Feiras mundiais ganham edições online

A pandemia do novo coronavírus pode ter causado o cancelamento das edições presenciais de grandes eventos vidreiros pelo mundo, mas nosso setor vem realizando edições online deles, levando conhecimento e apresentando novos produtos. Veja dois a seguir.

 

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Até o final do ano
O GlassBuild Connect, organizado pela National Glass Association (NGA) no lugar da edição 2020 da GlassBuild America, realizado de 1º a 30 de setembro, contou com uma programação de mais de setenta webinars, cerca de trezentas empresas expondo produtos e serviços e acessos de milhares de visitantes de vários países. Devido ao sucesso do evento, a NGA vai manter o conteúdo apresentado disponível para acesso dos inscritos até dezembro deste ano.

As palestras estão divididas em blocos temáticos, como fabricação, instalação e desempenho. Dicas para prevenir riscos e danos às bordas dos vidros, cuidados para evitar surpresas nas propriedades visuais do envidraçamento e o papel das mulheres na indústria da construção civil são alguns dos assuntos abordados.

Já na parte de exposição, os estandes deram lugar a páginas dentro do site do GlassBuild Connect, onde as empresas colocam informações, imagens e materiais promocionais de seus produtos. Veja a seguir destaques de algumas expositoras com atuação no Brasil.

 

vp_bavelloniA Bavelloni destaca novidades para o manuseio de vidro totalmente automático, incluindo uma ilha de produção com robô que desliza em uma guia e uma lapidadora vertical VE500 V10. Com a solução, o robô pega o vidro, coloca-o na máquina, faz o giro da peça e então a retira, permitindo a lapidação das quatro bordas da chapa. Também é possível combinar duas lapidadoras e um robô para fazer a movimentação entre as duas máquinas, permitindo até o manuseio de vidros jumbo.

 

vp_bovoneDiferentes equipamentos para lapidação e laminação de vidros estão na página dedicada à Bovone. A ELB102, por exemplo: projetada para ser uma solução flexível e alcançar o melhor equilíbrio entre qualidade de polimento, desempenho e economia de uso, é capaz de trabalhar com peças de até 60 mm de espessura, usando duas rodas de polimento montadas em trilhos deslizantes motorizados.

 

vp_diptechA Dip-Tech exibe a série GPi de impressoras digitais. De acordo com a empresa, estão disponíveis para diferentes dimensões de vidro (de 1,4 a 6 m) e fornecem plataforma superior para ampla gama de aplicações, com resultados simples, rápidos e de alta qualidade, voltadas para os setores de arquitetura (uso externo e interno), automotivo, blindagem à prova de balas e envidraçamento marítimo.

 

vp_fenziUm dos produtos destacados pela Fenzi, o Butylver TPS é um espaçador para insulados monocomponente com dessecantes incorporados. Segundo a fabricante, ele combina em um único produto o perfil espaçador tradicional, a peneira molecular e o selante de primeira barreira, garantindo adesão com permeabilidade mínima, isolamento térmico completo e durabilidade.

 

vp_forelA Forel não só tem à vista seus produtos mais recentes, como também está mostrando uma prévia de sua mais nova versão da linha High Tech para fabricação de insulados: desenvolvida especificamente para o mercado norte-americano, é equipada com espaçador aplicador flexível e robô selador que aplica o hot melt (selante secundário) no sistema, podendo trabalhar com peças jumbo e/ou curvas e montar insulados duplos, triplos e até quádruplos, com espaçador rígido ou flexível.

 

vp_guardianAlém de seus vidros especiais, como o UltraClear, com baixo teor de ferro, a Guardian também destaca os espaçadores Guardian Align para insulados. Os perfis apresentam constituição ultrafina de aço inoxidável corrugado de baixa condutividade, cantos de 90 graus com uma junta hermética e selante primário de alta resistência. Inclui ainda dessecante de alto desempenho e sem grânulos.

 

vp_lisecA PlusLam (foto), da Lisec, linha de laminação semiautomatizada e acessível, permite a colocação dos interlayers e também o corte das arestas das películas de forma manual, além de contar com autoclave de alta pressão. A empresa também exibe a linha de processamento modular SplitFin, especialmente para o beneficiamento de vidros para interiores, como portas ou divisórias — com ela, é possível separar os diferentes passos do processamento.

 

vp_schiattiangeloA Schiatti Angelo tem em sua página uma unidade Turnover, projetada e fabricada para conectar duas ou mais biseladoras e/ou chanfradeiras em linha. A função do equipamento é girar as placas de vidro a 90 graus, com funcionamento totalmente automático de seu braço giratório. Devido ao sistema de controlador lógico programável (CLP) nele instalado, a presença das lâminas de vidro e seu tamanho são identificados por células fotoelétricas localizadas na esteira de entrada da primeira máquina.

 

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De olho no futuro
Nos dias 9 e 10 de setembro, os eventos GlassCon Global VE e Glass Expo VE foram realizados conjuntamente, organizados pelas revistas norte-americanas USGlass e DWM e pela Finishing Contractors Association (FCA) International. Ambos trouxeram apresentações sobre temas ligados às últimas inovações e tendências na indústria vidreira. Completavam a mostra um hall virtual, com produtos e lançamentos, e espaços para networking.

Jörma Vitkala, ex-chairman do congresso Glass Performance Days (GPD), um dos palestrantes, apresentou sua visão geral das tendências para nosso setor. Ele enfatizou o grande impacto que a digitalização deverá ter no futuro da indústria, estimando que, com isso, trará um nível ainda mais alto de produtividade do que os obtidos com a eletrificação e automação.

Segundo os organizadores, os eventos foram acessados por pessoas de todo o mundo.

Este texto foi originalmente publicado na edição 574 (outubro de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Edifício em Porto Alegre traz grandes janelas envidraçadas de correr

Na Rua Dr. Eduardo Chartier, no bairro nobre de Higienópolis, na capital gaúcha, ergue-se um prédio residencial que reúne algumas das principais características dos mais modernos edifícios sustentáveis do mundo. Um fator em comum entre essas edificações é justamente o uso de vidros para ajudar no conforto térmico dos moradores – e o Esquina Chartier não deixaria nosso material de lado, já que seus apartamentos contam com grandes janelas envidraçadas de correr.

Ficha técnica
Autor do projeto: Oficina Conceito Arquitetura
Local: Porto Alegre
Conclusão: primeiro semestre de 2020

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Interação máxima
O terreno em que o Esquina Chartier foi construído tem formato de trapézio. Isso permitiu aos profissionais da Oficina Conceito Arquitetura, responsável pelo projeto, apostar em um conceito inusitado: distribuir os três apartamentos por andar de forma a todos terem uma boa vista dos arredores, sem que uma parte específica do edifício seja considerada a “frente” dele, tornando sua estética mais orgânica.

Outros dois fatores fazem o prédio inserir-se ainda mais na comunidade ao redor. Um é o fato de a obra se elevar por meio de pilotis (conjunto de pilares no térreo), gerando maior permeabilidade visual entre as ruas e o interior do empreendimento. O outro está no acesso principal, um pórtico de madeira e estrutura metálica, próximo a uma praça pública e uma igreja.

