A GlassParts é a nova distribuidora da tradicional marca japonesa Toyo no Brasil. A centenária multinacional se tornou conhecida pelo mundo graças à durabilidade de seus cortadores manuais para vidros e rodízio de cortes. A nova parceria, já em vigor, contempla a comercialização dos produtos da Toyo em todas as regiões do País.
No dia 17 de fevereiro, a Resolução Gecex nº 450/2023 foi publicada no Diário Oficial da União (DOU), prorrogando o direito antidumping aplicado às importações de vidros automotivos originárias da China. O processo se iniciou em 17 de fevereiro do ano passado, após petição apresentada pela Associação Brasileira das Indústrias de Vidro (Abividro) para renovação das medidas. Apesar de o volume de vidros automotivos da China não ter sido considerado representativo, constatou-se que haveria probabilidade de retomada do dumping e do dano à indústria doméstica, principalmente pelo elevado potencial exportador desse país e dos preços baixos praticados nas exportações.
Os espelhos estão entre os principais produtos do setor de vidros planos – afinal, eles estão em praticamente todo lugar: como pequenas peças aplicadas acima da pia do banheiro ou no revestimento de paredes inteiras em halls de edifícios, por exemplo. Devido a essa onipresença, todo cuidado é necessário para garantir sua integridade e qualidade.
Como não poderia deixar de ser, esses produtos contam com uma norma técnica específica, a ABNT NBR 15198 — Espelhos de prata – Beneficiamento e instalação. Um dos pontos abordados nesse documento é a inspeção de peças beneficiadas, com a definição das tolerâncias para as medidas dos espelhos beneficiados em relação àquelas presentes na especificação da peça no projeto. Veja a seguir quais são elas.
O que são espelhos beneficiados?
Segundo a ABNT NBR 15198, trata-se de espelhos submetidos a processos destinados a dar à peça condições de ser utilizada. Algumas atividades do beneficiamento envolvendo esse material são corte limpo, lapidação, filetagem, biselamento, furos, recortes etc.
Como medir?
De acordo com a norma, as dimensões lineares de altura, largura e diâmetro devem ser medidas com trena graduada em milímetros.
Tolerâncias para as medidas de espelhos RETANGULARES:
Altura: ± 2 mm
Largura: ± 2 mm
Tolerâncias para as medidas de espelhos MODELADOS: ± 3 mm
Tolerâncias para a diferença entre as DIAGONAIS DE ESPELHOS RETANGULARES:
Tolerâncias para FUROS E RECORTES:
Furos: ± 1 mm
Recortes: ± 2 mm
Como saber mais sobre as normas para vidros?
A Abravidro sedia o Comitê Brasileiro de Vidros Planos (ABNT/CB-37) e está à disposição para esclarecer dúvidas e fornecer as informações corretas sobre as determinações das normas técnicas para o uso do nosso material. Entre em contato! Telefone:(11) 3873-9908 E-mail:cb37@abnt.org.br
Foi-se o tempo em que prédio de escritórios tinha uma estética parecida no mundo todo – as tradicionais janelinhas que se repetiam em andar por andar. Hoje, o bem-estar dos trabalhadores e a sustentabilidade da obra são conceitos básicos de qualquer projeto arquitetônico desse tipo. Basta ver o Zurich Blue Building, construído em Madri, capital da Espanha: com fachada envidraçada dupla, o edifício incorpora curvas e transparência ao seu design.
Ficha técnica Obra: Zurich Blue Building Autor do projeto: Rafael de La-Hoz Local: Madri, Espanha
Na busca pelo verde
Localizado na movimentada avenida Paseo de la Castellana, no coração do centro financeiro da cidade, o Zurich Blue Building foi desenvolvido pelo renomado arquiteto espanhol Rafael de La-Hoz. O prédio passou por reforma total para chegar às formas atuais com o objetivo de otimizar a eficiência energética do local. O sucesso nesse quesito foi geral: recebeu a certificação Leed Gold, criada para construções sustentáveis, e foi agraciado com o 3 Diamantes em 2017, prêmio que homenageia a arquitetura eficiente da Espanha.
Curvas de tecnologia
O maior destaque em relação ao desempenho é a fachada, feita juntamente com a empresa Bellapart, especializada em instalações desse tipo. A estrutura é dupla – ou seja, é formada por duas peles de vidro separadas por um espaço entre elas. A parte interna conta com insulados (de vidro ultraclear, que possui baixo teor de ferro para maior transparência, de controle solar), montados em perfis de alumínio; a parte externa também conta com peças ultraclear, porém curvadas, intercaladas por módulos de aço inoxidável com microperfuração.
Ambas as peles são fixadas sem necessidade de furação, pois usam um sistema semelhante a grampos de aço. O espaço entre as duas fachadas é algo parecido com uma passarela, feita de metal e com revestimento antiderrapante no chão, para facilitar a manutenção por parte dos administradores do prédio.
Essa complexa construção garante total controle da temperatura interna, diminuindo o nível de ofuscamento e permitindo um alto nível de atenuação acústica. O sistema de ar-condicionado também traz maior conforto: ao utilizar água e gás como fluidos de transmissão, oferece uma sensação térmica mais próxima da natural – além de otimizar o desempenho, a eficiência e a sustentabilidade. Tudo de olho no bem-estar dos trabalhadores e com a ajuda fundamental de nosso material.
Completando 12 meses de análise das atividades do segmento vidreiro, o Termômetro Abravidro incorpora novas formas de se analisar a performance do setor. Além de saber qual foi o volume de vendas faturadas de vidros processados (em m²), a partir da edição de janeiro o indicador comparará o resultado do mês com o do mesmo período do ano anterior, trazendo ainda a média de desempenho do ano de 2022.
“Agora que temos um ano completo do Termômetro, é possível trazer mais dados a partir das mesmas informações coletadas e entender melhor os movimentos do mercado vidreiro”, explica o presidente da Abravidro, José Domingos Seixas. A seguir, você confere os novos gráficos do estudo.
Importante!
O Termômetro Abravidro é complementar ao Panorama Abravidro;
A apuração e consolidação dos dados do estudo estão a cargo da GPM Consultoria, também responsável pelo Panorama;
Os dados são tratados com a mesma confidencialidade que caracteriza o Panorama e não são divulgados, sob hipótese alguma, informações individuais das empresas;
A equipe da Abravidro não tem acesso às respostas – estas são direcionadas apenas aos economistas.
MONITORAMENTO MENSAL DO DESEMPENHO DA INDÚSTRIA DE PROCESSAMENTO DE VIDROS BRASILEIRA Desempenho – Janeiro 2023
A percepção sobre o desempenho da indústria nacional de processamento de vidros foi de aumento pequeno em janeiro de 2023.
O indicador de desempenho da indústria de processamento de vidros registrou aumento de 2,1% no volume de vendas faturadas de vidros processados no mês, na comparação com dezembro, sem ajustes sazonais. O resultado de janeiro está 18,5% abaixo da média de 2022.
Metodologia
A coleta de dados foi realizada nos cinco primeiros dias deste mês, por meio de formulário online. O estudo pode ser respondido por processadoras de todo o Brasil (96 delas participaram desta edição).
A indústria 4.0 já é realidade no Brasil e no mundo – e aqueles que insistem em não se adequar aos novos tempos correm sério risco de ficar pelo caminho. Os avanços prometidos e vistos no campo da inovação seguem promovendo mudanças significativas dentro e fora das organizações. Não à toa, essa renovação das tecnologias digitais é considerada por muitos como uma “quarta Revolução Industrial”. E por falar em revolução, vamos viajar no tempo para abordar a origem e o aprimoramento de um equipamento que espelha bem o significado de avanço: as máquinas de furação e recorte a jato d’água.
