Envidraçadas, coloridas e premiadas

A Eastman, multinacional fabricante de películas para vidros, divulgou no final de julho os vencedores da edição 2018 do prêmio bienal Vanceva World of Colors Awards. A iniciativa foi criada para homenagear obras que utilizam as películas coloridas para laminados desenvolvidas pela marca. Veja quais foram as escolhidas este ano:

Vencedora na categoria Aplicação Exterior: Ponte de Conexão da Clínica Infantil de Oncologia Princesa Maxima, Holanda

Vencedora na categoria Aplicação Interior: Escola para Surdos e Cegos de Utah, Estados Unidos

Menções honrosas:

Centro de Visitantes da Nasa, Cabo Canaveral, Estados Unidos

Academia A. J. Fitness, Honduras

Ponte Rainbow Glass Cliff, China

Edifício de Ciência da Computação da Queen’s University, Irlanda do Norte

Este texto foi originalmente publicado na edição 548 (agosto de 2018) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Fim do estoque

Após anunciar, em abril, o encerramento de suas atividades, a União Brasileira de Vidros (UBV) esgotou em julho todo o seu estoque de vidros impressos. A informação foi dada por Sérgio Minerbo, presidente da usina. Segundo ele, apenas a área administrativa da UBV ainda permanece em funcionamento por ora.

Este texto foi originalmente publicado na edição 548 (agosto de 2018) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Entendendo o momento

O segundo semestre chegou e com ele vêm as expectativas de que o habitual aquecimento do mercado melhore os resultados das empresas do setor vidreiro. Em meio a tantas questões que impactam o nosso segmento, a equipe de O Vidroplano foi a campo buscar números que nos ajudem a entender o momento pelo qual passa a indústria brasileira e o mercado vidreiro em especial. Ouvimos também as usinas sobre oferta de matéria-prima, preços, investimentos e perspectivas para o ano e para as eleições. A reportagem traz ainda as principais mensagens dos candidatos à presidência da República em evento com entidades da construção civil. Não deixe de ler!

Outros destaques desta edição são as matérias sobre vidros para a indústria de linha branca e a importância das medições precisas na execução de projetos com o nosso material — há dicas de ferramentas que podem ajudar nessa tarefa. No que diz respeito a aplicações, a coluna “Falando em Normas” trata de pisos envidraçados.

Você confere ainda um calendário com os principais eventos do setor até dezembro no Brasil e no exterior.

Eu não poderia me despedir sem fazer um pedido especial: está no ar uma pesquisa para avaliar os canais de comunicação da Abravidro, inclusive O Vidroplano (clique aqui). A pesquisa é curta e rápida, mas fundamental para nos ajudar a produzir um conteúdo cada vez melhor para o nosso mercado. Contamos com a sua participação!

Iara_okBoa leitura!

Iara Bentes
Editora de O Vidroplano

Este texto foi originalmente publicado na edição 548 (agosto de 2018) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Prêmio para criatividade

A Trosifol, divisão do Grupo Kuraray responsável pela película estrutural SentryGlas — usada no Grand Canyon Skywalk (foto), nos Estados Unidos, por exemplo —, convida profissionais da construção para inscrever projetos desenvolvidos com o produto no concurso World of Innovative Glass Laminating Solutions Design Competition. Um júri internacional escolherá os vencedores, que receberão o prêmio durante a feira Glasstec 2018, em Düsseldorf, Alemanha. As inscrições se encerram em 7 de setembro.

Este texto foi originalmente publicado na edição 548 (agosto de 2018) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Luto no setor

O segmento vidreiro nacional despediu-se, em julho, de duas figuras queridas. No dia 21, faleceu Roberto Comelli, auditor do Falcão Bauer e consultor independente. Entre suas contribuições, há a participação no desenvolvimento de normas técnicas junto ao Comitê Brasileiro de Vidros Planos (ABNT/CB-37), sediado na Abravidro — antes, de 1989 a 2005, Comelli também trabalhou como gerente da Qualidade & Métodos e Processos na Saint-Gobain Glass. No dia 27, morreu Elton Thomas, proprietário da têmpera Curvo Glass (Grupo Unividros), de Passo Fundo (RS), e membro da diretoria do Sindividros-RS. Além de participar ativamente do setor vidreiro no Sul do País, Thomas era frequentador assíduo das edições do Simpovidro.

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Móveis, madeira e… vidro

A 8ª Feira Internacional da Indústria de Móveis e Madeira (ForMóbile), realizada, de 10 a 13 de julho, no centro de eventos São Paulo Expo, recebeu quase 60 mil visitantes e mostrou as tendências e inovações em acessórios e componentes, máquinas e equipamentos, ferragens, matérias-primas e insumos apresentadas por cerca de quinhentas marcas de treze países, reforçando sua posição como um dos principais eventos da indústria moveleira na América Latina. Para o nosso setor, um dos destaques foi o estande da WR Glass (foto), que exibiu suas novas ferragens e acessórios de zamac, como tucano e suporte fenda, alguns dos quais podem ser escolhidos sem ou com acabamento.

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Bem-vindo de volta!

Em julho, a NürnbergMesse Brasil anunciou o retorno de Alexandre Brown à empresa. O executivo comandará o núcleo de construção civil criado este ano e assumirá a organização das feiras Glass South America e R+T South America, exposições que gerenciou até sua saída em 2015. João Paulo Picolo, presidente da NürnbergMesse Brasil, afirma ter certeza de que a experiência de Brown agregará muito na expansão do novo núcleo.

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Fábrica cheia

A Forel, fabricante italiana de maquinários para o beneficiamento de vidros planos, recebeu mais de 250 convidados de, aproximadamente, 30 países para a edição 2018 da Forel Open House, realizada em junho. A novidade foi a apresentação da linha No Limits para produção de insulados: ela permite trabalhar com peças de até 15 m de comprimento e 3,3 m de altura. Os participantes tiveram ainda a oportunidade de discutir assuntos de interesse do setor com especialistas mundiais em vidro.

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Indústria 4.0 cresce no Brasil

Já não é mais novidade para o setor que a Indústria 4.0 chegou para ficar. Essa tendência, que já havia sido observada em 2017 na Vitrum e rendeu a reportagem de capa da edição de maio de 2018 de O Vidroplano, foi reforçada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) em sua publicação Investimentos em indústria 4.0. A pesquisa aponta que, do início de 2016 ao de 2018, o percentual das grandes empresas brasileiras que utilizam pelo menos uma das tecnologias digitais consideradas no estudo passou de 63% para 73%, ainda que em estágio inicial de instalação.

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Support Glass expande atuação para o Mercosul

Representante no Brasil de multinacionais ligadas ao setor vidreiro, a empresa fechou parceria com a Vidriocar, maior beneficiadora de vidros do Paraguai. A Support Glass passará a fornecer a ela diversos produtos, como selantes da Kömmerling, perfis da Profilglass, sílica molecular da Seily, lubrificantes da Sogelub e sistemas de tratamento de água da Idrotecnica. Segundo o diretor da empresa, Nilton Batista, o negócio fechado vai ao encontro da expansão pela qual ela vem passando desde o início de 2017, atendendo cada vez mais clientes do Norte ao Sul do Brasil e, agora, também na região do Mercosul.

Este texto foi originalmente publicado na edição 548 (agosto de 2018) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Investindo em conhecimento

A Everlam, fabricante de películas de PVB para vidros laminados, inaugurou no final de junho seu novo centro de competência em Mechelen, na Bélgica. A instalação, que conta com um laboratório equipado com equipamentos de ponta para os trabalhos de pesquisa e desenvolvimento da empresa, foi projetada como um espaço aberto para beneficiar a comunicação entre as equipes das áreas comercial, técnica e de P&D.

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Maquinários italianos em alta

Segundo o relatório anual publicado pela Associação Italiana dos Fornecedores de Máquinas e Equipamentos para a Indústria do Vidro (Gimav), o segmento de maquinários para o nosso setor encontra-se em tendência de crescimento pelo 8º ano consecutivo no país. Por sua vez, as vendas de maquinários para o nosso setor, em 2017, aumentaram em quase 5% em relação a 2016. O estudo também aponta uma forte retomada nas exportações para as Américas Central e do Sul: Brasil e Argentina somam 7% das vendas globais dessas empresas. Outra novidade da associação: Michele Gusti assume como seu novo presidente pelos próximos dois anos — a eleição foi realizada no dia 10 de julho.

