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Já passavam das 17 horas da terça-feira, 3 de abril, quando uma notícia caiu como uma bomba no setor vidreiro nacional: a União Brasileira de Vidros (UBV), maior fabricante de vidros impressos do País, com seis décadas de história, encerrava suas atividades. O anúncio foi feito por meio de carta enviada a clientes, assinada pelo presidente da empresa, Sérgio Minerbo — não deixe de ler a entrevista exclusiva de O Vidroplano com Minerbo, na qual ele comenta os motivos que levaram à decisão. Os canais de comunicação da Abravidro foram os primeiros a repercutir o assunto e o portal da associação teve um boom de acessos de pessoas interessadas em saber: como isso aconteceu?

Mercado sem perspectivas
fornoA UBV, fundada por distribuidores de vidros em 1957, atualmente era controlada por três famílias, todas elas com investimentos variados. Desde o ano passado, com os executivos da empresa, os investidores avaliavam com atenção a situação da UBV, levando em consideração o mercado, as condições econômicas e as perspectivas para a construção civil nacional. Isso porque a vida útil do forno se esgotaria em breve, mais precisamente este ano, e algo precisaria ser feito.

Reformar o equipamento para um novo ciclo de dez anos de produção implicava um investimento de R$ 15 a 20 milhões. Inviável, na visão dos controladores. Por isso, foram cogitados dois cenários: realizar a manutenção a quente no forno, para fazê-lo durar mais um ano, ou parar a produção.

Com baixas perspectivas de melhoras no mercado em curto prazo (a empresa considerava necessário um crescimento de 30% no volume de vendas), não se realizaram os reparos. O equipamento parou de funcionar no próprio dia 3, quando começou o processo de drenagem, que terminou alguns dias depois.

Segundo o comunicado, pedidos em carteira e demandas do mercado serão atendidos enquanto houver produtos disponíveis — espera-se que os estoques durem cerca de sessenta dias. Outro assunto abordado: a usina garantiu que os funcionários terão todo o suporte possível nos próximos meses até deixarem a empresa. E isso inclui até um workshop sobre vários temas para ajudar os profissionais na recolocação.

Reflexos da decisão
No dia do anúncio, a usina enviou também uma carta à Abravidro, em que registra o orgulho de ter feito parte, juntamente com as empresas e entidades associadas, da história do desenvolvimento do mercado no Brasil e no mundo. “Temos certeza de que, com a participação da Abravidro, o segmento continuará crescendo e se desenvolvendo”, afirma Minerbo no documento.

A Associação Técnica Brasileira das Indústrias Automáticas de Vidro (Abividro), à qual a UBV era associada, comentou a notícia por meio de seu superintendente, Lucien Belmonte. “É muito triste ver uma fábrica nacional desse porte, inovadora e batalhadora, chegar ao ponto em que o retorno sobre o investimento não justifica a produção. Produzir em nosso País está ficando cada vez mais inviável”, lamentou.

Agora, o setor conta com apenas um fabricante do produto no Brasil, a Saint-Gobain Glass, que possui capacidade para gerar 180 t/dia do produto. Procurada pela reportagem de O Vidroplano para comentar o assunto, a usina preferiu não se manifestar.

Legado de sessenta anos
simpovidroA UBV foi fundada em 1957. Sua fábrica, localizada no Jardim Guanabara, no extremo Sul da cidade de São Paulo, tinha capacidade nominal de produção de 240 t/dia.

Uma das pioneiras na introdução de chapas espessas e de grandes dimensões no mercado nacional, fornecia aos segmentos de decoração e construção civil, atendendo diferentes tipos de aplicação, como boxes de banheiro, portas, divisórias, esquadrias, engenharia, móveis e molduras. A empresa ainda exportava para locais como México, Paraguai e países da África.

Este texto foi originalmente publicado na edição 544 (abril de 2018) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Móvel de vidro é pop

Uma proposta estética com mais de trinta anos agora é padrão da indústria. Em 1987, o visionário designer italiano Vittorio Livi criou a Ragno, mesa construída com apenas uma peça de vidro monolítico curvada. Pela primeira vez, a decoração de interiores via as possibilidades quase infinitas de nosso material — o móvel foi tão revolucionário que ganhou naquele ano o prêmio de maior prestígio mundial para o design, o Compasso D’Oro, entregue pela associação de designers industriais italianos.

Hoje em dia, Livi, ainda vivo, pode se orgulhar de ter iniciado um movimento que transformou o vidro no principal elemento de mesas, cadeiras, armários, aparadores etc. Confira a seguir quais as tendências envidraçadas de móveis e os cuidados especiais na produção que as empresas vidreiras precisam seguir para fornecer para esse setor.

O que os clientes querem?
O aumento na aplicação do vidro é resultado direto da tecnologia vidreira, principalmente o investimento de usinas em produtos e na criação de linhas específicas para itens decorativos. “As contínuas pesquisas da indústria permitiram a obtenção de um material com melhor desempenho, tanto do ponto de vista estrutural como estético”, explica Michele Gasperini, diretor de Arte da Tonelli Design, fabricante italiana de móveis de alto padrão.

Viviane Sequetin, gerente de Produtos de Interiores da Guardian, falando também sobre o tema, destaca que, por isso, “é importante nosso setor estar atento e disponibilizar produtos que se alinhem de acordo com as tendências do mercado, como os vidros de tons bronze e champanhe, bastante usados atualmente”. O engenheiro de Aplicação da Cebrace, Evandro Castro, acrescenta: “Nosso maior desafio é espalhar conhecimento sobre o material para gerar inspiração nos especificadores e mostrar que seu uso tem infinitas possibilidades”.

Transparência não é tudo!
Para Michele, apenas o conceito de transparência não mais satisfaz o mercado. Diz ela: “Estamos antenados em novos acabamentos, cores e efeitos na superfície das peças. A influência pode vir de setores como arte e moda, por exemplo”;

Itens compactos e baratos
Objetos menores estão em alta, segundo a Glass11, marca nacional especializada em móveis. “As pessoas anseiam por verem coisas fora do comum, mas que ao mesmo tempo não carreguem um custo alto. É preciso desenvolver produtos novos com valores acessíveis”, comenta Matheus Primo, diretor-criativo da marca.