O pai da criança
Como acontece com todas as grandes invenções da humanidade, quase sempre existem divergências na hora de determinar a origem verdadeira na linha histórica. Foi assim com a aviação, com o automóvel – e com as máquinas de corte a jato d´água não é diferente. É consenso, porém, que quando se fala na aplicação moderna dessa tecnologia o principal nome que surge é o do engenheiro florestal Norman C. Franz. Na busca por novas maneiras de fazer cortes em madeiras, Norman teve a ideia de estudar qual seria a ação da água em alta pressão como ferramenta para tal fim.
“A tecnologia de jato d’água surgiu na década de 1970 e foi se aprimorando para o corte de metais. Logo depois, já foi introduzido o abrasivo juntamente com a água. Isso trouxe a tecnologia de novas bombas de alta pressão, melhorando a qualidade, precisão e controle do recorte e da furação”, explica Braz Andrioli Júnior, gerente técnico da Sglass. Desde então, os estudos voltados para esse tipo de recorte e furação seguiram em gradativo crescimento, o que, com os avanços na ciência dos materiais e da indústria, estimulou novas ideias para seu aperfeiçoamento.
Foto: Kadmy/stock.adobe.com
Água mole em superfície dura
Com o advento da evolução, refinamentos fizeram com que a tecnologia voltada à furação e recorte a jato d’água se tornasse versátil e com excelente custo benefício. Além da economia na mão de obra, a precisão dos resultados é garantida devido ao aumento na eficiência. Uma das razões do sucesso no processo é explicada pelo diretor da GR Gusmão, Yveraldo Gusmão. “Basicamente, existe uma bomba intensificadora que pressuriza a água até 4000 Bar. Essa água pressurizada passa por um orifício bem pequeno, de 0,25 mm, e com isso você consegue acelerá-la até três vezes a velocidade do som, trabalhando em Mach3 (cerca de 3700 km/h)”, explica.
Como é possível notar, a velocidade se configura como forte aliada da tecnologia no funcionamento do equipamento. Porém, a divisão no protagonismo para atingir a fluidez nas operações não para por aí. “O recorte a jato de água utiliza a velocidade da água somado a um abrasivo para cortar o material desejado.”, esclarece Andrioli, da Sglass.
Como resultado, o que se alcança é um recorte perfeito e preciso, não sendo necessário, em muitas das vezes, acabamento adicional. Outro detalhe é que o processo não origina distorções no material (mecânica ou térmica).
Benefícios da boa escolha
Uma das razões pela qual a Indústria 4.0 é nascente de uma nova revolução na indústria reside no entendimento de a otimização ser um importante meio para potencializar processos e dinamizar os lucros. De acordo com Andrioli, o uso das máquinas a jato d’água:
Não agride o meio ambiente;
Elimina operações secundárias (como as de acabamento);
Efetua recorte com pouca ou nenhuma rebarba;
Não oferece estresse de ordem mecânica;
É extremamente rápido e versátil;
Permite trabalhar com material empilhado.
E a manutenção?
Por ser submetido a intensos ritmos de produção, como é fazer a manutenção desses maquinários? A variável está no tipo de problema, porém nessas horas é possível seguir por dois caminhos: o primeiro seria buscar a ajuda de empresas especializadas, como determina a direção da GR Gusmão em relação aos seus equipamentos que são da linha Dardi; o segundo seria a própria empresa investir recursos na preparação (ou contratação) de um profissional para esse fim.
Aos que optam pelo segundo caminho, Rocky Shi, diretor de vendas da Singip, orienta a adoção dos seguintes processos nos equipamentos que carregam o selo Avant Glass, representante brasileira da marca: “Existem duas partes principais na máquina: uma é o sistema de transmissão, a outra é a bomba de jato de água de alta pressão”, explica. “Todos os dias, antes de iniciar as atividades, o trabalhador deve verificar se há água suficiente no tanque e se o sistema de refrigeração da bomba de alta pressão está em boas condições, além de a cada semana ter de limpar o abrasivo no tanque”, completa.
Lembrando que, seja para manutenção preditiva, preventiva ou corretiva, além dos cuidados gerais comuns a toda operação e verificação de máquinas; o uso de EPI, de EPC, manter todos os componentes de controle e inspeção em funcionamento e identificar o local em manutenção são vitais, assim como sempre ter em mãos uma análise de risco antes de dar início aos processos.
Foto: Seventyfour/stock.adobe.com
Algumas soluções do mercado
Alpha Jet Dual Head (Sglass)
Equipamento patenteado;
Software dedicado totalmente desenvolvido no Brasil;
Assistência técnica remota;
Medidas especiais (conforme a necessidade do cliente);
Pode compor linha de produção automática ou manual;
Estrutura com aproximadamente 93% de alumínio e aço inox;
Executa furos e recortes em peças de até 2,5 x 4,4 m;
Executa furos simultaneamente em peças de até 1,25 m com comprimento de até 4,4 m (duplo cabeçote).
Water Jet (Avantglass/Singip)
Instalação, treinamento, garantia, assistência técnica e peças no Brasil;
Velocidade de processamento: 0.05~3.5 m/min (depende do material a ser cortado);
A ABNT, em parceria com a ProAcustica e o Sobrac, oficializou a instalação do Comitê Brasileiro de Acústica (ABNT/CB-196). A ideia surgiu em dezembro de 2021, sendo formalizada após o envio de uma carta de intenções protocolada com a proposta de criação do novo grupo. A decisão, que reflete importantes avanços para o setor vidreiro, também representa uma ação estratégica e um marco para o segmento da acústica no Brasil. Entre as atribuições do ABNT/CB-196, está a atuação na normalização no campo da acústica, incluindo a medição de fenômenos acústicos, sua geração, transmissão e recepção.
A AGC uniu esforços com a Saint-Gobain para a elaboração de uma planta piloto de float, com o propósito de atingir uma redução drástica na emissão de CO2 durante a produção. A princípio, o projeto visa a modernizar as instalações da AGC para vidros texturizados em Barevka, na República Tcheca, fazendo-a funcionar com 50% de eletricidade e 50% de uma combinação de gás e oxigênio. Segundo estimativas, até o segundo semestre de 2024 a nova tecnologia estará pronta para ser implementada.
O Grupo Construção É +, formado por diversas entidades da construção civil brasileira, e do qual a Abravidro faz parte, publicou, no dia 7, um artigo na edição impressa e digital do jornal O Estado de S. Paulo. Intitulado Construção moderna fará Brasil avançar mais, o texto, assinado pelo presidente da associação, José Domingos Seixas, em conjunto com os líderes das demais entidades parceiras, aborda a importância da tecnologia para a modernização dos processos desse setor. Esta não é a primeira vez que o grupo se faz presente em um veículo de mídia de grande porte: no dia 29 de outubro do ano passado, foi publicado, também no Estadão, outro artigo sobre o setor.
Foram publicadas em fevereiro (dia 8), no Diário Oficial do Estado de São Paulo, duas aguardadas portarias referentes ao regime de Substituição Tributária do ICMS para o setor de materiais de construção em São Paulo: as portarias SRE 07/2023 e SRE 08/2023. A primeira prorroga até o fim de fevereiro (dia 28) o prazo para utilização dos atuais percentuais de Índices de Valor Agregado Setorial (IVA-ST). Já a outra apresenta os novos IVA-ST que entrarão em vigência a partir de 1º de março. Veja abaixo a tabela com novas as alíquotas.