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Cortador manual novo no mercado

A Glassparts trouxe para o Brasil os cortadores K*Star, fabricados por uma empresa parceira na Coreia do Sul. De acordo com a companhia, o produto apresenta longa durabilidade e é desenvolvido com tecnologia de ponta, proporcionando corte suave e destaque preciso. Possui ainda um sistema único de lubrificação do rodízio de corte, por meio de mola, especialmente desenvolvido para atender a necessidade de cada profissional.

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Conectando o vidro a mentes criativas

A Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc) lançou este ano o Programa Indústria Solar, com apoio institucional da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar). A iniciativa, focada nas médias, pequenas e micro-indústrias conectadas à rede elétrica de baixa tensão, oferece a adoção da energia solar fotovoltaica em conjunto com uma opção viável de financiamento, tornando o investimento autofinanciável e gerando economia na sua fatura de energia elétrica. O programa vai ao encontro do crescimento dessa fonte energética no País: espera-se que o Brasil atinja 2 GW de energia solar instalada até o final deste ano e, segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), até o ano de 2030 o mercado de energia fotovoltaica deverá movimentar cerca de R$ 100 bilhões.

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Novo espaço para qualificação comercial

A Kömmerling, líder mundial na produção de perfis de PVC para janelas, inaugurou este ano um centro de treinamento na cidade de São José dos Pinhais (PR), região da Grande Curitiba. O espaço vai dar lugar a treinamentos-padrão que serão ministrados periodicamente aos parceiros da empresa de origem alemã. De acordo com Tonia Lima, diretora-geral da companhia, as atividades de capacitação devem ser contínuas, pois considera que, mesmo quando as pessoas apresentam excelente desempenho, alguma orientação e melhoria sempre devem ser introduzidas ou incentivadas.

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Não deixe estas oportunidades passarem!

Já estamos em agosto! E os profissionais vidreiros terão o segundo semestre bastante agitado no quesito eventos do setor, tanto dentro como fora do País. Veja a seguir os principais deles e anote na sua agenda!

NO BRASIL

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Feira Internacional de Esquadrias, Ferragens e Componentes (Fesqua)
Quando: de 12 a 15 de setembro
Onde: São Paulo Expo — Rodovia dos Imigrantes, Km 1,5, São Paulo, SP
Mais informações: fesqua.com.br
A Fesqua, considerada o maior evento para o mercado de esquadrias da América Latina, chega este ano à sua 12ª edição. Ela reúne inovações para esquadrias e vidros, portas, janelas, fachadas, forros, portões, grades, acessórios e componentes, bem como máquinas e equipamentos para as indústrias de esquadrias e vidro.

 

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Seminário Soluções Acústicas em Vidro (VidroSom)
Quando: 14 de setembro
Onde: São Paulo Expo
Mais informações: vidrosom.com.br
O 11º VidroSom, a realizar-se dentro da Fesqua, é idealizado para arquitetos, consultores, especificadores, fabricantes de esquadrias e caixilhos e vidraceiros. As apresentações de especialistas em conforto acústico dessa edição terão como tema O que se passa em sua janela?.

 

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Equipotel
Quando: de 18 a 21 de setembro
Onde: São Paulo Expo
Mais informações: equipotel.com.br
Reconhecida como a maior feira de hotelaria e gastronomia da América Latina, a Equipotel frequentemente reúne expositoras com nossos materiais usados em soluções para decoração, fechamentos, móveis ou outras aplicações.

 

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Summer Glass – 9º Encontro Sul-Brasileiro de Vidreiros
Quando: de 22 a 25 de novembro
Onde: Resort Águas de Palmas — Rua dos Recantos, 80, Governador Celso Ramos, SC
Mais informações: ascevi.com.br
O Encontro Sul-Brasileiro de Vidreiros, promovido bienalmente pelas três entidades do Sul do País — Adivipar, Ascevi e Sindividros-RS —, tem como objetivo reunir seus associados e as famílias destes para assistir a uma série de palestras de especialistas e representantes do setor, além de desfrutar de momentos de lazer e confraternização.

 

FORA DO BRASIL

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GlassBuild America
Quando: de 12 a 14 de setembro
Onde: Las Vegas Convention Center — Las Vegas, EUA
Mais informações: glassbuildamerica.com
Principal feira do segmento de vidros dos Estados Unidos, a GlassBuild America conta todos os anos com expositores de diversas partes do mundo, incluindo empresas com negócios no Brasil.

 

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Glasstec
Quando: de 23 a 26 de outubro
Onde: Messe Düsseldorf – Düsseldorf, Alemanha
Mais informações: glasstec-online.com
Evento mais importante do mundo para o setor vidreiro, a Glasstec, organizada pela Messe Düsseldorf na Alemanha, deve apresentar as tecnologias mais inovadoras e as tendências para a fabricação, processamento e uso do vidro plano.

 

 

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Casa Cor: do Brasil a Miami
As mostras Casa Cor são grandes referências para os setores de arquitetura, decoração e paisagismo. Como a última edição paulista chamou atenção com o grande uso de vidros e espelhos por todos os lados, torcemos para essa tendência se repetir nos demais eventos em outros Estados do País — e também nas três exposições fora dele!

CASA COR BRASÍLIA
Quando: de 12 de setembro a 24 de outubro
Onde: Antiga Casa da Manchete — Setor de Indústrias Gráficas (SIG), Quadra 1, número 975, Brasília
Mais informações: casacor.abril.com.br/mostras/brasilia

CASA COR CEARÁ
Quando: de 13 de setembro a 23 de outubro
Onde: Mansão da Família J. Macedo — Rua Visconde de Mauá, 1.000, Fortaleza
Mais informações: casacor.abril.com.br/mostras/ceara

CASA COR RIO DE JANEIRO
Quando: de 18 de setembro a 4 de novembro
Onde: Propriedade do Grupo Monteiro Aranha — Ladeira de Nossa Senhora, 163, Rio de Janeiro
Mais informações: casacor.abril.com.br/mostras/rio-de-janeiro

CASA COR PARAÍBA
Quando: de 19 de setembro a 4 de novembro
Onde: Tambaú Hotel — Avenida Almirante Tamandaré, 229, João Pessoa
Mais informações: casacor.abril.com.br/mostras/paraiba

CASA COR PERNAMBUCO
Quando: de 21 de setembro a 4 de novembro
Onde: Casarão da Família Santos — Avenida Dezessete de Agosto, 1.112, Recife
Mais informações: casacor.abril.com.br/mostras/pernambuco

CASA COR PERU
Quando: de 25 de setembro a 4 de novembro
Onde: Pabellón de Caza — Calle Alonso de Molina, 1.196, Lima, Peru
Mais informações: casacor.abril.com.br/mostras/peru

CASA COR BAHIA
Quando: de 27 de setembro a 11 de novembro
Onde: Chácara Baluarte — Ladeira do Baluarte, 20, Salvador
Mais informações: casacor.abril.com.br/mostras/bahia

CASA COR SANTA CATARINA
Quando: de 30 de setembro a 11 de novembro
Onde: Casarão do Caminho dos Açores — Caminho dos Açores, 1.410, Florianópolis
Mais informações: casacor.abril.com.br/mostras/santa-catarina

CASA COR ESPÍRITO SANTO
Quando: de 10 de outubro a 28 de novembro
Onde: Clube Álvares Cabral — Avenida Marechal Mascarenhas de Moraes, 2.100, Vitória
Mais informações: casacor.abril.com.br/mostras/espirito-santo

CASA COR PARAGUAI
Quando: de 17 de outubro a 16 de novembro
Onde: Complejo Little Italy — Rua Comandante Salaskin, espaço entre ruas Moisés Bertoni e Del Maestro, Assunção, Paraguai
Mais informações: casacor.abril.com.br/mostras/paraguai

CASA COR MATO GROSSO DO SUL
Quando: de 19 de outubro a 2 de dezembro
Onde: Shopping Bosque dos Ipês — Avenida Cônsul Assaf Trad, 4.796, Campo Grande
Mais informações: casacor.abril.com.br/mostras/mato-grosso-do-sul

CASA COR MATO GROSSO
Quando: de 26 de outubro a 9 de dezembro
Onde: Shopping Estação Cuiabá — Avenida Miguel Sutil, 9.300, Cuiabá
Mais informações: casacor.abril.com.br/mostras/mato-grosso

CASA COR MIAMI
Quando: de 29 de novembro a 18 de dezembro
Onde: Brickell City Centre — 88 SW 7th Street, Miami, Estados Unidos
Mais informações: casacor.abril.com.br/mostras/miami

Este texto foi originalmente publicado na edição 548 (agosto de 2018) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Como especificar pisos de vidro?

