Caleidoscópio – dezembro 2020

DADOS & FATOS

Indústria de transformação eleva o PIB nacional
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que o Produto Interno Bruto (PIB) nacional cresceu 7,7% no terceiro trimestre deste ano em relação aos três meses anteriores. Com o resultado, o País confirma a sua saída da “recessão técnica” — caracterizada por dois trimestres consecutivos de queda em relação ao comparativo anterior. A indústria de transformação foi o setor que mais se destacou no período, registrando crescimento de 23,7%. Com o resultado, o setor volta ao nível do primeiro trimestre, após recuo de 19,1% no segundo.

Faturamento recuperado, mas abaixo de 2019
O faturamento da indústria de transformação superou o patamar anterior à crise causada pela Covid-19 — mais cedo que a produção. O valor real alcançado em setembro está 6,1% superior ao registrado em fevereiro. No entanto, apesar do retorno aos patamares pré-pandemia, tanto na produção como no faturamento, a média do ano continua abaixo da de igual período do ano passado. No caso do faturamento, a média foi 1,7% inferior ao registrado em 2019.

Construção civil desconfiada
Após seis meses consecutivos de alta, o Índice de Confiança da Construção (ICST) medido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) registrou queda de 1,4 ponto em novembro, chegando a 93,8 pontos — em uma escala de 0 a 200 pontos. Em médias móveis trimestrais, o ICST evoluiu pelo quinto mês seguido, de 91,5 pontos para 93,5 pontos. Segundo a FGV, o resultado negativo de novembro foi influenciado pela piora das perspectivas dos empresários em relação aos próximos seis meses.

Industriais otimistas
Por outro lado, o Índice de Confiança da Indústria (ICI), também elaborado pela FGV, apresentou, em novembro, o maior valor desde outubro de 2010 (113,6 pontos). Foram registrados 113,1 pontos, com aumento de 1,9 ponto em relação a outubro.

 

FIQUE POR DENTRO

A digitalização no B2B
B2B é a sigla da expressão em inglês business-to-business que, em tradução livre, significa algo como “de empresa para empresa”. Na prática, tem-se isso quando duas empresas negociam produtos e serviços como cliente e fornecedora, algo comum na cadeia vidreira.

A consultoria global McKinsey publicou recente atualização da pesquisa Brazilian B2B decision maker response to COVID-19 crisis (Respostas dos tomadores de decisão do mercado B2B brasileiro para a crise da Covid-19). Dentre outros pontos, aborda como a digitalização cresceu nesse segmento de mercado após o estopim da crise. Acompanhe:

– Houve queda de 70% nas vendas presenciais;

– A comercialização por meios digitais (incluindo videoconferências) cresceu 74%;

– Aumentou em 63% a troca de mensagens online;

– O e-commerce (vendas online sem a interação de um vendedor, algo menos comum no B2B) também ganhou relevância, subindo 17%;

– Até 80% dos tomadores de decisão entrevistados apontam que preferem interações remotas e a possibilidade de navegarem sozinhos em plataformas de e-commerce, ao invés de contatos presenciais;

– 75% dos pesquisados acreditam que esse novo modelo é mais efetivo do que o que estavam acostumados antes da Covid-19.

 

RETROVISOR

Principal encontro vidreiro da América Latina
Em um ano em que as interações presenciais não foram possíveis por conta da pandemia da Covid-19, vale lembrar as edições de O Vidroplano de dezembro que registraram o Simpovidro, principal encontro vidreiro da América Latina e organizado a cada dois anos pela Abravidro. Que em breve momentos assim possam voltar a ser registrados em nossas páginas.

Este texto foi originalmente publicado na edição 576 (dezembro de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

O que mais consome o tempo na gestão?

Escrito por Arildo Ramos

Diariamente, encontramos empresários e novos empreendedores reclamando que estão trabalhando demais e não conseguem evoluir, ganhar dinheiro e ter momentos de prazer com família e amigos. Resumindo, não sabem para onde vai o resultado de tanto suor.

Se você já respondeu à pergunta “o que mais consome o tempo na gestão de sua empresa?”, e as rotinas abaixo não fazem parte da sua resposta, é melhor repensar o seu modelo de gestão antes que o esgotamento físico e mental o faça desistir.

– Planejamento;

– Busca permanente por conhecimentos;

– Cuidado com a sua marca;

– Treinamento da equipe;

– Avaliação e feedback para o desempenho da equipe;

– Busca de novos produtos e parceiros;

– Fidelização de clientes;

– Apurar resultados por indicadores.

Em alguns momentos, pode até ser bonito falar e demonstrar a todos o quanto a pessoa se sacrifica pela sua empresa, se entregando a justificativas para convencer apenas a si próprio, na tentativa de explicar tanta correria e pouco resultado.

Na verdade, trabalhar demais não é sinônimo de eficiência, mas de falta de planejamento e de objetivos. Muitos ainda perdem tempo com tarefas burocráticas ou processos ineficientes — e imaginam que mantendo essa postura conseguirão sucesso.

É preciso ter foco e delegar tudo aquilo que não gera crescimento, mas apenas controle, assumindo a verdadeira postura de líder. É para isso que você tem funcionários, contabilidade, sistemas de gestão etc. Mas lembre-se que delegar não significa “delargar”. Quando passar uma tarefa a alguém, acompanhe para se certificar de que o trabalho será entregue no prazo e com a qualidade desejada.

Arildo Ramos é empresário, palestrante, escritor e fundador da ARF Consultoria (arildoramos.com), empresa que atua há 20 anos no ramo de gestão e recursos humanos

Este texto foi originalmente publicado na edição 576 (dezembro de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Série Conexão Glass promove segundo webinar

No 2º webinar da série Conexão Glass, realizado pela NürnbergMesse Brasil (NMB) no dia 26 de novembro, o tema abordado foi Tecnologia: desafios e perspectivas para o futuro do setor de máquinas. A iniciativa da NMB tem o objetivo de discutir diversos tópicos que serão explorados na próxima edição da Glass South America, principal feira vidreira da América Latina. Os encontros online são realizados mensalmente até a data da mostra, de 1 a 4 de setembro de 2021.

 

Recuperação acima do esperado
Os convidados da edição de novembro foram Gabriel Alves de Andrade, diretor da Agmaq, e Yveraldo Gusmão, diretor da GR Gusmão. Alexandre Brown, head de Portfólio da NürnbergMesse Brasil, e Paula Bosqueiro, coordenadora de Marketing da empresa, mediaram a conversa.

Ao analisar o impacto da pandemia sobre os fabricantes de maquinários, os convidados apontaram a retomada inesperada desse segmento. Para Andrade, nem o analista mais otimista esperaria o cenário observado no Brasil. Como exemplo, citou que, embora a Agmaq tenha sofrido redução de quase 20% na quantidade de funcionários no começo da quarentena, a empresa conseguiu recompor e até aumentar esse quadro nos meses posteriores.

A opinião foi compartilhada por Gusmão. Hoje, disse o executivo, o mercado está com uma retomada tão quente que a pandemia parece ter sido deixada para trás. Apesar disso, ressaltou que todos os cuidados com a saúde e segurança de seus colaboradores não foram e não podem ser deixados de lado.

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Com relação aos desafios vividos por nosso setor, segundo Andrade, faltam produtos para serem comprados – no caso, o próprio vidro plano. Dessa forma, ele considera importante a atuação da Abravidro junto às usinas de base para assegurar a normalização do abastecimento. Por sua vez, Gusmão comentou que faltam também algumas matérias-primas para a fabricação de maquinários e equipamentos – aliás, a indústria como um todo sofre com essa escassez. Além disso, alguns clientes ainda estão aguardando o mercado regularizar-se antes de voltar a investir nele.

Avanço tecnológico
Um item apontado por Andrade a respeito da alta instabilidade do dólar: apesar de trazer efeito negativo para o Brasil, permitiu que a indústria nacional se tornasse mais competitiva aos olhos dos compradores. Outro elemento que beneficiou esse segmento foi a maior facilidade no acesso a linhas de crédito e financiamento apresentada durante a pandemia.