Não é à toa que mais uma capa de O Vidroplano trata de sustentabilidade: além de ter deixado de ser novidade faz tempo, o tema guiará a indústria mundial daqui pra frente – não só a de vidro, mas a de qualquer segmento. Desta vez, voltamos o olhar para a reciclagem de nosso material. Conheça, clicando aqui, os detalhes de como essa atividade é desenvolvida e das oportunidades reservadas a esse mercado.
Na seção “Para sua vidraçaria” (clique aqui), trazemos outro assunto bastante discutido nos últimos tempos: divisórias transparentes em ambientes corporativos. Desde o início da pandemia, as empresas buscam formas de garantir a segurança de seus funcionários, assim como integrar suas diferentes áreas. Por isso mesmo, essas estruturas feitas com vidro são a melhor solução disponível em relação à durabilidade, facilidade de manutenção e beleza estética. E tem ainda outras matérias especiais esperando por você.
Quais os benefícios do recorte e furação a jato d’água? Nossa equipe conversou com fornecedoras desse tipo de maquinário para entender a evolução e o funcionamento da tecnologia. Procuramos também o setor de esquadrias, grande parceiro do mercado vidreiro, para entender quais suas perspectivas para 2023.
Que esta edição da revista possa trazer informação e conhecimento de qualidade para você. Ótima leitura!
Em alta…
Segundo levantamento da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) e do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (CIESP), as vendas reais da indústria paulista cresceram 3,3% em dezembro, encerrando 2022 com alta de 1,6%. O fechamento do ano passado também mostrou crescimento de 2,4% nos salários reais médios e de 0,9% nas horas trabalhadas na produção.
…e em baixa
Em 2022, a produção industrial teve recuo de 0,7%, de acordo com dados do IBGE. Dos 26 ramos acompanhados pelo instituto na pesquisa, 16 produziram menos que em 2021. O macrossetor com maior dificuldade foi o de bens de consumo duráveis, com queda de 3,3%. O segmento de móveis e eletrodomésticos não marcou um único trimestre positivo no ano passado.
Análise dos dados
Segundo o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), o resultado da pesquisa do IBGE revela uma ausência de dinamismo que possa restabelecer a retomada industrial no País. Para o instituto, 2022 foi marcado por muitos obstáculos conjunturais, como pressões de custo, gargalos remanescentes das cadeias, aumento das taxas de juros e encarecimento do crédito, além de desemprego, queda do poder de compra e incertezas políticas e do cenário internacional.
FIQUE POR DENTRO
Na rota do verde
A multinacional finlandesa Glaston divulgou bons resultados na área de sustentabilidade. De acordo com a empresa, suas emissões de gases poluentes no ano passado foram cortadas em 43% na comparação com 2021. Muito disso vem do investimento em fontes renováveis de eletricidade nas suas fábricas da Finlândia e Alemanha, além de investir em um novo sistema de distribuição de calor na Suíça.
RETROVISOR
Vidro impresso colorido
Em fevereiro de 1985, O Vidroplano noticiava que a União Brasileira de Vidros (UBV) estava fabricando vidro impresso colorido, uma antiga reivindicação do mercado naqueles tempos. A carta do então diretor-presidente da empresa, Fausto Monteiro Simões, comentava inclusive que a produção visava também a atender o mercado externo regional.
O vidro como o conhecemos está inserido na história da humanidade desde longa data: sua possível origem (uma mera fogueira na areia da praia) estaria muito mais relacionada ao acaso do que a uma invenção. Porém, diferentemente dos tempos simples nos quais viveram nossos antepassados, o mundo contemporâneo tem pela frente grandes batalhas a serem vencidas – o aquecimento global talvez sendo a mais importante delas. Embora isso seja uma responsabilidade de todos, nossa cadeia deve ter protagonismo nesse processo. Não por acaso, o papel do vidro e do setor vidreiro na busca pela sustentabilidade foi tema especial das edições de agosto e setembro de 2022 aqui em O Vidroplano. O tema também foi destaque na programação do Simpovidro, que contou com palestra sobre o ESG, com o objetivo de desmitificar o assunto e aproximar a cadeia de processamento dessas discussões.
Para seguir no assunto, este mês apresentamos a importância do descarte correto do vidro e explicamos como a reciclagem se tornou atividade essencial para o nosso segmento – do início do processo, na fabricação do float, passando pelo papel das processadoras, até chegar ao que o Brasil faz em relação a esse promissor mercado.
Visão do todo
O vidro é um dos materiais produzidos pela humanidade com maior potencial para reciclagem. Sendo composto essencialmente por elementos da natureza, trata-se de um item com margem para ser reaproveitado sem gerar perdas. Dado o volume de material produzido ano após ano, também é alto o número de resíduos gerado por toda a cadeia. Nesse sentido, o trabalho das processadoras surge como destaque, já que serão as responsáveis por fazer com que o vidro passe por diversas transformações até se tornar temperado, laminado, insulado etc, o que resulta em sobras de vidro que podem ser enviadas para reciclagem.
“A cada 1 kg de vidro reciclado, pode ser produzido 1 kg de vidro novo, o que gera a redução de emissões de CO2, de extração de matéria-prima virgem e também economia de energia”, afirma Juliana Schunck, diretora-geral da Massfix. Usinas utilizam cacos para a fabricação de vidro float e parte das embalagens de vidro produzidas no Brasil advém de processos recicláveis – mesmo assim, segundo avalia Juliana, o sistema precisa seguir em evolução se quisermos garantir às próximas gerações um futuro verdadeiramente limpo e verde. “As questões de sustentabilidade são uma necessidade, e cuidar para que nossos resíduos sejam reaproveitados é essencial para o futuro do planeta”, destaca. “Acredito que cada vez mais as exigências ambientais estarão presentes nos negócios e que não haverá futuro sem o total reaproveitamento dos resíduos”. A cada 6 t de vidro reciclado, estima-se que se deixa de emitir, em média, 1 t de CO2.
Foto: MoiraM/stock.adobe.com
Como é a reciclagem?
O passo a passo no desenvolvimento das ações tende a variar conforme cada processadora. Porém, de modo geral, os procedimentos ocorrem da seguinte forma:
As empresas que fazem a reciclagem recebem e/ou fazem a coleta do vidro — este precisa estar devidamente acondicionado;
Faz-se a triagem do material (manual ou mecanicamente);
Identificam-se o tipo e a cor do vidro a ser reciclado;
São retirados os contaminantes (qualquer material que não seja o vidro propriamente dito);
Inicia-se o processo de trituração e peneiramento;
Classifica-se o material;
O vidro volta ao ciclo da economia.
Mercado nacional
Quando bem executado, o trabalho tende a gerar excelentes frutos não só na esfera sustentável, mas também no campo financeiro. Porém, para que todo o processo flua conforme previsto, é preciso haver um sistema de coleta organizado, conscientização e políticas de incentivo, como já ocorre nos países desenvolvidos.
No Brasil, existem políticas em prol do fomento à logística reversa, o que inclui a reciclagem do vidro, como o decreto para recriação do programa Pró-catador, revogação do Recicla+ (Lei 14.260/21), que autoriza a constituição de fundos de investimentos destinados a projetos de reciclagem, e o Decreto nº 11.043/2022, que estabelece diretrizes e metas para o setor num intervalo de vinte anos. Porém, tais medidas são tidas como insuficientes por aqueles que atuam no segmento, uma vez que a carga de impostos sobre o setor segue elevada.