Pisos envidraçados ganharam maior espaço na arquitetura nos últimos tempos, levando beleza estética e segurança para onde são instalados. Porém, como podem gerar certa dúvida na hora da especificação e instalação, a seção “Falando em Normas” deste mês conversou com especialistas para entender o que as normas técnicas vidreiras indicam para essa aplicação.

Em qual documento pesquisar?
Não existe uma norma específica sobre pisos, como reforça a analista de Normalização da Abravidro, Clélia Bassetto: “No entanto, eles são citados na NBR 7199 — Vidros na construção civil – Projeto, execução e aplicações, a principal norma de nosso setor, que faz referência à NBR 14697 — Vidro laminado”.

Qual vidro usar?
Devem ser usados laminados de segurança, podendo ser compostos por peças comuns ou temperadas. “Com isso, no caso de quebra, os fragmentos ficarão presos na camada intermediária, reduzindo o risco de lesões e impedindo que se criem aberturas nas peças de vidro provocadas pela ruptura”, explica José Carlos Alcon, consultor técnico da Kuraray South America.

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Definições essenciais
Escolher como será o projeto é a etapa mais importante, já que dela dependem a estrutura do nosso material (qual será a composição das camadas do laminado) e a forma de sustentação. Existem algumas formas de se instalar o vidro:

– Apoiado pelas bordas, com a ajuda de bases metálicas e calços de borracha. Dessa maneira, o material não encosta em superfícies duras propensas a provocar quebra. Os apoios não podem ser de materiais higroscópicos (que liberam umidade) ou que apodreçam;
– Engastado (preso por apenas um lado por encaixe ou furos);
– Parafusado ou com fixações pontuais, em dois ou mais lados da peça.

Atenção às cargas
Para determinar a espessura, é necessário levar em consideração todo o sistema (vidro, apoios e calços, tipo de interlayer) e não apenas nosso material.

Devem ser previstas todas as cargas que incidirão sobre o piso. É comum os envolvidos em um projeto ignorarem o fato de que poderá ser colocado, durante um tempo maior que o previsto, um peso muito além do imaginado sobre a aplicação.
Essa tarefa pode ser feita por meio de aplicativos ou softwares especializados, explica Alcon. “No caso de projetos mais complexos ou que exijam mais precisão nos resultados, como os sujeitos a grandes cargas, a ferramenta correta são programas de engenharia que utilizam o sistema de cálculo chamado Método dos Elementos Finitos.”
A deflexão do piso também é um parâmetro importante. O balanço e a curvatura causados por um projeto incompleto podem gerar problemas à estrutura e desconforto aos usuários.

Este texto foi originalmente publicado na edição 548 (agosto de 2018) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Cada vez mais doméstico

Existe uma relação grande entre nosso setor e o de linha branca, aquele que produz eletrodomésticos de maior porte, usados no dia a dia das famílias. Faz tempo que o vidro é usado em fogões, claro. No entanto, atualmente, há uma forte tendência de maior aplicação do material, conferindo novas características a esses produtos. Por isso, é importante entender como funciona esse trabalho que se mostra relevante para a cadeia vidreira, ainda mais com a baixa atividade da construção civil.

O Vidroplano conversou com fabricantes, processadores e especialistas do setor vidreiro para trazer detalhes sobre a forma de produção dos vidros usados nos eletrodomésticos e o que os beneficiadores precisam fazer para se adequar às exigências do mercado.

Quais itens da linha branca levam vidro?
O material pode ser aplicado nos seguintes produtos:
– Fogões e fornos (peças internas, tampas e portas);
Cooktops;
– Micro-ondas;
– Coifas;
– Geladeiras residenciais (prateleiras internas, revestimento externo);
– Máquinas de lavar;
– Itens para churrasqueiras.

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Como é o mercado?
Rafael Nandi da Motta, diretor da processadora Vipel, comenta que “é um mercado que exige precisão de produção e logística”, opinião reforçada por João Roberto Musumeci, sócio-gerente da também processadora Diamante Vidros: “Os fabricantes de linha branca têm se tornado cada vez mais atentos em relação à qualidade, prazos de entrega e atendimento pós-venda”.

Para Glória Cardoso, coordenadora de Marketing da Pilkington, nosso material é apenas parte dos inúmeros insumos utilizados pelas montadoras para a fabricação dos eletrodomésticos e, “portanto, passam por um rigoroso processo de controle de qualidade, de modo que seja mínima a tolerância de variabilidade entre as peças”.

Apesar do mau momento econômico brasileiro ainda persistir, esse setor teve alta de 8% no volume de vendas do varejo em 2017 — e a expectativa é de um número ainda melhor em 2018, segundo dados da empresa de estudos de mercado GfK, um dos mais importantes institutos de pesquisa do mundo. Nos cinco primeiros meses deste ano, o mercado de bens duráveis cresceu 6% no faturamento em relação ao mesmo período do ano passado. Ainda segundo a GfK, o perfil do consumidor final também mudou nos últimos tempos: ele está mais interessado em produtos com atributos tecnológicos ou design diferenciado. É aqui que entra o vidro.

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Os desafios da produção
“Cada projeto é único e desenvolvido em conjunto com o cliente, atendendo demandas muito específicas. Assim, o ponto chave é conhecer profundamente os aspectos relacionados ao processamento, além das características da montagem e particularidades desse cliente”, explica Evandro Neves, da Saint-Gobain Euroveder Brasil.

O módulo de Planejamento, Programação, Controle da Produção e Estoques, da Especialização Técnica Abravidro, pode oferecer o conhecimento técnico necessário para a adequação da produção. “O treinamento tem foco nas necessidades imediatas das empresas e objetiva proporcionar alto desempenho e excelência a elas”, comenta Cláudio Lúcio, responsável pelo curso.

A seguir, veja algumas das principais práticas a serem seguidas:

COMPETITIVIDADE
Para Flávia Possamai, gerente-comercial da processadora Rohden, é preciso estar atualizada para se habilitar a ser fornecedora. “É primordial que as empresas vidreiras tenham um sistema enxuto de produção, aprimorando sua gestão de processos”, destaca. “O investimento constante em tecnologia de ponta é outro quesito a ser analisado”, indica Hildegard Tres, responsável pela área de desenvolvimento de projetos da beneficiadora Casa do Vidro.

PADRONIZAÇÃO
Essa é a questão mais relevante. Comparando com os vidros para a construção civil, a principal diferença no processamento dos vidros para linha branca está na produção seriada, com grandes lotes de peças padronizadas. Isso aumenta a importância do setor de controle de qualidade e de se seguir os processos corretos em cada etapa do beneficiamento.

TÊMPERA
A empresa precisa ter total domínio desse processo, já que, com frequência, os produtos levam peças finas, de 3 mm de espessura, que precisam de conhecimento técnico específico para sua produção.

SERIGRAFIA
Devem-se controlar a viscosidade e a temperatura de secagem da tinta para melhor resultado.

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Quais são as tendências vigentes?
Nosso material tem cada vez mais espaço em eletrodomésticos. “O vidro vem substituindo outros elementos”, constata Fabrício Flach, gerente-comercial do Grupo Tecnovidro, dono da marca de cooktops e utilidades domésticas Casavitra. Segundo ele, plástico e aço inox estão sendo deixados de lado em prol de maior transparência e durabilidade. Algumas tendências:

– Utilização de vidros de maior valor agregado, como serigrafados ou impressos em cores variadas, refletivos e low-e;
– Preferência por formas mais complexas, incluindo curvas;
– “Um expressívo número de consumidores tem migrado de fogões tradicionais para cooktops e mesas envidraçadas”, comenta Deise Santos, responsável pela linha branca na processadora Multivetro. As cores também influenciam o consumo, segundo a diretora de Vendas e Marketing para Brasil e América do Sul da Schott, Maria Cristina Cardoso. “Os cooktops na cor preta são os preferidos, mas também há a tendência para o lançamento em outros tonalidades, como branca, vermelha e amarela”, declara;
– Acabamento externo em portas de geladeiras.