Investimento em formas livres
Dentro do conceito de inovação estão formas geométricas redondas e livres, com formatos orgânicos e curvos (ao invés de linhas retas), avalia Primo. A mistura de materiais, incluindo vidro e concreto ou vidro e madeira, por exemplo, é outra demanda do mercado.

 

Tendências modernas

estruturalAplicação estrutural
O vidro que dá suporte à peça inteira ganha espaço. É comum encontrar mesas, cadeiras ou armários inteiramente de temperados,laminados ou chapas monolíticas grossas (com até 25 mm).

coloridosCores
Segundo Marco Antônio de Souza, gerente-comercial da processadora catarinense Personal Glass, vidros coloridos com pigmentação na massa garantem mais qualidade que os pintados, pois possuem maior resistência a riscos.

espelhoEspelhos
Esse produto também não pode ser esquecido: geralmente revestem móveis e têm a função de oferecer maior amplitude ao ambiente.

 

curvaturaExtra clear e curvas
Algo que aos poucos sai de moda é o tradicional tampo reto, lembra Fernando Meller, da processadora paranaense Tempermed. “O que mais se procura atualmente são peças coloridas ou com alguma curvatura. Outra tendência é o uso de (com baixo teor de ferro e, por isso, mais transparentes), os quais oferecem mais sofisticação aos produtos.”

Segredos para produzir vidros impecáveis
As processadoras que fornecem para esse mercado devem ficar atentas. O controle de qualidade dos vidros usados em móveis exige rigor. “A precisão ao longo do processo de beneficiamento é essencial, visto que devemos trabalhar com formatos diferenciados e personalizados”, explica Débora Bortolato Barres, gerente de Marketing da A2 Vidros.

Com base nas empresas consultadas para a reportagem, é possível apontar três grandes desafios para a indústria vidreira:

Medidas exatas
Não pode haver a mínima diferença entre o pedido do cliente e o tamanho da peça processada, pois isso interfere na montagem dos objetos, causando retrabalho, perda de matéria-prima e prejuízo;

Acabamento perfeito
O processo de lapidação deve ser feito por maquinários de qualidade, que ofereçam polimento de nível superior (afinal, vidros em móveis geralmente ficam com as bordas expostas, ou seja, também é uma questão de segurança). Cuidados para evitar riscos e outras imperfeições, principalmente em chapas pintadas, também precisam ser tomados durante o transporte, como a utilização de embalagens plásticas termoencolhíveis, com espumas de polietileno protegendo as bordas, e separadores emborrachados;

Segurança
É necessário ter atenção total às principais normas aplicáveis à indústria moveleira:

NBR 14488 — Tampos de vidro para móveis – Requisitos e métodos de ensaio;
NBR 14698 — Vidro Temperado, que define as recomendações de segurança do produto e os requisitos para manuseio;
NBR 15198 — Espelho de prata – Beneficiamento e instalação;
NBR 14564 — Vidros para sistemas de prateleiras – Requisitos e métodos de ensaio;
NBR 14033 — Móveis para cozinha.

Este texto foi originalmente publicado na edição 544 (abril de 2018) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Mandamentos para o vidraceiro

Todo mês, esta seção seleciona um assunto específico do dia a dia dos vidraceiros para tratar em detalhes. Mas, de vez em quando, vale a pena repassar os princípios básicos e essenciais para a hora de instalar os vidros. Falar sobre cuidados gerais para esse trabalho pode parecer redundante. Mas será que todos os profissionais os conhecem mesmo?

O Vidroplano conversou com especialistas do setor para reforçar os principais pontos aos quais se deve estar atento. Confira e anote!

 

vp_transporteSaindo da vidraçaria
Antes de seguir para o local da obra, a acomodação correta dos vidros é necessária para evitar quebras, arranhões ou manchas. Por isso, tenha atenção:

– Em primeiro lugar, o veículo precisa ser apropriado para o transporte de vidros e ter um cavalete com proteção adequada para não riscar a superfície do material;
– Coloque materiais de proteção (como papelão ou plástico bolha) nas bordas e cantos de cada peça, e também entre as faces delas, impedindo o contato direto;
– Nunca misture diferentes tipos de vidro na hora de amarrá-los, pois cada um tem uma resistência mecânica diferente;
– Em dias de chuva, caso a carroceria do veículo seja aberta, cubra a carga com uma lona para protegê-la da água. Isso impedirá o surgimento de manchas de irisação ou, no caso de laminados, a delaminação das peças.

Ao amarrar os vidros
Este ano, a Resolução Nº 552 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) entrou em vigor, estabelecendo novas regras para o transporte de cargas. Uma das principais mudanças: os materiais transportados não podem mais ser amarrados com cordas — no caso dos vidros, isso só pode ser feito com cintas têxteis (as cordas ainda podem ser usadas para amarrar lonas sobre a carga).

Além de a desobediência a essa determinação deixar o motorista e o proprietário do veículo sujeitos a multas e outras punições, também pode ser prejudicial para os próprios produtos: “Quando os vidros são amarrados com cordas no cavalete, há risco tanto de os nós se soltarem como de as cordas não suportarem o peso”, observa Sérgio Reino Júnior, professor do curso de vidraceiro do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai).

 

vp_isolamentoVisitante, mantenha distância!
Chegando à obra, o primeiro passo é isolar a área de trabalho. Cirilo Paes, técnico de Aplicação de Produtos da Glasspeças, explica que isso é importante para evitar acidentes e também para que o profissional possa utilizar suas ferramentas com segurança. “No caso de um trabalho em altura, por exemplo, a queda de uma ferramenta ou até mesmo a quebra de um vidro podem atingir quem estiver embaixo.” Portanto, analise o local, o trabalho a ser executado e os riscos oferecidos para isolar o ambiente da melhor forma.