Apesar de as perspectivas a longo prazo caminharem rumo a um mercado cada vez mais maduro, na visão de Silvério Silva, gestor da FS Saldanha Reciclagem, a falta de incentivos do governo tende a seguir como principal empecilho. “Infelizmente, o governo brasileiro não trabalha para estimular, pois, enquanto a roda da economia precisa girar, ele [o governo] parece que atua para atrapalhar”, comenta. “Entendo que são vários os fatores que precisam ser resolvidos até se criar uma estabilidade econômica para atrair investimentos.”
Já de acordo com Michel Jeber, sócio e diretor-administrativo da 5RS Reciclagem, para que se possam atingir níveis maiores de reciclagem do vidro, além de campanhas frequentes de conscientização, visando ao engajamento da população, outros fomentos precisam estar atrelados. “Creio que estímulos aos consórcios de municípios e aparelhamento das prefeituras, com remuneração por volume reciclado, poderiam trazer ganhos reais aos municípios e incentivar a coleta de destinação correta dos resíduos”, afirma. “Não menos importante, reduzir a carga de impostos para o setor estimularia mais empresas e cooperativas a se dedicar a esse trabalho tão importante e necessário.”
Comparação com o mundo
Segundo a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), até junho de 2022, apenas 4% dos materiais sólidos que poderiam ser reciclados no País são submetidos a esse processo – índice muito abaixo do de países de mesma faixa de renda e grau de desenvolvimento econômico, como Chile, Argentina, África do Sul e Turquia, que apresentam média de 16% de reciclagem, conforme dados da International Solid Waste Association (ISWA).
Ainda de acordo com o levantamento da entidade, nos anos de 2021 e 2022, período da pandemia, os materiais recicláveis secos representaram 33,6% do total de 82,5 milhões de t anuais de resíduos sólidos urbanos (RSU) produzidos. Desse volume, o vidro era somente 2,7% — número bastante baixo para o nosso país. Para se ter uma ideia, na Alemanha, por exemplo, o índice de reciclagem atinge a marca de 67%, o que no comparativo em tempo representa um atraso de 20 anos do Brasil frente aos países desenvolvidos.
Como a reciclagem é feita nas usinas?
Segundo a Abividro, o índice nacional de reciclagem do vidro no ano de 2018 foi de 25,8%. A boa notícia é que tanto no Brasil como no exterior, as usinas de float e oco já incorporaram a prática da reciclagem aos seus processos. Diferentemente das matérias-primas puras, os “cacos” quando derretidos nos fornos não geram CO2.
Um exemplo internacional de experiência bem-sucedida com uso dos cacos é o da Saint-Gobain. Em julho, a empresa anunciou uma inovação técnica para a sua produção, cuja combinação entre alto teor de cacos (cerca de 70% da receita) e fornos alimentados com energias renováveis proporcionou a produção de um vidro com a menor pegada de carbono do mercado, o Oraé.
No Brasil, as empresas seguem na busca de tornar cada vez mais limpa nossa cadeia produtiva. Veja a seguir o que algumas das principais indústrias vidreiras estão fazendo em relação ao assunto.
Foto: sergofan2015/stock.adobe.com
AGC
“Na AGC, possuímos um sistema de gestão que trabalha para a otimização dos processos buscando a redução de resíduos. Aqueles que são gerados entram na meta de “Zero Aterro” e podem seguir dois caminhos: primeiro, buscamos soluções internas para o reaproveitamento; a segunda opção é encaminhá-los para parceiros ambientais que possuem tecnologia para reaproveitamento desses resíduos. Para os resíduos de vidro, a AGC recicla todo o material possível dentro de seu processo produtivo, o que contribui com a diminuição da energia consumida na produção. Quanto aos materiais considerados impuros para o reaproveitamento interno, nós os encaminhamos a um parceiro para fazer a segregação e utilização desse material.” João Paulo Veiga, coordenador de SGI
Cebrace
“Na nossa empresa, a reciclagem de vidro está presente no reaproveitamento de cacos dentro do forno de fusão, sendo um dos materiais adicionados ao processo produtivo. Para ampliar o trabalho de reciclagem junto ao setor vidreiro, a Cebrace uniu-se à Massfix, empresa que atua na reciclagem de vidros planos, laminados e vidros de embalagens em todo o Brasil. Se, após a análise, for verificado que os cacos não podem ser reutilizados, eles são enviados para um fornecedor homologado para reprocessamento e utilização de outros mercados, otimizando o resultado e minimizando desperdícios ou descartes inadequados.” Mônica Caparroz, gerente de Marketing
Guardian
“Na Guardian, reutilizamos as sobras geradas pelo nosso próprio processo produtivo, além de possuir uma rede de clientes que participa de forma contínua do nosso programa de logística reversa. Incentivamos o retorno dos cacos no mesmo caminhão que carrega o vidro em nossas unidades e, em situações específicas, estabelecemos uma rota de coleta de cacos em locais de concentração. Quando recebemos o material, é feita a revisão e avaliação para garantir que não existam contaminantes (sujeira, rebolos etc.) ou misturas entre cores de vidro. A partir daí, o material é utilizado em nossa linha de produção para a fabricação de chapas de vidros planos, as quais darão origem a espelhos e vidros de alto desempenho para a arquitetura comercial, residencial e de interiores.” Viviane Sequetin, gerente de Marketing na América do Sul
OBS: nossa reportagem entrou em contato com a Vivix, porém a usina não conseguiu atender ao prazo para envio das respostas
As empresas associadas à Abravidro contam com muitos benefícios. Uma dessas vantagens, até o ano passado, era o recebimento mensal de uma norma técnica relacionada ao mercado vidreiro em formato impresso. Este ano, o que era bom ficou ainda melhor. Entenda o que muda.
Acesso às normas
A partir de fevereiro, qualquer associado da Abravidro – mesmo que tenha acabado de se filiar à entidade – passa a ter acesso online imediato a todas as normas técnicas do Comitê Brasileiro de Vidros Planos (ABNT/CB-37), além de outras normas selecionadas relacionadas a nosso material.
Vantagens do novo modelo de acesso às normas
Acesso imediato a um acervo de mais de 50 normas e documentos técnicos;
Cada empresa associada poderá acessar o sistema digital ABNT Coleção com três usuários diferentes;
A empresa também poderá imprimir dois exemplares de cada norma por meio do mesmo sistema.
A intenção é que o conhecimento técnico não fique restrito aos gestores das empresas. Agora ele poderá ser consultado por toda a equipe, garantindo que o trabalho sempre seja feito dentro das normas, com maior segurança e satisfação dos colaboradores e clientes.
Onde acessar? 1. No site da Abravidro, coloque o cursor na aba “Normas técnicas”, selecione o item “Normas para Associados” e, dentro dele, clique no campo “ABNT Coleção”.
2. Você será direcionado para a página inicial do sistema; nele, basta preencher os campos “empresa”, “usuário”, “senha” e “validação” e clicar em “Entrar”.
3. Dentro do sistema, procure pela norma técnica desejada.
Vale destacar que o cadastro dos usuários de cada empresa é feito pela própria Abravidro junto à ABNT, enviando na sequência o login e a senha para cada associado. É importante que as empresas mantenham seus cadastros atualizados.
Associe-se você também!
