Ciclo completo

Quando cheguei à Abravidro, em maio do ano passado, fui logo apresentada ao calendário com os principais eventos do setor vidreiro: Simpovidro, Glass South America e Glasstec. E foi assim, nessa ordem, que participei de cada um deles, conhecendo suas características e particularidades.

Estar na Glasstec foi uma excelente oportunidade de ver equipamentos que são o estado da arte para o processamento do nosso material, além de soluções e tecnologias que vão ganhar cada vez mais espaço no mundo do vidro. Também pude ampliar meus horizontes, ter contato com novas marcas e pessoas que movimentam nosso setor por meio de seu trabalho. Ver um número expressivo de brasileiros nos corredores e pavilhões da feira, o que surpreendeu os expositores, foi um ótimo sinal da força e determinação do empresariado nacional! A cobertura completa da 25ª edição da Glasstec você confere clicando aqui.

Outros destaques deste mês são o uso do vidro em obras de arte e design, a certificação de mais uma processadora e a revisão de duas normas técnicas de colagem estrutural de vidros, as NBRs 15.737 e 15.919. Ainda no assunto de normas, a NBR 14.925, que trata de elementos construtivos envidraçados resistentes ao fogo para compartimentação está em consulta nacional no site da ABNT.

Nossa revista está recheada de informações úteis para você, aproveite!

Iara_okBoa leitura!
Abraço,

Iara Bentes
Editora de O Vidroplano

Este texto foi originalmente publicado na edição 551 (novembro de 2018) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

 

Novidades na colagem estrutural de vidros

Duas normas técnicas passarão por revisão coordenada pela Comissão de Estudos Especial de Esquadrias (CEE-191), com participação da Abravidro: NBR 15.737 — Perfis de alumínio e suas ligas com acabamento superficial – Colagem de vidros com selante estrutural e NBR 15.919 — Perfis de alumínio e suas ligas com acabamento superficial – Colagem de vidros com fita dupla face estrutural de espuma acrílica para construção civil. Os dois textos estão sendo trabalhados simultaneamente. O objetivo, além de atualizar os conteúdos, é trazer uniformidade ao conteúdo em relação aos ensaios e requisitos para ambas as formas de colagem.

Mudanças à vista
Muitas alterações serão realizadas nessas normas, incluindo os nomes delas, os quais devem ser escolhidos mais para o final do processo de revisão. “Uma das principais novidades está na ampliação de seu escopo: elas não apenas tratarão da colagem de vidros, mas também da colagem de outros elementos de fechamento utilizados em fachadas, como painéis metálicos e revestimentos cerâmicos, entre outros”, revela a analista de Normalização da Abravidro, Clélia Bassetto.

O texto ficará mais completo, pois vai passar a incluir detalhes do processo de colagem e também dos ensaios, como, por exemplo, o de compatibilidade do selante com o perfil e o substrato — o objetivo é enfatizar a importância dos processos para a segurança da aplicação. “Outro ponto discutido atualmente é o requisito para painéis pintados ou anodizados, a fim de garantir a adesão tanto do silicone como da fita dupla face aos perfis”, comenta Clélia. Também foi ampliada a abordagem da limpeza dos perfis e demais cuidados para a selagem ser feita corretamente.

Ainda sobre nosso material, serão incluídos requisitos específicos para vidros de controle solar e insulados, principalmente em relação ao cálculo do “bite” do selante secundário em aplicações de sistemas pele de vidro.

Norma em consulta nacional
A NBR 14925 — Elementos construtivos envidraçados resistentes ao fogo para compartimentação, sobre vidros resistentes ao fogo, passou por revisão e agora entra em consulta nacional no site da ABNT até o dia 7 de janeiro de 2019. Para ter acesso ao texto e enviar considerações, é necessário um cadastro simples pelo link www.abntonline.com.br/consultanacional. Para quem já possui cadastro, basta acessar a página e entrar com login e senha.

Este texto foi originalmente publicado na edição 551 (novembro de 2018) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Experiência recompensada

Em um mercado que busca sair de uma crise econômica, cujos efeitos ainda são sentidos, o ideal é fazer com que a empresa tenha o melhor controle industrial, garantindo a segurança e satisfazendo os clientes com um alto padrão de qualidade. Esse é o motivo que levou a Italajes a buscar a certificação Inmetro para temperados. Suas peças com espessuras de 6, 8 e 10 mm agora contam com a chancela que será essencial para os negócios da empresa.

Selo a jato
“Com o mercado cada vez mais competitivo e técnico, resolvemos ir atrás da certificação para agregar mais valor ao nosso produto, padronizar processos e proporcionar mais segurança aos consumidores”, explica o diretor da processadora, Sandro Osmar da Veiga.

Tudo correu de forma tranquila, sem dificuldades para adequar a empresa às recomendações do Inmetro. “Foi assim desde os primeiros contatos com o organismo certificador até o dia da auditoria na fábrica”, revela Veiga.

Ao todo, o processo durou apenas três meses, de agosto a outubro. “Toda nossa equipe colaborou para isso. De forma geral, os funcionários assimilaram as mudanças e se adaptaram bem às qualificações exigidas”, completa o dirigente da empresa.

Apoio fundamental
A Italajes também contou com a consultoria oferecida pela Abravidro durante a adequação de processos, fato essencial para a obtenção da chancela, conforme afirma Veiga: “O consultor Edweiss Silva nos auxiliou de forma muito profissional, dando-nos todo o suporte tanto na parte documental como no processo fabril. Temos muito a agradecer”.

A processadora pretende agora seguir investindo em tecnologias para a transformação de vidros e promete: vai buscar a ISO 9001 em breve.

História de tradição
Fundada em 1978, a Italajes começou suas operações trabalhando com lajes pré-fabricadas. Foi somente alguns anos depois que ampliou seu mercado de atuação, fornecendo outros materiais para a construção civil. A mudança veio em peso em 1998, quando adquiriu um forno vertical para têmpera de vidro.

Este texto foi originalmente publicado na edição 551 (novembro de 2018) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Sacadas, revestimentos e mais um pouco

Outubro foi mais um daqueles meses cheios de oportunidades de capacitação promovidas pelas entidades regionais do nosso setor. Eventos no Rio Grande do Sul, Sergipe e São Paulo contaram com temas variados, do envidraçamento de sacadas ao uso de vidros coloridos e espelhos para revestimento de superfícies, incluindo aplicações do nosso material na construção civil dentro das normas técnicas. Leia sobre cada um deles e anote na sua agenda as próximas atividades deste ano e do começo de 2019!