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Refrigeração: qual a diferença?
A refrigeração comercial (que inclui grandes balcões e geladeiras expositoras usadas em supermercados) é um setor bem próximo ao de linha branca. “As beneficiadoras que atendem um normalmente trabalham com o outro”, explica o instrutor técnico da Abravidro, Cláudio Lúcio da Silva.

O maior diferencial está na larga utilização do low-e, vidro de baixa emissividade que impede a troca de calor entre ambiente frio (interno) e quente (externo), auxiliando na manutenção da temperatura do equipamento. “Como consequência, tem-se menos consumo de energia em refrigeradores com portas de vidro, sejam eles horizontais ou verticais”, destaca Evandro Neves, gerente-comercial da Saint-Gobain Euroveder Brasil.

As necessidades da linha branca
A Tramontina, listada entre as maiores fabricantes nacionais de produtos de utilidade doméstica, aposta no vidro por diversos fatores, como explica Felipe Lazzari, seu diretor-comercial: “O material agrega valor na mistura de elementos, ou seja, sua combinação com o inox, por exemplo, aumenta a variedade de desenhos e possibilidades na hora de decorar a cozinha. Vale destacar ainda o fato de ser um elemento de fácil limpeza”. A relevância para o design das peças é notável. O cooktop Slim Glass Flat 4GG ganhou para a marca dois dos principais prêmios desse ramo do mundo este ano, o If Design Award e o Red Dot Award.

E o que mais a marca deseja de nosso mercado? “A Tramontina espera soluções competitivas em materiais quando o assunto é vidro fabricado no Brasil”, responde Lazzari.

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Norma para vidros da linha branca
A NBR 13866 — Vidro temperado para aparelhos domésticos da linha branca estabelece requisitos e ensaios de avaliação do material destinado a esse mercado.

Ensaios
Semelhantes aos do vidro temperado, mas com diferenças importantes: cada um deve ser feito com corpos de prova em tamanhos e quantidades diferentes.

Requisitos
– Tolerâncias dimensionais (espessura, dimensões lineares e tolerâncias para furos);
– Acabamento de bordas;
– Empenamento, afastamento e abaulamento;
– Aspecto visual;
– Resistência ao choque mecânico;
– Ensaio de fragmentação.

Este texto foi originalmente publicado na edição 548 (agosto de 2018) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Negócios à vontade

Desde 2016, a casa do Mercado Livre no Brasil está em Osasco, na Região Metropolitana de São Paulo. Ali encontra-se a MeliCidade, sede no País da empresa argentina de tecnologia para soluções de comércio eletrônico. O espaço chama atenção por seu aspecto mais moderno e descontraído e também pelo amplo uso de vidros, proporcionando integração entre as salas e ambientes do galpão — e até contribuindo para sua sustentabilidade energética!

Conheça a seguir um pouco mais sobre essa obra.

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Autores do projeto: escritórios Athié Wohnrath e Estudio Elia / Irastorza (EEI)
Local: Avenida das Nações Unidas, Osasco, SP
Área: 17 mil m²
Conclusão: 2016

Espaço jovem para jovens profissionais
O grupo Athié Wohnrath, em parceria com o escritório argentino Estudio Elia / Irastorza (EEI), foi o responsável por todo o projeto do retrofit do prédio escolhido para a nova sede do Mercado Livre — até instalar-se em Osasco, a empresa atendia na vizinha Barueri. Um de seus principais cuidados foi garantir que a MeliCidade tivesse a cara da empresa. “Como o Mercado Livre tem colaboradores extremamente jovens, o espaço precisava estar dentro das expectativas desse grupo”, conta Sérgio Athié, sócio-fundador e diretor da empresa de arquitetura. “Ter áreas de colaboração e ambientes flexíveis era fundamental para garantir a dinâmica de trabalho interativa da companhia.”

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Para alcançar esse e outros objetivos, como ambientes mais confortáveis e informais para as reuniões e troca de ideias, a Athié Wohnrath buscou inspiração nos conceitos de diversas instalações de empresas localizadas no Vale do Silício, na Califórnia (EUA). Além disso, priorizou três importantes pilares para a concepção da nova sede: encantar talentos, aproximar-se de parceiros e clientes e promover a sustentabilidade e o aumento na qualidade de vida de todos.

Nesse sentido, o vidro foi um material de grande importância. Com sua transparência, favoreceu a integração plena tanto entre os espaços internos do edifício como entre a obra e a área externa. Outro benefício trazido pelo material, comenta Athié, é que ele aumentou a luminosidade nos ambientes.

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Segurança e imponência transparentes
A diversidade de tipos de vidro destaca-se na MeliCidade. Já nas portarias que levam à entrada, blindados multilaminados garantem a proteção de quem está dentro delas. Grande parte da fachada dos três blocos que compõem a sede do Mercado Livre é uma pele de vidro com laminados jumbo 8+8 mm, com cerca de 2 m de comprimento e 6 de altura.

Dentro da edificação, mais vidro: os fechamentos das salas redondas levam temperados laminados curvos 4+4 mm, enquanto os espaços para reuniões e treinamentos contam com divisórias industriais de laminados 4+4 mm encaixilhados, também usados para a cobertura do pergolado.

A obra emprega ainda peças brancas e espelhos como parte do seu revestimento interno.

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Deixa a luz do céu entrar
Outro papel chave do vidro na MeliCidade é contribuir para sua eficiência energética — e o grande aproveitamento da iluminação natural não é a única forma pela qual ele faz isso. Nosso material está presente nos 2 mil painéis fotovoltaicos da cobertura da sede, os quais geram metade da energia distribuída no complexo. As placas de vidro compondo esses sistemas não só os protegem de danos como os causados por chuvas de granizo, mas também permitem a passagem de luz para dentro deles, convertendo-a em eletricidade para consumo próprio da edificação.

“Já que um dos pilares do projeto era o da sustentabilidade, a energia, claro, era um tema relevante nesse caso, pois o local funciona 24 horas por dia, sete dias por semana”, explica Athié. Dessa forma, os escritórios responsáveis pelo projeto avaliaram conjuntamente as opções de racionalizar o consumo e optaram pelo uso das placas fotovoltaicas, uma vez que a área de cobertura do prédio é bastante grande.

Outras soluções voltadas para a sustentabilidade da obra também foram adotadas. Entre elas, um sistema de armazenamento de água para ser utilizada nos banheiros e jardins.

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Curiosidades da MeliCidade
O nome do espaço vem de “Meli”, sigla pela qual o Mercado Livre é conhecido na bolsa Nasdaq, e “cidade”, porque a ideia principal para a sede é que os funcionários tenham acesso a todo tipo de comodidade a passos de distância.

A MeliCidade tem:
– 140 salas de reunião
– 11 salas de treinamento
– Auditório com 200 lugares
– Arquibancada para eventos internos
– Biblioteca
– Cafeteria
– Espaços de descanso
– Restaurante com capacidade para 450 pessoas
– Área de esportes e lazer chamada de “Meli Mall”, com academia, salão de jogos, salão de beleza, atendimento nutricional e massagem
– Área externa com um jardim com redes e uma quadra poliesportiva

Este texto foi originalmente publicado na edição 548 (agosto de 2018) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Como anda o setor vidreiro nacional?

A crise econômica no País já dura vários anos e o setor vidreiro foi duramente atingido, tendo como principal causa o encolhimento das atividades da construção civil, a maior mola propulsora de nossos negócios. Fatores internos do mercado de vidro também agravam a situação. Claro, não é apenas nosso mercado que sofre. Mas, afinal, o que está acontecendo?

