Sobrevivendo em meio a incertezas

domingos-abr2020Há um mês estamos administrando e avaliando os impactos das medidas dos governos federal, estaduais e municipais em nossas vidas e negócios. Não tem sido fácil. A alteração nas rotinas de trabalho para garantir a segurança dos profissionais que continuam em operação, a diminuição das equipes, a queda na demanda e o aumento da inadimplência são as consequências mais comuns.

O setor produtivo tem buscado, junto às diversas esferas de poder, medidas de socorro nesse momento tão delicado. A indústria vidreira apresentou ao Ministério da Economia, no final de março, uma série de demandas, nos mais variados campos, as quais podem trazer algum alívio em meio a tanta incerteza diante da drástica queda de receitas. Mas o que temos visto é que as ações anunciadas ainda são insuficientes.

Enquanto aguardamos essas decisões políticas e técnicas que talvez nos deem um respiro, vivemos o desafio de liderar nossas empresas à medida que atravessamos um mar de águas desconhecidas – sem cartas de navegação ou mesmo um manual de sobrevivência. Os embates entre governos e atores políticos não ajudam. Mais uma vez, é preciso recorrer a princípios e nos pautar naquilo que pensamos ser o mais adequado. Eu, particularmente, acredito que apenas com ciência e consciência coletiva vamos superar o novo coronavírus.

Ao travarmos uma batalha pela sobrevivência dos negócios, se faz necessário também manter o compromisso e a responsabilidade com o mercado em que atuamos, sem medidas extremas ou desleais que desvalorizem nosso produto. É preciso suportar o presente para que tenhamos um futuro sustentável. E essa responsabilidade deve ser o mantra de todos os elos da cadeia vidreira: usinas de base, processadores, distribuidores e vidraceiros. Só assim nossa indústria permanecerá saudável.

José Domingos Seixas
Presidente da Abravidro
seixas@abravidro.org.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 568 (abril de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Tempos estranhos

Um mês em isolamento, período de adaptação a uma nova realidade na vida profissional e também na vida privada. Esta edição de O Vidroplano foi toda produzida de nossas casas, depois de muitas reuniões remotas.

Mas essas mudanças não interferiram no compromisso da Abravidro: trazer o melhor conteúdo sobre o setor para você. E em tempos de coronavírus, não há como deixar esse assunto fora da pauta. Por isso, fomos buscar fontes no Brasil e no mundo que pudessem nos ajudar a traçar um panorama de como o mercado, em âmbito global, vem sendo impactado pela pandemia.

Paralelamente, seguimos monitorando as medidas do governo para auxiliar indústrias e outros setores da economia a tentar enfrentar os atuais desafios. Os diversos canais da Abravidro vêm sendo atualizados com essas informações, com o objetivo de ajudar na tomada de decisão das empresas.

Porém, nem só de pandemia trata esta edição. A reportagem especial mostra como o vidro pode contribuir com a saúde das pessoas, uma reflexão ainda mais interessante no atual cenário. Outra matéria fala sobre vidro acústico e dá dicas de como os vidraceiros podem incluir esse produto, ainda pouco explorado no País, em seu portfólio.

E, assim, nos preparando para o futuro, o qual esperamos que chegue logo, vamos atravessando esses tempos estranhos em que vivemos.

Cuide-se e fique bem!

Iara Bentes
Editora de O Vidroplano

 

Este texto foi originalmente publicado na edição 568 (abril de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Mudanças na direção da Guardian

A usina vidreira anunciou, no começo de abril, que Renato Poty (foto) assumiu a posição de Country Manager (gerente do País), tornando-se responsável pela gestão administrativa do Brasil. A liderança das áreas de interface com clientes, incluindo marketing e vendas, permanece sob a direção de Renato Sivieri. Assim, tanto Poty como Sivieri passam a reportar-se diretamente a Rick Zoulek, vice-presidente da Guardian para as Américas. Segundo a usina vidreira, o novo modelo de gestão trará mais agilidade nas tomadas de decisão, fortalecendo sua presença em toda a região. O executivo Ricardo Knecht deixou a companhia.

Este texto foi originalmente publicado na edição 568 (abril de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Ferramenta ajuda processadores a demonstrar o resultado final de tintas

O Spectrum R CMiX Color Guide — lançamento Dip-Tech — é ferramenta online para ajudar os processadores vidreiros a demonstrar para arquitetos e designers o resultado final das tintas Spectrum R para impressão digital em vidro. O guia inclui mais de 140 das cores mais usadas, além de fornecer receitas e instruções detalhadas para medição e mistura dos produtos.

 

Este texto foi originalmente publicado na edição 568 (abril de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Participe das reuniões do ABNT/CB-37!

Você sabia que as reuniões do Comitê Brasileiro de Vidros Planos (ABNT/CB-37) são abertas a quem estiver interessado? A Abravidro é sede do órgão responsável por discutir e elaborar as normas técnicas de nosso setor. A presença nessas discussões, física ou remotamente pela Internet, é muito importante para o desenvolvimento desses documentos.

Expandindo horizontes
Para Clélia Bassetto, analista de Normalização da Abravidro, cada pessoa que participa das reuniões do ABNT/CB-37 traz uma experiência diferente. “As diversas opiniões ajudam a entender melhor como cada um lida com determinados assuntos, principalmente quando temos pessoas de diversos Estados.”

Clélia aponta como exemplos as duas reuniões realizadas — exclusivamente por videoconferência, devido à atual pandemia — em 1º de abril: uma dedicada à revisão da norma para laminados e outra para a preparação do texto de termoendurecidos. “Tivemos a participação de 24 profissionais de todo o Brasil, incluindo processadores, vidraceiros e representantes das usinas de base”, ressalta.

Conectando o País
A participação remota é uma realidade nas reuniões do ABNT/CB-37 desde 2017 e permite que muitas pessoas de fora de São Paulo façam parte das discussões. Para ter acesso, basta enviar um e-mail para cb37@abnt.org.br dizendo que você tem interesse em tomar parte nas reuniões, para receber os convites com as informações de cada encontro — local, data, pauta da discussão e o link para a reunião.

Vozes do setor
“Presencial ou remotamente, estar nas reuniões de normas permite ter uma visão crítica, de toda a sociedade, do que realmente é importante para que a norma possa atender a necessidade do maior número de pessoas.”
Cirilo Paes, técnico em aplicação de produtos da Glasspeças e consultor para vidros e esquadrias de alumínio (SP)

“A presença nas reuniões é de vital importância, pois nelas conseguimos definir os parâmetros de qualidade e segurança para determinados produtos, fazendo com que se torne uma competição mais justa e sob as mesmas regras de produção, já que todos têm a oportunidade de se manifestar. Nesse sentido, o acompanhamento remoto ajudou bastante os profissionais do segmento que ‘não tinham voz’, alcançando outros Estados.”
Gabriel Rosa, gerente-comercial da LuxSol Glass (RJ)

“Todos os dias surgem novas aplicações, produtos e tecnologias. Por isso, é necessário que as normas acompanhem essa evolução. Por meio das reuniões, além de contribuirmos com nosso conhecimento, aprendemos com a experiência dos demais participantes. Essa troca enriquece o debate e faz com que as normas sejam elaboradas e revisadas dentro do que há de melhor em termos de conhecimento teórico e prático.”
Leonardo Abreu, diretor da Invetro (ES)

“Estamos trabalhando na revisão da NBR 14697 para laminados e desenvolvendo uma nova norma para termoendurecidos. Consideramos o parecer de todos e as suas contribuições muito importantes, proporcionando o equilíbrio entre o que é factível do ponto de vista de fabricação de ambos os vidros e as expectativas dos consumidores em relação à qualidade e à segurança proporcionadas por eles.”
Luiz Barbosa, gerente técnico de Vendas da Vivix (PE)

“Envolver-se com o setor enriquece o debate e ajusta as discussões em pauta à realidade do segmento como um todo, desde o arquiteto que idealiza o projeto até o cliente final que usufruirá dos produtos fabricados sob os parâmetros discutidos. Sabemos das dificuldades de deslocamento e, nesse contexto, a participação remota tem se mostrado uma forma viável de envolver o máximo possível de pessoas em nossas reuniões.”
Wender Cotrim, gerente-industrial da Vitral Vidros Planos (MG)

Este texto foi originalmente publicado na edição 568 (abril de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Eventos do setor têm datas alteradas

Atividades por todo o mundo têm sido adiadas desde o mês passado. A intenção é evitar a disseminação da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus cujo número de casos teve aumento expressivo a partir de março em todo o planeta.