 

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Adevibase-BA/SE, em Aracaju
Instalação de sacadas sem dúvidas
Nos dias 19 e 20 de outubro, a Adevibase organizou o treinamento “Envidraçamento de Sacadas”. Jotanael de Souza, gerente de Projetos e instrutor técnico dos cursos da escola Projeto Certo, foi o responsável pelas aulas, abordando tópicos como a instalação em ângulo, recortes, tipos de perfis disponíveis no mercado e a dificuldade na comercialização desse produto devido à carência de mão de obra específica na região. O curso foi muito bem recebido pelos alunos, os quais esclareceram todas suas dúvidas sobre o tema com o docente. A associação já está planejando uma nova turma do treinamento.

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Sincomavi-SP, em São Paulo
Desenvolvendo o marketing e os trabalhos da equipe
O Sincomavi realizou dois eventos no auditório de sua sede. O primeiro, no dia 24, foi o workshop “Marketing de Atração” (foto). Acompanhada por mais de quarenta pessoas, a programação incluiu duas palestras: Criando uma máquina invisível de vendas apenas com Instagram + WhatsApp e Como vender para quem quer comprar na Internet?. Ambas trataram dos novos hábitos de consumo, aconselhando os participantes a investir em diversos canais de comunicação e dando dicas de como usar o poder das redes sociais, produzir o conteúdo perfeito para os potenciais clientes e identificar o momento certo de fazer a venda. No dia 26, foi a vez de se aprender “Como Formar uma Equipe de Alta Performance”. Nesse curso, foram apresentadas as competências necessárias para criar uma equipe de alto desempenho e potencializar as diferenças individuais, entre outros tópicos.

 

vp_sindividrosrsSindividros-RS, em Porto Alegre
Para os vidraceiros de hoje e os especificadores de amanhã
O curso “Revestimento de Parede (Vidros Coloridos e Espelhos)” foi realizado pelo Sindividros-RS nos dias 26 e 27. Tendo os vidraceiros como público-alvo, Gabriel Batista, diretor do Grupo Setor Vidreiro, mostrou as possibilidades para o uso dos materiais no revestimento de paredes (internas e externas), móveis, piso e teto, com atenção para o uso de fixadores, molduras e suportes, além dos cuidados na definição de folgas e transpasses e na vedação de juntas. O treinamento foi patrocinado pelas usinas vidreiras AGC, Cebrace, Guardian, Saint-Gobain Glass e Vivix.

No último dia do mês, o sindicato gaúcho também passou pelo campus central da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), onde realizou a 2ª edição do Circuito do Vidro na Universidade (foto). Voltado para estudantes de arquitetura e urbanismo e engenharia civil, a iniciativa contou com a palestra de Vera Andrade, coordenadora técnica da Abravidro. Tendo como base o tema O vidro na engenharia civil e na arquitetura, ela falou aos alunos sobre os tipos de vidros, suas aplicações na construção civil de acordo com as normas técnicas vigentes e os benefícios de usar o material.

Este texto foi originalmente publicado na edição 551 (novembro de 2018) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Abravidro em instituições de ensino

vp_abravidro1No dia 18 de outubro, a coordenadora técnica da Abravidro, Vera Andrade, participou de uma mesa-redonda com o tema Tecnologia para um mundo sustentável (foto 1), no 20º Congresso de Tecnologia da Faculdade de Tecnologia do Estado de São Paulo (Fatec). Além da Abravidro, o evento contou com representantes da Associação Brasileira do Alumínio (Abal), Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP), Associação Brasileira da Construção Metálica (Abcem) e Instituto Brasileiro do PVC: juntas, as cinco entidades integrarão o curso “Introdução aos Sistemas Construtivos: Materiais, Produtos e Aplicações”, com início previsto na faculdade para julho de 2019.

Em sua apresentação, Vera destacou os principais benefícios do vidro e sua aplicação na construção civil, bem como a importância de seu emprego conforme as normas técnicas, além de apresentar as campanhas que a Abravidro promove para disseminar o uso seguro do material.

vp_abravidro2Também em outubro, no dia 31, a analista de Normalização da entidade, Clélia Bassetto, palestrou em dois cursos da Escola Senai Orlando Laviero Ferraiuolo: no “Curso do Vidraceiro” (foto 2), apresentou as principais normas de aplicação do vidro. Para a turma de “Envidraçamento de Sacadas”, do Programa Super MEI, parceria entre o Sebrae e o Senai-SP, ela falou sobre a norma NBR 16259 — Sistemas de envidraçamento de sacadas – Requisitos e métodos de ensaio. Em ambas as palestras, Clélia enfatizou a importância da normalização e entregou aos alunos cópias da tabela Que vidro usar?, da campanha #TamoJuntoVidraceiro.

Este texto foi originalmente publicado na edição 551 (novembro de 2018) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

De olho no futuro

Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Federal de São Carlos (Ufscar) publicaram o primeiro artigo no mundo a abordar o uso de redes neurais artificiais para prever as propriedades dos vidros por meio de sua composição química. O trabalho, assinado por André de Carvalho, Edgar Zanotto e Daniel Cassar, marca o início do desenvolvimento de um software que, se bem sucedido, permitirá definir a composição química desejada para a fabricação de nosso material com as características que o fabricante desejar (como coeficiente térmico de expansão e viscosidade), sem a necessidade de testar inúmeras possibilidades em laboratório antes de encontrar a correta. O artigo foi publicado na última edição de uma das principais revistas da área de Engenharia de Materiais, a Acta Materialia.

Este texto foi originalmente publicado na edição 551 (novembro de 2018) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Medição inteligente

A Alliare Consultoria e Tecnologia anunciou estar na fase final de desenvolvimento da Trena Inteligente, em parceria com a Bosch. Trata-se de um aparelho digital que, além de medir as dimensões em obra, conecta-se com o software Builtek (foto), da consultoria, que analisa as informações recebidas e as envia diretamente para o celular do projetista da obra ou ao fabricante do produto que está sendo aplicado. Isso, além de permitir a redução de problemas desde a fabricação das peças que serão aplicadas no vão até a instalação delas, coloca os instrumentos de medição para a integração digital da Indústria 4.0.

Este texto foi originalmente publicado na edição 551 (novembro de 2018) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Requinte com transparência e reflexos

A Casa Cor continua realizando suas mostras de arquitetura e design pelo Brasil. E, como sempre, nosso material destaca-se em vários ambientes. Isso pôde ser visto mais uma vez nos eventos recentemente concluídos na Bahia, em Brasília, no Ceará e na Paraíba. Confira!

