A Abravidro criou, em 2012, o Panorama Abravidro. O documento é publicado anualmente e traz dados atualizados do mercado brasileiro, incluindo informações sobre as indústrias de base e de transformação, assim como os números da produção de vidro no País, faturamento, balança comercial internacional, entre outras. Para se chegar aos dados divulgados no documento, a Abravidro convida empresas a participarem de uma pesquisa. Os resultados são consolidados pela GPM Consultoria Econômica, contratada para apurar as informações do setor e relacioná-las com a Pesquisa Industrial Anual do IBGE, números oficiais de importação e exportação do governo, além de declarações da indústria de base à revista O Vidroplano.
Arquivo mensais:maio 2019
A ameaça dos importados
No mês em que completo dois anos na presidência da Abravidro, me pego pensando nas diversas frentes em que nos engajamos nesse período em defesa do setor vidreiro e da indústria de transformação. Você encontrará encartado nesta edição de O Vidroplano o Panorama Abravidro 2019, que nos mostra a fotografia produtiva e econômica de 2018 para o mercado vidreiro. Parece o começo da retomada. Se 2017 ficou marcado como um ano de estabilidade, 2018 registrou efetivo crescimento, tanto na produção de vidros processados como no faturamento. Recomendo a leitura do documento, um importante instrumento para a tomada de decisão do empresário vidreiro.
Mas o momento exige, muito mais que a reflexão sobre o que passou, atenção plena no presente e também no futuro que se desenha. A Abravidro vê com enorme preocupação os grandes volumes de vidros importados que estão entrando no País, numa média de 20 mil toneladas ao mês. O número preocupa, porque se a média se mantiver neste mês de maio, teremos recebido em cinco meses o volume importado em todo o ano de 2018. Se somarmos a isso o desaquecimento da economia — em especial da construção civil —, e adicionarmos a produção de um novo forno de float com capacidade para 850 toneladas/dia, está traçado o cenário para um possível desastre. Isso sem falar na informalidade e guerra de preços, problemas que nos afligem há bastante tempo.
O que nos preocupa agora é saber se continuaremos nessa trajetória, pois o primeiro quadrimestre do ano foi bem aquém do esperado. Volto a olhar para trás e pensar no que podemos fazer, de forma individual ou coletiva, para tentar garantir que continuemos trilhando o caminho do crescimento.
Um deles, sem dúvida, é a qualificação da mão de obra vidreira. Este mês a Abravidro celebra a superação da marca de mais de mil módulos de especialização técnica realizados em 190 empresas brasileiras. É muito bom ver a receptividade a esse trabalho, que gera resultados como aumento da produtividade das empresas, assunto que abordo também no editorial do Panorama.
Não tenha dúvida: estamos atuando em diversas frentes para buscar as melhores condições para o nosso mercado prosperar, apesar das adversidades.
José Domingos Seixas
Presidente da Abravidro
seixas@abravidro.org.br
Novidades com vidro para a construção
Mais de 84 mil visitantes passaram pela 25ª Feicon Batimat — Salão Internacional da Construção e Arquitetura, realizada de 9 a 12 de abril, no pavilhão São Paulo Expo. O evento, que reúne anualmente os setores da construção civil e arquitetura de toda a América Latina para conferir as soluções mais recentes nessas áreas, apresentou os lançamentos de 700 expositores nacionais e internacionais, incluindo 170 empresas que participaram pela primeira vez.
Algumas soluções envolvendo nosso material chamaram atenção na feira. Conheça mais sobre elas a seguir.
Novata e promissora
Em sua primeira participação na Feicon Batimat, a Aluvix fez bonito: trouxe um estande grande repleto de suas linhas de portas e janelas, algumas delas disponíveis com vidros especiais. Um dos destaques foi a porta Balcão (foto), comercializada já com peças Reflex, da Cebrace, que agregam beleza, privacidade e controle solar ao ambiente. Outros produtos também podem ser encomendados com esse vidro ou com o impresso Quadriglass, da Saint-Gobain Glass.
Resistência comprovada
A Adere impressionou os visitantes com a demonstração da fita dupla face estrutural Adermax XC160: duas placas transparentes mantinham-se unidas com apenas dois pequenos pedaços suportando 12 kg (foto). Em intervalos regulares, um levantador de peso convidado pela empresa também erguia uma barra de ferro ligada a pesos apenas por dois painéis de cada lado colados com a mesma fita.
Tecnologia no vidro
A novidade da Assa Abloy para o nosso setor foi a fechadura eletrônica YDG313 (foto), para aplicação em vidro temperado. O produto pode ser travado ou destravado por meio de senha, cartão magnético ou pelo aplicativo Yale Connect.
Levando beleza aos banheiros
A VB Cristais exibiu um novo lavatório curvo (foto) da linha Premium. A bancada é de vidro float, com cuba de embutir temperada em sete opções diferentes de cores. Quem também levou cubas de vidro temperado que podem ter pintura automotiva ou aplicação de película foi a Pettra. A Tona apresentou espelhos com iluminação LED embutida acionada por toque.
Em primeira mão
Os aquecedores solares MC 2000 (foto) e MC 1200, da Bosch, estão em processo de certificação junto ao Inmetro, mas tiveram um pré-lançamento na Feicon. Com face de vidro temperado de baixo teor de ferro, eles terão várias áreas de superfície disponíveis, de 1 a 2 m².
Luz e calor sob controle
O Grupo Ramassol teve entre seus destaques o lançamento da janela Cristal (foto): além das esquadrias de alumínio com pintura eletrostática nas opções branca e preta, ela já vem com peças de vidro refletivo temperado pela Blindex, contribuindo para o conforto térmico e luminoso no ambiente.
