bons (87% aumentaram a capacidade produtiva durante 2022), o que sugere uma expectativa de um 2023 também forte: dois terços das empresas planejam automatizar ainda mais seus processos nos próximos meses.
Crédito: Vasily Smirnov/stock.adobe.com
RETROVISOR
Força sul-americana
Na edição de abril de 1998, O Vidroplano noticiava a fundação da Associação de Câmaras do Vidro do Mercosul (Acavime). Leo Moran, então presidente da Abravidro, foi escolhido como o primeiro presidente da entidade, cujo objetivo é o de promover e divulgar o vidro em todos os países do Mercosul.
MONITORAMENTO MENSAL DO DESEMPENHO DA INDÚSTRIA DE PROCESSAMENTO DE VIDROS BRASILEIRA Desempenho – Março 2023
A percepção sobre o desempenho da indústria nacional de processamento de vidros foi de aumento grande nas vendas faturadas em m² em março de 2023 em relação a fevereiro.
O indicador de desempenho da indústria de processamento de vidros registrou alta de 27,6% no volume de vendas faturadas de vidros processados no mês, na comparação com fevereiro, sem ajustes sazonais. É o maior crescimento em um mês na série histórica. O desempenho de março ficou 14,9% abaixo da média de 2022.
Metodologia
A coleta de dados foi realizada nos cinco primeiros dias deste mês, por meio de formulário online. O estudo pode ser respondido por processadoras de todo o Brasil (76 delas participaram desta edição).
A Guardian retomou as atividades do forno de Tatuí, em São Paulo, após breve parada realizada no mês passado, como parte do plano de manutenções da empresa, com o propósito de manter a qualidade da sua produção. De acordo com Renato Poty, diretor executivo da fabricante, a reforma seguiu conforme o planejado, com os reparos concluídos no dia 30 de março e a produção retomada já no dia 31.
A Kuraray informou seus clientes sobre uma redução na disponibilidade do interlayer SentryGlas, material usado na composição do vidro laminado estrutural. A equipe de O Vidroplano consultou os representantes brasileiros da Kuraray para entender os motivos. A companhia afirmou que, por ora, está tratando o assunto diretamente com seus clientes, sem comentar mais detalhes sobre a questão.
O maior congresso vidreiro do mundo, o Glass Performance Days (GPD), terá mais de 120 apresentações, entre workshops, sessões da conferência principal e o programa Step Change (voltado para startups), em sua edição deste ano em Tampere, na Finlândia. Os workshops ocorrerão nos dias 13 e 14 de junho. Já as apresentações técnicas serão distribuídas entre sessões paralelas nos dias 15 e 16 de junho, abordando temas variados como Têmpera/Pré-processamento; Aplicações Estruturais de Vidro; Tecnologias de Unidades de Envidraçamento Insulado e Janelas; e Tecnologia e Aplicações de Coatings, entre outros assuntos.
Em comunicado oficial, a Pilkington anunciou uma mudança em sua hierarquia. A partir deste mês, Glória Cardoso, que atuava como gerente de Vendas e Marketing da Pilkington Brasil e Blindex, assume como a nova gerente geral da divisão de Vidros para Arquitetura do Grupo NSG. Ela ficará responsável pelo sistema de franquias e licenciamento da marca Blindex e pelos setores de vidros e sistemas especiais para grandes obras e vidros para linha branca.
Nos dias 16 e 18 de março, a Escola Senai Orlando Laviero Ferraiuolo, instalada no bairro paulistano do Tatuapé, recebeu a analista de Normalização da Abravidro, Clélia Bassetto, para a apresentação de três palestras. Clélia abordou as normas de produto e de aplicação relacionadas ao nosso material, com destaque para a ABNT NBR 7199 — Vidros na construção civil – Projeto, execução e aplicações. Também foram apresentados os conteúdos das normas para boxe de banheiro, envidraçamento de sacadas e guarda-corpos, com atenção especial aos vidros de segurança – e a quais casos o uso de cada um deles se faz necessário. No total, cerca de cem pessoas compareceram ao evento – no período noturno, alunos de outros cursos da construção civil também puderam acompanhar os ensinamentos.
No dia 25 de abril, foi a vez de a Abravid-DF organizar a palestra Vidros na construção civil, projeto, execução e aplicação, ministrada pela coordenadora técnica da Abravidro, Vera Andrade. O evento, realizado na Universidade Paulista (Unip), campus Brasília, foi direcionado a profissionais e estudantes de engenharia, arquitetura e design de interiores, além de vendedores e instaladores.
A partir do início de abril, passaram a valer novas alíquotas internas para o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) nos Estados do Acre e Alagoas. Para ambas as localidades, as alíquotas passaram de 17% para 19%. Em Sergipe também houve alteração — porém, na contramão: diferentemente do dos outros Estados, o governo sergipano optou por reduzir a alíquota geral do imposto de 22% para 19%. As mudanças já estão informadas na cartilha A substituição tributária aplicada ao vidro plano, elaborada e atualizada pela Abravidro.