 

CASA COR BRASÍLIA

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Protegida contra o calor
O Stúdio Denise Zuba teve a Cinex como sua grande parceira e patrocinadora na elaboração do Refúgio Veredas Cinex. A empresa levou uma série de soluções com vidro, começando com uma imponente porta pivotante de entrada feita com vidro Metallizzatto Prada (foto), que utiliza uma fina camada de pó que confere a ele um aspecto metálico. Painéis pivotantes de Metalizzatto Ardesia também foram usados para separar o quarto do banheiro, estendendo-se do piso ao teto.

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Transparente e confortável
A Casa de Vidro, projeto do Estúdio Orla, hospedou o café oficial da Casa Cor Brasília. Nosso material, é claro, foi o elemento dominante da obra (foto): os painéis, fornecidos pela Vitral Vidros, foram aplicados em todo seu fechamento e teto, integrando o ambiente harmoniosamente aos jardins externos e a elementos ao seu redor. Muitas plantas também se encontravam do lado de dentro, mas engana-se quem pensa que a sensação ali seria a de estar numa estufa: a montagem do espaço foi feita de forma a aproveitar a ventilação natural, contribuindo para um local confortável para os visitantes apreciarem suas bebidas.

 

CASA COR CEARÁ

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Reflexos por todos os lados
Não houve como fugir dos espelhos no ambiente Vestíbulo com Escada, assinado pelo arquiteto Roberto Pamplona Jr. Peças com formatos aleatórios, fornecidas pela Vidro Aço, encontravam-se em toda parte: no teto, no fundo das prateleiras e até revestindo a frente dos degraus, conferindo ao recinto um aspecto moderno e orgânico.

 

CASA COR PARAÍBA

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Lâmpadas durante o dia? Não precisa!
Uma grande e elegante caixa de vidro. Era essa a impressão que ficava ao olhar de longe o Loft 750, do arquiteto Leo Maia: grandes laminados 4+4 mm encaixilhados em esquadrias de PVC, fornecidos e instalados pela Armony Esquadrias, compunham toda sua fachada (foto), incluindo grandes portas de correr. Com isso, o ambiente recebia luz natural por todos os ângulos. Além disso, ele integrava-se totalmente ao espelho d’água com jardim aquático presente do lado de fora.

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Porta e divisória em uma só peça
Quem visitou o Estúdio do Rapaz, da arquiteta Sarah Cavalcanti, não teve como não reparar na grande porta de correr separando o quarto do banheiro (foto): com 1,65 m de largura e mais de 2 m de altura, ela acabou funcionando também como divisória — cortesia do vidro impresso fornecido e instalado pela Officina Móveis.

 

CASA COR BAHIA

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Para noiva nenhuma botar defeito!
As irmãs Ana Claudia e Ana Paula Nonato, do escritório Dois A Arquitetura e Interiores, projetaram a Suíte da Noiva como uma homenagem à cantora Claudia Leitte. Uma lateral inteira do espaço era completamente envidraçada com painéis de controle solar Vivix Performa, fornecidos diretamente pela Vivix, proporcionando uma vista panorâmica dos arredores (foto). Outro destaque com nosso material: uma grande tela de vidro no meio do ambiente, fornecida pela Automatizus, permitia que a imagem projetada fosse vista em ambas as faces do vidro.

Este texto foi originalmente publicado na edição 551 (novembro de 2018) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

O amanhã é promissor

A mostra Glass Technology Live é um dos espaços mais tradicionais e visitados da Glasstec. Este ano, mais uma vez, reuniu estudos e protótipos com foco em tecnologias que podem se tornar padrão da indústria num futuro próximo — algumas até mesmo já estão em uso. As soluções apresentadas sempre buscam o limite da aplicação de nosso material, sem medo de apostar em algo que pareça impossível. Nas próximas páginas, conheça com detalhes as mais interessantes aplicações expostas durante a feira, cuja organização fica a cargo de quatro universidades técnicas: de Darmstadt, de Dortmund e de Dresden, da Alemanha, e Delft, da Holanda.

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Árvore de papel
A instalação Branching Out, desenvolvida pela Universidade Técnica de Darmstadt, demonstrava como é possível criar estruturas leves para decoração com materiais inusitados, como perfis tubulares de papel especial. As “folhas” da árvore eram de vidro ultrafino (curvado, quimicamente endurecido e laminado com PVB na cor verde) de apenas 1 mm de espessura

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Rede de vidro
Outro protótipo da Universidade de Darmstadt: uma rede feita de vidros ultrafinos e cordas, que pode ser utilizada como se fosse uma lona no transporte de cargas, por exemplo. A escolha se explica, pois nosso material possui enorme resistência e flexibilidade, além de proteger contra água e chuva

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Alta resolução em larga escala
A Dip-Tech e a Ferro Corporation montaram um modelo em escala de prédio comercial conceitual, formado por fachada com tecnologia de impressão digital e serigrafia. A maquete representava duas torres de treze andares cada. As tintas especiais usadas, que filtram a luz, aliadas ao padrão de impressão, garantem sombreamento no interior dos edifícios — e o desenho escolhido também previne a colisão de pássaros

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Sobe e desce
Uma gangorra com 10 m de comprimento, formada por onze placas laminadas de low-iron (vidro com baixo teor de ferro), fez muito visitante reviver memórias da infância ao visitar a Glass Technology Live. Construída pelo escritório de arquitetura Eckersley O’Callaghan (o mesmo das lojas da Apple espalhadas pelo mundo) em parceria com a processadora alemã sedak, pesava mais de 1 t e era exemplo de como é possível fazer qualquer objeto com vidro estrutural

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Design elevado à última potência
A sala de concertos Elbphilharmonie, em Hamburgo, Alemanha, tornou-se um marco da arquitetura graças à fachada envidraçada dupla, instalada pela empresa Josef Gartner GmbH. Cada unidade desse sistema mede cerca de 5 m de largura e 3 de altura. Algumas delas ganharam vidros curvos em formato esférico, encaixados em “garfos” feitos de fibra de vidro e plástico (como pode ser visto na foto ao lado), com o objetivo de permitir ventilação natural no interior. Cada vez mais, fachadas vão ganhar elementos tridimensionais e geométricos como esses

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Forte como vidro
Imagine um carro pesando cerca de 1,3 toneladas de cabeça para baixo, suspenso apenas por duas placas de nosso material? A instalação Gravity provou de uma vez por todas a resistência do vidro. Duas peças laminadas, cada uma composta por termoendurecidos 2+2 mm com SentryGlas (PVB estrutural da Kuraray), seguravam o automóvel sem qualquer fixação mecânica — ou seja, sem furos —, somente com o selante estrutural TSSA, da Dow. Algo tão impressionante virou a capa de O Vidroplano deste mês! As placas foram fornecidas pela Glaston e processadas pela sedak