Os convidados do webinar também destacaram a área de tecnologia das empresas brasileiras. “Há uns vinte anos, estávamos bastante defasados, mas hoje já temos conhecimento de ponta para competir de igual para igual com o resto do mundo”, afirmou o diretor da Agmaq, enfatizando que sua empresa atualmente exporta equipamento para 11 países. Gusmão comentou que, após observar uma brecha desatendida no mercado interno, sua empresa aproveitou o período para investir no desenvolvimento de equipamentos de automação que possam suprir essa demanda.

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Expectativas para a Glass 2021
Os dois profissionais mostraram-se bastante ansiosos e otimistas a respeito da edição de 2021 da Glass South America. A Agmaq, participante da Glass há 20 anos, avalia que a feira tem um papel fundamental para os fabricantes de máquinas no Brasil. Para Gusmão, a retomada das exposições vidreiras é muito importante e a Glass ajuda a demonstrar a constante evolução do mercado. “Hoje, a feira já é um espaço de qualidade mundial, muito próxima da Glasstec”, afirmou.

Ambas as empresas já preparam novidades para seus estandes. A GR Gusmão, representante de fabricantes internacionais como Schiatti Angelo e Triulzi, pretende mostrar também seu trabalho como produtora de equipamentos de automação. Por sua vez, a Agmaq anunciou uma série de lançamentos, incluindo linhas de furação inteligentes e outros produtos incorporados à Indústria 4.0.

Este texto foi originalmente publicado na edição 576 (dezembro de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Entidades regionais promovem atividades em feiras online

Comunicação compreensiva e compreensível
A Amvid e o Sinvidro-MG realizaram duas palestras dentro da programação do MinasCon 2020 (Encontro Unificado da Cadeia Produtiva da Indústria da Construção). Este ano, o evento, 100% online, pôde ser visto por pessoas não só de Minas Gerais, mas de qualquer parte do Brasil, por meio do site do evento.

Na primeira apresentação, no dia 17 de novembro, Philippe Faucon (foto), proprietário da Praktiform Desenvolvimento de Projetos e Produtos, falou sobre o tema O vidro como recurso no combate à propagação de vírus e bactérias. No dia seguinte, o Fernando Westphal, professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e abordou o assunto Vidros eficientes no contexto da etiquetagem compulsória de edificações – Procel Edifica.

A participação das duas entidades mineiras no MinasCon 2020 teve patrocínio das usinas AGC, Cebrace, Guardian, Saint-Gobain Glass e Vivix, além do apoio da Abravidro, Associação Brasileira das Indústrias de Vidro (Abividro), processadora Divinal Vidros, Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) e Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

 

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Conhecendo a importância das normas
Vera Andrade, coordenadora técnica da Abravidro, ministrou a palestra Normas técnicas do vidro no dia 18 de novembro em evento organizado pelo Sindividros-RS, como parte do programa Qualividros – Qualificar para transformar. A transmissão online ficou por conta da plataforma Construsul Online, desenvolvida pela Sul Eventos Feiras Profissionais, promotora da Feira Internacional da Construção (Construsul).

A apresentação de Vera teve foco na aplicação de vidros na construção civil. Entre os pontos abordados, destacaram-se as normas técnicas (como são elaboradas e por que cumpri-las); e os vidros de segurança (temperado, laminado e aramado). A coordenadora técnica da Abravidro também indicou que vidro usar em cada aplicação, de acordo com essas normas.

 

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Como aumentar suas vendas
O Sincomavi realizou, também no dia 18 de novembro, o debate Dicas para aumentar suas vendas no cenário atual. A agenda integrou a programação oficial da Feiconnect Club, plataforma digital lançada pelos organizadores da feira Feicon Batimat, com integração com o Zoom e YouTube.

Jaime Vasconcellos, assessor-econômico do Sincomavi, abordou os problemas de desabastecimento e aumento de preços que estão ocorrendo nos diversos setores industriais no Brasil. Patrícia Cotti, diretora do Instituto Brasileiro de Executivos do Varejo (Ibevar), comentou sobre como o setor da construção civil foi beneficiado pelas mudanças de hábitos durante a quarentena, como o “consumo formiguinha” (aquele feito por pessoas físicas que adquirem os produtos para reformas em suas residências). Já Náiade Barbosa, gerente de Digital da Obramax Atacado da Construção, falou sobre a adoção pela empresa da estrutura omnichannel (isto é, o acesso à companhia por diversos canais de compra interligados: sites, lojas físicas e aplicativos, entre outros) e algumas soluções com baixo investimento nessa área.

Este texto foi originalmente publicado na edição 576 (dezembro de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Norma para temperados entra em processo de revisão

O Comitê Brasileiro de Vidros Planos (ABNT/CB-37), órgão com sede na Abravidro, organizou, em novembro, a primeira reunião online do processo de revisão da NBR 14698 — Vidro temperado, norma que apresenta os requisitos desse produto. O objetivo é atualizar o conteúdo do texto originalmente publicado em 2001.

 

Necessidade do mercado
“Ao longo do tempo, muitas coisas evoluíram. As normas nas quais a versão original da NBR 14698 foi baseada já passaram por revisão algumas vezes”, comenta Luiz Barbosa, coordenador da comissão de estudos do ABNT/CB-37. “Outro ponto importante é que recentemente foi publicada a NBR 16918— Vidro termoendurecido. Assim, por ser ele um texto sobre vidro tratado termicamente, não poderíamos esperar mais para iniciar essa atualização.”

As tolerâncias de fabricação e de qualidade mínimas aceitáveis para temperados estão entre os principais pontos a serem debatidos. “A indústria processadora de vidro vem investindo ano a ano em tecnologia, o que permite reavaliar todos esses pontos, uma vez que há melhores condições para oferecer produtos de maior qualidade ao mesmo tempo que se garante a segurança ao consumidor”, aponta Barbosa.

 

De olho lá fora
Normas internacionais também serão levadas em conta durante a revisão. Inicialmente, a última versão da ISO 12540 está sendo utilizada como referência. Todavia, ao longo dos trabalhos, outras poderão ser aproveitadas, pois, de acordo com Barbosa, a comissão é formada por muitos profissionais experientes do segmento e todas as ideias são aceitas e ponderadas durante as reuniões.

Por falar nos encontros, vale salientar que eles seguirão sendo feitos pela Internet, pois ainda é cedo para se prever uma data para a retomada das reuniões presenciais. O maior compromisso da comissão é entregar uma norma moderna, didática e prática. Por isso mesmo, Barbosa deixa esta mensagem ao mercado, reforçando o convite para a participação: “As reuniões acontecem uma vez por mês durante meio período do dia. É muito importante que todos que fabricam e comercializam vidro temperado participem nesse capítulo tão relevante na história de nosso produto”.

 

Outros tópicos que serão abordados
– Ampliação dos requisitos de empenamento e inclusão de um tema não mencionado atualmente, o empenamento de borda;

– Reavaliação de requisitos dimensionais e da sua metodologia de avaliação;

– Melhor descrição das características do produto, incluindo aprofundamento em assuntos como anisotropia, qualidade óptica e tolerância de esquadro.

Este texto foi originalmente publicado na edição 576 (dezembro de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Parceria para premiar

O Grupo Saint-Gobain anunciou uma parceria com a Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura (Asbea) para a realização de seu tradicional prêmio para esse setor. A competição passa a se chamar Prêmio Saint-Gobain Asbea de Arquitetura e sua 8ª edição já está com inscrições abertas. O evento, mais uma vez apoiado pela Abravidro, premia os melhores projetos e edificações com foco em inovação e sustentabilidade. Os interessados em participar devem inscrever suas obras até o dia 15 de janeiro. A divulgação do resultado final e a entrega do prêmio aos vencedores acontecerão em 31 de maio.

Este texto foi originalmente publicado na edição 576 (dezembro de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Glass South America 2021 tem nova data

A maior feira vidreira da América Latina tem nova data: 1º a 4 de setembro de 2021, no São Paulo Expo, capital paulista. A mudança veio após a organizadora do evento, a Nürn- bergMesse Brasil, conversar com as empresas expositoras e parceiros da mostra, incluindo a Abravidro, sobre a piora da situação da pandemia no Brasil e as promissoras notícias referentes à vacinação contra a Covid-19.