No dia 29 de março, o governo federal publicou um decreto que inclui o segmento de painéis fotovoltaicos no Programa de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da Indústria (Padis). Com a ação, os painéis solares e os materiais que os compõem, incluindo vidros temperados, passarão a contar com alíquota zero do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), Imposto de Importação e PIS/Cofins. A medida é mais um estímulo à importação de vidros pelo setor de energia solar, o que faz com que o setor de vidros planos brasileiro não se beneficie do ciclo virtuoso da energia solar no Brasil.
De 26 de fevereiro a 2 de março, realizou-se em Düsseldorf, na Alemanha, uma das maiores feiras de varejo do mundo: a EuroShop 2023. O evento, organizado a cada três anos, é tido como plataforma para tendências, visões e impressões no ramo do varejo global. A sustentabilidade foi tema comum a todas as áreas da feira este ano – e o vidro figurou com grande destaque, dada a sua importância no campo da eficiência energética. “Nessa edição, pude conferir o protagonismo do nosso produto aplicado em larga escala nos refrigeradores e freezers dos maiores fabricantes do mundo. Fez todo o sentido, já que, nesse tipo de aplicação, o vidro vai muito além de ser um fechamento transparente”, comenta Jonas Sales, coordenador de Engenharia de Aplicação e Mercado Industrial da Cebrace e visitante da feira.
A edição 2023 da EuroShop recebeu mais de 80 mil profissionais de todo o globo e contou com a participação de 1.830 expositores vindos de 55 países e distribuídos em 16 pavilhões de exposição.
Na visão de Sales, entre as diversas empresas relacionadas ao vidro presentes na feira, a Saint-Gobain, Epta, Arneg e Fricon destacaram-se. “Ter acompanhado o evento foi importante para atualizar como tem sido esse avanço da refrigeração e reforçar a importância do vidro low-e de alta performance na construção de um mercado de refrigeração mais sustentável”, observa. A próxima edição da Euroshop já tem data e local marcados: 22 a 26 de fevereiro de 2026, novamente em Düsseldorf.
Conforme noticiado na edição passada de O Vidroplano, o texto revisado da norma ABNT NBR 14697 — Vidro laminado foi publicado no final de fevereiro. A nova versão traz uma série de atualizações. Dentre elas estão alterações importantes na metodologia de classificação de segurança do produto. A seguir, confira os novos critérios e detalhes do teste.
Princípio
A finalidade do ensaio é determinar a classificação de segurança do laminado por meio de dispositivos de impacto, avaliando se as características de quebra são seguras, de forma a reduzir as lesões por corte ou perfuração por impacto acidental em pessoas.
Vale observar que a norma ABNT NBR 14697 não especifica o uso pretendido dos produtos, mas fornece um método de classificação para o desempenho deles. Cabe ao especificador do projeto determinar a classe de segurança desejada e aplicar o produto conforme essa classe, a fim de garantir a segurança dos usuários.
Avaliações em duas etapas
Para determinação da classe, devem ser empregados dois métodos complementares de avaliação:
O primeiro é o impacto de pêndulo, um método destrutivo utilizado para comprovar que o vidro laminado atende a classificação de segurança necessária ao projeto;
O segundo é o impacto por queda de esfera, um método destrutivo adicional utilizado em situações em que nenhuma das lâminas da composição do laminado tenha sofrido qualquer dano (quebra, trinca ou fissura) durante o ensaio de impacto por pêndulo, para avaliar o seu comportamento de quebra.
O segundo teste é uma novidade incorporada à nova versão da norma e daremos mais detalhes sobre ele na próxima edição do “Por dentro das normas”.
Nesta edição trataremos da 1ª etapa de classificação de segurança do vidro laminado que é o teste de impacto de pêndulo. Trata-se de um ensaio que já existia na versão anterior da norma de laminado, mas que sofreu algumas atualizações que você verá a seguir.
Equipamentos necessários
Corpo de prova: uma peça do vidro a ser ensaiado com 876 mm de comprimento e 1.938 mm de altura;
Sistema de fixação (estrutura que manterá a peça fixa e com sua face voltada para o impacto) com tiras de borracha nos pontos de contato com o vidro;
Pêndulo de 45 kg, formado por uma bolsa de couro sintético preenchida com granalhas de chumbo de diâmetro de 2,5 mm;
Sistema de sustentação, formado por um cabo de aço de 5 mm de diâmetro.
Passo a passo 1. O dispositivo de impacto deve ser suspenso até a altura prevista para a classificação solicitada pelo contratante do ensaio:
Para a classe 2 de segurança: diferencial de altura de 450 a 470 mm acima do centro do vidro;
Para a classe 1 de segurança: diferencial de altura de 1.200 a 1.235 mm acima do centro do vidro.
2. O impacto deve ocorrer no centro do corpo de prova, apenas uma vez; se houver mais de um impacto, o ensaio deve ser invalidado.