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Mix de materiais
Cada apartamento é semelhante a uma “caixa de concreto aparente”, como definido pelos arquitetos. Todas as unidades estão posicionadas para receberem o Sol da manhã — balcões ou sacadas funcionam como elemento estratégico para aumentar a entrada de luminosidade. Mas a ideia só é completa graças à instalação de grandes janelas envidraçadas de correr, com vidros fornecidos pela Guardian e esquadrias de alumínio da Alupex. Algumas tipologias dessas janelas ganharam laminados fumê 6 mm, enquanto outras levam temperado fumê 8mm.

Nas sacadas, estão ainda 36 painéis de metalon, material feito de aço carbono, formando um sistema de brises para filtrar a luz solar que incide sobre quartos e salas.

100% verde
Os apartamentos (de um a quatro dormitórios) foram pensados com área para plantas, o que deixa o espaço não só mais bonito, mas também saudável. A obra tem ainda uma cobertura verde acessível aos moradores e sistema de reaproveitamento de água da chuva para irrigação do jardim. A sustentabilidade na construção civil está forte no Brasil — e o vidro contribui muito para isso.

Este texto foi originalmente publicado na edição 574 (outubro de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Conheça mais sobre o mercado de vidros automotivos

O setor automotivo é um dos que mais sofreram com a pandemia em todo o mundo. No Brasil, não é diferente. Por isso mesmo, vale entender como esse mercado funciona, de olho em uma retomada num futuro próximo. Saiba quais são as características dos vidros usados em veículos, as diferenças entre eles e os da construção civil, como são feitos os projetos com montadoras e as tecnologias que podem se tornar padrão em breve.

Composição do mercado
No Brasil, duas usinas fabricam vidros automotivos: AGC e Cebrace. Abaixo delas, está uma rede de processadoras que atuam em parceria com montadoras para a produção das peças a serem instaladas nos veículos. A demanda por esses produtos está dividida em dois braços do segmento — o de OEM (Original Equipment Manufacturer, formado pelas montadoras) e o de reposição.

Em 2019, a produção total desse setor chegou a 2,9 milhões de carros, caminhões e ônibus – um crescimento de 2,3% em relação ao ano anterior, segundo dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Somado ao fato de que a área envidraçada total nos automóveis aumentou cerca de 14% nas últimas décadas, podemos considerar que o mercado vive um bom momento? Não, afinal, tinha uma pandemia na estrada.

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Queda vertiginosa
O segmento vinha aumentando a velocidade de melhora nos últimos anos. “O mercado de autos no Brasil passou por uma queda substancial de 2013 a 2016, da ordem de 46%”, revela Flávio Alves Vanderlei, gerente-comercial da Cebrace. “Vínhamos, a partir daí, em uma recuperação de, aproximadamente, 10% ao ano.” A demanda de exportações também tinha sido duramente afetada, principalmente pela crise na Argentina, mercado esse bastante representativo para o setor de carros nacional.

João Paulo Ribeiro, diretor-comercial automotivo da Pilkington, fala do impacto devastador do coronavírus nos negócios, principalmente no segundo trimestre: “No primeiro mês após o início da quarentena, o faturamento foi praticamente zero, atingindo o pior resultado desde o estabelecimento da indústria automotiva no Brasil, no final da década de 1950”. Nos meses de maio e junho, a atividade continuou em níveis extremamente baixos – a retomada só aconteceu com maior força a partir de julho.

Além da impossibilidade de trabalhar e das vendas quase inexistentes nesses meses, outros fatores se tornaram problemas, como as perdas de matéria-prima, devido ao período em que ficou parada em estoques, o aumento de custos dos insumos utilizados na produção e a alta do dólar, que chegou a mais de 45% desde o início de 2020.

Segundo a Anfavea, agosto registrou os melhores números desde o início da pandemia.

Previsões
Mas nem tudo é notícia ruim. Na comparação com os dados de julho, a produção de veículos do mês de agosto marcou crescimento de 23,6%, de acordo com a Anfavea. Já setembro viu um aumento de 4,4% nesse mesmo quesito em relação a agosto. A recuperação ainda é longe da ideal, mas mostra que o pior da crise ficou limitado ao segundo trimestre. Mesmo assim, o número consolidado deste ano não será bom. “As informações apontam que a produção de veículos deve apresentar queda de 35% em comparação à de 2019, fechando pouco abaixo da metade do volume produzido em 2013”, explica Wiltson Varnier, diretor-geral para a América do Sul da Saint-Gobain Sekurit.

Por outro lado, o mercado de reposição deve se recuperar mais rapidamente, já que a tendência é de as vendas de carros novos aumentarem de forma lenta. O segmento também teve impactos positivos nos últimos tempos, com a chegada dos aplicativos de mobilidade e compartilhamento de veículos. Para a processadora gaúcha Vidroforte esse mercado tem sido promissor. “Tivemos crescimento progressivo e positivo nos últimos três anos, sendo o ápice o ano de 2020, em plena pandemia”, afirma Carlos Heinen Filho, gerente de Novos Negócios da companhia. Para ele, a maior dificuldade durante a quarentena foi exatamente a falta de materiais por parte dos fornecedores.

Tipos de vidro
O Conselho Nacional de Trânsito (Contran) define, na Resolução Nº 784/94, que:

– É obrigatório o uso de laminados no para-brisa de todos os veículos que circulam em vias públicas do território nacional;

Temperados devem ser aplicados nas demais partes envidraçadas.

Os laminados nas laterais são pouco utilizados, pois aumentam o custo do projeto e também podem dificultar a fuga dos passageiros em caso de incêndio ou de mergulho em um rio, por exemplo, já que são mais difíceis de ser arrombados.

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Particularidades
Saindo das informações sobre o funcionamento do mercado, entramos no vidro automotivo em si. É o mesmo usado na construção civil? De acordo com as empresas consultadas para esta reportagem, o float utilizado em automóveis é fabricado seguindo um processo similar ao do material destinado a edificações, com algumas diferenças:

Melhor qualidade óptica: para se chegar a isso, são executados processos de identificação de defeitos pontuais com tolerâncias mais rigorosas;

Melhor desempenho térmico: tecnologias especiais usadas em alguns veículos diminuem a transmissão direta de energia solar para seu interior, diminuindo também o aquecimento do veículo quando estacionado sob o Sol;

Melhor desempenho acústico: nos casos de uso de PVBs especiais que ajudam na redução do nível de ruído no interior;

Componentes específicos para veículos: como antenas integradas, que oferecem maior qualidade no sinal captado.

Segredos do processamento
Da mesma forma, o processamento do vidro conta com particularidades, pois requer um nível de controle superior para atender os requisitos das montadoras – afinal, cada modelo de automóvel precisa de peças próprias e customizadas. Como explica Heinen Filho, da Vidroforte, os processos são semelhantes até certo ponto da produção. “Ambos possuem o corte de chapas, recorte e/ou furação, lapidação e serigrafia. Porém, no final, são levados aos fornos — e aí está a grande diferença: em para-brisas, por exemplo, é necessária a utilização de matrizes de conformação, para deixar a peça no formato desejado.”

Também existem procedimentos especiais no manuseio, com uma série de controles em relação à umidade, temperatura e armazenamento, para garantir a integridade dos produtos.