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Sem limites para laminar
Um laminado gigante foi mostrado para o público: contava com dezoito camadas de extra clear, ligadas umas às outras por PVB estrutural, e espessura total de, aproximadamente, 30 cm. A fabricação da peça não teve apenas a função de maravilhar o público: revelou a possibilidade de se construir elementos estruturais com enorme resistência à pressão de cargas e também máxima transparência

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Ângulos perfeitos
A Glassbel Baltic, empresa especialista em processamento e instalação de vidros da Lituânia, desenvolveu uma solução chamada “laminação 3D”, que permite a criação de instalações com laminados e insulados em 90º sem interferências visuais, sendo ideal para fachadas, divisórias e colunas, por exemplo

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Um novo tipo de controle solar
A Universidade de Bayreuth, da Alemanha, expôs uma solução inovadora para moderar a temperatura sem necessidade de ar condicionado. O Water Flow Glazing é um sistema semelhante a um insulado, mas possui um fluido em constante circulação entre as placas de vidro com o objetivo de absorver a radiação solar. O produto também tem a capacidade de armazenar e reutilizar a energia absorvida — com isso, o painel interno de vidro se transformaria numa espécie de aquecedor de ambientes. O Water Flow Glazing ainda não é fabricado industrialmente, mas já existe um consórcio de empresas disposto a torná-lo realidade

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Genialidade verde e amarela
Um dos últimos projetos do falecido arquiteto brasileiro Oscar Niemeyer ainda está em construção na cidade alemã de Leipzig — e um modelo em tamanho real marcou presença na mostra. A obra é uma esfera de 12 m de diâmetro. De vidro e aço, ela ficará suspensa próxima ao telhado de uma fábrica de guindastes ferroviários como atributo estético do edifício e será revestida por vidros privativos, que são transparentes e passam a ser translúcidos ou vice-versa por controle remoto. No momento, a esfera está em construção e a expectativa é que fique pronta em 2019

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Gigante e curvo
A Saint-Gobain Glassolutions expôs peças curvas de 8 m de comprimento. Elas podem ser temperadas, laminadas ou insuladas. Na mostra, foi montado um túnel com o material, demonstrando sua versatilidade e as diversas opções de aplicação

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Transparência colorida
Na edição 2016 da Glass Technology Live, foi mostrado um tijolo inteiramente de vidro. Este ano, uma evolução daquele produto esteve presente, exposto pela Universidade Técnica de Delft, da Holanda. O Re³ Glass é de vidro reciclado, pode ser montado facilmente (basta encaixá-los) e conta com interior de cores variadas

Este texto foi originalmente publicado na edição 551 (novembro de 2018) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Como se preparar para crescer?

Escrito por Denis Luna

O desenvolvimento de uma empresa é sempre positivo aos olhos dos proprietários — embora seja comum aparecerem as chamadas “dores do crescimento”. Afinal, deve-se mudar muito para que se acompanhe a nova demanda. O que era para ser um momento feliz acaba se tornando mais um problema nas costas do empreendedor.

Mas isso não precisa ser sempre assim: é imprescindível que as empresas se planejem e se preparem para atuar em outro patamar. Será que o crescimento da demanda é apenas uma questão sazonal do mercado ou a empresa está efetivamente vislumbrando um aumento nos negócios em médio e longo prazos? Ter essa resposta é crucial para não tomar decisões equivocadas. Se o crescimento for resultado de algo que não tende a ser permanente, não cabe fazer investimentos a fim de ampliar a capacidade produtiva. Caso contrário, o que seria um lucro extra pode se tornar prejuízo.

Descartada essa hipótese, é hora de repensar a empresa a partir de um novo panorama:

– Analisar sua saúde financeira e planejar os investimentos estruturais necessários — compra de maquinários, ampliação do espaço físico, contratações;

– Fazer com que a equipe esteja ciente do momento enfrentado. Se em uma empresa com dez funcionários as informações são rapidamente disseminadas, o mesmo não acontece em uma com cinquenta, por exemplo. É preciso estruturar novos processos e capacitar as pessoas. Com isso, o setor de recursos humanos assume um papel fundamental e estratégico;

– Investir na inteligência do negócio. Não se pode deixar de lado a parte mais “mental” da companhia, ou seja, os softwares. Muitas soluções tecnológicas são capazes de automatizar processos burocráticos, de baixo valor agregado, que tomam tempo dos colaboradores e ainda ampliam os riscos de erros banais;

– Buscar ajuda. Esse desafio vai demandar mais preparo do líder. Cabe destacar a necessidade de se manter atualizado, fazendo cursos e até participando de eventos do setor a fim de descobrir novas oportunidades e possibilidades de mercado.

Planejamento será sempre a melhor opção para quem deseja se livrar, ou pelo menos reduzir, as tão temidas “dores do crescimento”.

Denis Luna
é empresário, treinador de empresários e sócio da ActionCOACH São Paulo

Este texto foi originalmente publicado na edição 551 (novembro de 2018) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Vidro também é arte

Nas páginas de O Vidroplano, é comum ver o papel do vidro na construção civil, na arquitetura e até na tecnologia. Porém, ele também apresenta diversas características que o tornam interessante para artistas nacionais e internacionais. A Glasstec, evento vidreiro mais importante do mundo (e que estampa a capa desta edição), que o diga: uma de suas atividades simultâneas é a mostra Glass Art, em que peças de várias partes do mundo feitas com o nosso material encantam os visitantes da feira.

Por meio de diferentes técnicas, o vidro pode gerar obras impressionantes. A seguir, veja o que alguns artistas vidreiros têm a dizer sobre as qualidades, métodos de trabalho e aplicações.

Dando forma à expressão
Uma das definições de arte apresentadas pelo dicionário Michaelis descreve-a como sendo a “atividade que supõe a criação de obras de caráter estético, centradas na produção de um ideal de beleza e harmonia ou na expressão da subjetividade humana”. Em outras palavras, é um ofício que envolve criatividade — e, com isso, precisa de substratos que traduzam essa capacidade da mente do artista para o plano físico.

Nesse sentido, o vidro mostra-se um material bastante valioso. “São muitas as qualidades que ele pode oferecer para um projeto, da transparência e resistência física à grande versatilidade de cores, texturas e espessuras que pode ter”, explica Matheus Primo, diretor-criativo da Glass11, produtora de peças de mobiliário a partir de vidros e espelhos.