Trancas com segurança
O lançamento da Pado para o nosso segmento foi a fechadura 1520-TA (foto), para vidros de 8 a 12 mm de espessura com recorte Santa Marina. O produto tem uma estética diferenciada, com sua caixa e tampa cobrindo os parafusos de fixação do sistema. Presente pela primeira vez na feira, a Piller também exibiu suas fechaduras para portas de vidro, recomendadas para peças com espessuras de 10 mm, e modelos tanto para furação Blindex como para recorte Santa Marina.
Prontos para o mercado solar
Nem só de painéis solares se faz um sistema fotovoltaico: é preciso ter como prendê-los ao espaço em que eles poderão gerar energia. Pensando nisso, a Inox-Par já está fabricando seus próprios fixadores para essas placas (foto), feitos de aço inox.
Sustentabilidade embaixo d’água
A Piscina Container (foto), do TG Group, chamou atenção na Feicon. Feita inteiramente com um único contêiner, ela se destaca por ser sustentável (com a reutilização da estrutura descartada), resistente à corrosão, móvel e, por não ser enterrada como uma piscina convencional, pode ser facilmente alugada e revendida. Além disso, suas laterais podem ser feitas com vidros multilaminados, o que permite visualizar todo o seu interior.
Construção e conhecimento
Além de ser um dos apoiadores da Feicon Batimat 2019, o Sincomavi promoveu atividades dentro da feira. Uma delas foi o 15º Simpósio Sincomavi (foto). Realizado no dia 11 de abril, reuniu 226 participantes e teve como tema Varejo 4.0 – A nova era. Os ecossistemas de negócios chineses, que integram canais e meios de pagamento, estiveram entre os assuntos abordados no evento, bem como os recursos utilizados pelos mercados europeu e norte-americano para aumentar vendas nos canais físicos. O sindicato paulista foi responsável ainda pela programação do Núcleo de Conteúdo da Feicon Batimat 2019 nos dias 9 e 12 de abril. As palestras organizadas pela entidade abordaram temas como marketing digital, motivação de equipes, atendimento, networking, sustentabilidade, estratégias de venda, canais de venda e vendas por redes sociais, com um público médio de 55 participantes por apresentação.
Santa Catarina deixa regime de ST
Por meio do Protocolo 04/19, o Estado de Santa Catarina sairá do regime de Substituição Tributária (ST) de materiais de construção, realizado entre o Amapá, Espírito Santo, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Além disso, Santa Catarina e São Paulo revogaram o Protocolo ICMS 116/12, que tratava da ST de materiais de construção entre esses dois Estados. Em ambos os casos, as decisões começaram a valer a partir de 1º de maio de 2019. De acordo com Roberto de Campos, consultor da Abravidro, com essas alterações não haverá a cobrança da ST nas vendas destinadas aos catarinenses. Já os que adquirirem mercadorias oriundas de Santa Catarina, sujeitas a ST, deverão observar o momento do recolhimento, conforme o regulamento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) de seu Estado.
Levando o vidro aos supermercados
As empresas vidreiras Rohden Vidros (foto 1) e Schott (foto 2) estiveram presentes os expositores da edição 2019 da Apas Show, considerada a maior feira de alimentos, bebidas, higiene, limpeza, equipamentos e tecnologia para supermercados do mundo.
O evento foi realizado de 6 a 9 de maio no Expo Center Norte, em São Paulo.
Vidro na arquitetura
No dia 25 de abril, o ArchGlass Summit 2019 foi realizado na Casa Itaim, em São Paulo. Direcionado a arquitetos e organizado pelo portal ArchGlass Brasil, o evento teve apresentações de especialistas em vidro, vidraceiros e empresários do ramo a respeito das funcionalidades do material e suas aplicações.
Reunião de têmperas
O 3º Encontro de Temperadores de Vidros foi realizado em Itu (SP) de 1º a 4 de maio. Sua programação levou palestras voltadas ao crescimento dos processadores, além de oferecer atividades de lazer. O evento recebeu 150 participantes de quarenta têmperas, de acordo com sua organizadora, a revista Tecnologia & Vidro.
14° Simpovidro: Paraíso natural
Visitada por mais de 1 milhão de pessoas por ano, a Praia de Porto de Galinhas, no município de Ipojuca, é um verdadeiro paraíso da natureza brasileira. A fama do local vem, principalmente, de sua areia branca, coqueirais e piscinas naturais de água cristalina, marcadas por conjuntos de recifes próximos da orla e peixes coloridos. Um cenário paradisíaco no litoral sul de Pernambuco, a 50 km de distância da capital do Estado, escolhido pela Abravidro para receber o 14º Simpovidro nos dias 7 a 10 de novembro!
Polo turístico
Antes uma vila de pescadores, a região passou a receber turistas de todo o Brasil e do mundo a partir do início dos anos 1990, com a construção de empreendimentos hoteleiros de nível internacional — como é o caso do Enotel Porto de Galinhas, local deste Simpovidro.
Há muitas atividades para turistas, dos mergulhos nas piscinas naturais (acessíveis por meio de jangadas) ao passeio de bugue “Ponta a Ponta”, que percorre todas as praias da região. Vale ainda conhecer o Calçadão da Vila, repleto de feiras de artesanato local — incluindo as clássicas estatuetas de galinhas —, lojinhas e bares com música ao vivo.
Preservação
Uma grande preocupação das autoridades locais é preservar o rico ecossistema presente ali, formado por corais, manguezais e vegetações, incluindo animais como peixes-boi, ostras e caranguejos. Diversos projetos ambientais atuam para a preservação desses recifes, que são o maior símbolo da região, e também das tartarugas e cavalos-marinhos que vivem na área.