Cada veículo com seu vidro
O desenvolvimento de peças para um determinado veículo é um processo longo e envolve muito trabalho. “Isso é feito em conjunto com as montadoras e se inicia, em geral, alguns anos antes do lançamento do carro”, esclarece João Paulo Ribeiro, da Pilkington. “O trabalho se dá, inclusive, junto a empresas na definição das especificações técnicas mais adequadas, assim como na execução dos desenhos finais de engenharia.” Antes da introdução dos vidros no mercado, são realizados estudos de viabilidade técnica, além de rígidos testes de homologação e na linha de produção.

Toda essa complexidade tem um custo: a produção dos vidros requer grandes investimentos, principalmente nas ferramentas específicas para cada cliente e para cada veículo. “Todos os projetos do mercado de OEM são desenvolvidos com o cliente, esse é o processo normal na indústria. E vale reforçar: cada veículo tem um tamanho, uma curvatura, uma tecnologia, exigindo que os projetos sejam sempre customizados”, comenta Varnier, da Saint-Gobain Sekurit.

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Futuro tecnológico
A evolução dos automóveis passará pelo uso de vidros modernos, com tecnologias criadas para melhorar a experiência ao volante. A realidade aumentada será uma delas: sua promessa é colocar informações relevantes no para-brisa, projetadas na linha de visão do motorista. Isso fará a direção ser mais segura, já que o condutor não precisará tirar os olhos da estrada para conferir velocidade, nível de combustível ou o caminho indicado pelo GPS.

Segundo reportagem da revista americana Forbes, essas soluções existem atualmente, porém em menor escala. Modelos de luxo de fabricantes como BMW, Chevrolet, Jaguar, Lexus, Mazda, Mercedes-Benz, Mini, Toyota e Volvo já contam com sistemas básicos de heads-up display (HUD, elementos gráficos para transmitir informações) nos vidros.

Uma aposta que deve se tornar realidade, o “retrovisor do futuro” poderá detectar pontos cegos e mostrar imagens em vídeo deles, de forma a alertar quem dirige sobre possíveis perigos. Outra tecnologia também estudada pelas montadoras é um retrovisor com visão híbrida, o qual combinará imagens (em tempo real) da traseira e das laterais do veículo, criando uma vista panorâmica de tudo que estiver nos arredores.

Normas e regulamentações
A norma que define os requisitos de qualidade dos vidros automotivos é a NBR 9491 — Vidros de segurança para veículos rodoviários – Requisitos. Além dela, existem outras 11 tratando dos ensaios a serem realizados nas peças, incluindo os de distorção óptica, transmissão luminosa e resistência à umidade e abrasão, entre outros. São tão relevantes que o Regulamento Técnico do Inmetro a respeito desses produtos é baseado em todas elas. Para os mercados de exportação, devem ser seguidos ainda os requisitos próprios dos órgãos reguladores locais dos países para os quais os vidros serão vendidos.

Marcação
O Contran, por meio da Resolução Nº 254/07, também estabelece os critérios para a aplicação de pictogramas – ou seja, marcações nas peças contendo informações como índice de transmitância luminosa, marca do fabricante e o símbolo de conformidade do Inmetro. A Saint-Gobain Sekurit, por exemplo, usa pictogramas para demonstrar as tecnologias de seus produtos. Segundo a Pilkington, a decisão final sobre a aplicação dessas marcações cabe às montadoras, responsáveis por especificar exatamente o que deve ser impresso.

Este texto foi originalmente publicado na edição 574 (outubro de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Inaugurações e fechamentos de plantas vidreiras pelo mundo

vp_guardianAs últimas semanas foram cheias de notícias para as fabricantes de vidro em diferentes países – algumas boas, outras nem tanto. A Guardian inaugurou oficialmente sua segunda planta em Częstochowa, na Polônia, a fim de atender a crescente demanda por seus produtos no país e na Europa Oriental. A nova unidade, composta de duas linhas de produção de float, duas de coaters (para vidros com revestimento especial) e uma de laminação, produzirá peças de vários tipos, como extra clear, low-e, de controle solar e laminados para aplicações residenciais e comerciais.

 

vp_sisecamA Sisecam é outra que continua com investimentos: o mais recente deles foi feito por meio da adição do 2º forno de float em sua planta de Ancara, na Turquia. A empresa informou que o novo equipamento tem capacidade produtiva de 240 mil t por ano e é equipado com tecnologias da Indústria 4.0.

 

Na outra ponta, o Grupo Saint-Gobain propôs o fechamento de sua usina instalada em L´Arboç, na Espanha – a fábrica é responsável pelo abastecimento da divisão Sekurit (vidros automotivos). Em comunicado oficial, a empresa informou que a linha chegou ao fim de sua vida útil, após vários reparos.

 

vp_agcE a AGC também pretende desligar uma de suas duas unidades em Boussois, na França, devido à queda da procura pelo material. A gestão da multinacional na região avisou que vai avaliar as soluções mais aceitáveis, do ponto de vista social, para colocar esse plano em prática.

 

Este texto foi originalmente publicado na edição 574 (outubro de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Novidades tecnológicas são desenvolvidas com vidro

Segundo o portal ET News, a sul-coreana Samsung fechou acordo com a norte-americana Corning para o desenvolvimento de um vidro ultrafino capaz de ser dobrado – o item deverá equipar futuros modelos das linhas de smartphones Galaxy Z Fold e Z Flip. A Corning é fabricante da linha Gorilla Glass, cujo produto mais recente, o Gorilla Glass Victus, destaca-se por sua resistência a quedas e riscos.

Nosso material também pode se tornar componente do primeiro HD de petabyte (equivalente a mil terabytes). O portal TechRadar Pro informa que a empresa Seagate já trabalha no uso do vidro como meio para armazenar dados. Por outro lado, a Microsoft mantém, desde 2019, o Project Silica. Sua proposta é usar dióxido de silício (uma das matérias-primas do vidro) em um dispositivo de armazenamento mais eficiente: um pedaço de vidro com dados codificados internamente.

Este texto foi originalmente publicado na edição 574 (outubro de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Primeiro webinar da série Conexão Glass é anunciado

O 1º webinar da série mensal Conexão Glass, preparada pela NürnbergMesse Brasil, organizadora da feira Glass South America, está planejado para o dia 28 deste mês. O tema central é Casas inteligentes e conectadas: oportunidade de negócios para o setor – serão abordadas as soluções do mercado de automação residencial que podem estar presentes no dia a dia do vidraceiro. A apresentação, mediada por Alexandre Brown, head of Construction Events da NürnbergMesse Brasil, terá a participação de José Roberto Muratori, presidente da Associação Brasileira de Automação Residencial e Predial (Aureside), e de Gabriel Batista, diretor do Grupo Setor Vidreiro. As inscrições são gratuitas e estão abertas no site e nas redes sociais da Glass South America. A transmissão começará às 19h30 pelo YouTube.

Este texto foi originalmente publicado na edição 574 (outubro de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Entidades regionais promovem cursos online

vp_sindividrosrsComunicação compreensiva e compreensível
No dia 12 de setembro, o Sindividros-RS organizou o curso “Comunicação Não Violenta no Ambiente Corporativo”, o primeiro de uma série a distância planejada pela entidade para este ano. A aula, que integra o programa Qualividros, foi transmitida pela plataforma Zoom e acompanhada por vinte participantes.

Docente do treinamento, Vivian Laube, diretora da LF Comunicação Integrada, indicou caminhos para a comunicação mais assertiva, para, com isso, gerar diálogo verdadeiro e respeitoso nas organizações, além de trazer mais clareza nos pedidos. Outro ponto abordado na aula foi como conduzir a comunicação entre os profissionais da empresa em tempos de home office.