O acesso às normas técnicas vidreiras já é um incentivo e tanto para se filiar à Abravidro, mas há muitos outros benefícios oferecidos aos associados. Confira alguns deles:
Desconto para contratar os módulos da Especialização Técnica Abravidro, como Corte, Lapidação, Serigrafia, Têmpera e PPCPE;
Acesso a cursos online gratuitos nas áreas Financeira, de Recursos Humanos, de Operações, de Desenvolvimento Gerencial, Marketing e Vendas etc. para todos os funcionários da empresa associada;
Consultoria com preços diferenciados para auxiliar na preparação do processo de certificação do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) para vidros temperados;
Assinatura gratuita de O Vidroplano e desconto especial para anunciar na revista;
Assessoria com profissional especializado para esclarecer dúvidas relacionadas às áreas jurídica, cível, tributária e trabalhista;
Consultoria especializada no regime de Substituição Tributária (ST);
Descontos em palestras e eventos patrocinados pela associação.
Para se associar, basta entrar em contato com Rosana Silva, gerente de Atendimento da Abravidro, pelo telefone (11) 3873-9908 ou e-mailrsilva@abravidro.org.br.
Em janeiro, como de costume, O Vidroplano trouxe uma reportagem a respeito das expectativas das empresas vidreiras em relação ao novo ano. O desempenho de nosso setor está diretamente ligado ao de outros segmentos – e um dos mais importantes é o das esquadrias.
Quais são as perspectivas do setor de esquadrias para 2023? Conversamos com algumas das principais associações para saber como foram os movimentos desse mercado em 2022 e o que se espera para os próximos meses.
Perspectivas de crescimento
As principais entidades do segmento nacional de esquadrias mostram-se otimistas em relação a este ano. “Vimos que em 2022, segundo dados oficiais, tivemos muitos lançamentos de imóveis de médio/alto padrão e do programa Casa Verde e Amarela (que voltará a se chamar Minha Casa, Minha Vida) num patamar elevado. Isso indica que, para os próximos três anos, o País vai precisar de muitas esquadrias de alumínio”, afirmou Filipe Gattera, presidente da Associação Nacional de Fabricantes de Esquadrias de Alumínio (Afeal), em entrevista para o site da entidade em janeiro. Para O Vidroplano, Gattera explicou que a projeção da associação é que, no cenário mais pessimista, haverá um crescimento de 1,5% em relação a 2022; no mais otimista, o crescimento estimado é de 4,9%. Isso virá acompanhado por um aumento na demanda de vidros aplicados nesses sistemas, com previsões variando de 1,8% (equivalente a 12.970 m² de nosso material) a 5,5% (13.830 m²).
Assim como na área de alumínio, o setor de esquadrias de PVC também se mostra confiante. “Consideramos que nosso mercado deve continuar na linha de crescimento, como vem acontecendo nos últimos anos”, avalia Eduardo Rosa, diretor-executivo da Associação Brasileira dos Fabricantes de Sistemas, Perfis e Componentes para Esquadrias de PVC (Aspec PVC).
Robson Campos de Sousa e Ismael Person, respectivamente gerente técnico e consultor-comercial da Associação Brasileira das Indústrias de Portas e Janelas Padronizadas (Abraesp), contam que a entidade tem a expectativa de que este será um ano positivo para o setor, com perspectivas de crescimento entre 7% a 10% com base em 2022. “Já se percebe um otimismo entre empresários do ramo, além de investimentos sendo projetados para o decorrer deste período”, observa Robson.
Edson Fernandes, presidente da Associação Brasileira de Indústrias de Esquadrias (Abie), conta que a entidade fez uma pesquisa recente com seus associados, parceiros e membros, e a maioria se mostrou otimista para 2023, ainda que com alguma moderação e cautela. “A Abie reforça esse otimismo e espera que haja aumento no volume de vendas no varejo e melhora nas políticas de recursos e taxas de juros para financiamentos imobiliários”, ressalta o dirigente.
Perspectivas na construção civil
Espelhando a cadeia vidreira, a de esquadrias também tem seu desempenho fortemente influenciado pela construção. De acordo com o estudo Produtividade e Oportunidades para a Cadeia da Construção Civil, elaborado pela Deloitte e divulgado pela Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) este mês, os três setores que compõem a cadeia de construção (infraestrutura, infraestrutura de base e construção civil e incorporação imobiliária) devem somar investimentos da ordem de R$ 2,7 trilhões em projetos no Brasil até 2030 – o levantamento prevê que, desse montante, R$ 312,8 bilhões devem vir diretamente das obras de construção e incorporação imobiliária.
Segundo Edson Fernandes, a Abie sugere que as indústrias de esquadrias se mantenham alertas sobre as ações políticas e econômicas em 2023, para assim poderem planejar melhor seus próximos passos e tomar decisões com mais cuidado. De fato, fatores nacionais – e internacionais, também – podem ter um peso considerável nesse segmento.
Com relação a 2022, Robson Campos de Sousa e Ismael Person, da Abraesp, observam que o ano teve início com um forte reflexo negativo para o setor, efeito causado pela pandemia da Covid-19 em 2020 e 2021 – como nesse período houve um aumento sem precedentes das vendas para a construção civil e as indústrias não estavam preparadas para essa demanda, ocorreram faltas de vários produtos e insumos para atender o mercado. “Apesar de todos os fatores negativos, 2022 ficou acima das projeções iniciais, mas, infelizmente, não é possível constatar qual o número de unidades fabricadas. Isso porque o método comumente utilizado – a medição da fabricação pelo consumo de matéria-prima comprada – mostrou-se impreciso em razão da elevada perda de matéria-prima no processo produtivo”, explica Robson.
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Programas populares de moradia
Ações de incentivo das diferentes esferas de governo podem contribuir para o crescimento desse mercado – e do de vidro também. “No passado, é inegável que o programa Minha Casa, Minha Vida teve impacto. Porém, nos últimos anos, tanto ele como sua versão rebatizada da gestão anterior tiveram pouco efeito”, observa Edson Fernandes, da Abie. “Contudo, foi recentemente veiculado que o programa será retomado no segundo semestre deste ano. Iniciativas como essa puxam toda a cadeia produtiva e aquecem o mercado da construção civil, gerando empregos que promovem ganhos sociais significativos para o Brasil”. De fato, o governo federal anunciou em fevereiro que pretende retomar ainda este ano as obras de 37.500 unidades habitacionais do programa Minha Casa, Minha Vida que estavam paralisadas – segundo a Agência Brasil, somente no último dia 14 foram entregues 2.700 habitações em nove municípios de seis Estados, de forma simultânea.
De acordo com Eduardo Rosa, da Aspec PVC, os programas de moradia popular implementados pelo governo federal sempre contribuem para a utilização das esquadrias de PVC. “Isso se deve principalmente ao fato de que devem ser usados somente produtos qualificados e homologados no Programa Setorial da Qualidade (PSQ), implementado pelo Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat (PBPQ-H), vinculado à Secretaria Nacional da Habitação”, afirma. Rosa destaca que a entidade, como mantenedora do PSQ de esquadrias de PVC, possui em seu quadro de associados empresas com produtos homologados e qualificados, tornando esses produtos aptos a serem utilizados nos programas de moradia popular, além de propiciar uma melhor ecoeficiência das moradias e bem-estar aos usuários.
Gattera destaca que a Caixa Econômica Federal, principal agente das políticas públicas, continuará financiando a construção com taxas sustentáveis, ainda abaixo de dois dígitos. Em entrevista para o portal da Afeal, ele também comentou que o novo governo vem falando bastante sobre investir em construção e infraestrutura, com a retomada de obras e a ampliação de programas para o setor da construção. “Isso tudo reforça o otimismo da nossa associação”, afirma.