 

 

Trabalho em equipe
Na hora de descarregar e levar o vidro de um lugar para outro, o recomendável é que pelo menos duas pessoas carreguem cada peça. O professor Sérgio, do Senai, indica outros cuidados:

– Nunca carregue as peças ou empilhe-as na horizontal (ou seja, com uma face do vidro voltada para cima e a outra, para baixo);
– Não bata (especialmente os cantos) nas paredes, móveis e outras superfícies;
– Ao apoiar a carga, coloque alguma proteção entre ela e a parede, para evitar arranhões;
– Tenha certeza de que a estrutura em que os vidros estão armazenados é capaz de suportar o peso.

EPIs: nunca saia sem eles!
Ainda é comum ver vidraceiros sem equipamentos de proteção individual (EPIs). Nem deveria ser necessário citar isso, mas eles precisam ser usados, pois é uma questão de segurança do profissional. Dependendo do trabalho, itens específicos podem ser necessários (para ações em altura, deve-se usar cinto de segurança prendendo a pessoa à estrutura da obra). Em linhas gerais, os equipamentos a seguir são indispensáveis para qualquer instalação:
– Luvas anticorte (em ambas as mãos);
– Mangotes anticorte (em ambos os braços);
– Óculos de segurança;
– Botas de segurança (com biqueira de aço);
– Capacete;
– Protetor auricular.

Cleaning Service WorkerRemoção da sujeira
Daniel Estrela de Oliveira, sócio-proprietário da Vidraçaria Global, de Águas Claras (DF), comenta que é ideal limpar os vidros antes e depois de instalá-los. No primeiro momento, para verificar se houve algum dano sofrido pela peça. No segundo, para retirar pó, fuligem e resíduos dos intercalários. Para esse trabalho, um pano macio, água e sabão neutro são a solução ideal. “A limpeza depende do tipo de vidro instalado. Por exemplo, jamais se deve usar álcool nas bordas de espelhos ou laminados”, alerta Daniel.

 

 

Cuidados adicionais
Cirilo Paes lista outros conselhos:

– Deixe a movimentação de cargas pesadas ou altas por conta de empresa especializada;
– Sempre avalie o risco de quedas para trabalhos em altura;
– Nunca faça trabalhos próximos a redes elétricas sem que o desligamento seja solicitado ao órgão responsável;
– Evite trabalhar em telhados em dias chuvosos, pois você pode escorregar e cair;
– Verifique se a luminosidade no local é suficiente;
– Não trabalhe embaixo de outra obra sendo executada.

 

Close-up, hand with a screwdriver tightens the fixing screw of the window limiter.Tudo em ordem?
“Logo após a instalação, faça o teste de manuseio dos vidros e veja se não há nada de anormal no sistema”, aconselha Thiago Boa Sorte, sócio-proprietário da vidraçaria CBS Vidros, de São Paulo. Verifique:

– Se a fixação de todos os componentes está apertada adequadamente;
– Se as ferragens ou acessórios não têm nenhuma deformação após a aplicação do vidro;
– Se as portas ou janelas estão fechando e abrindo corretamente;
– Se não houve nenhum deslocamento da posição do vidro no sistema após o término do serviço.

Vidros instalados, missão cumprida… certo?
Errado. Agora é a hora de orientar o cliente sobre como usar o sistema com segurança. “Para nós, que fazemos a instalação, o funcionamento parece simples, mas para o cliente é de extrema importância saber como se comporta cada aplicação do conjunto”, explica Boa Sorte. Tomando como exemplo uma instalação de boxe, é importante explicar que não se deve abri-lo ou fechá-lo com força e que é preciso evitar batidas nas folhas de vidro.

Também é o momento de orientar o consumidor sobre a necessidade da manutenção preventiva.

Este texto foi originalmente publicado na edição 544 (abril de 2018) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

“Do ponto de vista do negócio, era o que tinha de ser feito”

Após dez anos à frente dos negócios da União Brasileira de Vidros (UBV), Sérgio Minerbo tem apenas mais alguns meses de trabalho na empresa. Até julho, será ele o responsável por conduzir as últimas ações em relação ao encerramento das atividades da fábrica. Na sala de reuniões da planta localizada no Jardim Guanabara, extremo Sul da cidade de São Paulo, o solícito executivo recebeu Iara Bentes, editora de O Vidroplano, para explicar o que levou à decisão que pegou o setor de surpresa (leia mais clicando aqui). Ele comenta ainda sua visão em relação ao futuro do vidro impresso no Brasil e as dificuldades da indústria nacional em tempos de crise econômica.

IMG_1036A notícia surpreendeu todo o setor, principalmente pelo fato de a UBV não ter demonstrado anteriormente sinal de que poderia tomar essa decisão. Afinal, quais fatores levaram ao encerramento das atividades?
Sérgio Minerbo — Nós iniciamos a campanha desse forno em 2008, com projeto de vida útil de dez anos. Inicialmente, existia a expectativa de se fazer campanhas adicionais. A partir de 2015, quando a crise da construção civil começou a se aprofundar, percebemos que o vidro impresso estava sendo substituído por outros produtos em uma velocidade muito rápida. Então, o fim da vida útil do forno coincidiu com o mercado em crise. Se isso acontecesse em momentos diferentes, talvez a decisão tivesse sido outra. Do ponto de vista do negócio, era o que tinha de ser feito.

Não é viável reformar o forno?
Sérgio — Em 2017, traçamos cenários e um deles era realizar um reparo a quente para fazê-lo durar mais um ano, dando tempo pra analisar o mercado. O outro era drenar o forno e parar a produção. Tudo foi preparado do ponto de vista técnico e de gestão interna para esse reparo. Mas a gente olhou o volume de vendas de novembro a março e não fazia sentido rodar mais um ano e estocar vidro. Até o último momento, existia a expectativa de que pudesse mudar. No entanto, olhando o mercado externo, exportação e mercado interno, as vendas tinham de subir, no mínimo, 30%. E é um crescimento muito grande para acontecer num prazo tão curto.