Atenção: se o laminado for assimétrico (isto é, composto por peças monolíticas com espessuras diferentes), orientações adicionais devem ser observadas:
Vidros laminados assimétricos utilizados em aplicações em que o risco de impacto exista para os dois lados devem ter seus dois lados submetidos ao ensaio – nesse caso, são utilizados dois corpos de prova com a mesma composição, com cada um tendo um lado ensaiado;
Ainda sobre esse tipo de vidro, caso o risco de impacto exista para apenas um lado, ele deve ter apenas o lado designado submetido ao ensaio – e esse fato deve ser mencionado no relatório de ensaio.
Critérios para a aprovação da classe
Após o impacto na classe de segurança pretendida, o corpo de prova deve ser inspecionado:
Caso o vidro não quebre, deve ser submetido em seguida ao ensaio de impacto por queda de esfera e atender os seus requisitos;
Se houver quebra, o vidro deve atender todos os critérios abaixo:
1. Os cortes e orifícios do laminado não podem permitir passagem livre de uma esfera de aço de 76 mm de diâmetro ou quando uma força de 25 N for aplicada progressivamente por meio dessa esfera (posicionada sobre o ponto mais fragilizado);
2. Caso ocorra o desprendimento de partículas do corpo de prova após três minutos, elas devem ser pesadas e não podem exceder a massa equivalente de uma área de 10 mil mm² do corpo de prova. Além disso, o maior fragmento desprendido do corpo de prova deve ter massa inferior à massa equivalente de uma área de 4.400 mm² do corpo de prova.
O texto da versão revisada da norma apresenta exemplos de cálculo para a avaliação do peso dos fragmentos desprendidos, para auxiliar o entendimento dos requisitos.
Saiba mais
Para outras informações relacionadas a esse ensaio, como especificação do equipamento para a realização do impacto, preparação dos corpos de prova e procedimento, consulte a ABNT NBR 14697:2023.
As empresas associadas à Abravidro têm acesso online a todas as normas técnicas do Comitê Brasileiro de Vidros Plano (ABNT/CB-37), além de outros documentos técnicos relacionados a nosso material.
Abril é um daqueles meses nos quais O Vidroplano está recheada de conteúdo para todos os gostos.
Temos várias notícias que nós, jornalistas, chamamos de hard news: relatos de fatos importantes do dia a dia que precisam ser noticiados o quanto antes. Quer exemplos?
Em nossas páginas, você encontrará material sobre reforma em fornos e disponibilidade de produtos na seção “Mundo do Vidro” (clique aqui e aqui); o que será feito da fábrica da Saint-Gobain de vidros texturizados, localizada em São Vicente, litoral de São Paulo, agora que a Cebrace passará a produzir esse item (clique aqui); a confusão, já resolvida, causada no setor de blindagem por conta de decretos do governo federal (clique aqui); e eventos relacionados ao mercado vidreiro, como a Expo Revestir (clique aqui); e o Summit Abrainc, a respeito da cadeia imobiliária (clique aqui).
Claro, não poderiam faltar também reportagens técnicas, não necessariamente ligadas a um tema do momento, incluindo a 2ª parte do especial sobre softwares vidreiros – desta vez, com foco em e-commerce (clique aqui) – e a matéria de capa, que mostra diversas aplicações do vidro como elemento de decoração a serem exploradas pelos vidraceiros (clique aqui).
Portanto, esta edição é um prato cheio para você caso queira saber o que movimentou nosso segmento nas últimas semanas – ou então se preferir tópicos para ajudar sua rotina de trabalho.
Sejam transparentes ou opacos, incolores ou coloridos, retangulares ou em variados formatos, não dá para negar que vidros e espelhos são materiais que oferecem beleza única aos locais em que são instalados. Assim, não é surpresa que eles tenham um potencial muito grande e diversificado dentro do segmento da decoração.
Sua vidraçaria está atenta às possibilidades de negócios nessa área? A seguir, conheça algumas soluções, as tendências de uso para elas e saiba como oferecê-las – e vendê-las – aos seus clientes!
Atrativos gerais
Cada tipo de vidro tem características visuais diferenciadas, mas há algumas qualidades comuns a grande parte desses produtos. “Consideramos o vidro um material acessível em termos de custo, versátil e funcional, principalmente em termos de limpeza, por ser liso. Já a versatilidade se dá pela variedade de cores e efeitos que podemos ter com ele”, avalia Joaquim Coelho, diretor-comercial da Astra.
A gama de possibilidades de aplicação se torna um dos principais benefícios do material para o segmento da decoração. “A usabilidade do vidro é muito numerosa. Ele pode ser utilizado tanto em tampos de mesa com formatos variados, armários, divisórias de ambientes e vitrines, como em revestimento de fachadas externas e internas, coberturas, portas, boxes de banheiro, guarda-corpos e até mesmo em bancadas de cozinhas e banheiros – sempre, claro, com a especificação correta para o tipo de aplicação pretendido”, aponta a arquiteta Gabriela Pereira Rezende Drummond, analista de Produto da Cristal Quality.