Os eventos voltados para o setor vidreiro não foram exceção. No Brasil, conforme já noticiado na última edição de O Vidroplano, a Glass South America, maior feira vidreira na América Latina, teve sua data mudada de junho para novembro. Fora do País, a China Glass, cuja 31ª edição seria promovida de 14 a 17 de abril, também foi postergada – sua nova data ainda não foi anunciada.

A seguir, confira as novas datas das principais feiras e encontros nacionais e internacionais para nosso segmento. Vale ressaltar que todas elas estão sujeitas a alterações, devido às incertezas em relação ao fim da quarentena pelo Brasil e em outros países.

glass-south-americaGlass South America
DATA: 5 a 8 de novembro
LOCAL: São Paulo Expo, São Paulo
MAIS INFORMAÇÕES:
www.glassexpo.com.br

 

 

 

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Feicon Batimat
DATA: 15 a 18 de setembro
LOCAL: São Paulo Expo, São Paulo
MAIS INFORMAÇÕES: www.feicon.com.br

 

 

 

glass-performance-daysGlass Performance Days South America (GPD Same)
DATA: 5 e 6 de novembro
LOCAL: São Paulo Expo, São Paulo
MAIS INFORMAÇÕES: www.gpd.fi/events/gpd-south-america-2020

 

 

ENTIDADES REGIONAIS
Work Glass 2020 – Adivipar-PR
DATA: 8 e 9 de julho
LOCAL: Küster Hotel, Guarapuava (PR)
MAIS INFORMAÇÕES: www.adivipar.com.br

Curso “Envidraçamento de Sacadas” – Sindividros-RS
DATA: 11 de julho
LOCAL: Fatec/Senai Porto Alegre, Porto Alegre
MAIS INFORMAÇÕES: www.sindividrosrs.com.br
3º Seminário de Vidros e Esquadrias – Sinvidro-MG e Amvid-MG
DATA: 14 de julho
LOCAL: sede da Fiemg, Belo Horizonte
MAIS INFORMAÇÕES: www.sinvidromg.org.br
Casa Cor: datas já confirmadas
Até o fechamento desta edição, a nova data da Casa Cor São Paulo ainda não havia sido anunciada. As dos demais eventos seguem abaixo:

GOIÁS: 1º de agosto a 9 de setembro
PARANÁ: 2 de agosto a 13 de setembro
PARAÍBA: 14 de agosto a 27 de setembro
SANTA CATARINA – ITAPEMA: 16 de agosto a 27 de setembro
MATO GROSSO DO SUL: 3 de setembro a 18 de outubro
RIO GRANDE DO SUL: 4 de setembro a 25 de outubro
MINAS GERAIS: 15 de setembro a 8 de novembro
ESPÍRITO SANTO: 23 de setembro a 8 de novembro
RIBEIRÃO PRETO: 24 de setembro a 8 de novembro
RIO DE JANEIRO: 29 de setembro a 15 de novembro
BAHIA: 1º de outubro a 15 de novembro
BRASÍLIA: 2 de outubro a 16 de novembro
SANTA CATARINA – FLORIANÓPOLIS: 11 de outubro a 22 de novembro
CEARÁ: 24 de outubro a 8 de dezembro

MAIS INFORMAÇÕES: www.casacor.abril.com.br

 

Este texto foi originalmente publicado na edição 568 (abril de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Prédio na Alemanha usa fachada dupla envidraçada

O Cube Berlin, concluído recentemente na capital alemã, é a prova de que complexidade estética e técnica podem andar juntas na arquitetura, principalmente quando nosso material é usado. Localizado na Washington Platz, no distrito de Europacity, o edifício mistura as qualidades de prédio inteligente no quesito energético com um design arrojado e moderno, tornando-o um marco da construção contemporâneo.

Ficha técnica
Autor do projeto: 3XN Architects
Local: Berlim, Alemanha
Conclusão: fevereiro de 2020

Formas refletivas
Com 11 andares e 19 mil m² de área total, o Cube Berlin foi desenvolvido para dialogar com o espaço urbano em volta, quase como se fosse uma escultura. “Para alcançar isso, procuramos vidros que enfatizassem a superfície da fachada ao mesmo tempo que refletissem os arredores”, comenta o arquiteto Torben Østergaard, membro do escritório dinamarquês 3XN, responsável pelo projeto. “A obra também permite uma leitura mais subjetiva do contexto da vida ao redor na praça. Nossa esperança é de que suas formas levem as pessoas a questionar: ‘O que realmente está acontecendo aqui?’”

Duas vezes vidro
O elemento estrutural mais importante desse conjunto é a fachada dupla envidraçada e ventilada. Vale recordar: esse tipo de estrutura consiste numa pele de vidro tradicional com a segunda pele de vidro na frente. As duas são separadas por um espaço, de centímetros ou até metros, que ajuda a ventilar o interior e também a barrar ainda mais a entrada de radiação solar.

A do Cube Berlin é marcada por padrões triangulares e algumas aberturas nos quatro lados da obra — isso, juntamente com as janelas que vão do chão ao teto, garante ainda mais integração dos usuários com o ambiente externo, assim como farta entrada de luz natural.

Os vidros refletivos escolhidos também têm função relevante. Eles oferecem uma mudança dinâmica na aparência do edifício. Dependendo do ângulo de visão, clima e período do dia, é possível ver cores e texturas diferentes espelhadas na fachada.

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Eficiência energética
Outro destaque do projeto: o baixo consumo de eletricidade em comparação a outras construções semelhantes. Para isso, a fachada dupla foi um fator importante: a distância entre as peles de vidro externa e interna permite proteção mais efetiva contra a radiação solar, além de oferecer ventilação natural às instalações (graças àquelas aberturas na fachada citadas anteriormente). Para evitar o superaquecimento desse espaço entre as peles de vidro, foram usados coatings (revestimentos) especiais e também PVBs de controle solar nos vidros externos.

Especificação da fachada
Fabricante dos vidros: Guardian
Parte externa
Laminado de SunGuard HD Diamond 66 Ultra, com PVB solar e estrutural Saflex (da Eastman)
Parte interna
Insulado triplo de ClimaGuard Permium 2 (6 mm) + float incolor (6 mm) + SunGuard SN 62/34

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Este texto foi originalmente publicado na edição 568 (abril de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Fachada de loja faz referência à cultura da Coreia do Sul

A história da Louis Vuitton na Coreia do Sul é antiga. A primeira loja local da fabricante francesa de bolsas, acessórios e vestuário foi inaugurada em 1991 na capital Seul. Em 2000, o país ganhou uma Global Store, a rede especial presente apenas nas principais cidades do mundo. E esse espaço acabou de ser reformado, com design de um dos mais renomados arquitetos do planeta, ganhando até mesmo um nome novo: Maison Louis Vuitton Seoul.