Como os colaboradores ficaram sabendo?
Sérgio — O contato com o pessoal sempre foi próximo. Algumas vezes ao ano, fazíamos os “ciclos de diálogo”, em que a direção colocava-se à disposição para apresentar números como volume de venda, custos. Isso para todos terem noção de como caminhava a empresa. E a gente nunca escondeu que as vendas estavam difíceis. Mas quando você toma a decisão, não deixa de existir um espanto geral. A empresa está em condição de pagar todas as rescisões. No dia 3 [de abril], data do anúncio, estávamos com cerca de 140 colaboradores. Não sairão todos ao mesmo tempo. Ainda em abril, as áreas de produção e manutenção serão as primeiras. Ficam ainda os funcionários dos setores de logística, vendas e administração, com o objetivo de vender o estoque. Vale citar que a UBV está oferecendo um workshop para ajudar os profissionais na recolocação. São oito horas voluntárias, nas quais o funcionário vai aprender noções de gestão financeira, empreendedorismo, atualização currículo etc.

A produção parou no dia 3 de abril? Quanto vidro existe em estoque?
Sérgio — No dia 3, começou a drenagem no forno, processo que terminou alguns dias depois. Quanto aos estoques, devem durar uns sessenta dias a partir de agora [a entrevista foi gravada no dia 10]. Não estamos reservando produtos e continuamos seguindo a política comercial de sempre, sem nos aproveitarmos da situação. A resposta dos clientes tem sido positiva, inclusive nos itens exclusivos como o Quadrato.

Vocês pensaram na opção de vender a empresa?
Sérgio — A mesma percepção que nós, executivos e acionistas, temos, de que o vidro impresso encolheu no mundo, um possível comprador também teria. A venda não era viável. Hoje, tem-se um mercado no Brasil que não comporta duas usinas — e sabendo ainda que existe mais um aqui do lado, na Argentina. Não há essa concentração de players em nenhum outro lugar do mundo, exceto na China.

IMG_1101O vácuo no fornecimento de impresso será suprido em curto prazo?
Sérgio — Na capacidade produtiva, não será possível suprir. Acho que vai faltar metro quadrado no mercado. Porém, nosso concorrente, uma empresa global, pode lançar mão de importações. A vantagem de ser uma empresa independente é que se tem muito mais agilidade para tomar decisões. Quando a gente decidiu importar, fomos para a China, encontramos bons fornecedores e pronto. E a desvantagem é não ter um suporte por trás. Em qualquer dificuldade de mercado, não dá para exportar para empresas coligadas em outros mercados para se manter operando.

Qual era a participação de mercado da UBV?
Sérgio — Por capacidade de produção e importação, minha estimativa era de 55%. No vidro espesso, talvez 60%, 70%. Era um mercado em que não se sentiam os efeitos da concorrência.

Como foram os negócios da UBV na última década, ao longo da vida útil do forno?
Sérgio — Quando o inauguramos, em 2008, percebemos que o vidro de espessuras finas estaria sob concorrência muito intensa, principalmente por conta dos produtos importados. Naquele momento, decidimos que o vidro espesso seria o caminho — e praticamente criamos esse mercado no Brasil, assim como o de chapas grandes.

O espesso chegou a tomar mais de 40% de nosso volume de produção em toneladas produzidas. Isso nos permitiu trabalhar com conforto até o início da crise. Em 2008, a indústria impunha ao mercado o que ele queria. E nós trouxemos algo diferente: quem define o que quer comprar é o mercado. O consumidor queria chapas grandes. Mas como se faz isso do ponto de vista técnico? Hoje, são coisas consolidadas, só que na época foi preciso pensar. Por isso, me orgulho de dizer que, mesmo sendo empresa nacional, fomos os líderes setorde inovação no mercado de impresso. Teria sido confortável não fazer os espessos, chapas grandes, mas era necessário sair da zona conforto. A percepção de atender o mercado com excelência a UBV teve, talvez, seis anos antes das outras empresas.

Qual o futuro do impresso no Brasil e no mundo?
Sérgio — O encolhimento do mercado de vidro impresso no mundo inteiro não é novidade para ninguém. É um produto que tem sido substituído por outros materiais, sendo mais usado em revestimentos na arquitetura. Vejo grande demanda para painéis fotovoltaicos com vidros low-iron, com baixo teor de ferro, que são produzidos com tecnologia próxima à do impresso. Para isso, os países precisam saber fabricar esses painéis de modo eficiente, incluindo todos os seus componentes (eletrônicos, perfis de alumínio etc.). É uma pena que ainda não haja demanda no Brasil pra suportar uma fábrica dessas. É mais barato importar esse vidro cortado e temperado do que produzir aqui. Chegamos a fazer gestão junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para incentivar a indústria local, mas nunca conseguimos fazer esse projeto andar. A decoração é tendência forte na Europa, não no Brasil, pois a mão de obra de instalação é deficiente por aqui. Os espessos ainda têm muito espaço. E o apelo da privacidade nos boxes também é muito importante.

Este texto foi originalmente publicado na edição 544 (abril de 2018) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Trabalho muito e cadê o dinheiro?

Escrito por Rafael de Souza

Você tem um negócio e não aguenta mais o dia a dia da empresa? São muitos problemas para encarar, muito esforço despendido, pouco tempo para a família e, no final, pouco dinheiro? Não desanime, essa é a realidade da maioria dos micro e pequenos empresários do Brasil.

Para ter sucesso, é preciso encarnar três personagens:
Técnico: sabe produzir e colocar a mão na massa e tem como foco o fazer;
Administrador: tem a função de planejar, organizar e monitorar ações e resultados;
– Empreendedor: personalidade visionária que enxerga oportunidades e tem disposição para assumir maiores riscos em troca de grandes ganhos.

Na direção de uma pequena empresa, tenha sempre esses três personagens bem-desenvolvidos e funcionando de forma equilibrada. Desenvolva, principalmente, seu potencial de empreendedor para não correr o risco de focar toda a inteligência e energia apenas na operação do negócio.

Na hora de contratar
Mas não basta o empresário estar qualificado: é necessário também montar uma equipe com cuidado. É importante:

– Criar um grupo de colaboradores com conhecimentos, habilidades e atitudes complementares e essenciais ao negócio;
– Ficar atento às características comportamentais dos colaboradores — a cada ano aumenta o número de empresas que contratam pelo conhecimento técnico e demitem pelo comportamento;
– Procurar apoio de profissionais especialistas em recrutamento e seleção.