Gustavo Benini, fundador do Ateliê Benini, comenta que a variedade de tipos de vidro disponíveis no mercado abre espaço para inúmeras formas de manifestação artística. “A arte com vidro é uma arte de persistência e de dedicação na qual se tem o domínio completo das operações”, avalia. Cida Kitze, criadora do ateliê Artes & Ideias, concorda: “Trabalhar com vidros artísticos é um constante aprendizado de tentativa e erro. Há sempre algo a mais para descobrir”. Ambos os espaços instalados em São Paulo não só produzem peças de arte, mas também oferecem cursos de capacitação para artesãos interessados em suas técnicas.

vp_seibert1Vale ainda citar a possibilidade de reaproveitamento de materiais. Um dos trabalhos realizados pela artista gaúcha Carmem Seibert, por exemplo, envolve a fusão de garrafas de vidro descartadas. “Gostaria que mais pessoas tivessem o prazer de realizar esse tipo de arte, pois uma garrafa leva mil anos para se decompor na natureza”, aponta a artesã.

Ao longo dessa reportagem, algumas técnicas para obras de arte com vidro são apresentadas — e, como as fotos bem mostram, nosso material permite uma grande diversidade de aparências e efeitos, com muita beleza e criatividade.

Cores agregadas à arte
Embora a transparência seja um dos aspectos atrativos do vidro, ele também pode ser combinado a tintas e pastas para ganhar coloração. Há diferentes maneiras de como esse processo pode ser feito: aplicando tintas para secagem a altas temperaturas com pincel, dissolvendo-as na cola usada nas peças e com pulverização de pós coloridos, entre outras.

Mas existe um ponto em comum entre todas essas possibilidades destacadas pelos artistas ouvidos por O Vidroplano: “A aplicação dessas tintas praticamente sempre é efetuada de maneira artesanal e manual”, ressalta Thomas Kitze, filho de Cida e integrante do Artes & Ideias.

Criatividade em exposição
A mostra Glass Art, braço da Glasstec, tem como objetivo mostrar o lado criativo da indústria vidreira. Para isso, reúne expositores de galerias com renome internacional com trabalhos variando de vasos a esculturas e pinturas em vidro.

EFEITOS DE PERSPECTIVA
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Entre as peças apresentadas na Glass Art este ano, a do alemão Wilfried Grootens chamou atenção. À primeira vista, parecem vidros moldados em formatos ovais, esféricos ou cúbicos, mas seu processo de criação é muito mais complexo que isso: ele corta o vidro em um grande número de camadas, cada uma recebendo pinturas ou desenhos individualmente. Elas são então, cuidadosamente, agrupadas e coladas. O resultado salta aos olhos. Por fora, parece que a obra sempre foi um objeto inteiro; por dentro, as cores aplicadas em cada camada juntam-se para formar corpos tridimensionais, que parecem flutuar dentro do vidro, com aspecto diferente dependendo da posição do observador.

CORPOS DE VIDRO
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Outro destaque da Glass Art foi o trabalho do artista espanhol Carmelo López, elaborado com o tema Changing human figures through time and movement (Mudando as figuras humanas por meio do tempo e do movimento). Para López, o material escolhido para suas esculturas reflete perfeitamente o tema, pois, quando derretido, o vidro encontra-se em movimento fluido, solidificando-se em um momento concreto capturado nas peças apresentadas.

MAIS OBRAS DA GLASS ART 2018
Muitos outros artistas expuseram trabalhos na Glass Art, com as mais variadas técnicas e resultados. Veja algumas delas:

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Aproveitando a maleabilidade do vidro
Uma das técnicas para o trabalho com nosso material é o fusing. Como o próprio nome diz, ela envolve a fusão ou derretimento do vidro. “As chapas são colocadas em moldes e a pintura é aplicada a elas imediatamente antes de levá-las ao forno, onde são aquecidas a 810 ºC”, explica Carmem Seibert (nas fotos, algumas obras da artesã feitas com essa técnica). Ela tomou conhecimento do fusing quando procurou uma alternativa para a argila na produção de peças japonesas. Hoje, trabalha com peças float descartadas por vidraçarias e com garrafas usadas.

 

Tradição secular
vp_benini2Os vitrais já existem há mais de quinhentos anos. “São trabalhos artísticos com vidro trabalhado, geralmente coloridos e usados em peças planas para uso em janelas e vãos em que exista passagem de luz. Isso revela a beleza desse tipo de obra, cujo modo de produção pouco mudou de lá para cá”, conta Gustavo Benini (nas fotos, alguns vitrais feitos pelo Ateliê Benini). O método tradicional de produção dos vitrais consiste na soldagem de peças de vidro cercadas por chumbo e estanho, até atingir o formato desejado.

 

Do chumbo para o cobre
vp_arteseideias2No início do século 20, o artista norte-americano Louis Comfort Tiffany desenvolveu uma nova forma de criar vitrais. Em vez de usar o chumbo, ele criou uma fita de cobre adesiva, muito mais maleável, que é aplicada nas bordas dos vidros cortados. Esse método permitiu o uso de vitrais em abajures e cúpulas arredondadas, além da composição de desenhos rebuscados e sinuosos no estilo art nouveau, mais geométrico (nas fotos, obras de vitral Tiffany feitas pelo Ateliê Artes & Ideias).

Sem limites para a criatividade
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Criada em 2016, a Glass11 reúne designers e arquitetos para elaborar mobiliário e objetos de vidro que aliam arte e praticidade. Colagem ultravioleta, incisões, curvatura e laminação são algumas das práticas adotadas para alcançar o produto desejado, dependendo de suas características (abaixo, algumas das peças da Glass11).

“Não temos limites físicos para uma execução, há somente a preocupação de que as peças tenham apelo estético e valor comercial. Se for um projeto exclusivo para um determinado cliente, o céu se torna o limite!”, afirma Matheus Primo. Para ele, é importante que as grandes fabricantes de vidro fomentem o uso do material de forma artística, permitindo que os especificadores possam dar asas à criatividade.

Este texto foi originalmente publicado na edição 551 (novembro de 2018) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Ventos cada vez melhores

A 25ª edição da maior feira vidreira do mundo, nos dias 23 a 26 de outubro, foi marcada por superlativos. Os vários pavilhões dedicados à mostra, realizada a cada dois anos na cidade alemã de Düsseldorf, reuniram o maior número de empresas expositoras de sua história: 1.280 marcas, de 50 países diferentes, segundo a organizadora Messe Düsseldorf. O número de visitantes também foi expressivo (mais de 42 mil pessoas). Mas uma marca em especial merece ser destacada: ao todo, 233 brasileiros participaram este ano, assinalando assim crescimento de quase 50% em relação a 2016.