 

vp_asceviscDesenvolvendo a habilidade de vendas
A Live Glass, série iniciada em junho pela Ascevi, segue com conteúdos online relevantes para o mercado sendo publicados em sua página no YouTube. A edição mais recente, do dia 10 de setembro, tem como convidado o especialista em gestão empresarial Luiz Bagattini. Diretor da Escola de Vendas & Negócios K.L.A. Florianópolis, ele passou dicas aos espectadores sobre como vender mais e se destacar da concorrência.

A função do vendedor, segundo Bagattini, é convencer os clientes de que ele representa a melhor empresa para se fazer negócios, apresentando assim o menor risco e agregando a qualidade mais alta no que oferece. O palestrante também destacou que ter conhecimento completo do produto, possuir boas habilidades de apresentação e de gestão pessoal e saber lidar com objeções são algumas das funções vitais na área de vendas.

Escola digital
Outra iniciativa da entidade, a escola digital Ascevi Tec, foi lançada no dia 6 de outubro com o objetivo de dar continuidade à educação do segmento vidreiro mesmo em meio à pandemia. Segundo a associação catarinense, a plataforma de ensino busca promover a qualificação da mão de obra para o mercado vidreiro e disseminar informações úteis para todos os elos da cadeia produtiva.

A Ascevi Tec é uma iniciativa patrocinada pelas usinas de base AGC, Cebrace, Guardian, Saint Gobain Glass e Vivix, e viabilizada pela Associação Brasileira das Indústrias de Vidro (Abividro). O material desenvolvido para a capacitação é de propriedade intelectual da Ascevi e a plataforma da escola é regulamentada pelo Ministério da Educação (MEC).

 

vp_amvidmgPor dentro das normas
A Amvid e o Sinvidro-MG também deram início a um curso, no dia 21 de setembro, com o tema “Especialização em Normas Técnicas de Sistemas de Vidro Plano Aplicadas à Construção Civil e Arquitetura”. O treinamento busca levar aos profissionais do setor os conteúdos das normas técnicas relacionadas ao nosso material, para que eles possam especificá-lo e aplicá-lo de forma segura e correta em seus projetos.

Os alunos participaram ativamente das aulas online, debatendo os tópicos abordados e tirando suas dúvidas sobre eles, como em relação às questões jurídicas que o não cumprimento das normas técnicas vidreiras pode causar. O treinamento, realizado em parceria com a Adevibase e o Sincavidro, foi concluído no dia 9 de outubro.

Este texto foi originalmente publicado na edição 574 (outubro de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Conheça alguns vencedores do 7º Prêmio Saint-Gobain

No dia 23 de setembro, o Grupo Saint-Gobain anunciou os vencedores da 7ª edição do Prêmio Saint-Gobain de Arquitetura – Habitat Sustentável. Neste ano, devido à pandemia, a cerimônia foi transmitida pela Internet pela primeira vez, sendo acompanhada pelo público geral ao vivo.

O CEO da Saint-Gobain Brasil e América Latina, Thierry Fournier, participou da cerimônia por meio de um depoimento gravado. “Ao longo desses sete anos, sentimos que contribuímos de forma significativa para a história da arquitetura no País, reconhecendo e prestigiando a dedicação e esforço de todos, estudantes e profissionais, que elevam os projetos brasileiros a patamares cada vez mais altos”, afirmou.

Vários dos trabalhos premiados trouxeram o vidro como componente. Conheça alguns dos destaques.

 

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SESC GUARULHOS
Escritório: Dal Pian Arquitetos
Cidade: Guarulhos (SP)
Prêmios recebidos: Destaque – Conforto Acústico; 2º lugar na modalidade Edificação Institucional – Categoria Profissional

O prédio da unidade do Serviço Social do Comércio (Sesc) em Guarulhos, na Região Metropolitana de São Paulo, diferencia-se como uma obra arborizada, transparente e aberta aos espaços externos, incorporando a paisagem ao redor a seus ambientes internos. Nosso material contribui com a integração: todos os andares se organizam ao redor da chamada Praça de Convivência, uma espécie de grande átrio com cobertura composta por grelhas metálicas, vidros laminados, extratores de ar e brises horizontais de alumínio perfurado.

Além de levar luz natural aos corredores, passarelas e rampas dos pavimentos, as peças (aplicadas também na fachada, em guarda-corpos e outras partes da obra) também desempenham função acústica: segundo Edison Claro de Moraes, diretor da Atenua Som, a equipe responsável pelo projeto buscou um índice de redução de 35 Rw (ruído ponderado) para suas janelas, acima do considerado como classe A.

 

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AR-3000 – CABRAL CORPORATE & OFFICES
Escritório: Baggio Pereira & Schiavon S.S.
Cidade: Curitiba
Prêmio recebido: 2º lugar na modalidade Edificação Comercial – Categoria Profissional

O AR-300 dispõe de 25 pavimentos com salas de alto padrão, além de quatro subsolos. Uma das principais preocupações do projeto foi sua sustentabilidade: toda a fachada é de insulados de controle solar e brises, proporcionando uma redução de 26% no consumo de ar condicionado. Os painéis foram instalados por meio da técnica structural glazing, deixando a estrutura oculta na face interna. Por todos seus atributos arquitetônicos, AR3000 obteve o selo Leed Platinum, nível máximo da certificação para um edifício “verde” disponível na construção civil.

 

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ARQUITETURA DINAMIZADORA: UMA PROPOSTA DE UM CENTRO ECOTECNOLÓGICO
Estudante responsável: Rodolfo Araújo Cavalcanti de Lira
Orientadora: Mirela Davi de Melo
Instituição de ensino: Faculdade Santa Maria (Cajazeiras, PB)
Prêmio recebido: 1º lugar na Categoria Acadêmica

Desenvolvido a partir do conceito mais amplo de sustentabilidade, o projeto contempla os pilares econômico, social e ambiental. As imagens conceituais mostram ampla transparência nos fechamentos, os quais vão ao encontro do objetivo de tornar o centro não apenas um polo tecnológico de oportunidades, mas também um espaço público integrador para atividades culturais, educacionais e de lazer, além de incentivar a preservação das águas e margens do Açude Bodocongó, em Campina Grande (PB).

 

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CASA AVARÉ
Escritório: Sergio Sampaio Arquitetura + Planejamento
Cidade: Avaré (SP)
Prêmio recebido: 2º lugar na modalidade Edificação Residencial – Categoria Profissional

Ocupando a parte superior de uma faixa de terra inclinada às margens da represa Jurumirim, o projeto concilia privacidade e extroversão: ao mesmo tempo que apresenta aspecto discreto e reservado, aproveita a luz natural e ventilação cruzada por meio de grandes aberturas com esquadrias de correr de alumínio e laminados com película refletiva. Nosso material também está presente em parte da cobertura nos banheiros, aumentando a integração do ambiente com a natureza do lado de fora.