Ficha técnica
Autor do projeto: Frank Gehry
Local: Seul, Coreia do Sul
Conclusão: outubro de 2019

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Inspirações históricas
O prédio foi totalmente redesenhado pelo canadense Frank Gehry, autor de obras icônicas como o Museu Guggenheim Bilbao (na Espanha), Walt Disney Concert Hall (Estados Unidos), Dancing House (República Tcheca) e a sede da própria Louis Vuitton Foundation (França). Para esse novo trabalho com a marca, Gehry misturou referências à cultura coreana, como a arquitetura histórica da Fortaleza de Hwasong, construída no século 18, e os movimentos da milenar “dança da garça” (Dangae Hakchum), que pode ser vista nas formas livres da fachada. “O que me impressionou quando visitei a cidade pela primeira vez, 25 anos atrás, foi a relação entre sua arquitetura e as belezas naturais”, comenta o arquiteto. Alcançar essa ligação era seu principal objetivo com o projeto.

Poesia envidraçada
O vidro curvo, marca registrada de várias obras assinadas por Gehry pelo mundo, também é destaque aqui. Todos os painéis aplicados à fachada foram especialmente moldados, seguindo um rigoroso controle industrial, para se encaixar de forma perfeita – eles estão anexados a estruturas metálicas feitas sob medida.

Por estar na fachada inteira, nosso material tem diversas funções, incluindo o fechamento de vestíbulos (na parte mais alta do prédio) e de terraços. Mais abaixo, são usadas persianas. Isso tudo somado dá a sensação, olhando de fora, que o edifício está alçando voo – ou até mesmo que seu topo está evaporando.

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Interiores remodelados
O interior da obra ficou a cargo do designer Peter Marino. Concebidos para dialogar com o exterior, os interiores são marcados por vastos espaços vazios ao mesmo tempo que concentra produtos em nichos intimistas. “Projetamos essas áreas para enfatizar fortemente a qualidade escultural energética do exterior criado por Gehry”, explica Marino. “As pedras usadas dentro da loja parecem fluir vindas de fora. O dinamismo desses volumes retangulares contrasta claramente com a estética envidraçada barroca do prédio.” Mais uma vez, o vidro contribui para uma obra-prima da arquitetura moderna.

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Este texto foi originalmente publicado na edição 568 (abril de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

As contribuições do vidro para a saúde das pessoas

O mundo está passando por uma das pandemias mais graves desde a da gripe espanhola, no final da década de 1910, e esta edição de O Vidroplano comenta bastante a situação.

Mas, além da relevância de entender o impacto disso tudo no setor vidreiro, vale citar que nosso material tem ajudado pessoas a interagir umas com as outras neste período de quarentena e distanciamento social. Prova disso é uma foto que viralizou pela Internet recentemente, com mais de 700 mil curtidas, mostrando um pai segurando seu bebê, enquanto o avô da criança via o neto recém-nascido através de uma janela envidraçada.

Por isso mesmo, é inevitável pensar a respeito de como o principal assunto da revista, o vidro, pode atuar a favor de nossa saúde. A seguir, conheça alguns tipos de vidro com essa função, além dos vários benefícios que ele traz para nossa vida – e que podem estar presentes não apenas em hospitais, mas também em sua casa ou ambiente de trabalho.

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Em busca da privacidade
Assim como vimos no exemplo do avô e seu neto, em várias situações envolvendo ambientes hospitalares, como cirurgias ou nascimentos, interagir com familiares que estão nesses espaços é importante – mas só até certo ponto. Para permitir interação com privacidade, existe o vidro privativo. “Sua produção é feita por meio de um processo de laminação de vidros com um filme de cristal líquido”, explica Andréia Santana, da PKO, fabricante do Privacy Glass. “Quando aplicada uma voltagem à peça, os polímeros dispersos no filme se organizam para uma direção específica, permitindo a passagem de luz e tornando a chapa incolor. Ao ser desligada, ficam estáticos e voltam à condição original, na cor branca translúcida. Assim, não se vê o que há do outro lado.”

Esse material pode ser empregado em divisórias de UTI, centros cirúrgicos e obstétricos, quartos de isolamento, berçários, biombos de consultórios médicos e centros de diagnóstico, sem falar de espaços que precisam de privacidade controlada.

Iluminação natural
Além de permitir a interação entre ambientes, nosso material também garante a entrada de luz solar – e a falta dela pode gerar sérias consequências à saúde. Um estudo feito há alguns anos pela neurologista americana Phyllis Zee provou que indivíduos que trabalham em espaços com janelas apresentam hábitos de sono mais saudáveis em comparação àqueles que passam o dia em ambientes fechados.

A explicação está no fato de a luz regular o ritmo circadiano, o ciclo biológico do corpo humano. Ela afeta:

– O humor e o estado de alerta;

– O metabolismo, podendo levar à redução da pressão arterial e à probabilidade de se desenvolver doenças cardiovasculares;

– O bem-estar mental, pois aumenta a produção de serotonina, hormônio que regula diversos aspectos como o sono e o apetite. Com isso, diminui a chance de a pessoa ter depressão e outras doenças de cunho psicológico, como o estresse e a ansiedade.

O engenheiro Fernando Simon Westphal, coordenador do programa de pós-graduação em arquitetura e urbanismo da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), é especialista em analisar o desempenho e características de fachadas envidraçadas. “A iluminação natural contribui ainda com o aumento do nível de concentração e melhora da memória de curto prazo”, comenta. “E não é só a luz que faz bem: o desempenho de trabalhadores que têm contato visual com o ambiente externo é maior. Um estudo americano identificou que, em lugares com esse tipo de interação, as pessoas concentram mais esforços na sua atividade primária, distraindo-se menos.”

Controle solar
Aproveitar toda essa luz natural não significa sofrer com o calor gerado por ela. É aí que entram os vidros de controle solar, que protegem contra a radiação do Sol. “Em um país predominantemente quente como o Brasil, não há como prever um projeto sem eles”, explica Westphal. “Lamentavelmente, esse produto ainda é pouco utilizado em residências, sendo mais comum em prédios comerciais.” O material faz com que se use menos ar-condicionado – e a consequência disso é a queda de doenças respiratórias, como asma e rinite, e sintomas como tosse, espirros e dor de cabeça.

Portanto, arquitetos e engenheiros não precisam ter receio de projetar grandes peles de vidro, como reforça o engenheiro. “Com toda essa tecnologia, é possível ampliar a área das janelas e, consequentemente, a área de contato visual com o exterior, sem aumento no consumo de energia para resfriamento do interior das edificações.”

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Atenuação acústica
Além do calor, existe outro mal invisível: o barulho. O nível de som de uma conversa normal (cerca de 60 dB) já é o suficiente para agredir nosso organismo. A partir de 85 dB, é possível sofrer perdas auditivas irrecuperáveis, além de outros efeitos negativos, incluindo cansaço, estresse, insônia, falta de concentração e até doenças cardíacas e diminuição da resistência imunológica.

“Não tem acordo com ruído, ele faz mal mesmo”, enfatiza Edison Claro de Moraes, proprietário da Atenua Som e vice-presidente de Relações com o Mercado da ProAcústica. “O grande desafio é a capacidade que o corpo humano tem de se acomodar. É muito comum pessoas falarem que se adaptaram a um barulho. Porém, mais cedo ou mais tarde, vão pagar um preço alto por isso.”

O vidro, até por sua estrutura, é um grande aliado da diminuição sonora. A física explica: segundo a “lei de massa”, quanto maior a massa de um item, melhor será seu desempenho nesse quesito. Uma chapa de maior espessura vai proporcionar maior isolamento. No entanto, não basta instalar peças grossas em qualquer projeto, pois o material vibra ao receber frequências específicas de som, o que diminui sua capacidade como isolante. O ideal, então, é estudar e combinar espessuras: vidros espessos são excelentes para barulhos pesados; já os finos atuam melhor contra sons agudos.