Rafael de Souza
Analista de Negócios do Sebrae-SP na regional de São José dos Campos, graduado na área de tecnologia da informação e especialista em gestão estratégica de negócios e em gestão de pessoas.

Este texto foi originalmente publicado na edição 544 (abril de 2018) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Soluções que vão além da beleza

Mais de 62 mil visitantes passaram pelos pavilhões do centro de exposições Transamerica Expo Center, em São Paulo, durante a 16ª Expo Revestir, feira internacional para a área de revestimentos e arquitetura. Realizada de 13 a 16 de março, ela contou com diversas empresas apresentando aplicações do vidro: em alguns casos, o material não chamou atenção apenas pela beleza, mas por uma série de benefícios que traz para o cliente, como privacidade, controle solar e sustentabilidade. Veja a seguir algumas dessas soluções.

 

vp_revestir-astraReflexos iluminados
A Astra lançou a linha Olimpo de espelhos (foto). Além de design sofisticado para cada modelo, o sistema de iluminação LED embutido nas peças pode ser ligado ou desligado a qualquer momento.

 

 

 

 

 

vp_revestir-atenuasomSilêncio e privacidade no mesmo produto
A aposta da Atenua Som era a Janela dos Sonhos (foto), desenvolvida em parceria com a Screenline, empresa que comercializa persianas para vidros duplos. Além do isolamento acústico, a janela tem uma persiana (acionada por controle remoto) entre as lâminas do insulado, permitindo regular a entrada de luz no ambiente e até escurecê-lo completamente, além de garantir a privacidade do usuário.

 

 

 

vp_revestir-cebraceDecoração e conforto lado a lado
A Cebrace ocupou dois estandes no evento. O primeiro, dedicado à linha Vivânce de vidros decorativos, apresentou este ano ideias para a aplicação de seus produtos na arquitetura — um dos destaques foi o uso de um vidro refletivo como parte do revestimento, com um monitor de TV atrás da peça (foto): quando desligado, o aparelho fica imperceptível, deixando o espaço mais clean e moderno. O local também era usado para o Giro de Ideias, série de bate-papos promovida pela fabricante com os arquitetos Camila Klein e Guto Requena (com a mediação de Lucila Zahran Turqueto, proprietária da plataforma de decoração Casa de Valentina) para discutir tendências de aplicações com os visitantes. Logo ao lado, o outro estande da usina deu lugar pela primeira vez na Expo Revestir à linha Habitat de vidros de controle solar (eles bloqueiam a passagem de calor e garantem conforto térmico ao ambiente). Ali, viam-se ainda os recém-lançados Habitat Refletivo Azul e Habitat Refletivo Esmeralda .

 

vp_revestir-tramontinaCozinha com elegância
O estande da Tramontina exibiu diversos cooktops com mesa de temperado. O Slim Glass Flat (foto) possui conceito minimalista com design limpo e opções de cor branca ou preta. O Penta Glass Flat tem sistema de segurança que permite a interrupção automática da liberação de gás caso os queimadores não acendam ou se apaguem.

 

 

 

 

vp_revestir-weikuVidro ou tecido?
Ao passar em frente ao estande da Weiku do Brasil, o pré-lançamento do Glass Design (foto) chamava atenção: trata-se de um vidro laminado com revestimento interno para aplicações decorativas, que se misturava perfeitamente ao tecido do sofá e das almofadas na frente de suas faces. Esse produto chega ao mercado no segundo semestre de 2018.

 

 

 

 

vp_revestir-clarisPVC amplia espaço nas esquadrias
Tendência observada na feira, o uso de esquadrias de PVC para portas e janelas de vidro, foi demonstrado pela Claris: sua linha é capaz de suportar vidros com espessura de até 18 mm e também revestimentos especiais, como o que imita madeira (foto). Outras fabricantes, como a Kömmerling, tiveram amostras de seus produtos expostas no estande da Associação Brasileira dos Fabricantes de Sistemas, Perfis e Componentes para Esquadrias de PVC (Aspec-PVC), que divulgou as vantagens do PVC, como sua alta resistência a agentes químicos e biológicos.

 

 

vp_revestir-alttoglassPara embelezar sua parede
Pastilhas de vidro e mosaicos não podiam faltar na Expo Revestir. A Alttoglass (foto) apresentou novas coleções feitas de vidro reciclado, enquanto a Porcelanosa levou o Metal Acero Anthracite 3D Cubes, revestimento composto por peças de alumínio e espelhos. A combinação de materiais também marcou presença na linha Glass Insert, da Super NGK, com mosaicos de porcelana e vidro float.

 

 

 

vp_revestir-bellinzoniPara a hora da limpeza
As empresas Bellinzoni (foto) e Pisoclean mostraram limpa-vidros para serem usados em qualquer tipo de material (exceto aqueles com revestimento de insulfilm) — eles não embaçam a superfície, garantem as fabricantes.

 

 

 

 

Este texto foi originalmente publicado na edição 544 (abril de 2018) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Vida que segue

domingosFoi com uma mistura de surpresa e choque que soubemos este mês que a União Brasileira de Vidros (UBV) está deixando o mercado vidreiro. Aos profissionais que atuam e atuaram na usina, deixo aqui minha sincera solidariedade neste momento difícil. O fim da fabricante engrossa as estatísticas das empresas que não resistiram à crise da construção civil, iniciada em 2015. Foram muitos os transformadores de vidro abatidos nesse período.

Mas, como empreendedores, temos de olhar para a frente, para o futuro, e buscar a energia necessária para seguir o caminho. E, para isso, nada melhor que marcar presença na maior feira de nosso setor no Brasil, a Glass South America, que será realizada de 9 a 12 de maio, em São Paulo.

Em sua 13ª edição, o evento conta mais uma vez com o apoio da Abravidro — e repetiremos a iniciativa Vidro em Ação, com a realização de ensaios técnicos em nosso material ao vivo durante a mostra. A Glass é uma excelente oportunidade para se atualizar, conhecer os lançamentos de produtos, conferir tendências e, claro, encontrar parceiros e fornecedores. Para nós, será também a ocasião para dar ainda mais visibilidade à campanha #TamoJuntoVidraceiro, lançada no mês passado e muito bem recebida pelo mercado.