INSCREVA-SE, JÁ!
Basta acessar o site www.simpovidro.com.br e se cadastrar!
Informações? Dúvidas?
Entre em contato com a Central de Atendimento Simpovidro pelo telefone (11) 3873-9908.
Conhece o Enotel Porto de Galinhas?
Esse resort 5 estrelas oferece estrutura de excelência:
– Sistema all inclusive (refeições, petiscos e bebidas à vontade durante todo o dia)
– 8 restaurantes — cinco são temáticos (cozinhas portuguesa, regional, oriental, italiana e rodízio de pizzas) e um é infantil
– 6 bares
– 3 mil m² de piscinas para crianças e adultos, incluindo rio lento
– Spa
– Quadras de tênis, futebol e vôlei
– Centro fitness
– Espaço para recreação infantil com monitores
Quer ser apoiador do Simpovidro?
Dezesseis grandes empresas do setor vidreiro nacional e estrangeiro são apoiadoras do simpósio: Abrasipa, Arbax, Bottero, Diamanfer, Dip-Tech, Eastman, Glass Control, Glassparts, Glass South America, Glaston, GR Gusmão, Keraglass, Kuraray, Lisec, Screenline e Vetro Máquinas. O que a sua empresa está esperando para apoiar também? Entre em contato com Rosana Silva pelo e-mail rsilva@abravidro.org.br ou tel. (11) 3873-9908.
Informação que impacta
Maio foi mais um mês de muito trabalho em nossa redação para levar a você o melhor conteúdo vidreiro do País.
Os vidros resistentes ao fogo estão mais uma vez em destaque. Peças com grande potencial de aplicação e ótimo impacto na segurança de edificações, ainda são pouco utilizadas no Brasil, muitas vezes por falta de informação. Você conhece bem esse material e suas possibilidades?
Já que é época de comemorar o Dia do Vidraceiro (18 de maio), fizemos uma matéria especial sobre a importância dos manuais de instalação e uso. Em tempos de tutoriais no YouTube, há quem não valorize o bom e velho manual. No entanto, ele é indispensável não só para os profissionais, mas também para o cliente final. Quando bem-feito, é claro!
Confira os destaques de nosso material na feira Feicon Batimat, obras envidraçadas inspiradoras, a programação das entidades regionais vidreiras e informações úteis sobre normas técnicas.
E, claro, não deixe de ler o Panorama Abravidro, que mais uma vez traz os principais resultados do mercado para a comunidade vidreira.
Boa leitura!
Iara Bentes
Editora de O Vidroplano
Eventos vidreiros: Agenda cada vez mais cheia
Abravid-DF, em Brasília
Da pré-história aos dias de hoje
No dia 11 de abril, trinta pessoas assistiram à palestra Mundo vítreo, realizada pela Abravid em Brasília. A apresentação ficou por conta de Adiney Jayme de Oliveira, presidente da entidade. O conteúdo incluiu a história do vidro, desde os naturais encontrados durante a pré-história, passando pelos primeiros trabalhos com o nosso material na Idade Antiga, até chegar aos dias atuais. Oliveira também apresentou a morfologia e composição do material, além de abordar termos técnicos e curiosidades. O evento contou com o patrocínio das usinas vidreiras AGC, Cebrace, Guardian, Saint-Gobain Glass e Vivix.
Amvid-MG, em Belo Horizonte
Capacitando profissionais do presente e do futuro
A Amvid e o Sinvidro-MG desenvolveram, em conjunto com o Senai — braço do Sistema Fiemg voltado para o ensino técnico — aulas relacionadas ao vidro no Programa Futuros Engenheiros, ministradas a 22 estudantes de engenharia nos dias 29 de março, 2 e 3 de abril. As entidades apresentaram o vidro plano, seus tipos e suas principais aplicações na construção civil, além das normas técnicas e de noções de projeto de sistemas com nosso material, e levaram os alunos para uma visita técnica a uma processadora de Belo Horizonte .
Já no dia 16 de abril, a Amvid e o Sinvidro-MG concluíram mais uma turma do curso “Medição e Instalação de Vidros – Nível I”, iniciado no dia 25 de março. O treinamento teve como objetivo especializar os participantes na instalação de vidros temperados em boxes, janelas, portas e fechamentos de médios e pequenos vãos.
Adivipar-PR, em Londrina (PR)
Do vidro temperado à qualidade das esquadrias
O 3º Work Glass, workshop organizado pela Adivipar no dia 25 de abril, reuniu cerca de 120 participantes na sede do Clube de Engenharia e Arquitetura de Londrina (Ceal). O evento teve início com apresentações breves de representantes das usinas de base AGC, Cebrace, Guardian e Vivix, mediadas por Lucas Bremm, vice-presidente da Adivipar. Cada empresa falou sobre seus produtos de forma didática, com linguagem acessível, e respondeu às diversas perguntas feitas pelo público. A programação contou também com a palestra Vidro acústico e vidro de controle térmico. Ministrada por Edison Claro de Moraes, presidente da ProAcústica e diretor da Atenua Som, a apresentação abordou de forma interativa o uso correto do vidro para a redução da passagem de ruídos externos para o ambiente, além de comentar o custo-benefício de um bom desempenho acústico para a obra.
Ascevi-SC, em Florianópolis
Associativismo em pauta
A Ascevi e o Sindicavidros-SC organizaram no dia 25 de abril, logo após a assembleia com seus associados, a palestra Como obter lucro em tempos de crise?, voltada para os proprietários de têmperas do Estado de Santa Catarina. Nela, o economista Alexandre Vecchietti demonstrou como é o processo correto de formação e análise de preços, buscando a reflexão sobre a condução correta desse procedimento nas empresas e como ele pode ser aperfeiçoado.