“Infelizmente, grande parte dos profissionais da construção não se atenta à importância do conforto acústico na especificação das obras”, lamenta Moraes. “Identificamos bares, restaurantes, salas de eventos, feiras etc. sem o mínimo tratamento nesse sentido.” Por isso mesmo, quando falamos de saúde em relação aos nossos ouvidos, não podemos considerar apenas aplicações em quartos de hospitais, por exemplo, mas também em residências e em empreendimentos comerciais.

Contra a radiação
Por outro lado, existem vidros feitos especialmente para aplicações nesse tipo de ambiente. O plumbífero é um deles: tem alta capacidade de proteção contra radiação e pode ser utilizado em salas de radiografia, mamografia, tomografia e de aplicações médicas, como quimioterapia, ou em laboratórios de pesquisa. Instalado em portas e janelas, impede que a radiação passe para outros ambientes, protegendo pacientes, profissionais de saúde e cientistas.

“A fabricação desse vidro se dá por um processo de estiramento vertical e adição de chumbo e bário em sua massa”, revela Andréia Santana, vendedora técnica da PKO. “É por isso que o produto é mais amarelado, mas essa coloração não altera sua transparência.”

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Contra as bactérias
Quem poderia imaginar, décadas atrás, que nosso material poderia até “combater” bactérias? Há alguns anos, a AGC desenvolveu e patenteou o vidro antibacteriano, produzido a partir da difusão de íons de prata em sua superfície – esses íons são os responsáveis pela interação com as bactérias, desativando o metabolismo delas e interrompendo sua divisão mecânica. O produto consegue eliminar até 99% de todos os organismos que se fixam em sua superfície, além de evitar a aparição de fungos. É ideal para salas de cirurgia, consultórios médicos, banheiros e até outros ambientes, como cozinhas de restaurantes, por exemplo.

No momento, a atual versão dessa linha não está sendo comercializada em nenhum lugar do mundo: a AGC trabalha em uma nova geração desse vidro, com maior eficácia ainda. Não existe previsão de lançamento.

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Cidades mais saudáveis
Durante o 14º Simpovidro, realizado pela Abravidro no ano passado em Porto de Galinhas, a arquiteta mexicana Sol Camacho, uma das palestrantes, citou um estudo que fez em parceria com o Hospital Albert Einstein (São Paulo) e o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), mostrando a relação direta entre vidro e saúde.

O projeto consistiu no mapeamento da favela de Paraisópolis, uma das maiores de São Paulo, com o intuito de facilitar a chegada de serviços públicos no local. As conclusões são reveladoras: as condições de vida ali estão ligadas a problemas respiratórios, causados pela falta de ventilação e luz natural – benefícios que o vidro pode oferecer a uma residência.

Outro dado interessante: segundo estudo do Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU) de 2017, 85% das cidades brasileiras são construídas sem a participação de arquitetos ou engenheiros. Isso significa que a tipologia das edificações nacionais é pautada pelas características da população, ao invés das dos terrenos, o que seria o recomendado. Isso tudo mostra que o vidro pode ser muito mais bem aplicado em nossos espaços urbanos.

Este texto foi originalmente publicado na edição 568 (abril de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Dicas para vender e instalar soluções acústicas

Como visto na reportagem “As contribuições do vidro para a saúde das pessoas” (para lê-la, clique aqui), um dos principais benefícios que o vidro pode oferecer é o conforto acústico, importante diferencial em grandes centros urbanos. Assim, fica a pergunta: sua vidraçaria sabe como escolher, vender e instalar sistemas de atenuação sonora para que eles apresentem o desempenho esperado? Nas próximas páginas, confira algumas dicas para esse trabalho.

Ao alcance dos seus negócios
Engana-se quem pensa que apenas grandes empresas são capazes de trabalhar com soluções acústicas. “Pequenas vidraçarias também podem se beneficiar desse mercado, basta buscar informação e capacitar-se”, afirma Edison Claro de Moraes, diretor da Atenua Som e vice-presidente de Relações com o Mercado da Associação Brasileira para a Qualidade Acústica (ProAcústica).

Marcos Holtz, sócio-diretor da Harmonia Acústica e vice-presidente de Atividades Técnicas da ProAcústica, observa que essas soluções passam por vários tipos de abordagem. “Algumas exigem investimento em pesquisa, como o desenvolvimento de novos perfis e vedações, mais baratos e mais eficientes. Outras abrangem estratégias simples e acessíveis, como um trabalho muito bem executado, no esquadro e sem frestas. Olhando dessa maneira, se o sistema escolhido for de qualidade e a mão de obra for qualificada, pode-se dizer que é possível, sim, obter bom isolamento acústico com instaladores de menor porte”, avalia Holtz.

Por dentro das normas
Para Edison Moraes, as normas técnicas são uma fonte essencial de informações para o vidraceiro que pretende se especializar nesse tipo de trabalho. “Nelas estão determinados os níveis de ruído adequados para cada ambiente, facilitando a caracterização das obras.” Três se destacam:

NBR 10151 – Acústica – Medição e avaliação de níveis de pressão sonora em áreas habitadas – Aplicação de uso geral

NBR 10152 – Acústica – Níveis de pressão sonora em ambientes internos a edificações

NBR 15575 – Edificações habitacionais – Desempenho

É possível conhecer mais sobre as determinações delas e outras informações importantes sobre o tema por meio de atividades de capacitação presenciais ou a distância. A Universidade do Som, ligada à Atenua Som, por exemplo, oferece cursos específicos para os profissionais, com duração de um a três dias e aulas práticas no laboratório da entidade.

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É necessário contratar um especialista?
Segundo Edison, se o vidraceiro está capacitado, ele tem condições de avaliar, especificar e instalar vidros de proteção acústica.

Holtz, por sua vez, vê a tarefa do fornecedor de caixilhos como o responsável pela devida caracterização do índice de redução sonora ponderado (Rw) do caixilho com o vidro instalado. “Cabe aos projetistas, na fase de especificação da obra, definir o Rw — índice de laboratório que quantifica o isolamento acústico — dos caixilhos”, explica.

Nesse sentido, deve haver um gerenciamento do projeto para integrar os fornecedores e pensar no resultado global. Se o vidraceiro ficou somente com a parte da aplicação dos vidros, seu papel é seguir rigorosamente a especificação do vidro e fazer um serviço impecável, para que o isolamento projetado se efetive na prática. “Nessa hora, um consultor de acústica experiente dando suporte pode prevenir muitas dores de cabeça”, considera Holtz.

Como convencer o cliente?
Nem sempre o comprador tem conhecimento sobre as vantagens que os sistemas voltados para o isolamento de ruídos externos oferecem. Cabe ao vidraceiro apresentar as informações sobre o assunto — por isso mesmo, vale a pena conferir a série Caixa Acústica, de 2015, desenvolvida pela Abravidro em parceria com Atenua Som e Cebrace (veja mais no final desta reportagem).

Uma boa notícia é que os clientes vêm se tornando mais conscientes em relação ao tema. Segundo Holtz, um estudo da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) levantou o que os clientes levam em conta ao adquirir um imóvel: o item “janelas e paredes com isolamento acústico” teve um grande destaque na pesquisa, aparecendo à frente, inclusive, de “varanda gourmet”. “Portanto, como é algo em que o consumidor enxerga valor, pode ter impacto direto nas vendas”, explica.