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Valor agregado em vidros e esquadrias
Será que as perspectivas de crescimento para 2023 virão acompanhadas por mais adoção de sistemas e vidros diferenciados, apresentando melhor qualidade e desempenho? Ou as opções mais baratas e simples continuarão sendo usadas nas obras?
“Não temos esse dado apurado isoladamente”, responde Gattera. “Quando olhamos para os números publicados pela Abrainc, vemos que o alto padrão teve um crescimento maior em 2022 do que o das demais faixas. Apesar disso, esse mercado ainda é pequeno para nós comparado ao que acontece lá fora. A esquadria para padrão econômico ainda é o maior volume de caixilharia no Brasil.”
Então os produtos de valor agregado continuarão em segundo plano? Talvez não. “O consumidor está cada vez mais exigente e informado. Vale destacar que o segmento de esquadrias de alumínio e empresas associadas à Afeal dispõem de soluções que garantem o desempenho de estanquidade, isolamento termoacústico, sombreamento e automação, entre outros atributos”, ressalta Gattera. De fato, dados da associação referentes a 2021 apontam que, embora vidros comuns correspondam a 57,6% das peças usadas nas esquadrias de alumínio em geral, o vidro laminado foi a solução escolhida para 83% dos sistemas voltados especificamente para fachadas.
Assim como no segmento de alumínio, as esquadrias de PVC também contam com opções de alto desempenho. “O crescimento da procura por esquadrias de alto desempenho em estanquidade, segurança e desempenho térmico e acústico faz com que a utilização de vidros especiais e diferenciados seja maior, pois o uso dessas peças com maior valor agregado é fundamental para se obter um melhor desempenho das esquadrias”, avalia Eduardo Rosa. “Na fabricação das esquadrias de PVC, existe sempre a especificação correta do vidro levando em consideração a aplicação do sistema. Devem ser verificados quais são os tipos de vidro de segurança e seus diferenciais de desempenho, para atender as necessidades do usuário final, sempre respeitando as exigências da norma ABNT NBR 7199.”
Segundo Robson Campos de Sousa e Ismael Person, a Abraesp acredita que haverá crescimento na comercialização de esquadrias para os empreendimentos de alto padrão, visando a atender os requisitos de conforto térmico e à eficiência energética das edificações, ambos lastreados pelos trabalhos de normalização que ocorrem no âmbito do Comitê Brasileiro de Construção Civil (ABNT/CB-002), dos quais a associação participa ativamente. Eles acrescentam que os vidros laminados são um elemento de fechamento utilizado em larga escala nas fachadas-cortinas e creem que o aumento de seu consumo será estimulado após a publicação da futura Parte 8 da ABNT NBR 10821 — Esquadrias externas para edificações, que está em desenvolvimento.
Edson Fernandes, da Abie, considera também que, nos últimos dez anos, o mercado de esquadrias mudou bastante, e essas mudanças causaram a reorganização do setor que fortaleceu as empresas qualificadas – o que, segundo ele, pode ser aferido e é explicado pelo advento das NBRs mais recentes, que passaram a exigir mais segurança e melhor desempenho acústico e térmico das esquadrias como um todo e também dos vidros utilizados nelas. “Com isso, o mercado naturalmente tornou-se mais exigente, e as indústrias estão se reorganizando cada vez mais para cumprir com os requisitos de performance e qualidade, que agregam mais valor aos produtos. Na visão da Abie, a continuidade desse processo de padronização e reorganização ao redor da qualidade é irreversível e seguirá contribuindo para o crescimento da demanda por esquadrias de valor agregado e com vidros diferenciados.”
Embora o vidro tenha uma série de qualidades, a transparência é sempre a primeira que nos vem à mente quando pensamos no material. E essa característica se encaixa na atual tendência de busca por maior integração visual entre espaços, aproveitamento da iluminação natural e adoção de uma estética mais clean em ambientes corporativos.
Sua vidraçaria já está aproveitando essa oportunidade? A seguir, conheça mais sobre o potencial de divisórias de vidro em espaços de trabalho e confira dicas de como apresentá-las e vendê-las a clientes nesse segmento.
Protegendo a saúde da equipe
Em 2020, a pandemia da Covid-19 levou as empresas a encontrar soluções para alterar seus espaços de modo a garantir a segurança dos colaboradores. “A procura por novos layouts, bem como pelos remanejamentos de salas corporativas, aumentou nesse período, assim como nas obras residenciais por conta do home office”, relata Alex Marques, sócio-fundador da Taj Vidros e Esquadrias, de São Paulo.
Viviane Sestari, diretora-comercial da Marcetex, com sede em Carapicuíba, Região Metropolitana de São Paulo, ressalta que, com o aumento de trabalho remoto, muitas empresas diminuíram seus escritórios e decidiram transformar os ambientes em espaços mais colaborativos, trazendo o conforto de casa para dentro do escritório. “Isso resultou em muita procura por espaços mais silenciosos, confortáveis, que proporcionassem funcionalidade e maior luminosidade natural, algo que o vidro consegue atingir”, comenta.
Segundo Viviane, essa visão permanece ainda hoje. “As empresas que conseguem essa rotatividade no fluxo de pessoas escolheram fechar salas de reuniões e diretoria e inseriram muitas salas menores de vidro espalhadas pelo ambiente, as chamadas ‘phone booths’ ou ‘salas de call’, para uma ou duas pessoas trabalharem em reunião online ou fazer uma ligação”, explica.
Benefícios além da saúde
A proteção dos colaboradores contra a transmissão de vírus e bactérias é uma das vantagens trazidas aos ambientes de trabalho pelas divisórias de vidro – mas está longe de ser a única.
“Essas estruturas são, sem dúvidas, sinônimas de modernidade, amplitude, sofisticação, luminosidade e integração de espaços. O vidro faz parte da composição corporativa, seja em escritórios grandes ou pequenos”, comenta Alex Marques, da Taj.
A posição de Alex é compartilhada por Viviane, da Marcetex. Para ela, a instalação é uma solução interessante tanto em ambientes corporativos como em áreas hospitalares e escolares, pois a luminosidade e amplitude que proporcionam a esses locais os tornam mais agradáveis visualmente. “Com a possibilidade de um aproveitamento maior da luz natural, é possível a redução nos custos com energia; além disso, também favorece o controle da temperatura interna e otimiza o uso do ar-condicionado, gerando mais economia.”
Outro benefício que esses sistemas podem trazer, acrescenta Viviane, é o isolamento acústico – dependendo da especificação dos vidros e demais componentes da divisória –, fazendo com que as pessoas se sintam mais confortáveis sem a interferência de ruídos externos e resultando assim numa maior produtividade.
Foto: Divulgação Marcedex
Como convencer o cliente?
Uma vez definido que divisórias de vidro são produtos bastante vantajosos para ambientes corporativos, é necessário saber vendê-las a esse segmento – isto é, convencer as empresas de que a aplicação dessas soluções contribuirá para seus espaços.
Para Alex, da Taj Vidros e Esquadrias, oferecer um projeto bem elaborado com as opções de inclusão e/ou substituição de divisórias de vidro faz toda a diferença para fechar negócio. “Entender o capital aproximado de investimento também ajuda muito, pois faz parte do nosso trabalho mostrar as opções que se enquadram dentro do valor que o cliente espera gastar, já que, como em todo ramo da construção civil, o céu é o limite quando se trata de valores em materiais”, ressalta.