Este texto foi originalmente publicado na edição 574 (outubro de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Mercado de energia solar traz oportunidade para setor vidreiro

Se alguns dos principais clientes de nosso segmento, como a construção civil, ainda sofrem as graves consequências do coronavírus na economia (veja como se comporta o setor automotivo clicando aqui), um deles não tem do que reclamar: o ramo de energia solar fotovoltaica cresce a olhos vistos há anos no Brasil – e números recentemente divulgados mostram que a pandemia não o freou. Por isso, as empresas vidreiras precisam ficar ligadas: a demanda por vidros para painéis fotovoltaicos pode ajudar nosso setor na retomada das atividades.

Dados impressionantes
Levantamento da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) divulgado em setembro mostra que o País ultrapassou a marca de 300 mil conexões de geração distribuída – esse é o tipo de energia gerada no próprio local de consumo ou próximo a ele. Nos últimos 12 meses, foram adicionados cerca de 162 mil novos sistemas como esse, o que representa um crescimento de mais de 130% em relação ao mesmo período anterior. Ou seja, nem a pandemia conseguiu frear a busca por essa tecnologia.

Outros dados relevantes:

Mais de 370 mil unidades consumidoras utilizam os 300 mil sistemas conectados à rede;

– São 6,4 GW de capacidade instalada no território nacional;

– Os consumidores residenciais são os líderes do número de sistemas: representam 72,5% do total. Na sequência, vêm as empresas dos setores de comércio e serviços (17,7%) e consumidores rurais (6,8%);

– Já no quesito potência instalada, os setores de comércio e serviços ficam na frente, com 39,1% do total. Em seguida estão os consumidores residenciais (38,0%) e rurais (12,7%);

– A tecnologia solar fotovoltaica está presente em mais de 5 mil municípios e em todos os Estados brasileiros;

Os cinco Estados com mais potência instalada: Minas Gerais, Rio Grande do Sul, São Paulo, Paraná e Mato Grosso.

 

vp_mercado2O Centro de Pesquisas e Eficiência Energética do Grupo Caoa, localizado no Distrito Agroindustrial de Anápolis (GO), tem, instalada pela Sunew, uma das maiores aplicações de OPV do mundo em um prédio. A fachada conta com mil m² de laminados com esse filme – e, em uma parte da estrutura, os fotovoltaicos ajudam a formar a logomarca da empresa.

 

Matéria-prima nacional
O vidro aplicado nos painéis fotovoltaicos deve ser o de baixo teor de ferro, conhecido como extra clear. Atualmente, apenas a Cebrace fabrica o produto no País – as demais usinas o importam. Segundo um estudo da Greener, consultoria do setor energético, os módulos nacionais representam apenas 4,4% do mercado. “Infelizmente, as tributações sobre a indústria os deixam, em média, 20% mais caros do que os importados. Praticamente todas as instalações este ano utilizaram produtos estrangeiros”, revela Luís Augusto Knorst, diretor da DVM Solar, divisão da processadora DVM Vidros.

Esses números têm explicação: ainda não existe a fabricação integral dos módulos no Brasil. “Somos um grande importador de painéis, mas, ao longo dos anos, conseguimos fortalecer cada vez mais a cadeia produtiva”, reflete Bárbara Rubim, vice-presidente de Geração Distribuída da Absolar. Hoje, é possível encontrar várias empresas que montam esses equipamentos no território nacional.

Para incentivar o segmento, em agosto, o governo federal decidiu zerar a alíquota de importação de diversos equipamentos de energia solar – a decisão é válida até o fim de 2021. Segundo reportagem do site da revista Veja, publicada no início deste mês, algumas empresas receberam a notícia de forma positiva, pois a mudança deverá provocar redução de custos. Porém, os críticos afirmam que os produtos beneficiados são voltados para projetos de geração centralizada, como as fazendas solares de grande porte, o que vai gerar pouco benefício aos pequenos consumidores.

 

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Os vidros da claraboia central do Morumbi Shopping, em São Paulo, ganharam adesivação do produto Sunew Flex, indicado para obras com vidro já existentes. Além de produzir energia, a solução melhora a gestão da luminosidade e proporciona maior conforto térmico ao interior do ambiente

 

Demanda a ser explorada
Apesar do crescimento expressivo, ainda é uma parcela minúscula da sociedade que utiliza energia solar: apenas 0,4% dos 84,4 milhões de brasileiros consumidores de eletricidade. Para Filipe Ivo, diretor de Novos Negócios da Sunew, fabricante de tecnologia fotovoltaica orgânica (OPV, saiba mais a seguir), a expansão em massa desse número passa pela conscientização das vantagens ambientais e econômicas da solução. “Estamos presentes em eventos e nos canais digitais com grande foco na educação do público, divulgando dados de relevância como grandes marcos do mercado, sua história e detalhes do funcionamento”, explica o diretor enfatizando a importância do diálogo direto com o consumidor.

Por ser uma tecnologia competitiva, garante a produção de energia a preços menores do que de outras matrizes energéticas, como a hidrelétrica. Prova disso está nos planos para a instalação desses sistemas nas residências do programa Casa Verde e Amarela, anunciado pelo governo federal para substituir o Minha Casa, Minha Vida.

No entanto, antes de a conta de luz diminuir, é necessário investir no sistema fotovoltaico a ser instalado em sua casa ou empresa. Mesmo assim, é algo mais simples do que parece. “Nos dias atuais, o acesso a linhas de crédito com taxas atrativas e prazos alongados é fundamental para o aumento do número de usuários”, afirma Luís Knorst, da DVM Solar. “Nós montamos uma equipe que auxilia o cliente na escolha da linha que melhor se adequa à necessidade dele, ajudando com a documentação requisitada pela instituição bancária e até mesmo entrando em contato com ela para atualizar o processo”, comenta. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), por exemplo, criou o Finame – Energia Renovável, financiamento voltado tanto para pessoas jurídicas como físicas. E vale reforçar a queda de preço dos módulos: nos últimos dez anos, caiu cerca de 80%.

 

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Mobiliários urbanos também podem gerar energia fotovoltaica, basta ver exemplos como as “árvores solares” (foto), instaladas ao redor do Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro, e em pontos de ônibus. A energia produzida é usada na iluminação e também habilita o carregamento de smartphones por meio de entradas USB

 

Por que investir?
A Absolar aposta que o setor fotovoltaico será importante na retomada econômica nacional. “A energia solar terá função cada vez mais estratégica para atingirmos as metas de desenvolvimento, sobretudo neste momento, já que se trata da fonte renovável que mais gera empregos no mundo”, analisa Bárbara Rubim, da Absolar. De fato, o Brasil está bem nesse quesito: segundo ranking da Agência Internacional de Energia Renovável (Irena), terminamos 2019 como o 8º país que mais gerou empregos no setor de energia solar fotovoltaica, à frente de líderes históricos desse mercado, como Alemanha e Reino Unido.

A arquitetura moderna também se beneficia de seu uso, comenta Ivo, da Sunew.

“Quando se fala em planejamento urbano, é impossível evitar o tema da verticalização. A tendência mundial de construção de arranha-céus tem a vantagem de abrigar mais pessoas, mas pode levar à formação de ilhas de calor”, reflete. “O OPV é uma forma de minimizar esses efeitos, visto que pode ser aplicado em fachadas de vidro e outras superfícies em que as tecnologias fotovoltaicas tradicionais são incapazes de alcançar.” O OPV é a terceira geração de células solares: um filme flexível e semitransparente, que pode ser laminado entre vidros, permitindo diversas aplicações envolvendo nosso material.