Como vender uma solução acústica?
Edison Moraes sugere a seguinte sequência de trabalho a partir do momento da demanda:

1. Avaliação das fontes externas de ruído (trânsito, sirenes etc.) e medição deste com dispositivos como o sonômetro;

2. Definição de Rw necessário, por meio de teste (na própria obra ou em laboratório), para determinar a solução mais adequada;

3. Medições dos vidros e dos vãos das janelas ou portas;

4. Fabricação dos componentes do sistema (vidros, caixilhos, ferragens, materiais de vedação etc.), com base nos testes conduzidos na primeira etapa;

5. Instalação do sistema (veja mais sobre este item logo abaixo).

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Sem espaço para erros
A instalação desse tipo de produto é a parte mais delicada. “Aqui mora o perigo, pois, se for malfeita, vai colocar tudo a perder”, afirma Moraes. Holtz concorda: “O sistema todo é muito sensível e, se qualquer um de seus pontos falhar, mesmo os outros itens executados com perfeição não serão capazes de compensar o erro”.

Por isso, os instaladores dessas janelas e portas precisam ser devidamente treinados e seguir todos os cuidados necessários, incluindo:

– Garantir a integridade do contramarco (contorno preparado para ser chumbado no vão em que será instalada a esquadria);

– Conferir o nível e prumo dos vãos;

– Fazer a vedação perfeita dos vidros e das frestas entre caixilhos, contramarcos e estrutura do vão.

Durante e depois da instalação, é importante ainda “caçar” os ruídos, prestando atenção a cada detalhe do processo e identificando os pontos por onde o som vindo de fora do ambiente pode entrar.

Retrofit acústico: é possível?
As oportunidades de atenuação do barulho não aparecem somente em obras novas. A busca por mudanças em edificações já concluídas, o chamado retrofit, também é grande e uma parte importante do trabalho.

Isso não é fácil: a modificação de fachadas já existentes precisa ser aprovada em reunião de condomínio e moradores podem ser contra a ideia por considerarem que descaracterizaria o edifício.

Há três formas diferentes para o trabalho nesses espaços — o profissional deve definir a mais adequada para atender a necessidade de cada cliente:

1. Trocar o conjunto completo — portas e janelas — por novos produtos com melhor desempenho acústico;

2. Substituir apenas os vidros por peças com melhor desempenho, mantendo a estrutura atual. Para que essa alternativa seja viável, é necessário verificar a performance dos novos vidros em conjunto com os demais elementos do sistema;

3. Adicionar uma janela ou porta sobreposta à existente — nesse caso, a sobreposição precisa ser muito cuidadosa para evitar frestas.

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Vidros acústicos de forma didática
De março a maio de 2015, O Vidroplano trouxe a série Caixa Acústica, publicada na forma de três suplementos encartados na revista. O objetivo da iniciativa foi compartilhar com os profissionais vidreiros de forma didática os conhecimentos apresentados no 6º VidroSom, seminário técnico sobre acústica com vidro, organizado pela Atenua Som e patrocinado pela Cebrace.

A Abravidro, em parceria com as duas empresas, desenvolveu os fascículos da série, cujos temas foram:

1. Março/2015: Conceitos básicos e a evolução do uso do vidro
2. Abril/2015: Exemplos práticos do uso do vidro acústico
3. Maio/2015: Ensaios laboratoriais e normas técnicas

Este texto foi originalmente publicado na edição 568 (abril de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Covid-19 traz consequências para o setor vidreiro no mundo

A pandemia do novo coronavírus transformou o mundo em poucos meses: mais de 1,5 milhão de infectados, quase cem mil mortes, países inteiros em quarentena, economias paradas. Era questão de tempo até o mercado vidreiro, no Brasil e no planeta todo, ser atingido. Com o objetivo de analisar o atual momento — e tentar prever cenários para o futuro — O Vidroplano conversou com analistas de nosso segmento, entidades internacionais e especialistas em construção civil e indústria.

O que será do vidro?
Em épocas conturbadas, nada melhor do que falar com aquele que é considerado o “guru do vidro”. O consultor Bernard Savaëte, da BJS Différences, é um dos maiores estudiosos do mercado global do material – suas apresentações no fórum Glass Performance Days (GPD) sempre reúnem os mais apurados dados sobre a cadeia mundial. Por isso, fizemos a pergunta que não quer calar: quais serão as consequências da pandemia?

“Acredito que a crise vai acelerar a transformação da indústria de float”, diz Savaëte. “E não creio em rápida recuperação. Uma recessão mundial este ano é algo quase certo, o que só aumentará a distância entre países ricos e pobres. A perda de renda por parte de várias pessoas influenciará os modelos de negócios. O desemprego também vai crescer drasticamente. E isso precisa alertar nosso setor. Empresas que trabalham mal entrarão em colapso.”

Pelo mundo, segundo Savaëte, várias usinas estão com a produção em pausa – sem alimentar o forno com as matérias-primas para produzir o vidro ou, então, fabricando normalmente, mas quebrando tudo no fim para repetir o ciclo e deixar o equipamento funcionando (afinal, não pode ser desligado). O consultor cita que, inclusive, uma fábrica israelense já encerrou suas atividades e saiu do mercado.

“A pandemia causará uma revolução na questão de trabalhar em casa”, alerta, lembrando ainda que ocorrerão mudanças estruturais na sociedade: “As diversas fraquezas que nossos sistemas possuem estão expostas, o que vai gerar modificações especialmente na realocação de recursos para algumas atividades, como a área da saúde”.

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A construção brasileira parou?
É hora também de analisar segmentos que usam nosso material, como a construção civil. Segundo levantamento da Prospecta Obras, consultoria que mapeia e acompanha projetos em todo o território nacional, o Brasil tinha pouco mais de 700 mil construções (em andamento e prestes a serem iniciadas) no dia 30 de março. A empresa estima ter mapeado pelo menos 89% das obras existentes.

Em relação à paralisação, dados (também de 30 de março) mostram a atual situação do País:

Obras de residência unifamiliar (casas de 50 a 600 m², de todos os padrões): 68% estão em andamento. A explicação para o baixo índice de paralisação é a possibilidade de trabalhar com equipes pequenas;

Obras de residência multifamiliar (prédios residenciais e comerciais): nos prédios de até mil m², apenas 3% continuam. Em prédios maiores, quase nenhuma atividade foi registrada;

Obras industriais: 98% estão paradas;

Obras de infraestrutura (rodovias, estradas etc.): as únicas que seguem são as relacionadas a hospitais (que representam 7% desse tipo);

Obras comerciais: são classificadas com as residências unifamiliares e encontram-se paralisadas em sua maioria.

“O que vai movimentar muito o setor, neste momento, são as obras residenciais unifamiliares, ambientes em que é possível trabalhar com poucas pessoas”, analisa Wanderson Leite, fundador da Prospecta. “Temos visto que as empresas estão remodelando sua forma de trabalhar. Muitas estão buscando fazer entregas, criando sites às pressas e atendendo pelo WhatsApp.” Segundo Leite, é importante que os comerciantes entendam que as obras não pararam totalmente e que existe uma fatia de consumidores que demandam materiais. “Quando o isolamento terminar, ainda há a expectativa de que menos pessoas estejam circulando nas ruas, por precaução. Por isso, as empresas devem se planejar para um fluxo de vendas e atendimento cada vez mais virtuais.” Boas dicas para serem seguidas também pela cadeia vidreira.

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Setor automotivo em queda
No começo de abril, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) divulgou os resultados dessa indústria relativos ao mês de março. Na primeira quinzena, as vendas de automóveis estavam em alta: crescimento de 9% no acumulado do ano em relação a 2019. Porém, nas últimas duas semanas, já com diversos Estados sob quarentena, ocorreu queda de 90% nas atividades do segmento, fechando março em baixa de 8% no acumulado do ano. Vale citar que várias montadoras, como Honda, Fiat Chrysler, GM, Toyota e BMW, já estavam em férias coletivas nesse período.