Esse é o terceiro adiamento: a Glass seria realizada originalmente em junho deste ano; depois, passou para novembro e, na sequência, para março do ano que vem. “A Abravidro avalia a escolha como a medida mais sensata para o momento”, afirma José Domingos Seixas, presidente da Abravidro. “A feira é uma importante plataforma do setor e não podemos colocá-la em risco, diante de tantas incertezas.”

Para entender a situação, O Vidroplano conversou com João Paulo Picolo, CEO da NürnbergMesse Brasil. Veja como se deu o processo de decisão e a negociação de manter a feira no São Paulo Expo.

Como foi tomada a decisão de outro remanejamento na data da feira?
João Paulo Picolo — Não foi algo fácil, mas acredito que tenha sido uma decisão madura, pautada com muita responsabilidade e junto com o mercado. Nós tivemos algumas reuniões nos dias anteriores ao anúncio e mostramos de forma bem objetiva e clara para nossos parceiros o momento em que vivemos, as dificuldades e os riscos envolvidos de se manter uma feira em março. Existe uma expectativa muito grande para que nós façamos um evento belíssimo, como sempre fizemos, e prezamos muito pela qualidade e segurança de todos os envolvidos – tanto dos nossos expositores, nossos clientes diretos, como do mercado de uma forma geral, incluindo parceiros e visitantes. Essa é uma movimentação difícil de ser feita, porque envolve uma série de aspectos e situações paralelas. Porém, conseguimos uma vitória importante que é essa opção em setembro. Acho que o adiamento veio para beneficiar o mercado de forma geral.

Como os expositores receberam a notícia?
JP — Foi unânime, todos concordaram com essa movimentação para setembro. Eu confesso que não me surpreendeu, porque temos uma relação muito forte com a indústria, são anos e anos organizando a Glass South America. E faz parte do DNA da NürnbergMesse Brasil: toda e qualquer decisão é tomada em conjunto. Afinal, nós somos parceiros de negócios, não é uma relação mais simples entre fornecedores. E todos sabem que o momento é sensível. Dar mais tempo para que as coisas se acalmem mostra a sabedoria dos envolvidos.

A feira mantém sua realização no São Paulo Expo, local que hoje pode ser considerado um dos principais centros de exposições do País. Como foi a negociação para a Glass continuar lá?
JP — Não foi fácil, eu confesso. Por ser um dos principais espaços para exposições no Brasil, quem sabe até de toda a América Latina, há uma briga constante por datas, disponibilidades. E a situação atual só piorou isso porque teve muita empresa querendo mudar seus eventos de um semestre para o outro, de um ano para o outro, mas a gente conseguiu com muita força e habilidade. Hoje, a NürnbergMesse Brasil é um dos principais clientes da GL Events, grupo francês que administra o São Paulo Expo. Então, pela relação que temos, conseguimos juntos encontrar essa solução.

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Você acredita que em setembro já viveremos uma situação de pós-pandemia? Ou ainda serão necessários cuidados em relação à saúde e segurança dos participantes?
JP — Os indicadores são positivos. A vacinação no Reino Unido começa agora em dezembro, as autoridades já estão dizendo que no início do ano isso começa aqui no Brasil também. Por isso, sentimos que setembro é um período positivo para um evento do porte da Glass ser realizado com segurança. Somos uma empresa séria, parte de uma multinacional alemã com muita história no País — aqui já há mais de 10 anos — e pautamos nossas decisões com responsabilidade. Acredito que será tranquilo fazer o evento, pois setembro está distante e tem bastante coisa acontecendo. Para evitar qualquer tipo de desconforto, fomos atrás de cuidados ainda maiores para a realização da feira, no caso o Hospital Israelita Albert Einstein, que nos ajudou a criar protocolos de saúde que serão aplicados em nossos eventos.

A feira é bienal e essa tradição foi quebrada agora, por conta da pandemia. Até 2018, era realizada em anos pares. A partir de agora, seguirá um novo padrão, sendo montada em anos ímpares?
JP — Sim. Na verdade, antes mesmo da pandemia, já existia um estudo feito junto ao mercado para mudar o ciclo do evento para anos ímpares. Isso se deve basicamente ao calendário mundial: encontros importantes como a Glasstec, na Alemanha, acontecem tradicionalmente em anos pares. A atual situação ajudou indiretamente a mudança. Pontualmente, em 2021, a gente faz a Glass em setembro, mas em 2023 ela volta para março, que é um período do ano importante para o setor de construção.

Como a NürnbergMesse Brasil acredita que estará o mercado em setembro?
JP — Novamente, os dados são positivos. Além da economia, a gente acredita que haverá uma recuperação interessante gerada pelas reformas administrativa e tributária, ambas sendo discutidas pelo governo. Mas, mais do que isso, as pessoas ficaram bastante tempo em suas casas, restritas em relação aos contatos físicos com clientes, parceiros, fornecedores. Todo mundo não aguenta mais ficar dentro de seus ambientes. Momentos nos quais você poderá se encontrar fisicamente com as pessoas vão ganhar ainda mais força. Esse será o pano de fundo da próxima Glass. Estou confiante em relação a fazermos uma edição muito forte, por tudo que viemos enfrentando, e acho que pode até bater recordes de visitação e de geração de negócios.

Recentemente, vocês iniciaram a série de lives Conexão Glass. A iniciativa ia até março, data anterior da feira. Agora o cronograma de conteúdo vai seguir até setembro?
JP — Sim, está nos planos. É uma plataforma importante para manter o setor atualizado. Gostamos da iniciativa, todos estão elogiando muito. E isso será mantido.

Gostaria de deixar algum recado final para o setor?
JP — Estamos juntos, cada vez mais fortes. A gente se verá de 1º a 4 de setembro em um evento recheado de inovações e soluções para atender todos do mercado. Estamos trabalhando arduamente para preparar para todos um evento belíssimo, um sucesso como sempre foi.

Este texto foi originalmente publicado na edição 576 (dezembro de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Obra icônica ganha janelas de vidros com baixo teor de ferro

Em 1937, quando a construção da Fallingwater (Casa da Cascata) terminou, Frank Lloyd Wright não só entregava uma icônica obra da arquitetura moderna: também iniciava um movimento que tomou o mundo, o da arquitetura orgânica. Esse conceito visa a integrar as construções à natureza, fazendo delas um organismo vivo, muitas vezes até imitando formas encontradas no meio ambiente – O Vidroplano já publicou uma reportagem de capa sobre o tema, na edição de setembro de 2014 (acesse-a no link bit.ly/VPset14). E nada poderia representar mais essa ideia que uma casa em cima de uma cachoeira, no meio das florestas de Mill Run, na Pensilvânia, Estados Unidos. Este ano, a residência passou por retrofit em suas janelas, ganhando novos laminados com baixo teor de ferro, mais conhecidos como extra clear.

 

Restauração contínua
O envidraçamento foi planejado por Wright como elemento fundamental para se morar numa casa assim: ele queria apagar as barreiras entre os interiores e a natureza, oferecendo uma experiência visual e também acústica, já que o suave barulho das águas em movimento entra no espaço quando as portas estão abertas. À época, instalou-se um dos primeiros extra clear existentes para grandes projetos, desenvolvido pela Vitro Architectural Glass (então chamada PPG Glass).

No entanto, pela proximidade das janelas à cachoeira e pelos produtos de menos tecnologia de antigamente, essas estruturas ficaram suscetíveis à corrosão e a outros problemas causados pela alta umidade do local. Em 1988, por exemplo, os vidros laminados receberam PVBs especiais, mas cerca de 20 anos depois começaram a delaminar, ganhando certa opacidade, o que ia de encontro à vontade de Wright em relação à interação com o exterior. “A partir daí, os sistemas passaram a ser substituídos em uma rotina regular, geralmente em conjunto com os perfis de aço, para evitar qualquer problema que possa surgir”, explica Scott Perkins, diretor de Preservação da obra.