Crédito: Cris Martins
Reflexos em outras cores
E os espelhos? Esses produtos são elementos valiosíssimos, seja para trazer uma sensação de amplitude e modernidade, seja para transformar áreas pouco atrativas em destaques visuais do espaço. “Eu costumo especificar o espelho em paredes e, principalmente, em vigas aparentes, pois ele disfarça as vigas e deixa o ambiente mais amplo”, conta a designer de interiores Patricia Pasquini.
Com a popularidade dos espelhos prata, é fácil esquecer que essa não é a única cor disponível para esses produtos. E, por mais simples que possam parecer, peças com outras tonalidades podem trazer uma estética única para os ambientes. “Utilizo muito o espelho bronze em meus projetos, pois, além de ampliar o ambiente, ele deixa o local mais acolhedor e aconchegante”, explica Patricia.
Crédito: Raul Fonseca
Como vender: para a designer, ter em mãos fotos de projetos feitos com esses produtos pode fazer toda a diferença. “No início, indicava o espelho bronze ou fumê para meus clientes e eles ficavam superapreensivos e com medo de arriscar. Quando chegou a minha vez de fazer o projeto para a minha casa, eu usei e abusei do espelho bronze: instalei no hall social, no lavabo, na sala de jantar e até no meu closet – hoje, essas fotos viraram o meu portfólio e os clientes amam e querem igual”, relata a designer de interiores. A melhor indicação para vender é ter um bom material de divulgação para convencer o cliente de que o produto indicado ficará perfeito para o ambiente dele.
Atenção: Patricia ressalta que, para utilizar espelhos bronze ou fumê em um ambiente, é necessário ter um bom projeto de luminotécnica (estudo da aplicação de iluminação artificial nos espaços) para compensar e não escurecer o ambiente. “Além disso, para locais como o banheiro, é sempre recomendado o uso de espelho cristal [prata] para não alterar a percepção do tom da pele, pois isso é fundamental na hora de se maquiar e se vestir, por exemplo”, ela acrescenta.
Pintados e resistentes
Conforme já comentado, há uma enorme variedade de aplicações para o vidro na decoração, de tampos de mesa até revestimento de paredes e fachadas. Uma solução bastante interessante para esses e outros usos é o vidro laqueado. “Nosso produto carrega consigo a sofisticação do material, no caso do laqueado Cristal Quality, com cores neutras – preto, branco, off-white, cinza itálico e capuccino –, além da resistência e durabilidade do tratamento em têmpera da peça”, afirma Gabriela Drummond. Sua empresa separa essas soluções em duas linhas: a Cold (em que uma camada de tinta fria é aplicada sobre a superfície do vidro) e a Hot (em que o laqueado passa pelo processo de têmpera e adquire resistência maior do que a das peças float).
Crédito: Cristal Quality
Como vender: ter em mãos amostras ou imagens das diferentes cores de laqueado, bem como fotos de aplicações com esse produto, pode ajudar o cliente a conhecer e se interessar pela solução. Também é fundamental conhecer os aspectos técnicos do produto.
Atenção: a possibilidade de escolher entre laqueados float ou temperados abre um grande leque para a aplicações na decoração – contudo, Gabriela alerta: “Mesmo com uma grande flexibilidade de uso desses vidros, ainda assim é necessário que a condução do projeto seja feita por um profissional da área para saber especificar exatamente o tipo certo desse material para cada área ou projeto”.
Sofisticação na casa de banho
Engana-se quem pensa que os banheiros não abrem potencial para peças decorativas. Embora nosso material costume estar presente neles, sobretudo em boxes de banheiro ou espelhos tradicionais sobre a pia, há muitas formas de sair do convencional e encantar. Cubas e gabinetes coloridos de vidro com formatos originais, por exemplo, podem enriquecer a decoração, agregando sofisticação e originalidade.
Crédito: Divulgação Astra
Já os espelhos para banheiro contam com uma enorme variedade de opções. Um exemplo são as peças de formato orgânico. “Trata-se de algo inusitado e novo que, por si só, já chama a atenção; ao mesmo tempo, seu design não é agressivo ou marcante demais, por remeter a aspectos orgânicos da natureza. Essas duas características os tornam versáteis e agradáveis”, opina Joaquim Coelho, da Astra.
As peças com detalhes de LED – luzes indiretas que contribuem para o destaque e aconchego da casa – podem não ser novidade, mas abrem possibilidades interessantes e trazem um visual moderno para o ambiente. Coelho explica que o espelho entra nessa tendência de duas maneiras: “Com iluminação de moldura, para destacar o produto e deixar o ambiente aconchegante; e também com iluminação frontal, de maneira mais funcional para uma luz mais uniforme do rosto, como auxílio na hora da maquiagem ou para fazer a barba, por exemplo”.