“O momento é de priorizar a saúde da população, e todas as nossas associadas estão dando sua contribuição no combate ao coronavírus, seja reparando respiradores, produzindo e doando máscaras, ou mesmo cedendo suas frotas para as mais diversas finalidades”, relata Luiz Carlos Moraes, presidente da Anfavea. “Mas também é hora de conscientização em todas as esferas do governo, bancos e sociedade para criar mecanismos que permitam à cadeia automotiva atravessar esse período de retração com a preservação das empresas e dos empregos.”

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Como o mundo encara
A situação em diferentes cantos do planeta é semelhante: há a dúvida se indústria e construção civil devem parar totalmente, o que resultaria em danos nas economias, ou se o trabalho segue, inevitavelmente aumentando o número de pessoas contaminadas, o que prolongará a crise ainda mais.

A China, epicentro da pandemia, já está voltando a operar quase normalmente: segundo a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma, 89% das construções consideradas importantes para o governo foram retomadas – o dado não leva em conta a província de Hubei, local em que a doença começou a se espalhar pelo país. Na primeira semana de fevereiro, apenas 2,3% dessas obras estavam em andamento.

Na Europa, países muito afetados tentam achar a solução ideal. A Espanha retomou parte da construção e comércio. Na França, a presidência chegou a um acordo com grupos de empregadores da construção: as atividades continuarão para grandes consequências aos negócios do setor – foram garantidas também formas de proteção aos trabalhadores.

No Reino Unido, a tendência é em prol da paralisação. Alguns projetos de grande porte foram cancelados por lá, incluindo os feitos por órgãos governamentais. A iniciativa privada também tomou posições: a Taylor Wimpey, uma das maiores construtoras do país, resolveu fechar todos seus canteiros de obras.

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A situação americana
Nos Estados Unidos, país com mais casos de Covid-19 no mundo, algumas regiões estão parando tudo. O governador de Nova York, Andrew Cuomo, decretou a paralisação da maioria das obras no Estado. Isso só ocorreu após pressão de trabalhadores e legisladores: uma quarentena imposta anteriormente tinha incluído o segmento como essencial, fazendo-o seguir operando normalmente. Para se ter ideia do tamanho dessas medidas: somente na cidade de Nova York, cerca de 25 milhões de m² de escritórios e 5 mil apartamentos, em várias fases de acabamento, não poderão ser concluídos neste momento.

Ao mesmo tempo, para a Associated General Contractors of America (entidade que reúne engenheiros) e a North America’s Building Trades Unions (sindicato de construtoras), manter ao menos parte das operações é fundamental. Juntas, as duas associações divulgaram uma declaração afirmando que “oficiais do governo em todas as esferas deveriam tratar a indústria da construção e o trabalho que desempenha como vital e essencial”.

Como pôde ser visto, são muitas questões complexas para serem resolvidas ao mesmo tempo. No meio disso tudo, fica a torcida para que vidas possam ser salvas.

 

“Cenário atual é nebuloso, assim como a médio prazo”
A Glass for Europe, associação europeia de fabricantes de float, é uma das principais autoridades sobre nosso setor nesse continente. O Vidroplano entrevistou Bertrand Cazes, secretário-geral da entidade, para entender o que se passa por lá.

Qual a situação atual da indústria de float na Europa?
Está sendo impactada pelas diferentes medidas colocadas em prática. O mais urgente para a indústria foi e segue sendo garantir que equipamentos de proteção estejam disponíveis e que o distanciamento social seja respeitado nas fábricas. Todos os atores da cadeia estão cooperando com as autoridades nacionais.

Quais as consequências da pandemia já percebidas nos negócios?
Muitas processadoras, sejam voltadas para o setor automotivo ou para a construção, fecharam, já que a atividade caiu a níveis sem precedentes. O que preocupa os fabricantes de float é manter os fornos aquecidos para garantir a segurança e preservar os equipamentos industriais. E, com essa redução, o desemprego temporário se espalhou.

Como nosso setor pode ser afetado a longo prazo?
Com todas as montadoras de carros paradas no momento e a queda observada na demanda por vidro para a construção por toda a Europa, o cenário atual é nebuloso, assim como a médio prazo. É possível imaginar que as fábricas de automóveis serão capazes de recomeçar a produção tão logo essa crise acabe. No entanto, levará diversos dias ou até semanas antes de as empresas vidreiras voltarem à produção normal de vidro – sem mencionar que a demanda por carros pode ser atingida seriamente pela crise econômica que provavelmente vai ocorrer.

Em relação à construção civil, nós estimamos que, sem um suporte proporcional das autoridades nacionais, processadores e vidraceiros de pequeno e médio porte terão sérias dificuldades para sobreviver durante o período de confinamento. Isso impediria uma recuperação rápida do setor como um todo. E com uma crise econômica na sequência, a demanda por nosso material deve diminuir potencialmente.

Teremos mudanças significativas em nosso mercado após a pandemia?
Sem medidas robustas para salvar os milhões de pequenas e médias empresas vidreiras, a pandemia tem o potencial de devastar a cadeia por alguns anos. As coisas estão mudando rapidamente. Devemos garantir a sobrevivência de nosso mercado e até repensá-lo para nos prepararmos para o futuro.

É possível projetar como será uma possível recuperação?
A crise ainda não terminou em muitos países, enquanto em outros está somente começando. O que vai acontecer, mundialmente falando, é impossível de se enxergar neste estágio. Com certeza, para uma rápida recuperação, uma injeção massiva de liquidez na economia será necessária. A Glass for Europe chamou atenção de autoridades públicas europeias para perceberem a escala dos impactos no mercado de float e para desenvolverem medidas de proteção à indústria local e de manutenção da cadeia.

Este texto foi originalmente publicado na edição 568 (abril de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Finanças durante a pandemia

Escrito pelo Sebrae

A Covid-19 é uma ameaça real aos pequenos negócios de todo o Brasil. Por isso, elaboramos um guia de gestão financeira para apoiar os empresários neste momento de instabilidade econômica causada pelos efeitos do novo coronavírus. O material traz orientações sobre como realizar um controle das finanças mais preciso diante das complicações no atual cenário, os quais envolvem redução no movimento de clientes, faturamento menor e diminuição na produção, entre outras.

A seguir, separamos dicas rápidas de como se preparar para a queda na arrecadação de dinheiro:

– A primeira medida é fazer uma previsão das despesas da empresa para os próximos dois ou três meses. Assim, é possível priorizar aquelas fundamentais para a operação.

– Depois, procure ajustar as despesas de acordo com a situação: evite gastos, a não ser que sejam extremamente necessários, e negocie um aumento nos prazos de pagamento dos seus compromissos com fornecedores e instituições financeiras.

Adote medidas que permitam aumento do seu faturamento, como criar promoções de produtos encalhados no estoque, oferecer serviços de entrega e ampliar as formas de pagamento.

– É importante também gerir o fluxo de caixa da empresa para não correr o risco de não ter dinheiro para pagar seus compromissos. Se não souber como fazer, confira no link bit.ly/cursoSebrae nosso curso online e gratuito sobre esse assunto.

 

O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) é uma entidade privada que promove a competitividade e o desenvolvimento sustentável de micro e pequenas empresas.