Feira global
Mais de 70% dos visitantes eram de fora da Alemanha, confirmando o poder mundial da Glasstec. “A feira permanece como a principal plataforma internacional para a indústria vidreira”, justifica Wolfram Diener, diretor de Operações da Messe Düsseldorf. “O mercado trabalha em sintonia com esse ciclo de dois anos. Nenhuma outra mostra apresenta uma gama tão grande de soluções inovadoras, produtos e aplicações.”

A Associação Italiana de Fornecedores de Máquinas, Acessórios e Produtos Especiais para o Processamento de Vidro (Gimav), que contou com 54 empresas associadas no evento, também opinou sobre sua importância. “Estamos bastante orgulhosos do sucesso obtido, pois a reação por parte dos visitantes foi extremamente positiva”, relata Laura Biason, sua diretora. “Os pavilhões 13 e 16, quase totalmente tomados por nossa representação, registraram grande movimentação nos quatro dias.” Durante a Glasstec, foi realizada ainda uma apresentação sobre a edição 2019 da feira italiana Vitrum, representada na Alemanha por seu presidente Dino Zandonella Necca.

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Um dos espaços mais importantes da feira, a Glass Technology Live apresentou produtos, protótipos e estudos que podem se tornar o padrão da indústria vidreira em um futuro breve. Confira detalhes sobre algumas das mais impressionantes soluções tecnológicas clicando aqui

 

Presença verde-amarela
Iara Bentes, superintendente da Abravidro, editora de O Vidroplano e nossa correspondente em solo alemão, teve a chance de conferir essa movimentação ao vivo. “É importante a presença de profissionais brasileiros, pois todas as novas tecnologias vidreiras passam primeiro por lá. Não se pode perder a chance também de estar em contato com as grandes marcas internacionais e, eventualmente, fazer bons negócios”, analisa Iara. E, por falar em negócios, apesar do clima frio durante a semana de realização da feira, os estandes estavam quentes — inclusive, duas companhias brasileiras expuseram seus produtos para um público qualificado de todo o planeta: Sglass e Systemglass.

A Glass South America, maior feira vidreira da América Latina, realizada em São Paulo, também foi representada na Glasstec. “Tivemos a oportunidade de conversar com expositores, estreitar relacionamentos com clientes e acompanhar ideias inovadoras para replicá-las em nosso evento, como espaços para startups e demonstração de equipamentos”, comenta Alexandre Brown, responsável pelo núcleo de Construção Civil da NürnbergMesse Brasil, a organizadora da mostra brasileira.

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A mostra Glass Art reúne peças feitas com nosso material por artistas renomados mundialmente. As técnicas utilizadas são diversas, incluindo fusing e sopro. Alguns dos destaques expostos por lá você pode conferir na matéria especial sobre arte com vidro, clicando aqui

 

Networking
Mesmo à noite, o vidro era o assunto em Düsseldorf. Na quinta-feira, dia 25, dois encontros tradicionais foram realizados: os jantares oferecidos pela Cebrace e Guardian a convidados do mundo todo, incluindo profissionais brasileiros. Outras empresas também organizaram encontros após o horário da mostra, como a Lisec, que reuniu clientes em um happy hour.

Não foi à Alemanha este ano? Então, anote na agenda: a próxima edição da Glasstec será em 2020, de 20 a 23 de outubro.

Como foi participar da Glasstec 2018?
Depoimentos de brasileiros que estiveram em Düsseldorf.

“Gosto de visitar a feira, pois vemos realmente todas as novidades importantes do setor, além, claro, do contato com os fabricantes e profissionais envolvidos no mundo do vidro. E mesmo se não comprarmos máquinas toda vez que vamos para lá, ainda assim temos a chance de ver processos e melhorias que podem ser implementados em nossas fábricas.”
Lino Rohden, diretor da Rohden Vidros (SC)

“Grandes fabricantes apresentaram produtos mostrando que automação e controle são o norte do mercado e que conexão, hoje, é tudo. Outros destaques vistos são as linhas de vidros especiais com benefícios de conforto térmico e luminosidade, um mercado crescente no mundo e principalmente no Brasil. Cito também máquinas mais independentes e precisas para laminados, garantindo redução de quebras e desperdícios, assim como PVBs de alto desempenho.”
Lucas Bremm, diretor-comercial da MaryArt (PR)

“Participar de feiras é de suma importância para ficarmos atualizados com tudo que se refere ao nosso segmento, principalmente pesquisas e processos. E é ainda mais importante se temos a oportunidade de viajar para outros países e trocar ideias com profissionais do mundo todo.”
Maurício Ribeiro, diretor da Viminas (ES)

“Visitar a feira deveria ser obrigação para os empresários brasileiros. Além da integração com fabricantes de máquinas e insumos, é lá que vemos o horizonte à frente, as tendências e soluções para nosso mercado. Exemplo disso é a Indústria 4.0: muito se viu sobre o assunto e não tenho dúvidas de que será o futuro da indústria de transformação vidreira.”
Sandro Henrique Rensi, diretor da Steinglass (PR)

Este texto foi originalmente publicado na edição 551 (novembro de 2018) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

De Düsseldorf para o Brasil

É tradição da Glasstec adiantar as tendências mundiais na fabricação, processamento e instalação de vidros em todo o mundo. Não seria diferente em relação ao nosso país: as tecnologias e soluções mostradas pelas marcas em breve chegarão por aqui (algumas já estão entre nós). Importante ressaltar ainda que nossas empresas não são apenas consumidoras, mas também fornecedoras. Companhias nacionais estiveram com estande no pavilhão de exposição levando seus produtos para o mercado estrangeiro.

Confira a seguir uma seleção das principais novidades mostradas por empresas com atuação no Brasil, classificadas em ordem alfabética.

adeliolattuadaComemorando quarenta anos de fundação em 2018, a Adelio Lattuada celebrou a data na Glasstec expondo ao público maquinários com conceitos da Indústria 4.0, como automação. Para isso, mostrou o sistema de movimentação de vidro Lattuada Robotic Solution, que faz o giro das placas em 90 ou 180 graus. No estande, o sistema formava uma linha junto de duas lapidadoras retilíneas de onze rebolos cada, demonstrando a fluidez no processo de trabalho gerada pela automação.

halio_agcO lançamento da AGC foi o vidro eletrocrômico Halio. O produto possui um revestimento especial de óxidos de metais que, quando acionado por corrente elétrica, altera a aparência da chapa: em três minutos, ela passa de transparente para uma cor escura translúcida. É possível controlar ainda o nível de transparência conforme o gosto do usuário. Segundo a usina, planeja-se lançar o Halio no Brasil entre o final de 2019 e o começo de 2020.