Logo depois da feira, teremos a Copa do Mundo, o que impacta o ritmo e a produtividade do primeiro semestre. Depois, surgem as eleições, que sempre deixam um clima de incerteza no ar. Os dados econômicos dos primeiros meses de 2018 reforçam a percepção de que este ano será de recuperação, mesmo que em ritmo moderado. O importante agora é fazer a nossa parte!

José Domingos Seixas
Presidente da Abravidro
seixas@abravidro.org.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 544 (abril de 2018) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Dura realidade

O mês de abril chegou com a surpreendente notícia de encerramento das atividades da UBV, depois de 60 anos de atuação. É muito triste ver uma empresa admirada e respeitada fechar as portas. É uma história que se encerra, profissionais que perdem seus empregos. O anúncio teve grande repercussão e muitos ainda estão digerindo a novidade e tentando entender o que houve. Abrimos espaço em nossas páginas para uma entrevista com o presidente da empresa, Sérgio Minerbo, que conversou com exclusividade com O Vidroplano para contar mais sobre essa decisão e seus impactos. Confira clicando aqui.

Uma notícia como essa preocupa e entristece, mas é preciso manter o foco no trabalho e nos bons resultados. E nesse sentido, para quem ainda vê muitas oportunidades no mercado vidreiro, esta edição traz tendências para aplicação do nosso material na indústria moveleira e os principais produtos com vidro apresentados na Expo Revestir.

Também estão na pauta assuntos como o encaminhamento das discussões da norma de profissão do vidraceiro, cuidados gerais para a instalação de vidro e uma apresentação mais detalhada da cartilha desenvolvida para a campanha #TamoJuntoVidraceiro, muito bem recebida pelo mercado após seu lançamento no mês passado.

Boa leitura!

Iara Bentes
Editora de O Vidroplano

Este texto foi originalmente publicado na edição 544 (abril de 2018) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Brasil em breve na Aliança Solar Internacional

O pedido de entrada nessa coalizão foi encaminhado pela presidência da República ao Congresso Nacional no dia 26 de fevereiro, em regime de prioridade, e aguarda a apreciação do plenário. A ASI reúne 121 nações e tem o objetivo de reduzir o custo da energia solar e estimular novas tecnologias usando o Sol como recurso primário.

Este texto foi originalmente publicado na edição 544 (abril de 2018) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Vidro em foco na Turquia

O 4º Glass Performance Days (GPD) Istambul, realizado de 7 a 9 de março na capital turca, apresentou as últimas tendências globais para o vidro e novas práticas de construção com nosso material. O destaque da programação foi um estudo de caso dedicado ao novo aeroporto da cidade, em fase final de construção: ele terá uma área envidraçada de cerca de 200 mil m², com vidros low-e fornecidos pela fabricante Şişecam Flat Glass para suas fachadas e claraboias. Durante o fechamento desta edição, o GPD também foi organizado na China, no dia 17 — confira mais informações na edição de maio de O Vidroplano.

Este texto foi originalmente publicado na edição 544 (abril de 2018) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Para líderes, especificadores e instaladores

vp_sincomaviSincomavi-SP, em São Paulo
Conduzindo a equipe à produtividade
Nos dias 13 a 15 de março, o curso Liderança com Foco em Resultados contou com a especialista em recursos humanos Ana Penarotti. Sua palestra indicou aos participantes como aprimorar competências nos cargos de liderança para motivar a equipe e fazê-la alcançar o melhor desempenho na entrega de resultados. Para isso, um dos principais pontos a se trabalhar é a comunicação: segundo a especialista, muitos empresários e líderes de área ainda não sabem como passar, de forma natural, as informações para os colaboradores, bem como cobrar por resultados sem serem indelicados ou prepotentes.

 

 

vp_amvidAmvid-MG, em Belo Horizonte
Vidros e esquadrias: unidos em busca do melhor desempenho
Um público de 116 pessoas acompanhou as palestras do 1º Seminário de Vidros e Esquadrias — Soluções Específicas para Edificações: Inovação, Especificação e Desempenho. Realizado no dia 20, o evento teve foco na eficiência energética e na importância da especificação correta das esquadrias.

Clélia Bassetto, analista de Normalização da Abravidro, fez duas apresentações. Na primeira, abordou as características e benefícios dos vidros especiais (como os refletivos, resistentes ao fogo, fotovoltaicos, blindados e multilaminados, entre outros). Na segunda, comentou as principais normas para as aplicações do nosso material, com destaque para a NBR 7199 — Vidros na construção civil — Projeto, execução e aplicações.

 

 

vp_asceviAscevi-SC, em Chapecó (SC)
Vidros nas sacadas, só dentro da norma!
Chapecó recebeu o curso Envidraçamento de Sacadas nos dias 22 e 23 de março. Marco Magalhães, diretor-comercial da empresa Soluções Sacadas e responsável pelo treinamento, pautou todo o seu conteúdo nas determinações da norma NBR 16259 — Sistemas de envidraçamento de sacadas – Requisitos e métodos de ensaio. Para ele, o cumprimento das recomendações do texto traz benefícios não só para o vidraceiro ou consumidor, mas para o mercado como um todo.

 

 

 

vp_sindividrosrsSindividros-RS, em Porto Alegre
Qualidade para quem está começando
De olho na qualificação dos profissionais que estão entrando no mercado, o sindicato gaúcho promoveu o curso Fundamentos para Vidraceiros Iniciantes. Ministradas nos dias 23 e 24, por Gabriel Batista, diretor do Grupo Setor Vidreiro, as aulas levaram conteúdos valiosos para quem está começando na área. Na prática, mostrou-se como se identifica um temperado e também como se apresenta cada tipo de vidro quando quebrado.

 

 

Este texto foi originalmente publicado na edição 544 (abril de 2018) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Chega de remar contra a maré!