Sincavidro-RJ, em Petrópolis (RJ)
Aproximando o vidro da arquitetura
Também no dia 25 de abril, o ciclo de palestras “O Vidro na Arquitetura Moderna” foi realizado no Hotel Casablanca Imperial, em Petrópolis (RJ). Setenta profissionais de arquitetura, engenharia e design participaram do encontro realizado pelo portal Arquitetosecia e pelo Instituto do Vidro, do Sincavidro. O sindicato fluminense fez uma das apresentações da programação, com foco no funcionamento da cadeia do setor vidreiro. AGC, Cebrace, dormakaba e TTR Vidros, apoiadoras da iniciativa, também palestraram.
Sincomavi-SP, em São Paulo
Valorizando o vidraceiro
De 6 a 8 de maio, o Sincomavi organizou em sua sede o curso “Técnicas de Vendas – Os desafios do uso do vidro em interiores”. As aulas ficaram a cargo de Gabriel Batista, diretor do Grupo Setor Vidreiro, e Cirilo Paes, instrutor técnico e consultor para Vidros e Esquadrias de Alumínio. Os docentes buscaram mostrar aos alunos que existe espaço para a inovação e criatividade dentro do setor e que é preciso valorizar profissionalmente o vidraceiro, além de incentivá-lo a não se limitar aos serviços mais comuns e à guerra de preços. Cases de sucesso e novas aplicações possíveis, como peças de controle solar, uso de iluminação LED e vidros insulados, estiveram entre os tópicos abordados.
Manuais para vidraceiros: Leitura indispensável
Não é segredo para os vidraceiros que seu ofício exige conhecimento: é preciso saber quais são os tipos de vidro certos para diferentes aplicações e as determinações das normas técnicas (apenas para citar duas obrigações dessa profissão). Também é necessário estar bem-informado sobre as ferragens, kits e acessórios que serão usados nela.
Todos os detalhes sobre esses sistemas, como as dimensões e pesos máximos que eles suportam e as etapas para sua instalação, encontram-se nos manuais desses produtos, os quais os vidraceiros não só têm obrigação de ler, mas também o direito de receber ao comprar as ferragens de seus fornecedores. Nas próximas páginas, a importância desses materiais e de que eles tragam explicações claras e completas é abordada por especialistas e representantes de fabricantes de sistemas.
Fazendo valer seu direito
Fornecer essas publicações aos vidraceiros é importante — e também obrigatório. “O parágrafo único do Art. 50 do Código de proteção e defesa do consumidor estabelece que, quando o vendedor entrega o produto, este precisa ser acompanhado por um manual de instrução, instalação e uso”, informa Roberto Nascimento, professor de pós-graduação e membro do Núcleo de Estudos e Negócios do Varejo da Escola Superior de Propaganda e Marketing de São Paulo (ESPM-SP).
Esses guias têm função semelhante à de uma bula de remédio, pois é neles que devem estar presentes todas as informações pertinentes sobre o produto e as orientações para o seu uso. Nascimento prossegue em sua análise: “Enquanto as bulas evoluíram em termos de clareza nos últimos anos, os manuais de instalação ainda costumam ter linguagem inadequada, o que dificulta sua compreensão. Como consequência, os instaladores leem menos esses materiais do que deveriam”.
Apesar disso, as fabricantes que têm investido para apresentar explicações fáceis e completas percebem resultados positivos. Esse é o caso da Glasspeças: “Desde que passamos a fornecer os manuais de forma ilustrativa, com orientações segundo as normas técnicas, constatamos uma grande redução das ocorrências de problemas causados por aplicações feitas de forma errada”, conta o técnico de Aplicação de Produtos, Cirilo Paes.
Acessível para todos
Um ponto fundamental ao elaborar um guia de instalação é que ele deve ser fácil de entender: uma linguagem técnica demais ou uma explicação longa, que sofre desvios em vez de ir direto ao ponto, podem confundir o vidraceiro e levá-lo ao erro.
Uma das ações da VSM Componentes para Vidro Temperado para evitar esses problemas foi trabalhar diretamente com seu público-alvo: “Observamos que muitas vezes as orientações são descartadas juntamente com as embalagens”, comenta Laís Bressiani, gerente-comercial da empresa. “Dessa forma, desenvolvemos o tutorial do nosso kit com base no feedback da pesquisa que conduzimos nas próprias vidraçarias antes de começar a venda dele.”
Outra possibilidade, bastante interessante nos dias atuais, é levar as orientações ao instalador por meio de conteúdo multimídia. “Além dos manuais impressos, nosso departamento técnico também desenvolve vídeos com passo a passo de instalação, para que as normas técnicas e os processos de aplicação sejam orientados da melhor forma possível, garantindo o uso correto e maior vida útil dos produtos”, aponta Willmerson Ramos, diretor-comercial da WR Glass.
Vale destacar ainda que esses materiais informativos sempre podem — e devem — ser atualizados para alcançar esse objetivo. Érico Miguel, diretor de Planejamento da Ideia Glass, conta que a empresa sempre se preocupou em garantir que o vidraceiro não tivesse dificuldades para entender como a instalação de cada kit deve ser feita. “Ao longo do tempo, nós fomos aprimorando os manuais, adicionando ilustrações, detalhando mais o passo a passo, adicionando mais informações que nós entendemos que seriam importantes e, com isso, o contato sobre dúvidas técnicas foi reduzindo.”
E o consumidor final, como fica?