Este texto foi originalmente publicado na edição 568 (abril de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Caleidoscópio – abril 2020

DADOS & FATOS

Acesso ao crédito
Uma pesquisa do Sebrae aponta que 60% dos proprietários de pequenos negócios que buscaram empréstimos nos bancos após o estouro da pandemia da Covid-19 tiveram o pedido negado. Há também desconhecimento dos empresários sobre as linhas de crédito disponibilizadas para evitar demissões: 29% não conhecem as medidas oficiais e 57% apenas ouviram falar a respeito.

Todos no mesmo barco
Agentes dos principais mercados consumidores de vidro manifestaram preocupação. Luiz França, presidente da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) – representante de 38 incorporadoras que erguem mais de 60 mil imóveis por ano –, disse que os bancos põem obstáculos para financiamentos de capital de giro. Luiz Carlos Moraes, dirigente da associação das montadoras de automóveis, a Anfavea, foi enfático: os bancos estão “asfixiando o setor produtivo” com “custos absurdos” de empréstimos. Ele defende que o governo crie mecanismos para que o sistema bancário se sinta obrigado a emprestar a juros razoáveis.

Outro lado
Veio de um banco a maior doação filantrópica da história do País. O Itaú Unibanco anunciou o oferecimento de R$ 1 bilhão para o combate ao novo coronavírus. De acordo com o Monitor de Doações da Covid-19, o montante doado até 15 de abril por empresas, famílias e pessoas físicas alcançou R$ 2,2 bilhões.

Mercados desenvolvidos
O Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) analisou: já em março, o banco central norte-americano baixou a taxa básica de juros e injetou US$ 3 trilhões na economia. Já o banco central europeu incentivou o mercado com €3 trilhões, além de estimular empréstimos e ampliar a compra de ativos. “Celeridade e expressividade dos recursos mobilizados têm sido a marca na maioria dos casos”, afirma o órgão.

US$ 8 trilhões
Esse foi o valor já disponibilizado em medidas fiscais para combater os efeitos da pandemia do novo coronavírus por governos de todo o mundo, aponta o Fundo Monetário Internacional (FMI). “É realmente impressionante como os países conseguiram disponibilizar o montante em tão curto espaço de tempo”, disse a diretora-gerente do órgão, a búlgara Kristaliana Georgieva.

Brasil
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) avalia que as medidas do governo federal para enfrentar a crise estão no caminho certo, como o adiamento do pagamento de tributos federais e do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). No entanto, pede mais efetividade em alguns pontos, dentre eles, claro, o acesso a crédito com custos menores.

Preservação de empregos
O Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e Renda, por meio da Medida Provisória 936, também ganhou elogios da CNI: “Contribui para que empresas permaneçam em atividade ao longo do período agudo da crise”, afirma a confederação. Em suma, com acordos individuais ou coletivos com empregados, as empresas podem reduzir a jornada de trabalho e salário por até 90 dias ou suspender contrato de trabalho por até 60 dias. Nessa modalidade, os empregados afetados têm parte da renda restituída pela União. Até 14 de abril, o governo registrava mais de 1 milhão de acordos entre empregadores e colaboradores.

 

FIQUE POR DENTRO

O que muda depois da pandemia?
Praticar a “ciência” da futurologia é algo que todos (ou quase todos) estão fazendo na quarentena. Mas você já parou para pensar nas mudanças que esse fato histórico pode causar nos negócios? Empresas e players do mercado estão refletindo sobre isso. Reunimos algumas opiniões.

MUNDO MAIS REMOTO: as reuniões digitais, muitas vezes chamadas de calls, serão cada vez mais comuns. Segundo um estudo da White Rabbit, consultoria internacional de tendências, a cultura do trabalho remoto já existe, mas agora ganha forma em diferentes áreas – afinal, as empresas viram na prática que trabalhadores administrativos também rendem atuando de casa. O professor André Miceli, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), estima um crescimento de 30% do home office no Brasil após o fim da pandemia.

DIGITALIZAÇÃO: a transformação digital era um processo em permanente evolução e o caos provocado pelo novo coronavírus a acelerou, constatam pesquisadores da Unctad e da Duke University (EUA).

MODERAÇÃO: em entrevista à revista Exame, o publicitário Nizan Guanaes prevê um mundo de consumo mais consciente. Na mesma reportagem, Carlos Ferreirinha, da consultoria MCF, especializada em mercados de luxo, avalia: o varejo precisará tornar seus espaços atrativos, transformando-os em ambientes de socialização e entretenimento. Os consumidores estarão ressabiados, com novas prioridades, e precisarão ter a emoção despertada para comprar.

 

RETROVISOR

O Vidroplano é história
Uma das grandes contribuições de O Vidroplano para o mercado nacional vidreiro é registrar a história do setor: há mais de sessenta anos, tudo de relevante que acontece no segmento é eternizado nas páginas da revista.

Em abril de 2000, resolvemos ir além: usando como gancho as comemorações dos 500 anos de descobrimento do Brasil, voltamos para bem antes da fundação da revista e contamos a história do vidro no País, desde seus primórdios.

Este texto foi originalmente publicado na edição 568 (abril de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Setor vidreiro contra a Covid-19

Empresas e entidades de classe têm organizado doações e campanhas de arrecadação de fundos no combate à pandemia. Uma dessas iniciativas, chamada Fundo Emergencial para a Saúde – Coronavírus Brasil, tem a Atenua Som entre seus apoiadores: hospitais públicos e instituições como a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo receberão recursos para a compra de testes, respiradores e medicamentos. Edison Claro de Moraes, proprietário da Atenua Som, explica, por meio de vídeos enviados para mais de quinhentas empresas e entidades vidreiras, que o objetivo é unir o segmento em prol do bem comum.

Já em Guarapuava (PR), os hospitais Santa Tereza e São Vicente de Paulo receberam uma doação de vidros e esquadrias de alumínio, feita de forma conjunta pela processadora Mary Art e a distribuidora de alumínios Metalkit. A intenção é proporcionar proteção e segurança aos profissionais de saúde e outras pessoas que circulam por esses lugares, por meio da construção de uma espécie de “tela de isolamento”. Isso vai permitir que os pacientes infectados estejam separados dos demais, diminuindo os casos da doença no município.

 

Este texto foi originalmente publicado na edição 568 (abril de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Pujol anuncia aquisição da unidade de produção

A espanhola Pujol anunciou a aquisição da unidade de produção da também espanhola Evasa. Segundo o grupo, o investimento traz duas linhas que permitirão um aumento significativo na fabricação da Evalam, sua linha de películas de EVA arquitetônico para laminação. Com isso, a empresa também aumentará a área de unidades fabris em 50%, fortalecendo sua posição na liderança do mercado espanhol nesse segmento.

Este texto foi originalmente publicado na edição 568 (abril de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Conheça os benefícios dos cursos online da Abravidro

Com o avanço do número de casos de pessoas infectadas pelo novo coronavírus no Brasil, diversas regiões do País têm determinado a suspensão de atividades que envolvam a aglomeração de pessoas em um mesmo espaço, levando ao cancelamento de treinamentos presenciais. Porém, isso não significa que não haja oportunidades de capacitação disponíveis: é possível encontrar uma série de cursos online.

Esse é o caso dos 48 treinamentos a distância oferecidos pela Abravidro — gratuitamente — para as empresas associadas e também para as afiliadas das entidades regionais. A seguir, veja os benefícios que eles podem trazer para a sua equipe.

Profissionais capacitados
Todos os cursos online disponibilizados pela Abravidro foram elaborados pela Catho Educação Executiva, empresa de referência nacional em capacitação a distância. Os treinamentos são leves, com carga horária variando de seis a dezesseis horas totais.

Com eles, os funcionários adquirem habilidades teóricas e técnicas imprescindíveis para suas atividades, fazendo-os gerar resultados acima da média. Outro benefício dos cursos é que, ao proporcionar a oportunidade de se qualificar, levam seus colaboradores a se sentir reconhecidos e incentivados, o que reflete positivamente em suas funções e desempenho.