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Especificação
Vidros: laminados de extra clear da linha Starphire Ultra-Clear
Fabricante: Vitro Architectural Glass
Processadora: Dlubak Speciality Glass

Contra os raios UV
A mais recente restauração começou em setembro do ano passado, terminando agora em 2020. Ao todo, 69 janelas e portas foram reparadas; 16 janelas tiveram as chapas de nosso material totalmente trocadas – elas variam de 0,2 x 0,2 a 0,7 x 1,9 m. O vidro escolhido, mais uma vez, veio da Vitro Architectural Glass: a fabricante doou uma carga de Starphire Ultra-Clear, material que garante transmitância de luz de até 91%. Ou seja, a transparência é quase total.

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A maior parte dos móveis da Fallingwater é original da época de sua inauguração. E pelo fato de as janelas não terem cortinas ou brises para gerar sombras, esses objetos podem se desgastar pelo contato direto com a luz do Sol. Mas isso também foi pensado: os novos laminados contam com interlayers SentryGlas, da Kuraray, os quais filtram a radiação ultravioleta, impedindo assim que madeiras e demais materiais aplicados internamente sofram desgaste.

Outros retrofits já estão marcados para os próximos anos – e a lendária casa pode contar com os vidros para se manter como imaginada por seu criador.

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Este texto foi originalmente publicado na edição 576 (dezembro de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Venha, 2021!

Em um ano totalmente diferente, como este que termina, teve uma coisa que não mudou: o trabalho incessante da Abravidro em levar conteúdo relevante ao setor vidreiro. Apesar de todas as dificuldades ao longo da pandemia, geramos informação confiável e de qualidade para os profissionais do mercado – algo importante num período de desinformação como o que vivemos.

Em 2020, a entidade lançou o VidroCast, um podcast que comenta as notícias do segmento, e fez lives com diversos players do setor, para entender a situação inédita pela qual ainda estamos passando. E ainda teve a forte atuação nas redes sociais, o site trazendo os principais fatos quase em tempo real e a revista O Vidroplano, cuja edição que você está lendo traz a retrospectiva deste ano. A publicação é a única do mercado que segue sendo publicada e impressa mensalmente, o que evidencia seu valor e seu protagonismo.

Outros destaques são a reportagem sobre como deve ser o trabalho dos vidraceiros com guarda-corpos estruturais (clique aqui); a entrevista exclusiva com João Paulo Picolo, CEO da NürnbergMesse Brasil, a respeito do mais recente adiamento da feira Glass South America (clique aqui); a explicação de como o vidro renovou um clássico da arquitetura mundial (clique aqui); e muito mais.

Boas-festas e até 2021!

Iara Bentes
Editora de O Vidroplano

Este texto foi originalmente publicado na edição 576 (dezembro de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Mudanças em feiras

Os organizadores da Feicon Batimat anunciaram o adiamento da feira para os dias 14 a 17 de setembro de 2021, no São Paulo Expo. A decisão atende às expectativas e recomendações de empresas e entidades representativas do setor da construção. Já os responsáveis pela Expo Revestir comunicaram que a edição de 2021 do evento, programado para março, será 100% digital: o motivo foi a constatação de que não será possível realizar um evento presencial deste porte nos próximos meses.

Este texto foi originalmente publicado na edição 576 (dezembro de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Na faculdade

No dia 2 de dezembro a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie organizou uma solenidade online de encerramento do VII Curso de Extensão “Arquitetura e Construção: Materiais, Produtos e Aplicações”, treinamento realizado anualmente em parceria com a Abravidro e outras entidades da construção civil. Vera Andrade, coordenadora técnica da Abravidro, participou da cerimônia.

Este texto foi originalmente publicado na edição 576 (dezembro de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Luto no setor

Fernando Coelho Martins, fundador da vidraçaria paulistana Casa de Vidros São Jorge, faleceu em novembro. Nascido em Portugal e pai de Fábio e Fernanda Lutke Martins, diretores da processadora Space Glass, Fernando atuou por mais de 40 anos no setor vidreiro brasileiro e estava aposentado do trabalho em nosso segmento.

Este texto foi originalmente publicado na edição 576 (dezembro de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Expansão em meio à pandemia

O Grupo NSG inaugurou, em novembro, uma nova planta para fabricação de float na cidade de Luckey, Ohio. Essa é a primeira unidade da multinacional instalada nos Estados Unidos desde 1980. Segundo o portal GlassOnline.com, o forno, de 600 t de capacidade de produção diária, fabricará vidros usando a tecnologia de revestimento online para atender o segmento de controle solar na América do Norte. Devido à pandemia do coronavírus, a cerimônia de acendimento do forno foi realizada virtualmente e transmitida em tempo real pelas plataformas do grupo nas redes sociais.

Este texto foi originalmente publicado na edição 576 (dezembro de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Saiba o que são guarda-corpos estruturais e como trabalhar com eles

O uso de vidros em guarda-corpos já é bastante comum no Brasil. O mercado conta com diversas opções para a aplicação desses sistemas, de torres a perfis, de bottons a spiders. Com a tendência de valorização da transparência nas obras, os chamados guarda-corpos estruturais mostram-se bastante atrativos – mas a atenção com a segurança oferecida por eles precisa ser ainda maior em todas as etapas, desde o projeto e especificação dos componentes até seu ensaio e instalação.

Conheça um pouco mais sobre esses sistemas e a forma como o trabalho deve ser realizado.

 

Características dos guarda-corpos estruturais
Guilherme Valeriano, responsável pelo Departamento Técnico Comercial da Q-Railing no Brasil, explica: “O objetivo é priorizar o uso do vidro apropriado como principal elemento estrutural, descartando assim o uso de montantes estruturais verticais e horizontais”.

Segundo o engenheiro civil Crescêncio Petrucci Júnior, diretor técnico da Crescêncio Petrucci Consultoria, frequentemente é possível notar nos modelos de guarda-corpos estruturais a ausência de elementos como montantes e corrimão – e, quando presentes, são muito menores e minimalistas, contribuindo muito pouco ou quase nada com a responsabilidade estrutural do conjunto.

“Em geral, os guarda-corpos considerados tradicionais possuem esses elementos estruturais (montantes e o corrimão) de aço e/ou alumínio, sendo o fechamento do vidro ou outro material fixado e suportado por esses elementos”, observa Crescêncio. “Já nos guarda-corpos considerados estruturais, os elementos de fechamento, seja vidro ou outro material, passam a desempenhar também a função de suportar as cargas de vento e os esforços previstos na norma de guarda-corpos, a NBR 14718.” Nesse caso, o fechamento assume maior responsabilidade na segurança e desempenho do produto.

 

Onde podem ser usados
Douglas Alves, representante de Serviços Técnicos do setor de Interlayers-Arquitetura da Eastman, relata que o uso desse tipo de guarda-corpos tem crescido cada vez mais no Brasil e no mundo, “seja em edifícios corporativos, shopping centers e espaços de eventos, como estádios, ou até mesmo em aplicações residenciais, já que o vidro garante o aspecto estético do projeto, sem comprometer a segurança”. De acordo com Alves, não há qualquer restrição à aplicação de guarda-corpos de vidro estrutural, desde que as normas NBR 14718 — Guarda-corpos para edificação e NBR 7199 — Vidros na construção civil – Projeto, execução e aplicações sejam sempre seguidas.

“Cada vez mais o arquiteto busca transparência total”, avalia Nelson Libonatti, diretor-geral da Glass Vetro. Valeriano, da Q-Railing, concorda: “Esses produtos estão mais presentes em projetos arquitetônicos que priorizam leveza. Na arquitetura minimalista, esse modelo estrutural é o que atende 100% dessa expectativa”. Segundo Valeriano, não há limitações técnicas ou arquitetônicas para esse tipo de aplicação, mas é importante, primeiro, avaliar se a superfície de instalação é suficiente.