Nem todas as empresas produzem materiais informativos para o usuário do sistema instalado sobre a necessidade de revisões periódicas e os cuidados para garantir seu bom funcionamento. Na contramão dessa postura, encontra-se a Blindex. “Desde 1983, oferecemos nosso próprio manual de conservação e limpeza para boxes de banheiro com a nossa marca”, informa Jairo Martins, coordenador nacional do Sistema de Franquias da Blindex. “Ele informa o comprador sobre como deve ser feita a limpeza e alerta para a necessidade da manutenção preventiva, que deve ocorrer uma vez ao ano, de acordo com a norma [NBR 14207 — Boxes de banheiro fabricados com vidro de segurança], além de trazer informações sobre os fabricantes e contatos do nosso serviço de atendimento ao consumidor.”
Buscando levar essas orientações tanto aos vidraceiros como aos usuários finais, a Abravidro lançou, em 2016, o programa De Olho no Boxe. Embora seu Manual de utilização, limpeza e manutenção dos boxes de banheiro não tenha como falar das particularidades de cada kit disponível no mercado, ele traz todas as informações necessárias para manter o consumidor informado sobre os cuidados básicos para manutenção, sabendo identificar problemas e a hora certa de chamar um técnico a fim de evitar acidentes. O texto conta ainda com dicas para limpeza e conservação do produto.
Essa iniciativa da Abravidro foi vista com bons olhos pelo setor. “Em nossos treinamentos, sempre mostramos o site do De Olho no Boxe e indicamos que os vidraceiros o usem para orientar seus clientes como utilizar, limpar e manter seus boxes sempre de acordo com a norma”, afirma Vinicius Braga, gerente-comercial da Tec-Vidro.
Os manuais são indispensáveis não só para levar conhecimento ao comprador do produto, mas também para combater a desinformação no setor: “Hoje há muitos materiais ‘fake’ na Internet, ou seja, feitos por quem não está devidamente capacitado sobre o que fala — e, na falta de um conteúdo oficial simples de entender, podem acabar sendo usados pelo instalador e levar a problemas”, alerta o professor Roberto Nascimento, da ESPM-SP. “Por isso, minha sugestão é que os fabricantes se dediquem sempre a fornecer explicações fáceis e detalhadas, incluindo o preparo de vídeos e imagens demonstrando como aplicar seus sistemas. E, no caso dos vidraceiros, que eles sempre busquem informações diretamente na fonte, isto é, nos guias de serviços oficiais da empresa que forneceu o produto.”
Itens indispensáveis
Alguns pontos na elaboração do documento são essenciais para garantir uma instalação correta, segura e funcional. Vinícius Braga, da Tec-Vidro, destaca que todos os materiais de orientação para o instalador precisam ter:
– Observações importantes para qualquer aplicação;
– Lista de ferramentas necessárias;
– Informações específicas do modelo adquirido, listando todos os seus componentes (incluindo quantidades e identificação);
– Folgas necessárias para confecção do projeto dos vidros;
– Desenho esquemático com a localização de cada componente previamente identificado;
– Passo a passo de montagem com figuras ilustrativas.
“Os manuais são de extrema importância, principalmente para produtos que não são padrão de mercado”, explica Braga.
Segurança para quem compra — e para quem vende também
Além de reduzir casos de instalações malfeitas, os manuais também protegem as fabricantes quando as orientações não forem seguidas. “Tivemos uma grande queda nas reclamações com a elaboração dos textos, mas com certeza eles são fundamentais para resguardar a empresa no caso de possíveis questionamentos jurídicos”, observa Jair Bráulio Júnior, gerente de Relacionamento da Alclean.
Nascimento, da ESPM, concorda e acrescenta: “Contribuem não só para a proteção por lei do vendedor em caso de inconformidades com o que foi orientado no material fornecido, mas ainda incentivam o vidraceiro a entender que precisa dedicar um tempo para sua leitura — ou, se o produto foi adquirido por um intermediário como o arquiteto da obra, por exemplo, a reforçar que quem fará a instalação o leia”. Em outras palavras, eles têm um impacto positivo para todos os elos da cadeia.
Vidro para segurar as chamas
Dois grandes incêndios chocaram o mundo nos últimos tempos. Em setembro do ano passado, o bicentenário Museu Nacional, no Rio de Janeiro, perdeu 90% de seu acervo, o maior de história natural na América Latina, com 20 milhões de itens. Depois foi a vez de a Catedral de Notre-Dame, em Paris, França, com seus 850 anos de história, ter sua torre principal e o telhado completamente destruídos.
Talvez algo pudesse ter sido feito para evitar, ou diminuir, essas tragédias culturais: se vidros resistentes ao fogo (conhecidos pela sigla VRF) estivessem instalados em locais específicos das duas construções, a ação das chamas teria sido retardada e o estrago, muito menor. Afinal, é importante lembrar, o vidro não combate o fogo, mas, sim, retarda sua ação — oferecendo assim maior tempo de ação para os bombeiros, os quais sempre devem ser chamados nesses casos.
Confira quais são as aplicações permitidas desse produto, a importância da especificação correta e as novidades que a revisão da norma NBR 14.925 — Elementos construtivos envidraçados resistentes ao fogo para compartimentação trouxe para essas aplicações.
Visores redutores de radiação (EW), utilizando vidros de 14 mm de espessura com caixilhos de aço, instalados em paredes de compartimentação entre escritórios e área de produção de empresa no interior de São Paulo
Como é o uso?
É possível afirmar que o vidro pode até mesmo salvar vidas se aplicado corretamente. “Ele é normalmente utilizado em edificações em que exista aglomeração de público, tendo em vista que essas obras contam com mais exigências de medidas de proteção, conforme a regulamentação do Corpo de Bombeiros”, explica Paulo Penna de Moraes, gerente técnico comercial da Vetrotech Saint-Gobain para a América Latina.