bavelloniA Bavelloni montou uma ilha de produção para mostrar o funcionamento de uma linha automática de lapidação, formada pela lapidadora retilínea VE500 V10 e robôs para movimentação. Pelo fato de os funcionários não precisarem manusear as chapas, já que os robôs fazem a rotação delas para garantir a lapidação de seus quatro lados, a linha permite maior produtividade em menos tempo.

bentelerA Benteler apresentou seus maquinários para processamento, incluindo uma linha de corte, furação e recorte, assim como a nova versão da lavadora tecWasher, indicada para vidros finos em chapas de tamanho pequeno e médio. Outros destaques: lavadoras para chapas curvas e máquinas para serigrafia — essas últimas podem ser usadas juntamente com impressoras digitais para criar linhas flexíveis e versáteis.

benteler-NOVAA principal novidade da Bohle foi o anúncio de que começará, em breve, a produzir rodízios de corte com a marcação do grau de corte, indicando em qual espessura aquele item deve trabalhar. A iniciativa ajudará a acabar com possíveis confusões, como quando o operador da mesa mistura os rodízios e não sabe para qual chapa ele é indicado.

BotteroA tecnologia 4.0 está na nova geração de lapidadoras retilíneas da italiana Bottero: são conectadas à nuvem para criar uma base de dados que permite a análise de seu funcionamento, incluindo detalhes sobre a vida útil do equipamento e a necessidade de manutenção preventiva. Além disso, permite que o operador salve receitas para que a máquina possa trabalhar automaticamente.

bovoneCompostos por robôs, o sistema de movimentação de vidro Bovone Robotic System para linhas de lapidação, da Bovone, funcionava sem parar no estande da empresa italiana. O mecanismo pode ser vendido separadamente ou em ilhas de trabalho contendo duas lapidadoras e dois robôs, atendendo assim todo tipo de cliente.

bystronicA B’Champ WS, da Bystronic Glass, linha para pré-processamento de vidros automotivos, corta, destaca e lapida peças usadas em para-brisas. Por empregar até duas ferramentas na mesma chapa, a máquina garante um ciclo de trabalho curto. Possui ainda um grande grau de automação, aumentando a eficiência da produção. Outro diferencial é a possibilidade de trabalhar em vidros finos, com o mínimo de 0,4 mm de espessura.

Dip-techDois lançamentos de impressoras digitais no estande da Dip-Tech. A Nera-V Plus, dedicada para vidros automobilísticos, possui de seis a doze canais de tinta trabalhando em resolução altíssima (de até 1.410 dpi). O modelo Vera é indicado para vidros da linha branca (eletrodomésticos em geral), tendo um ciclo de produção de apenas doze segundos. Segundo a empresa, ambas estão disponíveis no Brasil e contam com manutenção e peças de reposição locais.

dowO silicone adesivo transparente estrutural TSSA, da linha Dowsil, que pertence à Dow, garante máxima transparência em aplicações estruturais, como sistemas pele de vidro e fachadas duplas. O produto possui um indicador de segurança: quando o nível de estresse das chapas excede o aceitável, ele adquire coloração branca.

eastmanUm dos maiores laminados processados do mundo foi exposto pela Eastman. A peça (foto), de 3,22 m de largura e 18 de comprimento, demonstrava a capacidade dos interlayers da empresa. Além do Vanceva Illusion White, PVB que possui cor branca em degradé, mostrou-se o Saflex HUD, filme para vidros automotivos que permite projetar informações no para-brisa do carro sem distorção da imagem.

EverlamProgramado para lançamento oficial no mercado vidreiro no primeiro trimestre de 2019, o Everlam Cool, PVB de alta performance da Everlam, foi mostrado em primeira mão na Glasstec. O produto possui tecnologia de nanopartículas e oferece controle solar, neutralidade de cor e baixa reflexão aos laminados em que é instalado.

fenzi_NOVAA Fenzi contou com sua linha de insumos para insulados, incluindo o perfil Multitech G e espaçadores warm edge (que reduzem a transferência de calor). A tinta para espelhos Duralux 2020 também esteve presente. Mas o principal destaque eram as soluções para impressão digital (foto) da Tecglass, empresa espanhola incorporada ao Grupo Fenzi no ano passado: a tecnologia Single Pass evolution pode imprimir 9 m em apenas sessenta segundos.

forelA linha vertical para corte de laminados que estava no espaço da Forel é compacta. Garantindo economia de espaço, ela faz toda a movimentação do vidro de forma automática, reduzindo os riscos de quebra de nosso material durante o beneficiamento.

forvetDois equipamentos da Forvet ganharam os holofotes na feira. O CNC Francesca FC1250 é uma máquina de entrada, com tamanho compacto e curso útil de 1.250 mm, própria para furação e recorte. O Forbot é um sistema de robôs que otimiza a entrada do vidro no forno, sem necessidade de um operador manusear as chapas.

GlastonO novo forno de têmpera para vidros jumbo da Glaston também processa peças de tamanho menor. A novidade é a presença de um modo de “segunda célula”, que permite a regulagem para o trabalho com diferentes tipos de vidro, tamanhos e espessuras. A fabricante também informou que disponibilizará em breve a nova versão do software iControL aos clientes brasileiros que possuem fornos das linhas FC e RC.

guardian_NOVAO Dinamic Shade (foto), lançamento da Guardian, é um insulado com persiana embutida. O produto será disponibilizado ao mercado no ano que vem. Outro lançamento, o Guardian Clarit é um vidro antirreflexo indicado para aplicação em vitrines, concessionárias ou museus por oferecer visibilidade total. No estande da usina, o produto foi aplicado em cima de um televisor, tendo recebido um revestimento especial para barrar o calor emitido pelo aparelho sem obstruir a imagem.

heglaA alemã Hegla oferece soluções para o corte do vidro, criando maquinários que se integram em linha juntamente com os de sua parceira Bystronic Glass. A Rapidline possui armazém inteligente, trabalha com linha linear magnética e conta ainda com integração a softwares de tecnologia 4.0.

ImmmesOs italianos da Immmes divulgaram seus sistemas de tratamento de água, indicados para processadoras — afinal, a atividade demanda grande quantidade desse insumo. Segundo a empresa, esse tipo de sistema gera economia não só de água (que é reutilizada por meio de circuito fechado), mas também de energia elétrica, pois uma única bomba pressurizada abastece toda a produção.

IntermacO Master One é a nova geração de CNCs da Intermac. Com três ou quatro eixos, está integrado aos conceitos da Indústria 4.0, possuindo setup menor e controle de manutenção preventiva em seu próprio painel. Os equipamentos são versáteis: podem atender desde grandes indústrias, que necessitam de alta produtividade, a também pequenos vidraceiros.