Outro ponto a ser levado em conta é a viabilidade do produto. “Devido à engenharia envolvida nos projetos e aos materiais empregados na sua composição, esse tipo de guarda-corpos apresentava custo elevado”, conta Petrucci Júnior. “Com o passar do tempo, a utilização foi aumentando e os custos reduzindo, sendo que hoje em dia podemos encontrar muitos empreendimentos residenciais com essa instalação – claro que, por enquanto, essas construções são de alto padrão; mas, aos poucos, empreendimentos de médio padrão têm se aventurado no uso desses sistemas”, completa.

O engenheiro e arquiteto Alexandre Baccari, responsável pelas áreas de Arquitetura e Engenharia da Glass Vetro, recomenda o uso de tubo-corrimão superior ou lateral com proteção da borda: segundo ele, isso ajuda na estruturação do sistema e garante que, caso ocorra a quebra de algum dos vidros, o painel seja suportado pelos demais.

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Atenção ao projeto!
Otávio Akinaga, coordenador de Vendas Técnicas da Kuraray, ressalta que é importante projetar o vidro laminado com base na localização da obra. “Devem ser consideradas cargas como as do vento, sísmica e de detritos transportados pelo vento”, afirma.

Crescêncio, por sua vez, aponta que, para projetos de guarda-corpos estruturais, o dimensionamento das peças de fixação e o vidro são os pontos mais delicados, pois sempre exigem cálculos complexos e, muitas vezes, análises por meio de simulação computacional com métodos de elementos finitos. “É preciso tomar muito cuidado com a simplificação dos cálculos. Aquela história de que ‘eu já fiz um trabalho parecido e esse pode ser igual’ não se aplica a esse tipo de obra”, explica.

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Dessa forma, deve-se sempre identificar e adotar o método de engenharia adequado para cada caso. Por isso, além dos cálculos, a apresentação de detalhes em 3D do projeto pode ser de grande ajuda para que não haja dúvidas na hora da fabricação e montagem do sistema – afinal, muitas dessas soluções são customizadas e exclusivas para determinados empreendimentos.

 

Que vidro usar?
A NBR 7199 determina que apenas laminados ou aramados podem ser usados em guarda-corpos. Embora a norma não fale de versões estruturais desses sistemas, os especialistas indicam produtos especiais. “O vidro deve ser sempre laminado de temperados. Um laminado comum facilmente iria apresentar trincas nos testes de esforços estáticos horizontais previstos na NBR 14718”, comenta Valeriano, da Q-Railing. Ele acrescenta ainda que um guarda-corpos estrutural é feito de um vidro autoportante que sempre estará suscetível a impacto humano ou animal e a pressões de vento, entre outros fatores. Assim, a escolha de um interlayer estrutural também é essencial.

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A opção mais resistente no mercado é o SentryGlas, da Kuraray, um ionoplástico desenvolvido especificamente para aplicações externas na construção civil, sendo cinco vezes mais forte e cem vezes mais resistente a rasgos do que outros interlayers estruturais. “O SentryGlas também tem estabilidade de borda superior em comparação com outros interlayers, sendo resistente quando exposto às intempéries. Já temos peças com esse produto com quase 25 anos de exposição natural em Miami, nos EUA”, conta Akinaga.

Por sua vez, a Eastman desenvolveu o PVB estrutural DG41XC. Segundo Douglas Alves, trata-se de um produto de alta rigidez e resiliência e também de maior adesão ao vidro e resistência ao impacto, bem como estabilidade de borda superior e neutralidade de cor para uso na laminação de peças extra clear. “Seu processamento é similar ao do PVB convencional, além de ser compatível com todos os nossos outros tipos de produto, como a linha de interlayers coloridos Vanceva”, acrescenta.

Mas, além da laminação do vidro com um interlayer estrutural, Akinaga aconselha: “Quando as bordas do laminado estão expostas e visíveis, é importante que elas tenham um processamento que garanta bom alinhamento e suavidade”.

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Como fixar o guarda-corpo estrutural?
“Os instaladores devem avaliar, em primeiro lugar, a segurança, pois trabalhamos com vidas e temos a obrigação de zelar por elas”, adverte Libonatti, da Glass Vetro. Para isso, ele explica que o vidraceiro deve estar atento aos seguintes itens:

– Qual o substrato em que será fixado o guarda-corpos (e ele é seguro e resistente para esse tipo de instalação)?

– Qual a carga que o guarda-corpos terá de suportar?

– O guarda-corpos será instalado em espaço com alto tráfego de pessoas?

– O ambiente em que o sistema será instalado estará em área externa ou interna? Se externa, será próximo a local sujeito à maresia?

Crescêncio reforça que, no trabalho com guarda-corpos estruturais, é sempre importante entender com clareza o projeto, pois esse tipo de sistema costuma envolver soluções customizadas muito diferentes das utilizadas em guarda-corpos convencional. Ele também alerta para a integridade das peças a serem instaladas: “Como o vidro tem papel de maior relevância na rigidez do conjunto no caso de aplicações estruturais, é sempre importante ter muito cuidado ao manusear essas peças, considerando que pequenos danos na sua borda podem reduzir significativamente sua capacidade de resistência e comprometer a segurança esperada para o sistema”. Portanto, o cuidado na montagem deve ser redobrado.

Outro ponto importante na fabricação e instalação desse tipo de aplicação é a tolerância, ou seja, o desvio que pode ocorrer nas medidas das peças e posição das furações quando presentes em determinados modelos de guarda-corpos. “Falhas devido a erros de medidas das peças de vidro e/ou furações podem comprometer significativamente a montagem dos vidros e, sobretudo, o desempenho e a segurança do sistema”, orienta o diretor técnico da Crescêncio.

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Douglas Alves, da Eastman, aponta que, na instalação, as bordas do laminado não devem permanecer em contato permanente com água acumulada. O sistema de fixação, por sua vez, não deve exercer pressão demasiada sobre o vidro. Além disso, caso outros produtos, como silicones, sejam colocados em contato direto com o interlayer, a compatibilidade entre esses materiais precisa ser avaliada antes da aplicação. Akinaga, da Kuraray, ressalta que já existem diversos sistemas de envidraçamento a seco disponíveis no mercado que possibilitam eliminar a necessidade de selantes químicos.

Por fim, Valeriano, da Q-Railing Brasil, recomenda: “Procure sempre fabricantes que apresentem a solução completa para sua instalação, começando já na ancoragem do produto e indo até um elemento opcional de acabamento. Apesar de o vidro ser o destaque principal desse tipo de aplicação, os outros elementos devem compor de forma harmônica e segura para o sucesso da instalação de todo o conjunto”.

Este texto foi originalmente publicado na edição 576 (dezembro de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Vanceva World of Color Awards 2020 anuncia vencedores

Organizado a cada dois anos pela Eastman, o Vanceva World of Color Awards premia projetos arquitetônicos com vidros laminados que utilizam os interlayers coloridos da linha Vanceva. Obras de todo o mundo podem se inscrever em duas categorias (uso exterior e interior). Os dois vencedores são escolhidos por um júri de profissionais que inclui arquitetos, engenheiros e consultores. Saiba a seguir quem são os ganhadores da edição 2020 da competição.

 

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CATEGORIA EXTERIOR

Vencedor: Museum of Fine Arts
Local: Houston, Estados Unidos
Responsável pelo projeto: Steven Holl Architects
Processadora do vidro: ShenZhen ShenNanYi Glass

A expansão do Museu de Belas Artes de Houston, no Estado americano do Texas, foi uma obra grandiosa. Com custo de US$ 450 milhões, renovou completamente o espaço que, agora, tem uma fachada dupla, daquelas de duas peles de vidro separadas por uma área para ventilação, cujo objetivo é aumentar o conforto térmico interno. A parte exterior dessa fachada é formada por vidros curvos, quase como tubos, presos a uma estrutura de aço invisível por trás das chapas. Essas chapas são acidatas, ou seja, passaram por um tratamento com ácido para ficarem com aparência opaca, mas ainda assim permitem passagem da luz. Para realçar o efeito leitoso, foram usados interlayers na cor Arctic Snow (“neve do ártico”).

Até pode parecer estranho uma competição baseada em cores premiar um edifício branco, mas o jurado Benjamin Wright, diretor-artístico da Pilchuck Glass School, centro internacional para educação artística em vidro, explica: “Os arquitetos usaram as formas e a natureza do vidro para otimizar o efeito monocromático do prédio. E o desafio de permitir a entrada de luz natural de forma criativa não pode ser esquecido”.