Existem substratos que servem como estrutura de suporte para os envidraçamentos. São eles:
– Alvenaria;
– Concreto;
– Drywall RF (resistentes ao fogo).
Apesar de importante para projetos modernos, a utilização dos sistemas resistentes ao fogo ainda é pequena e pontual, como analisa Fernanda Roveri, membro do escritório de vendas internacionais da Schott no Brasil. “Na maioria dos casos, as solicitações dessas estruturas chegam somente no final do projeto, quando é detectada sua necessidade.” Isso acontece porque muitos arquitetos e engenheiros desconhecem a função de resistência do vidro em relação às chamas. A revisão da norma veio para mudar a situação, ampliando as possibilidades de instalação. “Nosso maior portfólio de VRF está na Europa e Ásia, pelo fato de serem mercados mais maduros para esses produtos. Porém, a tendência é que agora aumentem suas aplicações no Brasil”, reflete Luiz Harada, gerente de Vendas da AGC.
Um exemplo internacional: na cidade alemã de Tübingen, um hospital recebeu vidro redutor de radiação (EW) da Vetrotech Saint-Gobain, protegendo a área de escadas
Mudanças na NBR 14.925
Além de o documento nacional igualar-se aos níveis internacionais de requisitos, passando a considerar um vidro intermediário (o EW) com base em normas europeias, foi incluída a exigência de ensaio em sistema único e indissociável. Isso significa que o relatório de ensaio deve homologar o conjunto como um todo (vidros + esquadrias + vedações + fitas intumescentes etc.), não suas partes independentes. É isso que garantirá o desempenho das estruturas — afinal, não adianta especificar nosso material corretamente se o perfil não atender os parâmetros desejados, por exemplo.
Outras novidades são a inserção das dimensões dos corpos de prova e o campo de aplicação real de um ensaio, assim como a inclusão da curva “tempo x temperatura de fogo externo”, utilizada para ensaios no lado externo da edificação.
Importante lembrar que todas as mudanças na norma ainda precisam ser incluídas nas Instruções Técnicas (IT) dos Bombeiros. “Gradativamente, as regulamentações dos Estados vão adotando as novas informações. As ITs de São Paulo foram revisadas e entraram em vigor em abril já incorporando o conceito de ‘elemento redutor de radiação’”, comenta Paulo de Moraes, da Vetrotech Saint-Gobain.
O Hospital Alemão Oswaldo Cruz, na capital paulista, é reconhecido como ótimo exemplo de aplicação dos VRF: o hall dos elevadores é uma rota de fuga com esquadrias que levam peças corta-fogo (classe EI), de 37 mm de espessura. A estrutura suporta as chamas por até noventa minutos
Quais as aplicações possíveis?
Como aponta Joel Carlos Ferreira de Souza, diretor da SSG Arquitetura e Consultoria, há as seguintes categorias de uso:
– Compartimentação horizontal: para ambientes no mesmo pavimento, como divisórias, portas e visores;
– Compartimentação vertical: entre pavimentos, como pisos, fachadas e fechamento de átrios.
Nosso material permite a exploração de diferentes características, oferecendo:
– Maior amplitude para locais que geralmente passam a sensação de aperto e confinamento, como escadas e saídas de emergência;
– Luminosidade e visibilidade, que incentivam o diálogo visual entre diferentes áreas de um prédio e facilitam o trabalho dos bombeiros no caso de um incêndio — afinal, poderão ver através de portas ou divisórias para avaliar situações de risco;
– Resistência mecânica, beleza estética e isolamento acústico, pois pode ser laminado e ganhar serigrafias, por exemplo.
A aplicação em relação às portas corta-fogo deve seguir a NBR 11742 — Porta corta-fogo para saída de emergência, que indica os vidros EI para esse tipo de estrutura. Visores também são bastante relevantes, como comenta Joel Souza: “Estão no fechamento de áreas perigosas dentro de instalações, como salas de baterias, geradores e depósitos, entre outros”.
Levando isso tudo em consideração, os VRF podem ser aplicados em:
– Rotas de evacuação, como escadas e saídas de emergência, de locais públicos com grande movimento de pessoas;
– Divisórias de escritórios;
– Coberturas e laterais de túneis;
– Fachadas de edifícios;
– Pisos e paredes;
– Fechamento de átrios;
– Portas deslizantes;
– Portas predominantemente de vidro;
– Visores.
Em Santos, o prédio da empresa de soluções digitais Tivit recebeu para-chamas (E) no fechamento de átrio, envolvendo cinco pavimentos, em esquadrias fixas de aço pintado
Especificação e aprovação do projeto
O processo é mais simples do que pode parecer. “O escritório de arquitetura, em seu projeto básico, apresenta as soluções técnicas considerando as ITs dos Bombeiros, determinando a classe do elemento envidraçado e o tempo que ele deve suportar o calor proveniente de um incêndio”, explica Antonio Carlos Nobiling Schnitzlein, diretor técnico da Panorama Comimpex, importadora e instaladora de sistemas resistentes ao fogo.
Na sequência, empresas especialistas (chamadas “integradoras”) definem as dimensões das esquadrias e os materiais a serem usados no sistema, considerando todos os componentes que foram ensaiados em conjunto (perfis, fitas intumescentes, calços, borrachas, dobradiças, barras antipânico etc.) e as limitações impostas pelos ensaios.
A aprovação da obra junto ao Corpo de Bombeiros se dá após análise das medidas de proteção da edificação como um todo, comparando com as exigências presentes na regulamentação de cada Estado. Para a emissão do Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB), ainda é necessária a vistoria in loco para verificar se a instalação dos elementos está em conformidade com o projeto.