O módulo de Planejamento, Programação, Controle da Produção e Estoques (PPCPE), um dos treinamentos da Especialização Técnica Abravidro, formou mais uma turma – a primeira de 2018 — nos dias 22 e 23 de março. Alunos do Distrito Federal, Goiás, Minas Gerais, Paraná e São Paulo acompanharam as aulas ministradas por Cláudio Lúcio da Silva, instrutor técnico da entidade, reconhecido nacionalmente como um dos maiores especialistas do Brasil na área de transformação de vidros.

Mudança cultural
As metodologias usadas nos processos precisam sempre ser atualizadas. Modificar a cultura de trabalho, deixando velhos hábitos nocivos para trás, é fundamental para a evolução dos negócios, pois reduz retrabalho, quebras e perda de matéria-prima. “Normalmente, existe um período para todos os colaboradores se adaptar às mudanças. Mas, com o apoio das lideranças da empresa, esse tempo de aprendizado é reduzido”, comenta Cláudio Lúcio, reforçando a importância de que esse movimento precisa partir dos gestores do negócio.

Assim como as processadoras precisam se renovar, o conteúdo do curso também passa por reformulações, sendo atualizado de acordo com as necessidades do mercado. “Oferecemos ferramentas para que o processador possa chegar à empresa, na segunda-feira seguinte ao treinamento, e aplicar os conhecimentos imediatamente”, explica o instrutor.

Os números do PPCPE
– O módulo foi criado em 2016 e já teve 11 turmas
203 alunos participaram, representando 120 empresas de 16 Estados
6 cidades receberam o treinamento (Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Florianópolis, Porto Alegre e São Paulo)

O que é?
Único curso de PCP focado especificamente nas necessidades dos beneficiadores do vidro. Seu conteúdo ajuda a preparar o planejamento estratégico completo e repensar a estrutura da empresa em pontos como a esquematização do atendimento, produção, estoque e logística.

Próxima turma está com inscrições abertas!
Anote em sua agenda: o próximo treinamento do PPCPE será em
23 E 24 DE AGOSTO
Local: sede da Abravidro

Tem interesse em qualificar o processo de produção de sua empresa? Entre em contato agora pelo telefone (11) 3873-9908 ou abravidro@abravidro.org.br. As vagas são limitadas!

Quem pode fazer o curso?
– Diretores e gerentes das processadoras;
– Gestores do sistema de atendimento dos pedidos dos clientes;
– Operadores do setor de planejamento e controle de produção (plano de corte);
– Profissionais ligados às áreas de vendas, logística e produção;
– Programadores, analistas e técnicos especializados.

Este texto foi originalmente publicado na edição 544 (abril de 2018) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Como avaliar o desempenho térmico de uma esquadria?

Esclarecer essa dúvida foi o objetivo do 3º treinamento Desempenho Térmico de Esquadrias. Realizado nos dias 3 e 4 de abril, na sede da Associação Técnica Brasileira das Indústrias Automáticas de Vidro (Abividro), ele contou com o apoio da Abravidro. Fernando Westphal, professor do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), foi o responsável pelas aulas. Seu tema: a importância da avaliação de desempenho térmico das esquadrias, como determina a norma NBR 10821 — Esquadrias para edificações. Ele também apresentou as funcionalidades dos softwares gratuitos Optics, Therm e Window, os quais podem ser utilizados para a simulação de todo o conjunto formado pela esquadria e pelo vidro. A analista de Normalização da Abravidro, Clélia Bassetto, esteve entre os participantes do treinamento.

Este texto foi originalmente publicado na edição 544 (abril de 2018) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

O Encontro Sul-Brasileiro de Vidreiros vem aí

Em sua 9ª edição e atendendo agora pelo nome Summer Glass — Encontro Sul-Brasileiro de Vidreiros, o evento está agendado para os dias 22 a 25 de novembro, no Águas de Palmas Resort (foto), em Governador Celso Ramos (SC), a cerca de 43 km de Florianópolis. Sua organização ficará por conta da Ascevi, em parceria com a Adivipar e Sindividros-RS, e todos os empresários e profissionais do setor vidreiro estão convidados para participar. O simpósio reunirá momentos de lazer, networking e confraternização. Informações sobre valores e como se inscrever podem ser obtidas pelo e-mail contato@ascevi.com.br.

Este texto foi originalmente publicado na edição 544 (abril de 2018) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Portas de vidro europeias para refrigeradores chegam ao Brasil

Durante a feira Apas Show 2018, voltada para o segmento de supermercados, que será realizada em São Paulo no mês de maio, a Schott lançará o Termofrost Smart Access, porta de vidro inédita no mercado nacional. O produto conta com controle de sensor que abre as portas de correr automaticamente e sem barulho assim que a mão do comprador se aproxima do refrigerador. No evento, os visitantes poderão ver também o sistema Termofrost Smart Look (foto), já presente em nosso País.

Este texto foi originalmente publicado na edição 544 (abril de 2018) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Novos parceiros se unem à obra do muro de vidro da USP

A construção de 2,2 km de extensão — mencionada nas edições de agosto de 2017 e fevereiro deste ano de O Vidroplano — ganhou a participação de novas empresas, algumas delas relacionadas ao nosso setor. Além de contar com a presença de Ci&Lab (responsável pelo projeto e laudo dos painéis de vidro), Guardian (fabricante das chapas) e Tempermax (processadora), a obra agora conta com a mão de obra da Penha Vidros na instalação dos vidros; esquadrias das empresas Alumitre, Companhia Brasileira de Alumínio (CBA), Cosbiem, Luxalum e PWJ (representadas pela Afeal); silicones da Dowsil; e vedações da SealWay. Ao todo, 52 companhias participam do projeto. No começo de abril, parte do muro foi inaugurada, removendo-se a obra anterior de alvenaria. O projeto finalizado tem previsão de entrega para 5 de maio.

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A Glass South America está chegando!