Viviane recomenda que o vidraceiro explique ao comprador os benefícios que nosso material oferece como divisórias em comparação a outros componentes como drywall e paredes de alvenaria, ou mesmo em relação a ambientes totalmente abertos. Ela lista algumas dessas vantagens trazidas pelo vidro:
Estética moderna e diferenciada;
Maior uso de luz natural;
Controle térmico e acústico;
Baixa manutenção (incluindo a limpeza das superfícies);
Amplitude visual e integração dos ambientes;
Economia de energia;
Valorização do ambiente;
Etc.
Que vidro usar?
De acordo com a norma ABNT NBR 7199 — Vidros na construção civil – Projeto, execução e aplicações, para divisórias instaladas abaixo de 1,1 m em relação ao piso, são permitidos somente os vidros:
Temperado
Laminado
Aramado
Insulado (composto com os vidros citados acima)
Acima de 1,1 m em relação ao piso, além dos tipos já citados, também pode ser utilizado o vidro comum (float ou o texturizado), desde que encaixilhado ou colado em todo o perímetro.
Fugindo do óbvio
Apesar de todas as vantagens já apresentadas, o cliente ainda pode considerar que uma divisória de vidro não atende suas necessidades. Por exemplo, a transparência do nosso material pode não ser tão apreciada se o objetivo de um executivo é que seu escritório tenha privacidade visual para as conversas a portas fechadas, ou se busca algo esteticamente mais chamativo.
É aí que entram as soluções de valor agregado. Mostrá-las ao comprador e explicar o que elas podem proporcionar aos ambientes podem ser a chave para conquistá-lo.
“A Marcetex tem uma gama de produtos que atendem a privacidade visual e acústica dos ambientes. Por sermos também distribuidores de vidros, somos audaciosos na elaboração de produtos que não são padrão de mercado, buscamos sempre a inovação como fabricantes e adoramos quando recebemos projetos inovadores que agregam valor ao ambiente”, afirma Viviane.
Fabricante de divisórias, a empresa conta em seu catálogo com modulações personalizadas e possibilidade de instalação dos vidros de forma angular, de forma curva (montando os perfis com painéis sextavados formando uma curvatura), além de disponibilizar sistemas com vidros laminados (com PVB ou EVA), multilaminados de três ou mais peças, refletivos, polarizados, espelhos e diferentes tipos de peça texturizados, como vidros canelados.
A Taj Vidros e Esquadrias também possui opções diferenciadas de divisórias. “São inúmeras as possibilidades de obter um resultado de privacidade com o vidro, seja em acústica, com o uso de vidros laminados com PVB acústico ou com insulados. Também na questão visual, com a aplicação de películas adesivas, comunicação visual ou pinturas sobre as superfícies dos vidros”, orienta Alex. No caso de vidros insulados, ainda é possível colocar persianas internas, as quais podem ser acionadas para trazer privacidade ao ambiente quando desejado.
A divisória Gemino, de origem italiana, é hoje um dos destaques da empresa. Segundo Alex, o sistema, feito com vidros laminados, conta com melhor desempenho acústico, além de permitir várias alterações de layout para aumentar ou diminuir salas, reutilizando todo o material e sem perder a qualidade.
Foto: Divulgação Taj Vidros e Esquadrias
Garantindo a integridade da instalação
Assim como em qualquer outro tipo de venda e instalação feito por uma vidraçaria, é necessário cuidado para garantir que os vidros e demais componentes da divisória chegarão em segurança até a obra e que sua instalação será realizada sem falhas.
No caso da Marcetex, Viviane Sestari explica que a própria empresa cuida de todo o transporte, manuseio e embalagem dos materiais, etiquetados com as numerações das peças e o código do cliente para que os montadores possam instalar o sistema de acordo com o projeto. “O que recomendamos é que a obra esteja devidamente limpa, para não acumular sujeira de pó entre os vidros ou resquícios de tinta, argamassa ou cimento nos perfis de alumínio, a fim de não danificar ou corroer os materiais.”
Alex Marques recomenda que os instaladores tenham capacidade técnica para manuseio das peças, usem os equipamentos de proteção individual (EPIs) necessários para a atividade, e sigam as orientações de segurança presentes nas normas da ABNT, como a ABNT NBR 7199. “Ter bons fornecedores das matérias-primas utilizadas na composição desses sistemas, como vidros e perfis, também faz toda a diferença”, acrescenta o sócio-diretor da Taj Vidros e Esquadrias.
Viviane concorda: “A proximidade com o fornecedor é um fator muito importante para a execução de uma obra. Ele tem propriedade para falar do produto que fabrica, como no caso das divisórias. As possibilidades com essa solução podem ser tantas que, às vezes, o próprio especificador ou arquiteto desconhecem. Isso garante a procedência de um material de qualidade e segurança.”
Um item doméstico feito de vidro com o qual todo mundo interagiu diariamente por décadas, mas mal se lembra de sua importância, é a lâmpada. O desenvolvimento desse produto se deu desde os primeiros anos do século 19 – e, ao contrário do que se pensa, o americano Thomas Edison não foi seu inventor: ele comprou a patente de um objeto semelhante em 1878. Porém, Edison é o responsável por criar um modelo economicamente viável, que iria se popularizar em todo o mundo. Sua lâmpada era pequena, prática e barata – e usava um bulbo de vidro a vácuo para ajudar na combustão, semelhante ao que encontramos até pouco tempo atrás.
O bulbo, um globo de vidro bem fino, ajuda a garantir mais iluminação graças ao seu formato, fazendo com que os raios de luz sejam dispersos com maior efetividade. Atualmente, lâmpadas incandescentes desse tipo entraram em desuso, sendo substituídas pelas fluorescentes, modelos mais econômicos que não desperdiçam energia elétrica, ainda feitas com vidro (revestido por uma camada de fósforo). Já as lâmpadas LED, muito populares atualmente, não contêm nosso material, mas sim diferentes matérias-primas, incluindo plástico e metais.
Portanto, quando for apertar um interruptor em casa ou no trabalho, lembre-se do papel do vidro!
Há quem ame e quem odeie o Carnaval, mas uma característica dessa festa é reconhecida de forma unânime: seu impacto nas vendas de vidro, já que os festejos de Momo diminuem o ritmo de trabalho e os dias úteis. Num período como o que estamos vivendo, em que a demanda por nosso produto não está das mais fortes, o potencial de fazer estrago é grande. Vamos ver o que o Termômetro Abravidro nos mostrará sobre a performance de vendas de fevereiro no mês que vem. Também vale torcer para que o ano ganhe novo ritmo no pós-Carnaval, quando o ano de fato começa.
E já que falei do Termômetro, nosso indicador mensal, o resultado divulgado na última edição trouxe novidades, como eu havia antecipado aqui. Agora além dos dados do mês em relação ao anterior, há também o comparativo com o mesmo mês do ano passado e um comparativo com a média de 2022. Ou seja, mais informações para avaliarmos o desempenho do mercado e das nossas empresas. Se sua empresa ainda não participa da pesquisa ou não acompanha os dados, recomendo fortemente que passe a fazer isso.
Outro tema que vem sendo acompanhado de perto pelo mercado é a entrada de vidros importados no Brasil. Os números referentes a janeiro já dão conta de um pequeno aumento no volume de vidro que chegou ao País em relação à média do ano passado, mas a preocupação que se instalou entre os processadores é de que volumes consideravelmente maiores vão desembarcar por aqui, com potencial para trazer grandes transtornos. Estamos de olho!