Em São Paulo, projeto comercial ganhou fechamento de átrio com envidraçamento da Schott. A solução encontrada foram insulados com placa do vidro DGU Pyran + espaçador + laminado bronze, totalizando 500 m² do material
Responsabilidades
Mesmo com a cadeia de procedimentos a ser seguida, podem existir falhas. “A especificação errada normalmente ocorre por empresas que trabalham por conta própria, sem anuência de fabricantes e consultores”, revela Gabriele Alencar, vendedora técnica da Pilkington Brasil. Antonio Schnitzlein, da Panorama Comimpex, alerta para outra questão: “Algumas integradoras confiam no renome mundial dos fabricantes do vidro, esquecendo que fornecem um sistema completo, não somente as esquadrias. Assim, acabam negligenciando itens importantes, como calços e separadores”.
É por isso que, após a instalação, o trabalho não termina. “Os Bombeiros vistoriam e solicitam ao responsável pela obra toda a documentação, incluindo a Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) de projeto e execução, além de comprovar que os sistemas envidraçados são certificados”, explica Fernanda Roveri, da Schott.
No Centro de Pesquisa e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Mello (Cenpes) da Petrobrás, localizado na Ilha do Fundão (RJ), visores de corta-fogo (EI) separam os escritórios e salas de reuniões do setor de processamento de dados do complexo
Os tipos de VRF
A nova NBR 14.925 traz três classificações diferentes para o material. A novidade é a inclusão da EW, um vidro intermediário entre os dois já citados na versão antiga da norma.
CLASSE E
– Conhecido como para-chamas;
– Principal característica: integridade (impede a progressão das chamas, fumaça e gases tóxicos);
– Não bloqueia a radiação do calor. Ou seja, se itens compostos por materiais combustíveis estiverem atrás do vidro, poderão entrar em ignição espontânea.
CLASSE EW
– Conhecido como redutor de radiação;
– Principais características: integridade e controle de radiação;
– Impede a progressão das chamas, fumaça e gases tóxicos e reduz a radiação de calor no lado protegido. Itens compostos por materiais combustíveis que estiverem a mais de 1 m de distância do vidro não entrarão em ignição espontânea.
CLASSE EI
– Conhecido como corta-fogo;
– Principais características: integridade e isolamento;
– Impede a progressão das chamas, fumaça e gases tóxicos e bloqueia a radiação de calor no lado protegido. É a opção com melhor desempenho no mercado.
Mudança na Guardian
Renato Sivieri é o novo diretor comercial e de Marketing da usina para a América do Sul. Na Guardian desde 2013, Sivieri passa a ocupar o posto de Vilcen Soave, antigo diretor comercial, que deixou a companhia este ano.
A peça certa para cada mesa
Embora o uso do vidro na construção civil seja bastante abordado em O Vidroplano, ele também é um recurso valioso no setor moveleiro, agregando beleza e transparência em armários, mesas, cadeiras e outros produtos.
Nesse mercado, o uso mais comum talvez seja como tampo de mesa. Para assegurar que sua aplicação confira a resistência necessária, nosso material precisa ser especificado adequadamente. A seguir, veja algumas das principais determinações da norma NBR 14488 — Tampo de vidro para móveis – Requisitos e métodos de ensaio.
Tipos de vidro permitidos pela NBR 14488:
– Temperado
– Laminado
– Comum
Mais grosso ou mais fino?
Um ponto que requer atenção especial é a espessura. Para isso, é necessário verificar:
– Qual a altura em que o tampo será colocado
– Se a superfície estará completamente apoiada
– Qual a área pretendida para a peça
– Qual o tipo de vidro
A NBR 14488 apresenta três tabelas com recomendações de espessuras mínimas, seguindo estes quesitos:
Outras informações importantes da norma:
– As bordas não podem oferecer riscos de ferimentos
– Os cantos expostos devem ser arredondados, com um raio mínimo de 5 mm
– As tolerâncias de aceitação de medidas para itens prontos são:
a) Peças para encaixe: 0 a -2 mm;
b) Peças sobrepostas: ±5 mm
– Tolerância para defeitos e condições de observação:
a) A norma possui duas tabelas com os critérios para aceitação de tampos de mesa com relação a defeitos, uma para tampos sem pintura e outra para os pintados;
b) A observação dos defeitos deve ser feita com luz natural, o vidro deve estar em posição horizontal e o observador a 1 m de distância, num ângulo de 90 graus.
Opine sobre normas de blindagem
O trabalho de revisão da NBR 15.000 — Sistemas de blindagem, desenvolvido pela comissão de estudo CEE-161, com a ajuda do Comitê Brasileiro de Vidros Planos (ABNT/CB-37), começa a se concluir. Entraram em consulta nacional as duas primeiras divisões do texto: Parte 1: Terminologia e Parte 2: Classificação, requisitos e métodos de ensaio para materiais. É possível opinar acerca de ambos até 31 de maio.
Família de documentos
A principal alteração da NBR 15.000 foi seu desmembramento em diferentes seções. Dessa forma, será possível tratar dos diversos produtos que oferecem proteção balística, seus ensaios e parâmetros mais detalhadamente. Ao todo, serão cinco textos compondo essa família de normas. Os outros três ainda estão sendo produzidos e não têm prazo para ficarem prontos.
Padronização
A Parte 1 tem o objetivo de definir os termos técnicos a serem citados em toda a norma. Entre os temas abordados estão os coletes à prova de balas e metodologia para a determinação do limite balístico (V50).