Diante das novas tecnologias e demandas do mercado, são constantes os desafios enfrentados pelas companhias. Por isso, qualificar os funcionários é essencial para que sua empresa possa estar em constante crescimento e sempre preparada para o futuro.

Os cursos online da Abravidro estão divididos em seis áreas de conhecimento:
– Desenvolvimento Gerencial
– Educação
– Financeira
Marketing e Vendas
– Operações
– Recursos Humanos

Como se inscrever?
É fácil: basta enviar um e-mail para cursos@abravidro.org.br informando os seguintes dados:

– Nome da empresa em que trabalha;
– Nome completo do funcionário;
E-mail pelo qual pretende receber as instruções do curso;
– Cidade;
– Estado;
– Nome do curso desejado

Quem faz o treinamento recebe certificado?
Sim. Na conclusão de cada curso, o aluno fará uma avaliação com questões de múltipla escolha. Alcançado o índice de aprovação, o certificado de conclusão será liberado e o aluno poderá imprimi-lo.

Sua empresa não é associada da Abravidro?
Então associe-se agora mesmo e tenha acesso aos cursos e a vários outros benefícios que a Abravidro oferece! Para isso, fale com a área de atendimento da associação pelo e-mail abravidro@abravidro.org.br.

Este texto foi originalmente publicado na edição 568 (abril de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Vidros e espelhos são destaques da Expo Revestir 2020

De 10 a 13 de março, a 18ª Expo Revestir, feira internacional para a área de revestimentos e arquitetura, instalada no Transamerica Expo Center, em São Paulo, recebeu cerca de 55 mil visitantes e mais de duzentos expositores. A mostra foi o último grande encontro do setor antes da restrição a eventos por conta das políticas de isolamento para o combate à pandemia do coronavírus. Totens com álcool gel foram distribuídos pelos pavilhões para uso de todos.

Vidros e espelhos foram vistos em diferentes aplicações, de revestimentos a soluções acústicas e eletrodomésticos, além de uma tendência observada em relação ao seu uso em portas de grandes dimensões. Houve até o lançamento de um vidro novo para o mercado nacional dentro da feira. Conheça algumas das principais novidades a seguir.

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Espelhos, espelhos meus…
A Astra levou à Expo Revestir 2020 seus dois novos espelhos da linha Olimpo, o retangular Afrodite (foto) e o redondo Nice: ambos têm laterais jateadas, armação de alumínio anodizado preto e sistema embutido de desembaçador e iluminação LED acionados por toque.

Outro lançamento é o da Linha Concreto: o conjunto para o gabinete inclui um grande espelho redondo com moldura de resina com aparência de concreto. Na área da acessibilidade, vale destacar ainda o Espelho Inclinável, para idosos e pessoas com deficiência.

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Acústica percebida na prática
Este ano, a Atenua Som montou em seu estande uma cabine acústica com vidro insulado e alumínio (foto 1): quem entrava nela podia conversar sem ouvir o barulho do lado de fora, enquanto os visitantes do outro lado não tinham como escutar o som do lado de dentro.

Outro destaque da empresa foi a Excellence, janela antirruído sobreposta que pode ser instalada sobre a estrutura já existente no ambiente.

Assim como no ano passado, a Atenua Som também teve a Ideia Glass como parceira na mostra. Alguns dos produtos apresentados pela empresa foram a opção de portas bipartidas no seu Kit Certo, bem como o boxe Flex em versão de canto (foto 2).
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Para vidros jumbo
Várias empresas mostraram portas de vidro de grandes dimensões. A Autem expôs diversas opções em seu portfólio, com destaque para a Porta Pivotante (foto 1): ela pode levar temperados ou laminados com até 2 m de comprimento e 5 m de altura, com esquadria de alumínio e pintura eletrostática.

A Claris, conhecida por seus sistemas de vidro e PVC, substituiu este último material pelo alumínio na Porta Minimalista para esquadrias mais finas (foto 2), valorizando a transparência do vidro. Ela pode ser feita com laminados de até 3 m de comprimento e 6 m de altura.

Houve ainda um lançamento da Weiku do Brasil nessa área (veja mais na sequência desta reportagem).
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Novo vidro para o Brasil
Embora a Cebrace já tenha participado várias vezes da Expo Revestir, esta foi a primeira vez em que ela esteve presente com seu próprio nome (foto 1), e não com os das linhas Habitat e Vivânce. Isso se refletiu em seu estande, dedicado não só às soluções decorativas e de controle solar, mas também aos produtos voltados a outros segmentos – caso do Cebrace Crystal Gold e Crystal Silver, dedicados ao setor industrial, como a fabricação de eletrodomésticos (foto 2).

O Cool Lite BRZ 130 (foto 3), citado na reportagem especial da edição passada de O Vidroplano, foi oficialmente lançado dentro do evento: trata-se de um vidro de controle solar com tonalidade bronze e baixa reflexão interna, desenvolvido especialmente para atender necessidades apontadas por arquitetos brasileiros para a empresa.

Vale destacar ainda os “espaços instagramáveis”, em que os visitantes podiam se fotografar dentro de uma estrutura de vidro extra clear que levava a pessoa a parecer estar suspensa no ar, ou no centro de uma espiral com espelhos Cebrace cinza refletindo-a de diversos ângulos.

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Envidraçando a cozinha
Várias novidades da Elettromec fazem uso do nosso material. A coifa Pandora, por exemplo, leva temperados em todas as suas faces, além de ter sistema pendular ajustável. Já a Adega 181 Garrafas, da linha Vetro, tem porta de insulado, garantindo assim tanto eficiência na refrigeração como ausência de condensação de vapor d’água na sua superfície. A linha Vetro, aliás, traz vários eletrodomésticos com temperados pretos em suas faces, como micro-ondas, fornos e gavetas aquecidas (foto).

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Segurança com modernidade
O lançamento da Pado para o nosso setor é a FDV-200 (foto), fechadura digital para portas de vidro. Seus diferenciais começam na hora de instalá-la, pois o acessório é encaixado sobre o vidro, sem necessidade de furação ou recorte da peça. Além disso, permite cadastrar até oitocentas senhas e duzentas identificações biométricas. A FDV-200 pode ser usada tanto em portas de vidro pivotantes, como nas de correr, seja em sistemas de fechamento entre duas folhas de vidro ou entre vidro e alvenaria ou madeira.

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Ideal para vidros
O espaço da Sika contava com vários televisores, cada um exibindo vídeos de um produto específico. Um deles é o Sikaflex-112 Crystal Clear (foto), adesivo com uma boa força de colagem inicial, para aplicação na maioria dos materiais utilizados na construção. Um de seus principais diferenciais é que ele é 100% transparente, tornando-o ideal para colagens com vidro.

 

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Revestimentos e minimalismo
O principal lançamento da Weiku do Brasil, a linha Corstone de revestimentos, foi usada em todo o estande da empresa (foto 1): com imagens impressas em tecidos colocados entre as camadas de vidros laminados de alta resistência, o produto permite diversificação criativa muito acima da média, em especial quando comparada a revestimentos cerâmicos, além de poder reproduzir a aparência de mármores, granitos e pedras preciosas.

Outra novidade da empresa, a Linha VistaMax de portas de vidro (foto 2) troca as tradicionais esquadrias de PVC da Weiku por outras mais finas mas com a mesma resistência, de alumínio. O produto é voltado para aplicações de conceito minimalista, com grandes vãos valorizando a transparência e refletividade do vidro.

 

Este texto foi originalmente publicado na edição 568 (abril de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.