Um estudo de caso que revela como o negócio pode trazer grande retorno às empresas vidreiras é o da DVM. Sua divisão de energia começou a operar em 2016, na matriz da processadora, em Imperatriz (MA). Hoje, conta com três filiais – em Balsas e São Luís, ambas no Maranhão, e Teresina, no Piauí – e mais de 200 projetos instalados em funcionamento nos Estados do Maranhão, Pará, Tocantins e Piauí. “Nossa gestão foca principalmente no atendimento ao cliente e no pós-venda, pois vimos certa deficiência em relação a esse tipo de suporte”, afirma Knorst. “Prevíamos um aumento considerável da demanda, porém nossas expectativas foram superadas. As novas possibilidades de financiamento possibilitaram que uma gama maior de clientes tivesse acesso à tecnologia, deixando de ser restrito a um grupo seleto com dinheiro guardado.”

Este texto foi originalmente publicado na edição 574 (outubro de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

ABNT ganha novo comitê

O Comitê Brasileiro de Esquadrias, Componentes e Ferragens em Geral (ABNT/CB-248), aprovado pela associação em agosto, começou a funcionar oficialmente em 1º de outubro. O Sindicato das Indústrias de Artefatos de Metais Não Ferrosos no Estado de São Paulo (Siamfesp) foi escolhido como sede, em concordância com a atuação multissetorial do órgão. Roney Margutti, engenheiro e gerente técnico do sindicato, é o gestor do novo comitê.

Formado a partir da fusão das comissões de Estudo Especial de Ferragens (ABNT/CEE-188) e Esquadrias (ABNT/CEE191), o CB-248 atuará na normalização do segmento de esquadrias, componentes e ferragens em geral em relação à terminologia, procedimentos, requisitos e métodos de ensaio desses produtos. Alguns dos itens compreendidos em seu escopo são esquadrias para janelas, portas, fachadas-cortinas, guarda-corpos, fechaduras de embutir e de sobrepor, ferragens para vidros etc.

De olho no futuro
Um dos principais pontos do novo comitê é elevar a normalização brasileira ao nível internacional. “Já está nascendo para ter atuação mundial, visando à sua participação em negociações da Associação Mercosul de Normalização, a AMN, e sua inclusão como membro participante com voz ativa no comitê técnico internacional ISO/TC 162”, explica Margutti.

O gestor também destaca o papel do grupo como um “comitê piloto” para ações de modernização na ABNT. “A ideia é que possamos preparar pessoas cada vez mais habilitadas para a normalização, com a disseminação de conceitos e procedimentos normativos. Conforme essas iniciativas forem sendo desenvolvidas, as ações com resultados positivos devem passar a ser implementadas em outros comitês existentes.”

Proximidade no trabalho
O CB-248 terá interface com vários grupos da ABNT – entre eles, o Comitê Brasileiro de Vidros Planos (ABNT/CB-37), com sede na Abravidro. Sobre isso, Margutti diz: “O vidro é um componente essencial em qualquer esquadria, independentemente do material que componha sua moldura. Dessa forma, consideramos que essa comunicação será muito importante”.

Tal proximidade já deverá se fazer presente na primeira reunião do órgão, marcada para o dia 22 deste mês. Nela serão instaladas as duas primeiras comissões de estudos, a CE-248:001.001 – Esquadrias para Portas, Janelas e Fachadas-cortinas e a CE-248:001.002 – Guarda-corpos. Essa última é bastante importante para o setor vidreiro nacional, considerando o uso cada vez maior de nosso material em sistemas de guarda-corpos.

Este texto foi originalmente publicado na edição 574 (outubro de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Confira dicas para a fixação de vidros com cola UV

A fixação de peças de vidro com colas de secagem ultravioleta (UV) é bastante conhecida pelo nosso setor. É bem provável que sua vidraçaria já trabalhe com esses produtos — mas você sabe a melhor forma de utilizá-la, incluindo as condições em que os vidros precisam estar e os cuidados que devem ser tomados para manter a qualidade da colagem sem que as peças descolem? A seguir, O Vidroplano apresenta os pontos a serem levados em conta – antes, durante e depois desse trabalho – para que o resultado final apresente a durabilidade esperada.

Diferenciais
Margô Grimberg, diretora da Colatech, aponta as colas UV como ideais para serviços que necessitem de transparência, resistência e limpeza. “Esse produto trouxe facilidade na execução de projetos para vários segmentos, como os de decoração, mobiliário, joalheria e até automotivo”, comenta. Para ela, um dos maiores benefícios dessa colagem é que, ao contrário da realizada com silicone, não escurece com o tempo. Matheus Primo, sócio da processadora Primo Vidros e diretor-criativo da marca de design de móveis com vidro Glass11, concorda: “Além da ótima aderência, é encantador termos uma cola que não aparece, é poético”.

A simplicidade na aplicação do produto é outra vantagem. “A cola UV é muito prática, rápida e segura para uma colagem em que se prioriza a estética, pois a não utilização de qualquer outro tipo de suporte valoriza o design do trabalho, deixando um aspecto clean e de amplitude no ambiente, móveis e objetos colados”, explica Ricardo Costa, diretor-comercial da GlassParts.

Vale ainda destacar a durabilidade desses trabalhos. Segundo Nelson Libonatti, diretor-geral da Glass Vetro, se bem-feito, seguindo as recomendações do fabricante do produto, a fixação pode se manter indefinidamente. “Eu mesmo tenho peças com mais de 25 anos em perfeitas condições”, revela.

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Restrições
Embora as colas UV proporcionem resistência, há casos em que não devem ser usadas. Matheus Primo ressalta a impossibilidade de aplicá-las em áreas externas, por exemplo. Já no caso de vidros coloridos, ele diz: “Podemos colar qualquer cor de vidro, desde que a coloração esteja na massa dele. Vidros pintados não podem ser fixados com colas UV, já que elas são específicas para a adesão direta de massa vítrea com massa vítrea, ou de vidros com materiais como aço inox e madeira”.

Costa acrescenta: “Nas colagens do tipo vidro/metal, o metal não deve ter qualquer tipo de tratamento em sua superfície, como cromação e anodização, entre outros”. Ele recomenda a colagem de nosso material em alumínio usinado ou aço inox.

Libonatti orienta ainda que o vidraceiro nunca use esse produto em aquários, pois a água causa descolamento — além disso, a cola UV pode matar os peixes.

Equipamentos para proteção
Como todo trabalho realizado por vidraceiros, esses serviços exigem certos equipamentos de proteção individual (EPIs):

– Luvas;
– Óculos para proteção contra os raios ultravioleta;
– Máscaras faciais.

Há também os equipamentos utilizados para facilitar a execução:

– Pano (que não solte fiapos);
– Álcool isopropílico;
– Bicos aplicadores (para dosar a quantidade da cola);
– Ventosas retas e anguladas com ajustes;
– Gabarito (pode ser de madeira, para cada modelo de colagem);
– Esquadros grandes e pequenos;
– Lâmpada ultravioleta.

Essa última é um elemento fundamental. Por isso, atenção para sua aquisição. “Há inúmeros tipos de lâmpada no mercado, mas nem todos geram raios em intensidade suficiente para a cura perfeita e profunda da cola. Esse fator pode levar a colagens incorretas e inseguras e até mesmo à quebra da peça”, observa Margô, da Colatech. É aconselhável que o vidraceiro procure informações com os fabricantes ou distribuidores das colas sobre a lâmpada certa para o produto deles.