O ambiente é de preocupação, mas trago também uma ótima notícia. A partir deste mês, a Abravidro oferece aos seus associados uma melhoria importante em um dos seus benefícios mais valorizados: as normas técnicas. O acesso a elas agora se dará por meio de plataforma digital, com uma coleção de mais de cinquenta documentos técnicos entre normas vidreiras e outras relacionadas. Cada empresa associada poderá cadastrar três usuários diferentes, para que a informação circule por diferentes áreas e departamentos. As empresas associadas também poderão imprimir dois exemplares de cada norma por meio do mesmo sistema.
A conformidade técnica é uma das bandeiras da Abravidro, e facilitar e ampliar o acesso às normas é mais uma contribuição nesse sentido! Aproveite!
MONITORAMENTO MENSAL DO DESEMPENHO DA INDÚSTRIA DE PROCESSAMENTO DE VIDROS BRASILEIRA Desempenho – Dezembro 2022
A percepção sobre o desempenho da indústria nacional de processamento de vidros foi de queda grande em dezembro de 2022.
O indicador de desempenho da indústria de processamento de vidros registrou queda de 28,2% no volume de vendas faturadas de vidros processados no mês, na comparação com novembro, sem ajustes sazonais. No acumulado do ano, o estudo mostra queda de 48,5% em relação a dezembro de 2021, mês base para o indicador.
A GPM Consultoria Econômica revisou os resultados do Termômetro Abravidro de dezembro/2022 e retificou o número-índice (base: 2021 = 100) para este mês de 46,2 para 51,5. Dessa forma, as variações do volume de vendas acumulado no ano de 2022 foi revisada de -53,8% para -48,5%. Em relação aos demais resultados, não houve nenhuma outra alteração.
Metodologia
A coleta de dados foi realizada nos dez primeiros dias deste mês, por meio de formulário online. O estudo pode ser respondido por processadoras de todo o Brasil (88 delas participaram desta edição).
Mais um ano começa para o setor vidreiro – e, como já é tradição na edição de janeiro da revista O Vidroplano, buscamos entender o sentimento do mercado em relação aos meses que virão. Conversamos com diversos players do segmento (usinas, fabricantes de maquinários e insumos, importadores) para saber qual a expectativa deles em relação a 2023, e também economistas, para trazer uma visão macro em relação aos desafios a serem encarados. Confira isso tudo clicando aqui.
A Abravidro também inicia o ano a todo vapor: a pesquisa para o Panorama 2023 está no ar (veja detalhes clicando aqui), assim como o Código de Conduta Ética da entidade (clique aqui). E não podemos nos esquecer do trabalho feito pelo ABNT/CB-37 em 2022: clique aqui para ver um balanço das atividades do Comitê Brasileiro de Vidros Planos, com sede na associação.
Leia ainda nesta edição uma entrevista com uma das idealizadoras do Ano Internacional do Vidro, conheça uma bela obra envidraçada na China e saiba os benefícios dos vidros antivandalismo.
Em 2023, conte com O Vidroplano para encontrar informação e conteúdo técnico de qualidade. Boa leitura!
Nos dias 9 e 10 de março, a Abravidro abrirá as portas de sua sede, em São Paulo, para receber a primeira turma de 2023 para o módulo de Planejamento, Programação, Controle da Produção e Estoques (PPCPE). O PPCPE é um curso presencial ministrado por Cláudio Lúcio da Silva, profissional com ampla formação acadêmica e considerado um dos principais especialistas na área de transformação de vidros. O curso oferece conteúdo exclusivo para nosso setor, propondo a melhoria em diversos processos das empresas, incluindo a programação da produção, realização de pedidos e controle de estoques. Além disso, a cada edição do PPCPE, são inseridos temas para atender as demandas mais frequentes das empresas — isso faz do curso uma ferramenta atualizada em relação ao momento vivido pelo setor. Para efetuar a matrícula, os interessados precisam enviar um e-mail para abravidro@abravidro.org.br ou entrar em contato com a entidade pelo número (11) 3873-9908. As vagas são limitadas, portanto inscreva-se já!
Após anunciar em junho de 2022 a construção do forno com maior capacidade de produção do Brasil, a ser erguido em Goiana (PE), a Vivix acaba de comunicar o adiamento do início das obras de sua segunda planta, prevista para estar em plena operação em 2025. O motivo para isso foi a exigência de uma nova licença, que precisará ser atendida pela empresa nos próximos sessenta dias. Além disso, o período de chuvas na região, esperado para acontecer logo após o prazo estimado para a liberação da licença, impôs à diretoria a decisão de adiar o início das obras de terraplanagem: elas só poderão começar no segundo semestre de 2023 — a proposta original da companhia era ter iniciado as obras no último mês de dezembro.
2023 começou com um novo time no comando da diretoria da Associação Brasileira das Indústrias de Vidro (Abividro). Manuel Corrêa, diretor-executivo da Cebrace, assumiu a presidência da associação pelos próximos dois anos. Com ele, outros nomes irão compor o grupo gestor da Abividro: Hugo Ladeira (Owens Illinois), Isidoro Lopes (AGC), Javier Gimeno (Saint-Gobain) e Quintin Testa (Verallia). Lucien Belmonte segue como superintendente da entidade.
A edição da Casa Cor Espírito Santo esteve no calendário de mostras de decoração e arquitetura pelo País no fim de 2022. O evento, cujo cenário oferecia vista privilegiada para os cartões-postais da região (como a Terceira Ponte, o Convento da Penha e o mar), teve como inspiração o tema “Infinito Particular”. A Viminas marcou presença na edição e disponibilizou peças que, dentre outras vantagens, propunham explorar o uso da iluminação natural: a empresa capixaba forneceu vidros para 27 ambientes, proporcionando ao talentoso e seleto grupo de expositores soluções para composição de ambientes exuberantes.
Neste mês de janeiro, a Abravidro tornou pública a edição do seu Código de Conduta Ética (CCE). O novo documento foi aprovado em assembleia-geral extraordinária, realizada em 1º de setembro de 2022, passando a vigorar desde então.
Seu objetivo é registrar de forma clara para o mercado os padrões de conduta a serem adotados pelos membros da diretoria da entidade, quando atuando como representantes da Abravidro, bem como por seus funcionários e colaboradores.
Conforme avaliação de José Domingos Seixas, presidente da Abravidro, o CCE é um registro que constata o quão a entidade segue focada na transparência e em nortear cada uma de suas ações. “O nosso Código de Conduta formaliza para todo o mercado as boas práticas de conduta e a postura íntegra que adotamos em nossas ações institucionais, demonstrando o nível de maturidade da Abravidro, sempre em busca do exercício do associativismo em sua melhor forma”, explica Domingos.
Iara Bentes, superintendente da entidade, avalia o documento como uma contribuição fundamental da Abravidro para o setor. “Ele não apenas regula a atuação dos diretores e equipe, mas também pode servir de inspiração para entidades regionais e para as empresas que atuam em nosso mercado, melhorando o ambiente de negócios para todo o setor vidreiro.”
Conteúdo
O CCE pode ser consultado acessando o site da Abravidro (clique aqui para acessar o link). Ao abrir o documento, o leitor terá acesso a 23 artigos distribuídos em 8 capítulos. Entre os temas tratados estão transparência, integridade, meio ambiente e imagem e tratamento de informações.
De acordo com Halim José Abud Neto, advogado e assessor-jurídico da Abravidro, a publicidade do documento revela a postura e o comprometimento das iniciativas da entidade em relação ao segmento. “A instituição e implementação do Código de Conduta Ética sinaliza ao mercado que a Abravidro segue aprimorando seus instrumentos de controle e representatividade em prol das boas práticas para o setor vidreiro”, afirma.