 

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CATEGORIA INTERIOR

Vencedor: Kaleidoscope
Local: Tianshui, China
Responsável pelo projeto: Sako Architects
Processadora do vidro: Shanxi Jingfeng Glass

Interlayers de 10 cores diferentes transformam o prédio todo branco da escola de jardim de infância Kaleidoscope, localizada na cidade chinesa de Tianshui, em um arco-íris de luzes. O escritório japonês Sako Architects inspirou-se na estética alegre de brinquedos de criança para desenvolver o projeto. As aplicações dos laminados coloridos estão nas janelas, arcos acima das portas, corredores e corrimão de escadas. Graças à cobertura envidraçada no átrio central, luz natural entra no ambiente e atinge essas aplicações. O resultado são sombras coloridas em variadas formas espalhando-se pelo chão e paredes e deixando o espaço ainda mais vivo – e com a movimentação do Sol ao longo do dia, as sombras parecem “dançar” pela escola.

Menções honrosas da premiação
Já que apenas duas obras saem vencedoras do Vanceva World of Color Awards, o júri também indica alguns projetos como menções honrosas.

 

arquitetura5Eada Business School
A renovação de um prédio em Barcelona, Espanha, feita pelo CDB Arquitectura, transformou a cara da escola de negócios ali localizada: ao invés da antiga fachada neutra, painéis verticais de laminados em duas cores (um tom de bege e outro de azul) dão vida ao espaço.

 

 

arquitetura6Taipei Performing Arts Centre
Em Taiwan, esse centro de espetáculos consiste em três teatros ligados a um cubo central. Criada pelo escritório OMA, a obra faz referência a uma imaginária estação para naves espaciais em um planeta distante. Os vidros curvos aplicados externamente, fabricados pela espanhola Cricursa, têm o formato da letra “S” e contam com interlayers cinzas.

 

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Simples, mas eficiente: em Küsnacht, Suíça, um telhado colorido encantou os jurados do prêmio. Instalada na entrada de uma estação de energia local, e desenvolvida pelo artista Ritchie Riediger, a estrutura ganhou 100 m² de vidros em diferentes tons. A beleza vem do jogo de cores e sombras refletidas nas paredes do prédio.

 

arquitetura8Galerie Artem
A topografia de montanhas foi a inspiração para os arquitetos do Nicolas Michelin & Associates criarem um boulevard de 300 m de extensão, na cidade de Nancy, França. Ligando três universidades da cidade, a obra recebeu interlayers de cinco cores diferentes.

 

Este texto foi originalmente publicado na edição 576 (dezembro de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Domo 2020 apresenta tendências no Brasil e no mundo

A Cebrace realizou no dia 24 de novembro, em parceria com as empresas Schüco e Eastman, a 2ª edição do Domo, evento voltado para a discussão de inovações e tendências no design e na função das fachadas de projetos arquitetônicos.

A 1ª edição do Domo, em 2019, reuniu 240 convidados no Hotel Unique, em São Paulo, entre arquitetos, consultores e engenheiros. Já este ano, devido à pandemia do novo coronavírus, o formato do evento foi totalmente online. A curadoria ficou por conta da Architecture Hunter, uma das startups de mídia digital para arquitetura mais influentes do mundo.


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Fundamentos para o design
Iniciando as apresentações, Douglas Tolaine, diretor de Design do estúdio Perkins&Will em São Paulo, mostrou cases de fachadas elaboradas de modo a

valorizar o entorno e a conexão com a diversidade. Ressaltando o uso das formas orgânicas, sensações e vegetação como fatores de destaque, Tolaine exibiu projetos que priorizam a integração entre espaços por meio dos vidros e ainda abordou a importância de as fachadas serem pensadas em 360 graus — e não apenas por um de seus ângulos.

Um desses trabalhos é o edifício Vista Tower 1, cuja construção já teve início na capital paulista. Para explorar ao máximo a visibilidade da natureza ao seu redor, o prédio terá fachada de insulados feitos com peças extra clear – segundo ele, esses produtos vêm se tornando mais acessíveis e são muito interessantes para a integração da obra com os espaços externos.


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Arquitetura vernacular
Vinicius Andrade, sócio-fundador do escritório Andrade Morettin Arquitetos Associados, afirmou que a arquitetura é um conhecimento acumulado culturalmente e parte da necessidade de se pensar o meio em que vivemos antes mesmo de apresentar as soluções. Nesse sentido, ele falou sobre uma pesquisa realizada acerca de sistemas construtivos de diferentes regiões no mundo localizadas na chamada faixa da Zona Tropical Úmida, os quais compartilham uma identidade muito clara de arquitetura vernacular – aquela que usa materiais locais e tipologias regionais, adequadas ao ambiente, como as palafitas. Andrade explicou que se trata de estruturas leves, com materiais orgânicos e baixa carga térmica, as quais permitem melhor ventilação e sombreamento.

Um exemplo apresentado foi o Instituto Moreira Salles, no qual o escritório buscou levar esse conceito para o espaço urbano. Nessa obra, as diferentes áreas são fluidas e abertas, com ventilação e sem necessidade de ar-condicionado. Além disso, sua pele de vidro com desempenho termoacústico também integra o edifício aos arredores.

 

domo3A nova China
Patrik Schumacher, diretor do Zaha Hadid Architects (ZHA), na última apresentação do evento, mostrou os principais projetos de seu escritório desenvolvidos na China, país que, segundo ele, dá mais liberdade para certos tipos de arquitetura. O ZHA foi o responsável, por exemplo, pelo novo Aeroporto Internacional de Pequim Daxing (PKX), famoso pela sua grandiosidade e formato de Fênix, ou Estrela-do-Mar, além da grande valorização da transparência em sua fachada e cobertura – a estrutura foi projetada pela própria Zaha Hadid ainda em vida e concluída três anos após seu falecimento.

Para Schumacher, o país asiático vem valorizando inovações e permitindo que sua empresa desenvolva grandes projetos. Ele considera que essa ousadia é reflexo do impressionante aumento no poder econômico local e da sua crescente urbanização.

Este texto foi originalmente publicado na edição 576 (dezembro de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Exposição Janelas Casa Cor é realizada em 11 cidades pelo Brasil

A tradicional mostra de arquitetura, design de interiores e paisagismo Casa Cor lançou a Janelas Casa Cor, versão adaptada para a época de distanciamento social em que vivemos. Presente em 11 cidades brasileiras de outubro a dezembro, a exposição gratuita utilizou contêineres com vitrines de vidro. Dentro deles, profissionais desses setores imaginaram as tendências que serão encontradas em residências no pós-pandemia, como integração entre espaços e ambientes mistos. Usinas vidreiras forneceram nosso material para as edições montadas em São Paulo e Recife. Veja mais detalhes a seguir.

 

JANELAS CASA COR SP
Laminados incolores da AGC, instalados pela Casa Mansur, foram aplicados em 24 ambientes, espalhados pela região central e bairros da cidade de São Paulo, de forma a garantir a transparência necessária para os visitantes enxergarem os interiores. No site janelascasacor.com.br, é possível fazer tours 3D em cada espaço, assim como interagir com os mobiliários usados e conferir fornecedores.

Simplicidade, de Brunete Fraccaroli
A arquiteta, conhecida por utilizar bastante vidro em seus projetos, construiu um living integrado à cozinha. A principal marca era a assepsia – por isso mesmo, o branco domina os móveis e paredes, para deixar clara a facilidade de se limpar o ambiente. Outras cores estavam presentes nas plantas, como forma de lembrar a necessidade de contato com a natureza durante a quarentena.

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Banquete da Terra, de Denise Milan
Desenvolvido como se fosse uma caverna, o Banquete da Terra foi pensado para servir como um local íntimo para receber amigos e familiares – segundo a artista Denise Milan, uma reflexão sobre a sobrevivência e existência. Além da vitrine, a grande mesa também é envidraçada, e espelhos Mirox Premium Prata 6 mm, em diferentes tamanhos, enfeitam a parede.