Tabelas e ensaios
A Parte 2 define os requisitos e métodos de ensaio para os materiais que compõem os sistemas de blindagem transparentes e opacos. Foram duas mudanças fundamentais aqui:
– Atualização das tabelas 1 (sobre o nível de proteção dos sistemas de blindagem) e 2 (que aborda os níveis de proteção alternativa desses sistemas). As alterações ocorrem em função das terminologias de novos tipos de projétil e arma;
– Ajustes da preparação dos corpos de prova nos ensaios e maior detalhamento de cada um deles.
Como participar da consulta nacional
– Para ter acesso ao material, é necessário fazer um cadastro simples no site da ABNT pelo link www.abntonline.com.br/consultanacional
– Para quem já tem esse cadastro, basta acessar a página e entrar com login e senha.
Refeições com um toque de transparência
Localizado no shopping center Serena Mall, em Nova Lima, cidade da Região Metropolitana de Belo Horizonte, o restaurante OssO – Mind The Bones tem nas carnes sua especialidade. Por isso mesmo, todo o conceito do espaço vem do churrasco, incluindo os materiais usados na obra. O vidro torna-se fundamental na tarefa de juntar diferentes elementos em uma estética marcante para os frequentadores do local.
Ficha técnica
Autor do projeto: Gustavo Penna Arquiteto & Associados
Local: Nova Lima, MG
Conclusão: outubro de 2018
Celebrando as carnes
A obra, de autoria do escritório mineiro Gustavo Penna Arquiteto & Associados, tem 508 m² e conta com capacidade para 250 pessoas. O projeto buscou mesclar elementos contemporâneos e rústicos, incluindo ferro, couro e metal, além de cores e texturas que remetessem ao conceito do churrasco.
Paredes, tetos e luzes usam tons quentes (vermelhos, amarelos e laranjas) para lembrar o fogo. O aço das facas e a madeira das tábuas de corte, usados no preparo dos alimentos, podem ser encontrados nos balcões, no forro (de estruturas metálicas elaboradas pela Greco Design especialmente para a casa) e nos mobiliários (como as mesas de eucalipto). O toque final está nos painéis de couro de vaca, instalados no fundo do espaço, próximos à adega.
Transparência que agrega
Toda essa estética atinge seu potencial por conta do uso do vidro. Os temperados das portas e painéis deslizantes têm papel duplo: funcionam como uma espécie de fachada e também como fechamento do espaço. Outro destaque é a adega, também toda revestida de temperados. A execução dessas estruturas foi realizada pela PRM Esquadrias de Alumínio.
Nosso material permite que os consumidores, ao passear pelo shopping, possam ver o interior do restaurante — e vice-versa. Por estar em um terraço, é possível ainda ter cidade à vista enquanto se experimenta alguma refeição. Com isso, o local transforma-se em um ambiente vivo, ao invés de algo sem diálogo com seus arredores. No OssO, graças ao vidro, a interação é saborosa.
Especificação técnica
Vidros usados: Temperados incolores, com 10 mm de espessura, no sistema de carrinho
Processadora: Divinal Vidros
Ferragens: Tec-Vidro
Como medir a satisfação dos clientes
Escrito por Luis Fernando Freitas
Um dos objetivos de uma pesquisa de satisfação é ajudar no direcionamento de esforços por parte dos gestores para entender, de forma simples, qual a opinião e a percepção dos clientes sobre uma empresa, produto ou serviço. Destaco duas maneiras objetivas para medir isso, sem que seja necessária a contratação de uma agência especializada.
1) Faça você mesmo
É possível usar uma metodologia simples, como a Net Promoter Score (NPS), desenvolvida nos Estados Unidos. Consiste em realizar uma única pergunta para os clientes: “Em uma escala de 0 a 10, quanto você recomendaria a nossa empresa para amigos e familiares?”.
Na sequência, você pode optar por outra pergunta complementar, dessa vez qualitativa, sobre o motivo que levou o cliente a dar determinada nota, para você saber os fatores reais que impactam seu negócio. No entanto, o cálculo é realizado apenas em relação à primeira resposta.
Como calcular
“Clientes detratores” são os mais críticos, dão notas de 0 a 6. “Clientes neutros” avaliam bem, com notas 7 ou 8. Já os “clientes promotores” realmente gostam do trabalho da empresa, dando 9 ou 10. Após saber isso, a conta a ser realizada é: número percentual de “promotores” menos o número percentual de “detratores” (o percentual de cada grupo é calculado em relação ao total de respondentes).
O resultado mostra a realidade da empresa:
– Menor que 0: situação crítica, processos devem ser revistos imediatamente;
– De 0 a 50: são necessários aperfeiçoamentos na produção e atendimento;
– De 50 a 75: a empresa atingiu uma qualidade boa e estável;
– Acima de 75: a empresa atingiu uma ótima qualidade, entregando tudo que o cliente procura.
2) Ferramentas online e gratuitas
Você pode optar por trabalhar em plataformas como Google Formulários, Online Pesquisas e SurveyMonkey, entre outras. Os resultados são mostrados em gráficos, dispensando a necessidade de cálculos.
Existem diversas vantagens ao se optar por essa prática:
– São ferramentas interativas;
– Têm design agradável;
– Contam com modelos prontos de questionários.
As pesquisas são cada vez mais importantes. Não deixe de considerar a realização delas, da forma como acreditar ser mais adequada e produtiva, pois poderão ser tão eficientes quanto qualquer outra ação de marketing ou de publicidade que sua empresa já realize!
Luis Fernando Freitas é sócio-proprietário da Think Ahead Soluções e Estratégias Empresariais. Consultor e palestrante, tem experiência de mais de vinte anos em negócios.