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O passo a passo
Libonatti, da Glass Vetro, lista as etapas do processo de colagem:

1. Verifique quais peças serão fixadas, pois existem modelos de colas específicas para cada tipo de colagem

2. Cheque se as superfícies a serem coladas estão totalmente niveladas

3. Faça a limpeza do local – de preferência, utilize álcool isopropílico ou de elevado grau de pureza

4. Seque bem o local com papel toalha

5. Ligue a lâmpada UV cinco minutos antes de usá-la

6. Ao utilizar lâmpada de até 40 W de potência (encontrada facilmente no mercado), direcione-a para a frente do local a ser colado a uma distância de, aproximadamente, 10 cm

7. Faça a cura inicial por até dez segundos e, em seguida, limpe o excesso de cola

8. Faça o restante da cura, considerando um tempo de um minuto para cada mm de espessura do vidro

9. Verifique se o local colado ficou totalmente transparente, pois isso indica que a colagem foi bem-feita e será duradoura

Cuidados a serem tomados
Bordas do vidro: “A lapidação do vidro é a grande responsável pela aderência, estética e resistência da colagem”, aponta Matheus Primo, da Glass11. Por isso, é indispensável que a peça tenha passado por uma lapidação impecável do tipo copo (reta);

Limpeza: Margô ressalta que o vidro precisa estar livre de qualquer tipo de gordura ou umidade em sua superfície;

Atenção com o excesso de cola: Costa, da GlassParts, alerta que o excesso de cola forma uma película entre os vidros, diminuindo sua resistência;

Emissão em bom estado: o vidraceiro deve sempre conferir se a lâmpada UV continua vibrante;

Do lado certo: como todos os vidros têm uma camada de estanho em um dos lados, é recomendável identificar em quais pontos pode ser colado, de preferência no lado oposto ao do estanho (embora seja possível fixar a peça nessa face, ela pode se descolar com o tempo);

Nada de “achismos”: siga sempre as orientações do fabricante ou distribuidor da cola e os consulte em caso de dúvidas.

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Corrigindo erros
Caso seja necessário fazer manutenção, qual o procedimento para remover os resíduos e recolar as peças? Primo explica: “Dependendo do tipo de vidro, a remoção deve ser feita com soprador térmico ou lâminas de estilete. Feito isso, o passo seguinte é repetir o processo de limpeza”.

Margô alerta que, se o vidraceiro perceber que cometeu algum erro, deve limpar o vidro imediatamente antes de ligar a lâmpada UV. “A cola permanece líquida enquanto os raios UV não incidirem sobre ela, ou seja, o profissional vai conseguir remontar a peça. Mas, depois da cura, fica praticamente impossível modificar a colagem.”

Corrigir erros é importante, mas o ideal é preveni-los. “É bom compreender por que a peça descolou-se, para o problema não se repetir. Vários fatores podem causar isso: o corte, a lapidação, o esquadro das junções de colagem, a cola armazenada inadequadamente, a lâmpada muito antiga ou com potência menor do que a necessária, a limpeza inadequada dos vidros… Ficar de olho nesses pontos certamente trará melhorias para o seu trabalho”, aconselha Primo.

Opções no mercado
A GlassParts e a GDS distribuem no Brasil as colas fabricadas na Europa UV Ultraglass 3/21 (para vidro/vidro e vidro/metal, com viscosidade média), 3/23 (vidro/vidro, com baixa viscosidade) e 3/24 (vidro/vidro ou vidro/metal em locais úmidos). Segundo Ricardo Costa, elas seguem os mais rígidos padrões de segurança da certificação ISO 9001, da Comissão Europeia (CE).

A Glass Vetro comercializa há mais de 30 anos no Brasil as UV Loxeal, vindas da Itália. A empresa disponibiliza grande variedade de opções para diferentes tipos de aplicação. A mais recente é a Loxeal UV 3040, para vidro/vidro e vidro/metal, que dispensa a lâmpada UV, podendo ser curada com uma lâmpada branca fria. Outro destaque é a Loxeal UV 3012, a qual permite colar vidro com acrílico.

Já a Colatech trouxe para o País e para a América do Sul, ainda em 1991, as alemãs Good Goods UV 682 (com viscosidade média, usada pela maioria dos clientes da empresa) e 665 (baixa viscosidade). De acordo com Margô Grimberg, ambas atuam bem em qualquer situação, sem serem específicas para algum tipo especial de trabalho.

Pesquisar sobre as características de cada produto e consultar suas fabricantes ou distribuidoras é fundamental. “Os usuários devem começar a solicitar dos produtores as características técnicas das colas que utilizam e também suas fichas de segurança”, orienta Libonatti, da Glass Vetro. “Só assim você poderá ter certeza de que está comprando um produto original e que não irá lhe trazer problemas no futuro. Quando estou ciente daquilo que o produto se propõe fazer, sei se posso ou não utilizá-lo para o que necessito.”

Este texto foi originalmente publicado na edição 574 (outubro de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Inovação: ser uma empresa diferente

Escrito por Cláudio Gama

Os próximos anos provavelmente exigirão inovações e mudanças tecnológicas tão grandes quanto as que a geração atual já testemunhou. E boa parte precisará ser realizada pelas empresas já estabelecidas. Como isso pode ser feito?

– Não é verdade que as grandes empresas monopolizam a inovação: os últimos anos foram marcados por companhias menores ou desconhecidas produzindo inovações eficazes. A Xerox não era nada mais do que um pequeno comércio de papel em 1950;

– A função empreendedora consiste em transferir os recursos existentes das áreas de menor produtividade para as áreas de maior produtividade. Não significa, portanto, criar riqueza descobrindo novos continentes, mas, sim, novos e melhores usos para os recursos existentes e os potenciais conhecidos;

– Em geral, a empresa inovadora tem sido discutida em termos de criatividade e de atitudes. Na verdade, ela precisa de políticas, práticas e estrutura. Requer, em primeiro lugar, que a gestão antecipe suas necessidades tecnológicas;

– O problema em muitas organizações incapazes de inovar e se renovar é que não conseguem se desprender do passado, daquilo que não é mais produtivo. Pelo contrário, tendem a alocar nisso seus melhores recursos;

– Por isso, é preciso que cada produto, processo e atividade sejam postos periodicamente em julgamento (talvez a cada dois ou três anos). A pergunta a ser feita: “Se já não fizéssemos isso atualmente, faríamos o mesmo a partir de agora, sabendo o que sabemos hoje?”. Se a resposta for negativa, então surge outra pergunta: “Como podemos abandonar isso e com que rapidez?”;

– A organização que, sistematicamente, se desprende do antigo não precisa se preocupar com a criatividade, pois terá um apetite tão saudável pelo novo que a principal tarefa da administração será selecionar, dentre a grande quantidade de boas ideias novas, aquelas com maior potencial de execução bem-sucedida.

Cláudio Gama é analista técnico em gestão governamental e especialista em gestão pública pela Faculdade Municipal de Palhoça (SC)

Este texto foi originalmente publicado na edição 574 (outubro de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Otimismo moderado

domingos-out2020Depois de um primeiro semestre repleto de tensões decorrentes da pandemia, a segunda metade do ano vem garantindo, mês a mês, resultados positivos puxados pela construção civil e também pela recuperação de outros setores consumidores de nossos produtos, como as indústrias automotiva e de linha branca.