 

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Banho de Luz – Espaço Deca, de Sig Bergamin
Uma área de banho que inclui local de massagem e vestiário, semelhante à de um clube com piscina. Para firmar essa ideia, Sig Bergamin usou painéis de vidros coloridos para dar vida a esse espaço de lazer: a luz do Sol reflete neles e nos espelhos que revestem a parede ao fundo, espalhando cores pelo piso e móveis. Há também uma banheira, construída com vidro extra clear 10 mm.

 

JANELAS CASA COR PE
Vidros da Vivix marcaram presença em 13 ambientes da edição pernambucana da mostra. Realizada no Recife, contou também com um ambiente montado no município de Caruaru. Também é possível fazer o tour 3D acessando janelascasacor.com.br.

 

janelas-casa-cor4Studio Vivix, de Nejaim Azevedo Arquitetos
As arquitetas Márcia Nejaim e Suzana Azevedo escolheram uma paleta de cores neutra, com tons de cinza e amadeirados, para essa instalação multifuncional que pode ser utilizada tanto para atividades de trabalho como para cozinhar e descansar. Localizado no Marco Zero do Recife, um dos mais belos cartões-postais da cidade, o Studio Vivix recebeu bastante vidro: de proteção solar (da linha Performa Bronze) no fechamento da vitrine; espelhos da linha Spelia; e revestimentos com pintados, da linha Decora, nas cores preta e nude.

 

janelas-casa-cor5Gazebo do Reencontro, de Dubeux Vasconcelos Arquitetura
Assinado pelos arquitetos Luiz Dubeux e João Vasconcelos e instalado no Shopping Recife, o espaço foi pensado para receber reuniões familiares e de amigos em uma cozinha acolhedora. O uso de espelhos nas duas extremidades ajuda a alongar o ambiente, fazendo-o parecer maior do que é realmente, além de permitir que as pessoas se enxerguem e se sintam parte do lugar.

 

 

janelas-casa-cor6Um bairro inteiro como exposição
A mostra Casas Conceito, realizada na Bahia Marina, em Salvador, ganhou uma versão totalmente online, a Casas Conceito Virtual Experience. Organizada pela empreendedora Andrea Velame e pelo Estúdio de Arquitetura Marcus Barbosa, é formada por 33 ambientes totalmente digitais, entre apartamentos e residências, formando um bairro fictício na capital baiana – porém, todos foram projetados para conter soluções possíveis de serem aplicadas no mundo real. Para visitar a versão digital, basta cadastrar-se gratuitamente no site www.mostracasasconceito.com.br – a exposição ficará no ar até 31 de dezembro.

As irmãs arquitetas Ana Paula e Ana Cláudia Nonato, do Dois A Arquitetura, criaram o espaço Música Congelada, uma homenagem à indústria musical brasileira e aos artistas que a construíram ao longo das décadas. Para a fachada com vista para o mar, foi escolhido o vidro de controle solar Vivix Performa, visando a garantir o conforto térmico interno. Espelhos também fazem parte do ambiente.

 

Este texto foi originalmente publicado na edição 576 (dezembro de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Relembre as principais notícias vidreiras de 2020

O que começou com expectativa, logo se tornou incerteza. O ano de 2020 era para ser um período de retomada para o mercado do vidro brasileiro, mas a pandemia chegou para acabar com a esperança de retomada do crescimento em curto prazo. Um ano para ser esquecido? Não, pois saímos dele com valiosas lições em muitos aspectos: humanitário, econômico, social etc. Isso sem falar no aquecimento da construção civil nos últimos meses, trazendo otimismo ao setor. Nas próximas páginas, confira o resumo das principais notícias vidreiras deste ano.

 

JANEIRO

janeiro2Mudança na AGC
Isidoro Lopes tornou-se o novo diretor-geral da Divisão de Vidros para Construção Civil e Indústria para a América do Sul da AGC, cargo anteriormente ocupado por Francesco Landi. Paulista, Isidoro soma 25 anos de experiência no setor vidreiro, tendo trabalhado também pela AGC na Bélgica.

 

 

 

janeiroAbravidro na telinha
Vera Andrade, coordenadora técnica da associação, explicou no programa É de Casa, da TV Globo, os detalhes sobre a instalação e o uso do vidro em boxes de banheiro, conforme determina a norma NBR 14207 — Boxes de banheiro fabricados com vidro de segurança. Ela também ressaltou durante sua participação que a principal causa de acidentes é a falta de manutenção preventiva, daí a importância de ter o produto examinado por um vidraceiro a cada doze meses.

 

FEVEREIRO

 

fevereiroVidraceiros ganham norma
No dia 11, a ABNT publicou a aguardada NBR 16823 — Qualificação e certificação do vidraceiro – Perfil profissional. A norma define os parâmetros e requisitos para a qualificação dos vidraceiros, de forma a ajudar esses profissionais a exercer seus trabalhos com mais qualidade e segurança. A elaboração teve início em 2016, tendo sido promovida pela Abravidro por meio do Comitê Brasileiro de Vidros Planos (ABNT/CB-37) juntamente com o Comitê Brasileiro de Qualificação e Certificação de Pessoas (ABNT/CB-99).

 

MARÇO

março

 

Comando renovado na Vivix
Henrique Lisboa, ex-diretor-comercial e de Marketing da usina, assumiu a presidência da Vivix após o anúncio de que Paulo Drummond, à frente da companhia desde sua fundação, em 2010, deixaria a empresa para se dedicar a projetos pessoais.

 

março2

 

Mais uma unidade no Brasil
A AGC inaugurou uma planta de agregação de valor em Piracicaba, a cerca de 150 km de São Paulo. A unidade é dedicada ao atendimento a clientes regionais do segmento automotivo – ali são feitas a montagem final de componentes dos vidros para esse setor e sua distribuição.

 

 

março3

 

Última feira antes da quarentena
A 18ª Expo Revestir, feira internacional para a área de revestimentos e arquitetura, recebeu cerca de 55 mil visitantes e mais de 200 expositores no Transamerica Expo Center, em São Paulo. Totens com álcool em gel foram distribuídos pelos pavilhões para uso de todos.

 

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Coronavírus
No dia 11, a Organização Mundial da Saúde decretou que o mundo vivia uma pandemia causada pelo novo coronavírus, causador da Covid-19. Os meses seguintes foram de paralisação da produção em praticamente todos os setores da indústria, adiamento de eventos e muita incerteza sobre o futuro.

 

 

março5VidroCast no ar!
A Abravidro lançou mais um canal de comunicação, dessa vez um que está na moda. O VidroCast é o podcast da entidade: parece um programa de rádio, com a diferença de que você pode ouvi-lo a qualquer momento no computador, tablet ou celular. Todo mês, sai uma edição nova dele comentando as reportagens de O Vidroplano.

 

 

março6Glass South America é adiada
Devido ao agravamento da pandemia, a NürnbergMesse Brasil, organizadora da Glass South America, optou pelo adiamento da feira. Antes marcada para junho, ela seria realizada nos dias 5 a 8 de novembro, no mesmo local, o São Paulo Expo, principal centro de eventos da capital paulista.

 

 

ABRIL

abrilNova direção na Guardian
Renato Poty assumiu a posição de country manager (gerente do país), tornando-se responsável pela gestão administrativa do Brasil. A liderança das áreas de interface com clientes, incluindo marketing e vendas, permanece sob a direção de Renato Sivieri. O executivo Ricardo Knecht deixou a empresa.

 

 

MAIO

maioTrês décadas de vida!
A celebração do aniversário de 30 anos da Abravidro se deu na revista O Vidroplano, no site e nas redes sociais da entidade. Diversos momentos históricos foram lembrados, desde a fundação, em 29 de maio de 1990 (ainda com o nome de Associação Nacional de Distribuidores de Vidros e Cristais Planos – Andiv), a criação do Simpovidro e participação em feiras internacionais, até o trabalho incessante em desenvolver o setor vidreiro brasileiro e defender seus interesses.