Para entender o atual cenário, O Vidroplano faz um balanço dos indicadores econômicos da indústria brasileira, além de analisar os temas vidreiros que estão em pauta nas ruas e conversas de WhatsApp, incluindo questões como o abastecimento do mercado doméstico, as ações tomadas pelas usinas para resolver esse problema, as perspectivas para o segundo semestre e os possíveis investimentos futuros. O objetivo das páginas a seguir é jogar luz sobre o que gera dúvida e boatos para, quem sabe, encontrar saídas para nossas empresas.

Como está a indústria brasileira?
A situação pela qual o vidro passa é a mesma de todo esse setor, com escassez e aumento no valor da matéria-prima. Quem diz isso é a Sondagem industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI) para o mês de junho. Os três principais problemas enfrentados pelas indústrias no segundo trimestre são os mesmos do primeiro (veja o gráfico Principais problemas enfrentados pela indústria no 2º trimestre de 2018, mais abaixo). Atenção matéria-prima: com 26,9% de assinalações, o item teve aumento de percentual pelo quarto trimestre consecutivo, firmando-se na 3ª posição.

Outro dado relevante: houve aumento da atividade em relação a maio, o que reverteu a queda causada pela greve dos caminhoneiros, que interrompeu o transporte rodoviário de cargas durante vários dias.

O IBGE também revelou que a produção industrial recuperou-se em junho, com a maior alta da série histórica, iniciada em 2002. O acumulado do ano marca crescimento de 2,3% em relação a 2017.

A Sondagem industrial da CNI mostra ainda que há otimismo para os próximos meses com relação à demanda, compra de matérias-primas e exportações. Porém, a intenção de investimento segue caindo.

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Construção: em marcha lenta, mas com perspectivas futuras
Um dos motivos que impedem nosso setor de voltar a crescer é a estagnação da construção civil, responsável por cerca de 80% do consumo de vidros planos no Brasil. Enquanto grandes projetos estão paralisados ou nem saíram do papel, são as pequenas reformas e retrofits, tanto de empreendimentos residenciais como comerciais, que têm movimentado o mercado.

O índice de julho da Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat) mostra um movimento, ainda tímido, de retomada nesse setor, com aumento de 5,7% no faturamento de julho em relação ao mesmo mês em 2017. O crescimento acumulado no ano, em relação ao mesmo período em 2017, é positivo: 1,7%, número pouco maior que a projeção de crescimento anual de 1,5% feita pela associação.

Portanto, as coisas não estão tão ruins, mas ainda longe de se comemorar, como reforça o Monitor da construção civil, um dos índices mais relevantes desse mercado, produzido pelas consultorias Tendências e Neoway Creative.

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Como relembra o presidente da Abravidro, José Domingos Seixas, existia um clima geral de otimismo para 2018. “Os números dos primeiros meses indicavam uma retomada a ser consolidada ao longo do ano, ainda que de forma tímida. Mas os problemas enfrentados pelo País, principalmente a greve dos caminhoneiros, fizeram a produção diminuir, atingindo em cheio os planos das empresas”, analisa.

No entanto, o segundo semestre pode trazer coisas boas — tanto econômica como politicamente. “Temos esperança de que o mercado volte a se aquecer e a oferta de vidro se estabilize por completo”, afirma Seixas. “Em relação às eleições, nossa expectativa é de que o presidente escolhido atue na promoção de um novo ciclo de desenvolvimento, investindo em infraestrutura e projetos para o fomento da construção civil e que tenha um olhar atento aos temas tributários.”

O dirigente reforça ainda a postura da Abravidro para que o setor resolva os problemas pontuais enfrentados nos últimos tempos. “Continuamos trabalhando e pressionando para que as questões estruturais de nosso mercado sejam resolvidas, além de buscar o que de melhor pode ser feito no âmbito de nossas empresas.”

IACI

Falta vidro no mercado?
Uma questão que ronda o segmento há cerca de um ano é a dificuldade de alguns processadores no acesso à matéria-prima. No mês passado, a Abravidro realizou uma assembleia-geral extraordinária para discutir o tema. Na ocasião, a diretoria da entidade avaliou os dados do setor vidreiro e outros correlatos. Foi unanimidade entre os participantes que a situação está em via de ser normalizada e que qualquer questionamento ao direito antidumping vigente não seria oportuno neste momento. As usinas que atuam no Brasil são capazes de produzir 6.680 t/dia de vidros planos. Considerando esse número e os dados de consumo de vidros planos no País, é possível concluir que há uma sobreoferta de vidros no mercado. Em 2016 e começo de 2017, as usinas passaram a exportar parte da produção excedente. Desde setembro de 2017, quando surgiram os primeiros relatos de falta de vidro, essas companhias alegam ter tomado ações para reverter o problema. Segundo Franco Faldini, diretor de Vendas e Marketing da AGC, fatores pontuais que levaram a essa situação já estão sendo contornados pelas usinas. “Temos colocado esforços na busca por melhorias em logística e aumento da produtividade, além de drástica redução em exportações”, explica. Até a inauguração da nova planta (veja mais no boxe Novos investimentos no setor, mais abaixo), a empresa busca suporte para aumentar as importações.

A Cebrace não concorda com a expressão “desabastecimento generalizado”, já ouvida por aí. “Podemos reconhecer deficiência no serviço, e não na disponibilidade, em algum momento do segundo semestre de 2017 e início de 2018, mas entendemos que o mercado está abastecido de forma adequada”, analisa o gerente-comercial Flávio Alves Vanderlei. Para ele, os clientes têm sido atendidos conforme suas necessidades.

As plantas da Guardian estão produzindo com capacidade total, relata Ricardo Knecht, gerente-geral para a América do Sul: “Contamos com investimentos como a manutenção do forno de Porto Real (RJ), concluída em janeiro deste ano, o aumento da frota de caminhões e a ampliação do parque de embalagens”. A empresa também se esforça para trazer vidro de fora, ampliando a gama de produtos oferecidos por aqui.

A Saint-Gobain Glass aposta na proximidade com o cliente para entender necessidades e, com isso, conseguir oferecer os produtos. “Há uma demanda crescente por vidro no mundo. Observamos mercados, que antes dependiam exclusivamente da China, se abrirem para novas soluções e fornecedores, e o Brasil não está fora disso”, comenta Gabriel Zanatta, coordenador de Marketing da usina.

Segundo Henrique Lisboa, diretor-comercial e de Marketing da Vivix, a companhia tornou a investir na expansão da capacidade produtiva. E o fará por meio da instalação de equipamentos que aumentarão a produção em até 10%. “Além disso, diminuímos de forma significativa nosso programa de exportações, a fim de atender o abastecimento nacional, que é, indiscutivelmente, nossa prioridade.”

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Os efeitos da greve dos caminhoneiros
Como visto no gráfico Utilização da capacidade instalada efetiva em relação ao usual, nesta reportagem, a paralisação do transporte rodoviário diminuiu fortemente a atividade industrial e a confiança dos empresários, gerando corrida por estoques por parte das processadoras.

De forma geral, as usinas foram afetadas tanto na produção como na logística por falta de matéria-prima e insumos. Somente com a aplicação de planos de contingência foi possível reverter a situação e passar a operar normalmente, com os níveis de antes da paralisação

A Vivix não precisou interromper sua produção, graças à proximidade da empresa para beneficiamento de matéria-prima, localizada a poucos quilômetros de sua planta. A companhia, no entanto, posicionou-se contra a tabela de fretes mínimos fixada pelo governo federal e informou que ainda existem dificuldades para a contratação de frete, o que segue impactando o abastecimento do mercado.

2018: o ano até aqui
Como visto no gráfico Índice de Atividade da Construção Imobiliária (IACI) nesta reportagem, existem dados concretos que indicam a melhora da construção civil. E, melhor ainda, as próprias construtoras acreditam nisso: a Cyrela, por exemplo, anunciou que crê na possibilidade de atingir metas internas e melhorar margens, permitindo uma nova distribuição de dividendos aos acionistas ainda este ano. A MRV, maior construtora de imóveis econômicos do País, lucrou 18% mais no segundo trimestre e estima um desempenho ainda mais robusto nos próximos meses.

A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) também projeta crescimento para o setor automotivo (automóveis e máquinas agrícolas) em 2018. A associação prevê que sejam produzidos 11,9% a mais que em 2017, alcançando 3,02 milhões de unidades.