KeraglassOs principais destaques da Keraglass foram o fornos de têmpera Vision 800, com sistema de convecção, e o de laminação Combi, que pode trabalhar com EVA e PVB. A empresa lançou ainda um software que calcula o custo por m² do vidro temperado. Com isso, o processador tem em mãos dados concretos para avaliar a situação financeira de sua empresa, incluindo lucros e prejuízos.

landglassO forno de curvatura ConeBend, da Landglass, pode ter comprimento de até 18 m, sendo indicado para placas jumbo ou ainda maiores. O sistema de curvatura fica localizado na parte frontal do equipamento, garantindo um processo gradual de moldagem do vidro, o que impede a aparição de rachaduras nas extremidades das peças.

LisecA Lisec lançou o SplitFin, uma linha automática de jato d’água para lapidação, polimento, furação, fresa, recorte e lavagem. O equipamento é modular, o que ajuda a aumentar a produtividade, e pode ainda ser adquirido na versão com ferramentas, caso o cliente não precise da velocidade do jato d’água.

MacotecJá instalada em processadoras da Europa, a nova ponte-rolante da Macotec tem duas funções: abastecer os classificadores de vidro, pegando o material dos caminhões inloaders, e prover as mesas de corte, fazendo com que o processo de trabalho seja rápido e eficaz, sem necessidade de intervenção humana no carregamento das chapas.

pilkingtonDuas grandes novidades na Pilkington. O Super Spacia é um insulado com perfil ultrafino que, ao invés de gás, possui vácuo no espaço entre as placas, proporcionando o mesmo desempenho térmico com menor espessura e peso que unidades convencionais. Já o Suncool Dynamic é um vidro termocrômico. Disponível em versão laminada de segurança, ele adapta sua transparência de acordo com o nível de luz solar.

ProdimO Proliner, da holandesa Prodim, é um aparelho para medição que permite digitalização de moldes para o trabalho com vidro. Uma vez digitalizado, o arquivo pode ser levado para centros de usinagem ou mesas de corte. O aparelho é indicado também para vidraceiros, pois permite a medição nas obras.

pujolA espanhola Pujol, empresa especialista em laminação, levou para seu estande na feira uma linha que trabalha com interlayers do tipo PVB e EVA sem necessidade de autoclave ou sala limpa climatizada. Segundo a fabricante de maquinários, esse processo é mais barato que as tradicionais linhas com autoclave. Vale citar ainda como destaque o forno de duas gavetas para EVA.

SGG_NOVA_2O espaço da Saint-Gobain Glass tinha vidros de todos os tipos. O Eclaz (foto) é uma nova geração de vidros de baixa emissividade (low-e), mais transparentes para deixar luz natural entrar, porém barrando o calor — controle solar que também era a característica do Cool-Lite Xtreme Silver II. Outro destaque: o vidro resistente ao fogo Contraflam ER1 Blast.

Schiatti AngeloA Schiatti Angelo mostrou máquinas de grande porte. Utilizadas em grandes espessuras, incluem opcionais para linhas retilíneas como lavadoras e quebra-cantos. A empresa italiana destacou também a linha de furadeira-fresadora vertical. Ainda não disponível no Brasil, o equipamento tem como diferencial uma correia para transporte possibilitando o trabalho de pequenas dimensões.

schott“Fascinação” era o tema da Schott na feira, fazendo referência aos diversos tipos de vidro que a fabricante produz e expunha em seu estande. Vale citar o Ceran, indicado para uso em cooktops; o Pyran, resistente ao fogo; e o Borofloat, vidro de borossilicato usado em aplicações tecnológicas como chips.

screenlineA modernidade chegou às persianas para insulados fabricadas pela Screenline, marca da Pellini. Agora, além de funcionar por sistemas touch, certos modelos também possuem comandos de voz (foto). Outra novidade está no tamanho da área envidraçada em janelas e portas: a partir de 2019, será possível instalar as persianas da fabricante em soluções de até 9 m² de área.

STGroupFoi a primeira vez que a italiana Marval apresentou-se com seu novo nome, ST Group. A empresa fabrica lavadoras horizontais de aço inox, com sistema de depuração e desmineralização de água, que podem ser acopladas a diversos tipos de máquinas.

 

sglassA tradição dos maquinários brasileiros da Sglass também marcou presença na Glasstec. Foram mostrados três equipamentos ali: a Alpha Jet 2500, máquina de corte a jato d’água para float de 4 a 19 mm, que pode ser instalada em uma linha automática ou usada de forma individual; o forno de têmpera horizontal Standard; e o forno de laminação FL2333, com sistema de abertura e fechamento automático.

systemglassOs brasileiros da Systemglass foram à Alemanha com o objetivo de se apresentar para o mercado europeu. Durante a feira, divulgaram seus softwares multi-idioma, os quais “conversam” com maquinários de fabricantes diferentes. A empresa planeja voltar para a edição 2020 da Glasstec para oferecer soluções que atendam gargalos existentes na região, como o retrabalho.

teknokilnsA linha Foehn de fornos de laminação da Teknokilns é marcada pela versatilidade, pois pode laminar com diferentes tipos de interlayers, incluindo EVA e PVB. Os equipamentos contam com sistema de pré-aquecimento, que garante uma temperatura uniforme em toda a superfície do vidro, sistema de resfriamento forçado e carrinho extraíveis, o que torna todo o trabalho mais ágil e produtivo, segundo a empresa.

tkInterlayers de EVA para laminados foram a aposta da TK. Por isso, mostrou o Strato, primeira película do tipo produzida na Itália pela Satinal, em uma fábrica localizada na cidade de Erba. O forno de laminação Lamijet (foto), por exemplo, trabalha com esse material, além de PVB — seu outro diferencial é um sistema de convecção.

TriulziA Triulzi apresentou uma lavadora horizontal, própria para linhas de produção com serigrafia digital. O aparelho possui esponjas para trabalhar o vidro e conta com a possibilidade de ter um reservatório para produtos de limpeza.

turomasAlém das mesas de corte para monolíticos e laminados, a espanhola Turomas produz carregadores automáticos para alimentar o setor de corte das processadoras. Os modelos aéreos incluem um sistema de “armazém inteligente” — ele procura automaticamente a chapa de vidro a ser beneficiada de acordo com a sequência de trabalho definida. Já os modelos terrestres, como o SR, contam com robôs para fazer a transição dos colares.

Este texto foi originalmente publicado na edição 551 (novembro de 2018) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.