Como vender: sempre que for procurado para instalar um boxe ou espelho, o vidraceiro pode sugerir ao cliente soluções que tornem o ambiente mais bonito. “Hoje, o banheiro tende a estar mais presente na decoração da casa por ser um cômodo em que as visitas ficam até mais à vontade para perceber os detalhes presentes em todos os itens, como torneiras, chuveiros, acessórios etc. Nesse caso, vidros e espelhos não ficam de fora”, avalia o diretor-comercial da Astra. “Um formato diferente, molduras, espelhos iluminados e armários embutidos são detalhes que, quando bem alinhados com o restante da casa, fecham o pacote de decoração.”
Atenção: como um ambiente especial, o banheiro requer cuidados diferenciados sobretudo para os espelhos. “Nesse local, eles estão diariamente expostos ao vapor d’água. Por isso, é essencial que a instalação do produto seja de acordo com as normas, de forma a prevenir a oxidação”, orienta Coelho. “Pensando nisso, nossos produtos são sempre finalizados com líquidos protetores de borda na parte de trás do espelho para evitar essa oxidação.”
Quem nunca ouviu o famoso ditado “o Brasil não é lugar para amadores”? Nós da revista O Vidroplano pedimos licença ao criador do provérbio para ir um pouco mais além. Com uma leve adaptação, deixando de lado o aspecto crítico da frase em relação a nosso país, é possível afirmar, sem medo de errar, que o mercado vidreiro não é mais um lugar para amadores. E para deixar o amadorismo de lado, as ferramentas digitais se tornam mais do que necessárias.
Seguindo com o especial sobre softwares vidreiros, cuja 1ª parte, veiculada em março, abordou as benesses das ferramentas voltadas para o processo de corte, neste mês a revista traz as vantagens do e-commerce para a indústria de processamento. Além de explicar sua forma de uso, abordaremos as facilidades que tais sistemas oferecem e os principais benefícios que a venda por e-commerce propicia não só às empresas como também aos seus clientes.
Os temas da SÉRIE ESPECIAL Março: Corte ABRIL: E-COMMERCE Maio: ERP
Cadê o pedido?
Em um tempo não muito distante, o gerenciamento dos dados na base da caneta e do papel – ou seja, no improviso. O problema nesse modelo de controle é que, não raras as vezes, distrações, perdas ou esquecimentos tornavam tal processo fonte para uma série de contratempos, falhas essas que, se não identificadas a tempo, poderiam não só gerar prejuízos como também comprometer a imagem do negócio.
Sem sombra de dúvidas, o comércio eletrônico mudou o mundo em que vivemos de várias formas. Junto com a evolução da tecnologia, houve também mudanças nos hábitos do consumidor — e com o setor vidreiro não foi diferente. Segurança, comodidade e praticidade são elementos-chave para gerar uma experiência de compra agradável a todo tipo de cliente, dos mais simples aos mais exigentes.
“O e-commerce é uma ferramenta bastante vantajosa, pois fideliza e agiliza o processo de compra junto aos clientes pela Internet e possibilita que as empresas alcancem novos compradores no mercado”, destaca Priscila Kimmel, coordenadora-comercial da SystemGlass. Na visão dela, entre as facilidades que o e-commerce oferece estão a praticidade e a conveniência para os consumidores, os quais podem fazer compras de qualquer lugar e a qualquer hora do dia, sem a necessidade de se deslocar até um estabelecimento físico.
Embora os propósitos sejam os mesmos, a forma de utilização da ferramenta varia conforme o tipo de software contratado. É o que explica Alexandre Gomes Nascimento, gerente-comercial da Pegasus Corporate da Softsystem. “A processadora fornece um login e senha para seu cliente acessar a plataforma. Por meio dela, a empresa comercializa seus produtos, como vidro temperado, espelhos, ferragens, kits etc.” O lado bom é que os interessados podem, além de emitir e acompanhar os pedidos, realizar os pagamentos pelo próprio sistema. “O vidraceiro obtém autonomia total para consultar preços e acompanhar a produção e a entrega, resultando em maior agilidade no tempo de resposta”, explicam Carlos Santos e José Gonçalves Júnior, respectivamente diretor e gerente de Desenvolvimento da SF Informática, dona da marca Glasscontrol.
Da desconfiança ao sucesso
No início, quando as transações online ainda não eram tão populares, houve um certo ceticismo por parte do mercado em relação ao sucesso e segurança do e-commerce. Na época, havia o receio por parte das processadoras de que os clientes, por dificuldades em utilizar a ferramenta, preferissem seguir com o controle de pedidos no famoso “papel de pão”. Felizmente, o receio se revelou equivocado. “O que aconteceu foi o contrário, houve uma grande adesão ao uso do e-commerce”, afirma Alexandre Gomes. “Os incentivos comerciais, as possiblidades de pagamentos diretos e os prazos de entrega mais curtos fizeram com que os clientes abandonassem as formas antigas de enviar pedido e endereçassem tudo pelo sistema.”