Mas como as usinas vidreiras enxergam 2018 e o que deve ser feito para a retomada dos negócios se tornar realidade? “Estamos enfrentando um ano de transição com alta volatilidade, incertezas políticas e pressões nos custos dos insumos básicos, além da sensível redução nas estimativas de crescimento econômico”, analisa Faldini, da AGC. A fabricante acredita que o segundo semestre não será muito diferente.

A Cebrace está otimista, porém com certa cautela, em relação aos próximos meses. “Começamos o ano com um cenário positivo a partir das previsões, principalmente com o PIB chegando a 2,5%. Infelizmente, o cenário foi alterado de forma substancial, devido às incertezas do Custo Brasil e do cenário político”, explica Vanderlei.

Para a Saint-Gobain Glass, existe a perspectiva de crescimento nas vendas, conforme comenta Zanatta: “Com uma oferta maior de mix de produtos para o mercado, podemos aumentar as possibilidades para nossos parceiros”.

Lisboa, da Vivix, concorda que pouco pode mudar este ano. “O mercado da construção civil apresentou resultado similar ao de 2017. Acreditamos que esse cenário se manterá no segundo semestre.”

O futuro do mercado e as eleições
As usinas foram contundentes em indicar o que precisa ser mudado para o setor voltar a crescer — e as eleições serão essenciais para isso. Os candidatos à presidência da República (leia mais no bloco Presidenciáveis debatem construção civil, mais abaixo) precisam mostrar propostas voltadas para trazer eficiência e competitividade para a indústria, incluindo:

– Estímulo à livre concorrência;
– Investimento em infraestrutura;
– Qualificação da força de trabalho;
– Reforma tributária, passando pela redução da carga de tributos por meio da simplificação do sistema atual;
– Redução da burocracia, que torna as operações corporativas pesadas e lentas;
– Redução da chamada “máquina pública”, com melhor gestão dos recursos arrecadados.

O vidro está caro?
Somente este ano, o mercado foi pego de surpresa por dois anúncios de aumentos da matéria-prima. Alguns produtos passaram a custar algo em torno de 25% a mais. Por que isso ocorreu?

“O setor ainda é impactado por alterações de custos que interferem na estrutura de preços e, como é de conhecimento notório, a fixação de preço é, por princípio e por decisão constitucional, livre”, reforça Faldini, da AGC.

Para se chegar a uma explicação, é preciso analisar as variáveis macroeconômicas, reflete Zanatta, da Saint-Gobain Glass. Diz ele: “Se levarmos em conta que somente para o item gás natural, responsável pela manutenção dos fornos, nós tivemos um aumento instantâneo, não gradual, é possível imaginar o desafio que seja fabricar a preços competitivos”.

A opinião é compartilhada pela Vivix, que relembra ainda a alta no preço da barrilha, material fundamental para a produção do vidro. “No entanto, é importante frisar que os preços realizados no mercado neste momento estão retornando aos praticados há quatro anos, antes da crise”, afirma Lisboa.

Por questões estratégicas, Cebrace e Guardian preferiram não comentar o assunto.

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Novos investimentos no setor

AGC
Em 2019, no segundo semestre, a AGC vai inaugurar sua segunda planta, também em Guaratinguetá (SP). “Tivemos ainda recentemente a instalação de um coater, que produzirá nossa linha de vidros de controle solar, a Sunlux Shadow, desenvolvida para climas tropicais. Em adição, temos promovido também inúmeras melhorias em nossa infraestrutura para o acendimento do novo forno”, destaca Faldini.

Cebrace
No editorial da edição de abril da revista publicada pelo Sincavidro-RJ, revelou-se que a Cebrace trabalha para obter licenças ambientais para a construção de nova planta. Segundo Vanderlei, a empresa realiza com frequência estudos de viabilidade para projetos, de forma alinhada às projeções econômicas e à necessidade do mercado. “Sempre procuramos antecipar demandas, investir em linhas de produção, ofertar produtos e aprimorar a capacidade produtiva”, comenta o gerente-comercial.

Guardian
Knecht, da Guardian, afirma que a companhia “segue atenta às oportunidades que nos permitam trazer para o mercado local inovação em produtos e serviços, ampliar nossa capacidade e fortalecer o relacionamento com nossos clientes”.

Saint-Gobain Glass
Zanatta, da Saint-Gobain Glass, também confirma o compromisso da fabricante: “Estamos constantemente investindo em tecnologias, processos e produtos para melhor atender o mercado”.

Vivix
Há pouco tempo, a Vivix ampliou sua produção e construiu uma linha para a fabricação de vidros de proteção solar. Para Lisboa, “os futuros investimentos estão sendo avaliados à luz dos desdobramentos políticos e econômicos”.

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Presidenciáveis debatem construção civil
A Coalizão pela Construção, grupo formado por 26 entidades da indústria da construção civil, incluindo a Abravidro, apresentou a agenda estratégica do setor para os candidatos à presidência da República em encontro da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), no começo de agosto, em Brasília. Confira as propostas dos presidenciáveis presentes. Jair Bolsonaro (PSL) alegou problemas de agenda e não participou.

Marina Silva (Rede Sustentabilidade)
Ampliará a proporção de investimento no setor de infraestrutura, passando dos atuais 2% do PIB para, pelo menos, 4%. Sobre licenciamentos ambientais, reforçará os mecanismos vigentes para dar agilidade aos processos.

Geraldo Alckmin (PSDB)
A solução para maior competitividade é diminuir a interferência do governo na atuação empresarial. Sua ideia é estimular a atividade empreendedora para destravar a economia. A vice-presidente da CBIC, Maria Elizabeth Cacho do Nascimento, sugeriu a criação de um conselho consultivo do setor, o que foi acatado pelo candidato.

Álvaro Dias (Podemos)
Terá um conselho consultivo para o setor. Para ele, o ajuste fiscal deve ser acompanhado por crescimento econômico. Isso reforça a necessidade de segurança jurídica, simplificando o modelo de tributação.

Ciro Gomes (PDT)
Defendeu a importância do setor para a reviravolta econômica do País, afirmando que a construção sempre responde aos estímulos do governo, criando empregos e gerando renda de forma rápida e a custos baixos. Para Ciro, o setor permitirá o trabalho necessário de diminuir despesa e aumentar a receita.

Henrique Meirelles (MDB)
Garantiu que o setor privado será incorporado aos planejamentos para investimentos. Citou ainda o Programa Brasil Integrado, projeto de infraestrutura urbana que retomará mais de 7 mil obras paralisadas.

Este texto foi originalmente publicado na edição 548 (agosto de 2018) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Capacitações consagradas e novas

Profissionais vidreiros dos Estados do Espírito Santo, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina contaram com uma série de atividades para capacitação. Saiba como foram elas!

 

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Amvid-MG, em Belo Horizonte
Nova cartada para os vidreiros
Em junho, a Amvid lançou o Treinamento de Lideranças de RH e Comercial de Vidraçarias de Minas Gerais (Trhuco). Por meio de dinâmicas, debates e exposições dos conteúdos de cada encontro, a consultora Ivana Moreira ensina novas técnicas de abordagem ao consumidor e como atuar nas mídias digitais e identificar os pontos fortes de cada membro da equipe para a área comercial. Os profissionais de recursos humanos aprendem a desenvolver a capacidade de liderança e a promover o engajamento dos colaboradores. A iniciativa, muito bem-recebida pelo setor vidreiro de Minas Gerais, já recebeu novas oficinas nos dias 8 e 9 de agosto.

 

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Adivipar-PR, em Cascavel (PR)
15 anos de conquistas!
A Adivipar completou 15 anos de existência em julho. Para celebrar, a associação reuniu seus diretores, associados e parceiros (no dia 20) para um jantar de confraternização no restaurante Casa do Marquês. Durante o evento, um vídeo foi exibido relembrando toda a trajetória da Adivipar e o presidente da entidade, Jaime de Paula Peicher, falou a todos sobre o grande orgulho e responsabilidade de estar à frente de uma instituição altamente respeitada, além de elogiar o trabalho competente dos empresários que compõem o seu quadro diretivo.