Números do setor
Foi publicado nesse mesmo mês o Panorama Abravidro 2020, estudo produzido pela associação que analisa os dados produtivos do mercado de vidros planos referentes a 2019.

maio2Estreia o Abravidro Entrevista
A associação deu início a uma série de lives transmitidas pelo Instagram com o objetivo de interpretar os impactos da crise causada pela Covid-19 em nosso mercado. Em edições de maio a julho, foram entrevistados os executivos das usinas Cebrace, AGC, Vivix e Guardian. Houve também uma edição especial sobre o Dia do Vidraceiro, em 15 de maio.

 

 

maio-3Glasstec só ano que vem…
A principal feira vidreira do mundo deixou sua edição física para 2021. Organizado pela Messe Düsseldorf e previsto para os dias 20 a 23 de outubro, o evento tem realização prevista para o período de 15 a 18 de junho do ano que vem.

 

 

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…assim como a Glass South America
O segundo adiamento da mostra justificou-se necessário, devido às restrições para viagens e determinações de quarentena. Por isso, a 14ª edição da feira foi remarcada para 24 a 27 de março de 2021.

 

JUNHO

junho

 

Reeleito
José Domingos Seixas assume seu segundo mandato como presidente da Abravidro. Ele e a diretoria eleita ficam à frente da entidade até 2023.

 

 

 

Normas na Internet
No dia 1º, Clélia Bassetto, analista de Normalização da Abravidro, participou de uma live organizada pela Cebrace a respeito da importância das normas técnicas para as diferentes aplicações do vidro na construção civil. No dia 3, Clélia palestrou num evento online da Associação Nacional de Fabricantes de Esquadrias de Alumínio (Afeal) e também comentou o tema, dessa vez com foco no uso correto de vidros de segurança em esquadrias.

 

junho2Antidumping renovado
A Câmara de Comércio Exterior (Camex), vinculada ao Ministério da Economia, decidiu prorrogar o direito antidumping aplicado às importações de vidros originários da China para uso em eletrodomésticos da linha fria (NCM 7007.19.00). A medida, com validade por até cinco anos, foi publicada no dia 25.

 

 

JULHO

julhoCrise na Argentina
A Saint-Gobain Sekurit, divisão do Grupo Saint-Gobain, suspendeu, temporariamente, a produção de vidros automotivos na Argentina. Por conta disso, parte de suas operações de produção foi transferida para o Brasil. Essa medida foi necessária para garantir a sustentabilidade da operação, mas a empresa seguiu atendendo o mercado de reposição.

 

SETEMBRO

setembro

 

Sem burocracia
Em vigor a partir do dia 1º, a Portaria nº 282 retirou a exigência de registro de objeto e anuência para licença de importação de vidros automotivos, deixando o processo mais simples e menos burocrático.

 

 

setembro2Obras verdes
No dia 23, o Grupo Saint-Gobain anunciou os vencedores da 7ª edição do Prêmio Saint-Gobain de Arquitetura – Habitat Sustentável. Neste ano, devido à pandemia, a cerimônia foi transmitida pela Internet pela primeira vez, sendo acompanhada pelo público em geral ao vivo. Várias obras vencedoras têm o vidro como elemento de destaque.

 

 

 

setembro3Produtos e palestras digitais
O GlassBuild Connect, organizado pela National Glass Association (NGA) no lugar da edição 2020 da GlassBuild America e realizado ao longo de todo o mês, contou com mais de 70 webinars, além de cerca de 300 empresas expondo produtos e serviços, tudo também pela Internet.

 

 

OUTUBRO

outubroComitê para esquadrias
O Comitê Brasileiro de Esquadrias, Componentes e Ferragens em Geral (ABNT/CB-248), criado pela ABNT, começou suas atividades no dia 1º tendo o Sindicato das Indústrias de Artefatos de Metais Não Ferrosos no Estado de São Paulo (Siamfesp) como sede. Roney Margutti, engenheiro e gerente técnico do sindicato, é o gestor do novo comitê que atuará na normalização do segmento de esquadrias, componentes e ferragens em geral em relação à terminologia, procedimentos, requisitos e métodos de ensaio desses produtos.

 

outubro2Novo boletim online
A Abravidro lançou o Fique por dentro. Boletim de notícias em formato de vídeo, contém as últimas informações do setor e está disponível a cada 15 dias no canal da entidade no YouTube e também nas redes sociais.

 

 

Conexão Glass no ar
A Glass South America também entrou na onda de eventos digitais. No dia 29, o 1º webinar da série Conexão Glass teve como tema de estreia Casas inteligentes e conectadas: oportunidade de negócios para o setor. Mensais, as lives irão ao ar até a realização presencial da mostra em 2021.

Vidro na faculdade
A Abravidro realizou as aulas do módulo sobre vidros para a 7ª turma do curso de extensão “Arquitetura e Construção: Materiais, Produtos e Aplicações”, da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Este ano, devido à pandemia, as aulas foram ministradas online.

Glasstec Virtual
A versão digital da Glasstec foi realizada de 20 a 22 no site da feira. Mais de 10 mil participantes acessaram o conteúdo gratuito, incluindo palestras técnicas, exposição de produtos e rodadas de negócios.

 

NOVEMBRO

novembro

 

Termoendurecidos dentro da norma
A ABNT publicou, no dia 12, a NBR 16918 — Vidro termoendurecido. O texto apresenta os requisitos para o processo de fabricação desse tipo de vidro.

 

 

 

Revisão dos temperados
Começou nesse mês o processo de revisão da NBR 14698 — Vidro Temperado, com o objetivo de atualizar os requisitos desse produto.

Levando conhecimento
A coordenadora técnica da Abravidro, Vera Andrade, ministrou a palestra online Normas técnicas do vidro. A apresentação foi organizada pelo Sindividros-RS e transmitida pela plataforma Construsul Online.

 

DEZEMBRO

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Data remanejada
Cenário de incertezas por conta da pandemia leva organizadores da Glass South America a remanejar a data da feira mais uma vez. A mostra será realizada de 1º a 4 de setembro de 2021.

 

 

 

Mais mudanças em feiras
A Feicon Batimat anunciou o adiamento da mostra para 14 a 17 de setembro de 2021, no São Paulo Expo. A Expo Revestir também mudou: a edição do ano que vem, programada para março, será 100% digital.

Este texto foi originalmente publicado na edição 576 (dezembro de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Balanço positivo

domingos-dez2020Depois de meses conturbados, é hora de nos despedirmos de 2020, certamente o ano mais atípico de nossas vidas. Foi necessário nos adaptarmos a novas realidades no ambiente profissional e pessoal, mas acredito que podemos dizer que o balanço geral é positivo. Passado o susto inicial com a chegada da pandemia, o mercado se reorganizou e logo foi surpreendido por uma forte demanda por nosso material, o que nos mantém trabalhando em ritmo forte até agora.

Assim como o restante do setor industrial brasileiro e mundial, temos sofrido com uma certa indisponibilidade não apenas de vidros, mas também de outros insumos que fazem parte da nossa produção diária, mas a expectativa é que esse desequilíbrio momentâneo se resolva e a oferta se estabilize em 2021.

E falando em expectativas para o novo ano, alguns elementos prometem que o ano pode ser positivo para o mercado vidreiro. Com o grande volume de obras anunciadas nos últimos meses e mantida a tendência de as pessoas passarem a investir mais no conforto de seus lares, a demanda por vidro deve continuar em bons níveis. Por outro lado, o novo agravamento dos casos da doença e a perspectiva de fim do auxílio emergencial são fatores que complicam o cenário. Se há um aprendizado que levamos conosco de 2020 é que enquanto a pandemia ainda for uma realidade, as condições podem mudar rapidamente, o que requer de nós muita resiliência.

Esperamos que em 2021 tenhamos um período mais sereno. Deixo aqui meus votos de boas-festas e um feliz ano-novo aos colegas do nosso setor! Que sigamos na trilha de aprendizados, superando desafios de forma ética e responsável e que possamos ver nosso mercado continuar crescendo.

Feliz 2021!

José Domingos Seixas
Presidente da Abravidro
seixas@abravidro.org.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 576 (dezembro de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.