Porém, até que tudo transcorresse conforme o desejado, foi necessário encontrar o equilíbrio, tanto para que a processadora tivesse a definição perfeita para produção como para que o vidraceiro realizasse as solicitações de forma fácil e rápida. Em alguns casos, foi necessária a atuação in loco das desenvolvedoras no intuito de desmitificar certos temores, caminho esse percorrido pela SystemGlass. “Realizamos alguns eventos com grupos de vidraceiros para divulgação, testamos a ferramenta na prática e houve uma ótima aceitação. Tudo que fizemos foi conscientizá-los de que, com essa nova tecnologia, eles iriam fidelizar seus clientes cada vez mais, tendo, inclusive, mais tempo para buscar novos clientes no mercado”, relembra Priscila Kimmel.
Como se dá a implementação do e-commerce nas processadoras?
De acordo com Carlos Santos e José Gonçalves Júnior, na SF Informática os processos ocorrem da seguinte forma:
A processadora determina quais produtos comercializará no e-commerce;
Elabora-se a estrutura de navegação por categorias, projetos e política de preços;
A partir daí, pode haver treinamentos específicos para as áreas de vendas e produção, dependendo do tipo de sistema;
Os pedidos no e-commerce passam a ser tratados de forma similar aos realizados no software interno da processadora;
O sistema acaba integrado à produção, especialmente às mesas de corte e furadeiras automáticas.
Crédito: PureSolution/stock.adobe.com
Benefícios para as processadoras
Muitos entendem que a razão para o sucesso do e-commerce no nosso mercado se deu por sua capacidade de maximizar o controle das informações e de minimizar a incidência de erros. De fato, essa é uma grande verdade. Porém, as vantagens garantidas àqueles que aderiram ao sistema vão além. “Posso dizer que o ganho de tempo é um dos grandes benefícios. Ao aliviar o setor de vendas na digitação de pedidos, por exemplo, é possível direcionar a atenção a outras atividades ou dar maior foco nas vendas em si”, afirma Alexandre, da Softsystem. “O uso do software também favorece a economia de papel e de processos, pois, com os pedidos chegando diretamente pelo e-commerce, eles já são lançados automaticamente no ERP.”
E para os clientes, quais são os benefícios?
Existem várias vantagens conferidas pelo e-commerce aos compradores, sejam eles vidraceiros, arquitetos ou outro tipo de profissional:
Autonomia e conveniência: é possível comprar produtos da indústria a qualquer hora do dia ou da noite;
Economia de tempo e dinheiro: não é necessário deslocar-se fisicamente;
Descontos exclusivos: vendas pelo e-commerce geralmente possuem preços mais competitivos;
Experiência de compra personalizada;
Facilidade para realizar pedidos: a utilização de sistemas com layouts simples e intuitivos facilita as compras em tempo real.
Adaptando-se às mudanças
E qual é a opinião das próprias processadoras em relação a esses sistemas? Na visão de Rodolfo Júnior, diretor da Guaporé Vidros, sem o uso de um software eficiente é muito difícil para uma empresa se manter competitiva no mercado. “A tecnologia avançou muito nos últimos anos. Se as empresas não estiverem atualizadas e prontas para adotar novas soluções tecnológicas, dificilmente estarão aptas a atender as demandas.”
Um sistema eficiente e bem implementado oferece uma série de benefícios, desde a coleta e análise de dados em tempo real até a tomada de decisões mais informadas e estratégicas. Um diferencial e tanto para empresas que buscam pelo melhor caminho em relação à experiência de se fechar negócios.
Enquanto alguns estabelecimentos buscam por soluções e-commerce consolidadas no mercado, outras optaram por elas próprias desenvolverem o seu sistema. Esse é o caso da Divinal Vidros. “Em geral, a implementação pode ser um processo complexo que exige planejamento, recursos e conhecimentos específicos. No nosso caso, tivemos muito sucesso quando iniciamos, de 2010 a 2011, época em que pouco se falava em uma ferramenta que integrasse a indústria com as vidraçarias”, relata o gerente de Projetos, Leandro Gonçalves. “Foram anos de muitos investimentos e desenvolvimento até estarmos prontos para instalarmos nosso próprio sistema e-commerce”, aponta Carol Ferreira, supervisora do Departamento Técnico da Divinal.
De modo geral, a instalação do e-commerce varia de acordo com o tamanho e complexidade de cada empresa. Em muitos casos, mesmo com os esforços para torná-lo cada vez mais intuitivo, treinamentos para um perfeito manejo são sempre muito bem-vindos. “Fomos desenvolvendo a ferramenta em conjunto; no início foi preciso fazer muitos ajustes. Felizmente, após esse período, tudo transcorreu de forma bem tranquila”, afirma Alessandra Reis, coordenadora-comercial da Viminas Vidros Especiais.