Entramos no último trimestre do ano, tradicionalmente o mais aquecido no nosso setor, e uma preocupação ronda o mercado vidreiro: teremos vidro para trabalhar? A dificuldade de se obter matéria-prima não é exclusividade nossa. Materiais como PVC, papelão, cimento, tijolo, algodão e tantos outros insumos industriais estão menos disponíveis, alguns até globalmente, por conta das medidas de suspensão da produção no período mais agudo da crise.

No nosso caso, o mix de produtos segue comprometido, com as usinas de base priorizando o incolor em suas campanhas mais recentes — o que não tem garantido plena disponibilidade nem mesmo a esse material. A retomada da indústria automotiva, ainda que em ritmo lento, também tem impactado a oferta de float.

Os números do comércio exterior mostram aumento do volume exportado em setembro em relação ao mês anterior, apesar de duas usinas terem reduzido seus embarques. A exportação em setembro foi a maior do ano, acima, portanto, da pré-pandemia, quando sobrava vidro no País. As importações seguem em alta também, mas não por esforço das fabricantes de float. O discurso é de que importar vidro está caro e difícil, por uma combinação de fatores como pouca disponibilidade do material no mundo, câmbio desfavorável, dificuldades com o frete internacional…

A Abravidro mantem-se vigilante, pressionando os fabricantes nacionais para que a situação seja normalizada com a maior brevidade possível e possamos trabalhar em plenas condições e aproveitar o bom momento que o setor da construção civil atravessa.

José Domingos Seixas
Presidente da Abravidro
seixas@abravidro.org.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 574 (outubro de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

De olho nos mercados

Desde o início da pandemia, O Vidroplano tenta analisar os caminhos de nosso setor em meio a uma situação extrema nunca vista por nós. Este mês, continuamos nessa toada. A reportagem de capa comenta as particularidades do segmento de vidros para automóveis – a indústria automotiva foi uma das mais atingidas pela quarentena –, além de revelar as diferenças entre esse material e as peças usadas na construção civil, e quais tecnologias podem se tornar padrão em nossos veículos num futuro breve.

O setor de energia solar fotovoltaica também tem destaque. Crescendo a olhos vistos há anos, pode ajudar a aquecer o consumo de vidro, graças à demanda cada vez maior por painéis fotovoltaicos – equipamentos que, em sua maioria no Brasil, ainda contam com matéria-prima importada. É o desafio de nossas empresas mudar esse cenário.

Ainda sobre o “novo normal”, feiras vidreiras internacionais fizeram recentemente edições online de seus eventos. Não deixe de conferir também a seção “Para sua vidraçaria”, onde você encontrará dicas essenciais para o antes, durante e depois do trabalho com colas de secagem ultravioleta (UV).

Boa leitura!

Iara Bentes
Editora de O Vidroplano

Este texto foi originalmente publicado na edição 574 (outubro de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Caleidoscópio – outubro 2020

DADOS & FATOS

Produção segue crescendo
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção industrial nacional cresceu 3,2% em agosto, quarta alta seguida. Porém, na média nacional, a produção segue 2,6% abaixo da pré-pandemia.

O Estado de São Paulo produziu 0,6% menos do que o verificado em fevereiro, mês que antecedeu as medidas de isolamento social para enfrentamento da pandemia. O Rio de Janeiro quase igualou o segundo mês do ano: ficou, em agosto, 0,1% abaixo do registrado antes da crise.

Sangria superada
Dos 15 locais acompanhados pela Pesquisa Industrial Mensal Regional (PIM-Regional) do IBGE, 6 superaram, em agosto, o nível de produção de fevereiro. O Amazonas produziu 7,6% a mais do que em fevereiro deste ano. Os outros Estados que superaram o nível anterior à eclosão da doença no País foram Pará (5,5% acima de fevereiro), Ceará (5%), Goiás (3,9%), Minas Gerais (2,6%) e Pernambuco (0,7%).

Faturamento recuperado
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) informou que as vendas de agosto do setor industrial ultrapassaram o patamar verificado no início do ano, antes da pandemia da Covid-19. De acordo com a entidade, o faturamento real da indústria aumentou 2,3% na comparação com julho; e 3,6% em relação ao mesmo mês de 2019. No acumulado do ano, no entanto, os números ainda somam queda de 3,9%, em relação ao período de janeiro a agosto de 2019.

Indústria volta a gerar empregos
Segundo a CNI, o emprego industrial registrou, em agosto, a primeira alta neste ano e cresceu 1,9% em relação ao indicador de julho. Tomando-se dados de agosto de 2019, tem-se queda de 2,9%. “Com esse desempenho, o nível de emprego já se encontra próximo do que vigorava pré-crise, após ajuste sazonal”, informa a entidade.

Boom imobiliário em SP
De acordo com dados divulgados pelo Secovi-SP, em agosto, 6.350 apartamentos novos foram vendidos, ou seja, 46,3% a mais do que em julho e 35% acima do que seu viu no mesmo mês do ano anterior. No acumulado dos últimos 12 meses, o crescimento registrado foi de 17,1%. Levando em conta os empreendimentos lançados, em agosto foram alcançadas 8.039 unidades, representando aumento de 207,5% em comparação a julho. O mês também foi o mais promissor em vendas e lançamentos desde o início da pesquisa, em 2004.

América Latina em situação difícil
Dados da Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (Unido) registram o resultado da pandemia para a indústria de transformação mundial: um baque de -11,2% no segundo trimestre se comparado ao mesmo período do ano passado. O impacto maior foi registrado nos ramos de grande intensidade tecnológica. A indústria dos países emergentes foi a que mais sofreu, 22% de queda, com estrago sensível entre os países da América Latina: recuo de 24,2%. A média da queda entre os países mais industrializados foi de -16,4%.

 

FIQUE POR DENTRO

Nova linha de crédito para se investir em Indústria 4.0
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) colocou à disposição do mercado a linha Crédito Serviços 4.0. O objetivo é liberar verbas para o financiamento de serviços tecnológicos avançados, especialmente para pequenas e médias empresas. O valor limite por operação é de R$ 5 milhões, com prazo de pagamento de até 120 meses e carência de 3 a 24 meses.

A notícia vem em boa hora. A ausência de recursos próprios e de financiamentos adequados é um dos principais entraves para o desenvolvimento da Indústria 4.0 no Brasil. A informação faz parte de estudo elaborado pela CNI que revela os gargalos para apresentar perspectivas e soluções ao desenvolvimento da Indústria 4.0.

“As principais nações industrializadas inseriram o desenvolvimento da Indústria 4.0 no centro das estratégias de política industrial para preservar e aumentar sua competitividade. O Brasil precisa fazer o mesmo. A capacidade de a indústria brasileira competir internacionalmente dependerá da nossa habilidade de promover essa transformação”, comenta o diretor de Desenvolvimento industrial da CNI, Carlos Eduardo Abijaodi.

 

RETROVISOR

O Vidroplano para o mundo
Em outubro de 2000, em uma ação inédita, publicamos O Vidroplano também em inglês, para ser distribuída na edição daquele ano na Glasstec. Principal feira vidreira do mundo, ela é realizada a cada dois anos em Düsseldorf, Alemanha.

Este texto foi originalmente publicado na edição 574 (outubro de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.