No dia seguinte, o mesmo restaurante recebeu outra atividade da associação paranaense: a 2ª edição do Workshop Adivipar para Vidraceiros. O treinamento teve 120 participantes de cerca de 10 cidades da região e reuniu em uma mesa de debate representantes das usinas vidreiras AGC, Cebrace e Guardian (patrocinadoras do workshop juntamente com a Saint-Gobain Glass e Vivix) — o mediador foi Lucas Bremm (vice-presidente da associação paranaense). Em forma de bate-papo, eles apresentaram seus produtos e trouxeram informações enriquecedoras sobre as especificações do vidro.

 

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Ascevi-SC, em Chapecó (SC)
Sucesso no Oeste catarinense
A 2ª edição do Qualifique e Sirva-se foi organizada pela Ascevi e pelo Sindicato Intermunicipal das Indústrias do Vidro, Espelho, Cristais em Santa Catarina (Sindicavidros), na cidade de Chapecó, no dia 4 de agosto. A principal palestra foi feita pela coordenadora técnica da Abravidro, Vera Andrade, com o tema Normas técnicas, oportunidades de mercado para os vidraceiros — bastante solicitado na edição passada do treinamento. Além de reunir mais de cem participantes, a Ascevi observou que o interesse em relação ao Qualifique e Sirva-se foi muito grande: várias empresas da região disseram que pretendem se associar à entidade, e também pediram mais de suas atividades de capacitação para as grandes cidades do Oeste catarinense, incluindo o ArchiGlass (evento voltado para arquitetos, engenheiros e demais especificadores do nosso material).

 

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Sindividros-RS, em Porto Alegre
O mundo é de vidro
Esse foi o nome do workshop realizado pelo Sindividros-RS, por meio do Qualividros – Qualificar para transformar, durante a 21ª Construsul – Feira Internacional da Construção. Gabriel Batista, diretor do Grupo Setor Vidreiro, fez a principal palestra, na qual destacou a versatilidade do material em projetos de diferentes áreas da construção, apontando que o vidro é um dos materiais mais ecléticos do mundo e o futuro é dele. O evento também contou com apresentações de representantes das usinas vidreiras AGC, Cebrace, Guardian, Saint-Gobain Glass e Vivix. Estes, ao falar sobre seus produtos, destacaram as diversas vantagens que o vidro traz às obras, de transparência e estética a conforto térmico e acústico.

O sindicato gaúcho, também com estande próprio na Construsul, apresentou a versatilidade dos nossos materiais e expôs a tabela Que vidro usar?, da campanha #TamoJuntoVidraceiro da Abravidro, em tamanho grande.

A parceria entre o Sindividros-RS e Gabriel Batista se repetiu mais duas vezes no começo do mês: ele foi o professor responsável pelos cursos “Vendas (O Vendedor de Vidros)”, nos dias 3 e 4, e “Vidro Temperado Básico (Medição, Folgas e Projetos)”, nos dias 10 e 11, ambos parte do Qualividros. No primeiro, Batista alertou que ainda há muitos vendedores que atuam apenas como tiradores de pedidos, e isso pode levar à perda de espaço do vidro no mercado — assim, os vidraceiros precisam disponibilizar aos seus clientes as informações sobre cada tipo de vidro e recomendar o uso de peças de valor agregado, explicando as vantagens que elas trazem para as obras. No segundo, a importância do acompanhamento das medições (para garantir sua máxima precisão) e o uso dos equipamentos de proteção individual (EPIs) em todos os trabalhos foram alguns dos pontos abordados.

 

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Sindividros-ES, em Vitória
Arquitetura premiada e envidraçada
No dia 7 de agosto, o Encontro de Capacitação do Vidro (Comvidro) chegou à sua 5ª edição este ano, organizada pelo Sindividros-ES no Edifício Findes. O arquiteto Guto Requena, fundador do premiado Estudio Guto Requena e ex-colunista de design, arquitetura e urbanismo no jornal Folha de S. Paulo, falou sobre alguns dos trabalhos que já realizou dentro e fora do País em que o vidro foi um material de destaque. O 5º Comvidro foi patrocinado pelas usinas vidreiras AGC, Cebrace, Guardian, Saint-Gobain Glass e Vivix, e teve mais de 150 participantes, incluindo especificadores, profissionais vidreiros e consumidores finais.

Este texto foi originalmente publicado na edição 548 (agosto de 2018) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Eleições, promessas e expectativas

Foi dada, enfim, a largada para o início oficial das eleições 2018. Num ano em que o Brasil tem dificuldades para sair da crise econômica, política e moral que se abateu sobre o País, precisamos estar especialmente atentos — como cidadãos e também como empresários — ao que dizem os milhares de candidatos sobre os seus planos para o nosso futuro.

O setor vidreiro tem grandes expectativas sobre o que o próximo governante da nação brasileira pode fazer para recuperar a atividade da construção civil. No começo deste mês, a Abravidro, uma das 26 entidades que compõem a Coalização pela construção, esteve representada no encontro O futuro do Brasil na visão dos presidenciáveis, do qual participaram cinco candidatos à presidência da República.

O objetivo do evento era saber como o setor da construção pode contribuir para melhorar o País e também, claro, conhecer o que os presidenciáveis pensam para o segmento. O porta-voz da coalização, José Carlos Martins, presidente da CBIC, apresentou dados e argumentos que mostram o impacto do setor na economia brasileira: participação no PIB, geração de empregos diretos e indiretos e outros, num verdadeiro ciclo virtuoso. Martins também foi preciso sobre as demandas do nosso setor: segurança jurídica, crédito, planejamento e estímulo ao capital privado.

Os candidatos presentes ao debate deram sinais de entender a importância do segmento e dois deles chegaram a se comprometer a, se eleitos, criar um conselho consultivo da construção.

Depois do auge vivido nos anos de 2013 e 2014, período sem precedentes para o mercado vidreiro nacional, a queda vertiginosa que nos atingiu vem deixando como marcas a queda no número de empregos gerados, os aumentos da informalidade e da criatividade tributária, a concorrência desleal e o fechamento de empresas por todo o País.

Seja quem for o eleito, nossa expectativa é recuperar a capacidade de investimento e voltar a ver novos prédios subindo no horizonte das cidades brasileiras.

DomingosJosé Domingos Seixas
Presidente da Abravidro
seixas@abravidro.org.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 548 (agosto de 2018) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

WhatsApp: instantâneo, mas profissional

Escrito por Emanuellen Trizi

É praticamente impossível imaginar a comunicação atual sem o WhatsApp. Aos poucos, o aplicativo passou também a ser uma ótima ferramenta para falar com clientes. Se você ainda não o usa, aqui estão algumas dicas para que esse novo canal seja efetivo para sua empresa.

Profissional x pessoal
Tenha um número somente para a empresa e outro para uso pessoal. Com isso, os contatos e as conversas serão distintos. Você não vai querer enviar “sem querer” para o cliente aquela imagem compartilhada no grupo da família, certo?

Mantenha o tom profissional
O WhatsApp é um canal como qualquer outro e, por isso, deve-se ter atenção à forma de se comunicar. Evite mandar áudios: se o assunto for complexo, ligue para a pessoa e resolva diretamente. Guarde as fotos e os vídeos engraçados para compartilhar em sua conta pessoal. Quer enviar imagem sobre alguma promoção ou condição imperdível? Fique atento com a frequência para não incomodar.

Esteja disponível
Definir horário para uso é crucial — o comercial é o ideal, salvo casos especiais. Sempre responda aos contatos com rapidez depois de visualizar, mas não envie mensagens em momentos inconvenientes, como, por exemplo, muito cedo, antes das 8 horas, ou depois das 21 horas (horário de Brasília).

Aproveite o WhatsApp Business
A versão Negócios do aplicativo permite disponibilizar dados como telefone fixo e site, configurar mensagens automáticas e, o melhor: é possível usar em celular de dois chips que já tenha o WhatsApp instalado.

Cuide de sua agenda
Não divulgue os números dos clientes, nem monte grupos com eles — pois, assim, todos os contatos conseguem ver o telefone dos participantes e isso pode ser encarado como falta de profissionalismo. Evite também mandar mensagens genéricas e sem propósito.

Formalize por e-mail
É fácil perder de vista o que foi pedido e o que foi conversado somente por mensagens. Mesmo que você defina um trabalho pelo WhatsApp, envie e-mail com o resumo da tarefa para ter controle.

manu_2967_okEmanuellen Trizi
Jornalista, é responsável, na Verbus Comunicação, pela comunicação online da Abravidro e acompanha de perto as novidades das redes sociais.