Seja qual for o caminho optado pela empresa ou o modelo de software escolhido, um ponto une todos aqueles que acompanham as mudanças do mercado e creem na eficiência da tecnologia: o sucesso. “O e-commerce proporcionou comodidade e conforto aos nossos clientes. Não tivemos alteração na estrutura comercial da equipe em função de seu emprego”, destaca José Augusto de Oliveira, gerente-comercial da processadora Vitral. “Outro ponto a destacar é que os vidraceiros que ingressaram na plataforma minimizaram a incidência de retrabalhos e erros em seus pedidos”, completa.
Soluções para o nosso mercado
Software:GlassControl E-commerce
Desenvolvedor: SF Informática
Diferenciais
Ferramenta e-commerce integrada à solução ERP;
Interface intuitiva para rápida identificação de projetos, informações e realização de pedidos;
Pedidos produzidos de forma similar ao sistema GlassControl Industrial;
Propicia a comercialização desde itens de estoque até projetos elaborados;
Separação de preços específicos por cliente, região, grupo;
Não exige do operador experiência anterior na área de beneficiamento de vidros.
Software:e-Vidraceiro
Desenvolvedor: Softsystem
Diferenciais
Ferramenta e-commerce integrada à solução ERP;
Possibilidade de os clientes realizarem otimizações, orçamentos e acompanhar pedidos;
Interface de fácil utilização;
Disponibilidade de diferentes modelos de pedido para impressão com a logomarca, telefone, e-mail, valores de venda e endereço da vidraçaria;
Imagens dos projetos no estilo vetor;
Realização de pagamentos via cartão de crédito, PIX ou boleto.
Software:WebGlass
Desenvolvedor: SystemGlass
Diferenciais
Ferramenta e-commerce integrada à solução ERP;
Permite consultas em tempo real das posições de pedidos;
Acesso gratuito ao WebGlass App;
Possibilita o controle de agendamentos, entregas e compras;
A decisão tomada no dia 1º de janeiro pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com a assinatura do Decreto 11.336/2023, que visava a conter o avanço do armamento da população civil, acabou gerando um imbróglio que resultou na paralisação do mercado de blindagem de veículos em todo o País. A medida fez com que o Exército interrompesse a emissão de autorizações para a produção de automóveis com esse perfil, o que gerou impactos negativos às empresas do setor.
Felizmente, tudo voltou à normalidade. “Assim que soubemos dos riscos, imediatamente fomos a Brasília para falar diretamente com o órgão controlador para mostrar os efeitos no mercado”, afirma Marcelo Silva, presidente da Associação Brasileira de Blindagem (Abrablin). “Apesar do resultado danoso para as blindadoras, o lado bom foi que o Exército e governo perceberam o tamanho e a força desse mercado.”
Por dentro do caso
A blindagem de veículos, bem como a venda de armas de fogo, é monitorada pelo Exército. A lei anterior (Decreto 10.030, de 30 de setembro de 2019) mantinha a blindagem de carros e as munições de uso restrito dentro do mesmo grupo.
O novo decreto era parte do pacote de promessas de Lula, à época candidato à presidência, para aumentar o cerco à expansão desordenada do armamento civil. Porém, as regras das blindagens acabaram sendo derrubadas juntamente com a questão das munições. Para Marcelo Silva, isso se deu por um equívoco do governo, que não fez a avaliação técnica com tempo hábil para entender as implicações que a determinação geraria sobre o setor de segurança privada.
Além disso, o decreto atual também invalidou um item antigo que dispensava a necessidade de registro para uma série de itens constantes em Produtos Controlados pelo Exército (PCE), incluindo “veículos automotores blindados”.
Resolvendo a confusão
A mudança do texto provocou dúvidas entre órgão e empresas do ramo em relação à necessidade desse registro. Diante da situação, as Forças Armadas optaram por consultar seu órgão de assessoria jurídica para saber como proceder. Com isso, paralisou-se a emissão dos documentos para que a blindagem de carros fosse realizada. No entanto, após o comunicado do parecer da Consultoria Jurídica do Exército (Conjur), a situação se resolveu.
“Informamos que o Exército Brasileiro está cumprindo de forma integral o Decreto 11.366”, afirma o Centro de Comunicação Social do Exército. “Isso posto, recebemos a orientação da desnecessidade do registro de pessoas físicas e da obrigatoriedade para os demais casos (pessoas jurídicas e prestação de serviços) no que se refere à blindagem. Assim, a partir de 7 de fevereiro de 2023, o setor de blindagem de veículos voltou à normalidade.”
Segundo a Abrablin, entre 2021 e 2022, a blindagem de veículos no País bateu recorde, passando de 20.024 para 25.916 unidades – crescimento de 30%. Segundo o presidente da associação, o ocorrido não deverá causar impacto muito forte no segmento. As estimativas da entidade para 2023 são de que os números se mantenham estáveis, com destaque para o aumento no volume de blindagem nos veículos policiais.
No final do ano passado, o Grupo Saint-Gobain comunicou a decisão de encerrar as atividades de sua planta de São Vicente (SP), responsável pela fabricação de vidros texturizados no Brasil. Essa produção foi encerrada no início de abril e, segundo a usina, deverá ser retomada até o final de agosto na unidade da Cebrace em Barra Velha (SC).