Este texto foi originalmente publicado na edição 548 (agosto de 2018) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Sob medida!

Imagine a seguinte cena: um vidraceiro chega ao local da obra com os vidros para instalar. Ali, descobre que os painéis não cabem nos vãos e que as ferragens não são adequadas para o nível dos espaços. Resultado: o profissional terá de encomendar novas peças e novos sistemas e, só então, poderá voltar para aplicá-los com sucesso. O que se têm, então, são retrabalho, prejuízo e insatisfação do cliente que poderiam ser facilmente evitados se as medições tivessem sido feitas corretamente.

A tarefa é uma etapa chave no trabalho de qualquer vidraçaria, sem espaço para erros. Por isso, consultamos especialistas do setor para indicar os passos e os cuidados necessários, além de buscar as novas ferramentas no mercado para garantir números e detalhes precisos.

Ponto de partida
vp_medição3A-amorimleiteA atividade é o início da fase executiva do projeto. Nela, as dimensões e características do vão em que os vidros serão instalados são identificadas, como largura, altura e inclinação.

“Sempre comento com nossos alunos que o grande segredo de uma obra está em sua medição”, afirma o instrutor Ricardo Câmara, diretor da Central do Vidraceiro. Dessa forma, ela é a parte mais importante do projeto para que tudo seja feito de acordo com a necessidade do cliente, incluindo a especificação do vidro, ferragens e acessórios a serem utilizados.

Sérgio Reino Júnior, professor do curso de vidraceiro do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), aponta dois tipos com os quais o vidraceiro trabalha diariamente:

Para orçamento: feita de forma mais simples, para observar a altura e largura do vão e características que possam influenciar na elaboração do orçamento;
Técnica ou definitiva: mais precisa, é medida em milímetros, incluindo nível, prumo e tudo mais que possa determinar o melhor tipo de sistema a ser usado na obra. “Nela, é importante ter um croqui [esboço do projeto] para que se possam anotar as dimensões e características do vão. Ele pode ser levado já pronto ou ser desenhado no caderno de medição no próprio local”, explica.

vp_medição3B-amorimleiteTrabalho com croqui
Além das medidas, o vidraceiro também deve anotar no croqui:

– Se o vão está no esquadro (caso não esteja, é necessário identificar o formato do vão com prumo e nível e suas dimensões);
– O tipo de substrato em que serão instalados os vidros (alvenaria, concreto etc.);
– O trajeto pelo qual as peças de vidro terão de passar, para se certificar que não haja obstáculos impedindo-as de ser transportadas até o local da instalação.

O problema do trabalho a distância
Há vidraçarias que deixam o trabalho de medição por conta do contratante (algumas vezes, a pedido do próprio cliente) ou do engenheiro responsável pela obra. Embora não haja nenhuma proibição para esse tipo de prática, isso abre espaço para uma série de riscos. “Quando as medidas são tomadas por terceiros, você aceita todas as condições de quem mediu. Geralmente, há pontos em que podem haver erros e, com isso, são grandes as chances de problemas na hora da instalação”, alerta José Romão da Silva Neto, proprietário da R4 Vidros, de Salvador.

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Verificar as medidas e conferir se a instalação pretendida é viável não são as únicas vantagens da medição feita diretamente pelo vidraceiro. “Essa presença in loco também é muito importante para termos contato com os executores da obra e trabalhar em conjunto com eles para oferecer um produto final de alta qualidade e acabamento”, avalia Sebastião Martins, diretor da Vidromex, de Brasília. Além disso, ele ressalta que cada tipo de instalação é uma situação diferente. Assim, somente alguém que tenha experiência com a diversidade de aplicações presentes na área do vidro saberá como analisar cada caso.

Sem margem para amadorismo
“Uma das maiores falhas hoje é a falta de qualificação e capacitação do profissional. Este, muitas vezes, não se interessa em aprimorar seus conhecimentos, mesmo com vários cursos disponíveis no setor”, considera Martins, da Vidromex. Isso frequentemente leva a outros erros, como especificações fora de norma para o vidro.

Outro problema bastante comum, e que não é gerado apenas por vidraceiros inexperientes, é a falta de atenção. Câmara, da Central do Vidraceiro, reforça que, numa medição, cada detalhe requer cuidado minucioso, incluindo:

– Checagem do prumo, nível e ângulos do vão;
– Verificação do lado correto para a abertura da folha de vidro (no caso da instalação de portas);
– Confirmação dos limites de pesos e cargas necessários para a especificação das ferragens, perfis e componentes;
– Atenção na hora de fazer anotações, para garantir que o que foi medido bata com o que está sendo escrito.

Uma forma de ajudar a não se esquecer de nada é elaborar uma checklist com todos os itens que precisam ser conferidos.

Como encaixar o vidro aqui?
Para Romão, da R4 Vidros, as maiores dificuldades nessa atividade são as irregularidades nas obras. Com frequência, os vãos estão fora de prumo e de esquadro, com paredes tortas ou mesmo inacabadas, comprometendo a exatidão das medidas. “A melhor forma de evitar esses problemas seria estarmos presentes na obra antes mesmo de o espaço para a aplicação do vidro ser feito e passar as orientações para que os construtores o façam dentro das normas.” Ainda que isso não seja possível, os vidraceiros podem — e devem — comunicar-se com os responsáveis pela construção e enfatizar a importância de que os vãos devem estar dentro do padrão esperado para a instalação dos sistemas.

Por dentro do mercado
Hoje é possível encontrar novas tecnologias e aparelhos para medição que facilitam e agilizam o trabalho do vidraceiro, principalmente daquele que visa a otimizar resultados e o próprio tempo do medidor. “Um nível a laser, por exemplo, informa referências de prumo e nível de forma muito mais rápida, agilizando a instalação dos vidros”, comenta Reino Júnior, do Senai. Dessa forma, mesmo profissionais menos experientes podem realizar esse trabalho com mais precisão e eficiência. A seguir, apresentamos algumas opções disponíveis no mercado para garantir medições fáceis e precisas.

vp_bosch-trenaFabricante: Bosch
Produto: trena a laser GLM 40 Professional
Diferenciais
– É compacta e de fácil manuseio;
– Mede comprimento de até 20 m;
– Troca unidade de medida com apenas um botão

 

 

vp_bosch-nívelFabricante: Bosch
Produto: nível GCL 2-15 G
Diferenciais
– Primeiro nível no Brasil com laser verde, 4 x mais visível do que o vermelho (facilitando o trabalho em ambientes muito iluminados);
– Alcança 15 m nas linhas e 10 no prumo, tanto para cima como para baixo;
– Possui entrada para tripé;
– Tem proteção contra pó e respingo de água

 

vp_rialFabricante: Rial (representada pela Gusmão Representações)
Produto: esquadros e réguas de fibra de vidro
Diferenciais
– Alta resistência a deformações;
– Vida útil maior em comparação com produtos similares

 

 

 

vp_starrett-medidorFabricante: Starrett
Produto: medidor de ângulo AM-2
Diferenciais
– Tem quatro escalas graduadas de 0º a 90º;
– Permite copiar o ângulo exato em obras irregulares;
– Tem base magnética, deixando as mãos livres quando usado em superfícies ferrosas

 


vp_starrett-paquímetroFabricante:
Starrett
Produto: paquímetro 125MEBT-8200
Diferenciais
– Alta resistência (guias revestidas com titânio);
– Apresenta linha e números nítidos sobre fundo contrastante fosco, para facilitar a leitura;
– Tem parafuso de trava para fixar as medidas;
– Todas as superfícies de medição são retificadas e lapidadas;
– Traz vareta de profundidade para medições exatas

vp_starrett-trenaFabricante: Starrett
Produto: trena a laser KLMXP-100
Diferenciais
– Possui conexão Bluetooth com aplicativo para Android e iOS;
– Tem capacidade de armazenamento para até 20 medidas;
– Leitura é facilitada por meio de painel com luz de LED;
– Velocidade de medição de 0,5 s

Este texto foi originalmente publicado na edição 548 (agosto de 2018) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.