O Vidroplano conversou com Lucas Malfetano e Manuel Corrêa, diretores-executivos da Cebrace, para entender como essa mudança afetará a oferta desses produtos no mercado nacional.
Abastecimento do mercado
“Houve um preparo criterioso e detalhado para que a Cebrace tenha um estoque adequado e sem impacto no fornecimento aos clientes de todo o Brasil”, afirmam Corrêa e Malfetano. Os diretores-executivos ressaltam que a empresa ainda conta com o apoio da fabricação de vidros texturizados da Vasa, na Argentina, que poderá ser acionada a qualquer momento, de acordo com as necessidades do mercado interno brasileiro até o fim da transição de São Vicente para Barra Velha.
Preparativos para a mudança
Segundo Malfetano e Corrêa, os maquinários e equipamentos mais recentes da fábrica de São Vicente serão reaproveitados: isso inclui a transferência da linha mais nova da planta para a unidade de Barra Velha, devido à sua capacidade de produzir vidro espesso e de maior largura.
Os executivos da Cebrace destacam ainda que essa mudança vem ao encontro da reforma do forno C4, que teve início este mês em Barra Velha. “A reforma seria este ano, conforme manutenção padrão de todas as linhas Cebrace. Portanto, o momento será oportuno para adequar a planta e inserir um canal para alimentação da linha dos vidros Cebrace Texturizados. É um projeto inovador e que irá trazer benefícios em qualidade, segurança, custos e sustentabilidade”, afirmam.
Com relação ao espaço físico da planta de São Vicente, a Saint-Gobain ainda está avaliando a melhor solução para o local.
Produtos ainda melhores
De acordo com a Cebrace, a transferência de produção para Barra Velha vai permitir a fabricação de vidros de melhor qualidade e com uma produção mais sustentável, considerando a redução das emissões de CO2 em virtude de o equipamento ser mais bem preparado para isso. A empresa comunica que, após a reforma do C4, que deve ser concluída até o final de agosto, até 15% da capacidade da unidade poderá ser direcionada para a produção de texturizados.
A marca desses produtos permanecerá com o nome Cebrace Texturizados. Já o nome Saint-Gobain Glass, embora não seja mais usado para se referir a essa linha, será mantido no ativo da companhia.
Chips são fundamentais no mundo tecnológico de hoje: eles têm função essencial para fazer funcionar aparelhos eletrônicos, a Internet, datacenters, maquinários com conceitos de integração da Indústria 4.0 e tudo mais que faz nossas vidas andarem para frente. Todo chip é feito de semicondutores, uma classe de materiais capazes de conduzir correntes elétricas. E o vidro está entrando nesse setor para revolucionar esses itens.
Feitos de placas de circuito impresso e interposições de silício, os semicondutores começam a ser fabricados com nosso material. A Schott, por exemplo, desenvolveu o Flexinity Connect, vidro estruturado ultrafino voltado especialmente para a produção dos produtos. Estudos mostram que uma placa de circuito de vidro pode melhorar o desempenho e reduzir a latência do sinal dos chips. Além de reduzir seu tamanho, ainda diminui a carga térmica da embalagem, oferecendo maior confiabilidade na transmissão de informações.
Portanto, caso não tenha ficado claro, aí vai mais um lembrete: a evolução da humanidade passa comprovadamente pelo vidro!
Prevaleceu o bom senso e a Vivix anunciou o fim das atividades de sua processadora de vidros recém-inaugurada em São Paulo. O efêmero novo empreendimento da usina nacional, de tão improvável, chegou a ser considerado mentira ou fake news por alguns. Infelizmente não era. Apesar de encerrada, a aventura custou à empresa alguns arranhões em sua imagem.
Tão logo tomei conhecimento da abertura da empresa, rapidamente arregacei as mangas em busca de informações que confirmassem o fato e, de pronto, fizemos uma reunião da presidência da Abravidro com a Vivix para expor, de forma firme, direta e objetiva, nossa preocupação e contrariedade com os planos da usina de passar de fornecedora e parceira comercial dos processadores a concorrente da cadeia de processamento. Têmperas de todo o País também demonstraram sua indignação cancelando seus pedidos de compras junto à Vivix.
Quando consideramos o cenário de mercado já saturado, com quase seiscentas empresas atuando em todo o Brasil, e com alto nível de ociosidade, chama a atenção o fato de uma usina de base querer se aventurar também nas atividades de seus clientes. Num mercado já tão prejudicado por práticas desleais, concorrer com uma processadora abastecida por usina de base, pertencente ao mesmo grupo econômico, seria mais uma ameaça à cadeia de processamento.
Essa vitória foi mais uma demonstração da força da nossa entidade e do associativismo! A Abravidro tem como missão trabalhar pelo desenvolvimento do mercado vidreiro, bem como defender os legítimos interesses das processadoras – e não medimos esforços para cumpri-la. Por isso, seguimos atentos e vigilantes.