Faltam poucos dias para a maior feira do setor vidreiro na América Latina — será realizada de 9 a 12 de maio no centro de eventos São Paulo Expo, na capital paulista. O espaço Vidro em Ação, que chamou a atenção dos visitantes em 2016 com as demonstrações de ensaios feitos para a certificação do nosso material, será organizado novamente pela Abravidro este ano, e com novidades: além de testes de impacto para classificação de segurança em vidro temperado e laminado e de fragmentação do vidro temperado, haverá também ensaios de choque térmico no vidro temperado, de resistência a impacto para guarda-corpos, e de quebra de vidros temperados, laminados e aramados. O Vidro em Ação poderá ser visitado no espaço 50 (entre as ruas G e I). Outra grande atração será o estande da Abravidro: a associação estará no Nº 60 (entre as ruas F e G) e levará muitas informações sobre suas campanhas.

Para mais informações, leia nossa reportagem completa sobre o evento na edição de março de O Vidroplano — e não deixe de participar da Glass!

Este texto foi originalmente publicado na edição 544 (abril de 2018) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Glassparts traz novidade para colagem UV

O lançamento da empresa é o adesivo UV Ultraglass, para colar vidro com vidro — ou com outros materiais. O produto se destaca por ser livre de solventes e, de acordo com a empresa, apresenta alta transparência e resistência. Permite ainda ajustes nas peças a serem coladas antes de elas serem expostas às lâmpadas ultravioleta, tornando o processo mais econômico. Ainda segundo a fabricante, o resíduo de cola excedente continua líquido, facilitando sua limpeza nas juntas.

Este texto foi originalmente publicado na edição 544 (abril de 2018) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Grupo Saint-Gobain premia projetos arquitetônicos sustentáveis

vp_saint-gobain1No dia 15 de março, a multinacional anunciou, em São Paulo, os vencedores do 5º Prêmio Saint-Gobain de Arquitetura — Habitat Sustentável, ação apoiada pela Abravidro. A premiação tem o objetivo de prestigiar projetos, concluídos ou em desenvolvimento, que proponham soluções de conforto para os usuários e sustentabilidade, visando à preservação do meio ambiente. Ao todo, escolhidas por uma comissão técnica formada por profissionais das empresas do Grupo Saint-Gobain, 25 obras (divididas entre as categorias Profissional e Estudante) foram laureadas. Na categoria Profissional (edificação comercial), a obra vencedora foi a Nasp (foto 1), na capital paulista, projetada pelo escritório Dal Pian Arquitetos: a edificação, cuja fachada traz brises (quebra-sóis) de temperados laminados de 20 mm com serigrafia quadriculada, foi mostrada na edição de maio de 2017 de O Vidroplano. A categoria Estudante teve como 1º colocado O urbanismo sustentável: do plano ao edifício, de Gabriela Bastos Porsani (aluna da Universidade Presbiteriana Mackenzie) — o projeto considerou o uso de vidros como fechamento em todos os andares de um parque linear para permitir a entrada de luz natural no espaço interno, além de apresentar painéis fotovoltaicos nos telhados para ajudar na redução de gastos com eletricidade.

vp_saint-gobain2Workshop cria casas em menos de 24 horas
Também em março, nos dias 17 e 18, a Saint-Gobain Glass foi apoiadora da edição São Paulo do Archathon, maior workshop de arquitetura e design das Américas. As equipes que participaram do evento tiveram o desafio de criar em menos de 24 horas o projeto de uma casa com os produtos das empresas parceiras da atividade, incluindo os vidros texturizados da SGG, além de contar com a ajuda de arquitetos renomados. O projeto vencedor (foto 2), com aplicação de vidro aramado na cor bronze, foi do escritório AYÁ, das arquitetas paulistanas Gabriela Verzaro, Lara Mauad e Lis Figueiredo Martins.

 

 

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Reuniões a todo vapor!

Os trabalhos do Comitê Brasileiro de Vidros Planos (ABNT/CB-37) na administração do Projeto 099:004.004-001 — Qualificação profissional do vidraceiro já alcançaram diversos resultados positivos. Nas últimas reuniões, foram definidas questões essenciais para a futura norma: elas determinarão os requisitos básicos necessários para a profissão.

Presença de todo o País
Segundo Cirilo Paes, coordenador da comissão de estudos dessa norma, a participação dos vidraceiros tem superado a expectativa dos envolvidos. “Isso nos enche de orgulho, pois vemos que estão realmente querendo uma mudança para melhor no setor”, comenta, reforçando a importância da transmissão dos encontros pela Internet para quem não está em São Paulo, já que as reuniões são realizadas na sede da Abravidro.

As competências do vidraceiro
Foram definidos quatro perfis de atuação do profissional:

Vidraceiro consultor de vendas
Responsável pelo primeiro contato com o cliente final, sua função é levantar as necessidades do consumidor.

Vidraceiro especificador
Responsável por especificar o vidro correto a ser utilizado conforme as normas vigentes, ele deve elaborar desenhos simples de projetos (incluindo os tipos de recorte, espessura e cor do vidro, por exemplo), fazer a medição final da obra e formalizar os pedidos para as fábricas.

Vidraceiro transportador
Responsável pelo cuidado no transporte dos vidros e demais materiais para a obra, tem a função de acomodar as cargas nos veículos, segundo as normas e resoluções vigentes, além de dirigi-los.

Vidraceiro instalador
Responsável por cumprir todos os requisitos das normas técnicas dos produtos durante a instalação.

Mais trabalho
Após a definição dessas competências, agora serão debatidos os conhecimentos necessários para cada uma delas. “Esse é um momento de bastante trabalho, pois o profissional vidraceiro é muito diversificado, já que ele precisa saber os detalhes de toda a cadeia produtiva para aplicar corretamente cada produto”, afirma Paes.

Participe das reuniões!
Para participar in loco, basta enviar um e-mail para cb37@abnt.org.br confirmando a presença. Não está em São Paulo? Não tem problema! Profissionais de qualquer lugar do Brasil podem tomar parte em tempo real pela Internet. Para isso, siga estes passos:

– Envie e-mail para cb37@abnt.org.br dizendo que tem interesse em participar das reuniões;
– Aguarde o envio a você do link para acesso à ferramenta;
– Tendo o link, faça o download da ferramenta e pronto!

IMPORTANTE
Certifique-se de que seu computador tenha:
– Câmara
– Microfone
– Caixas de som
– Internet de banda larga de qualidade

DATAS DAS PRÓXIMAS REUNIÕES
– 23 de maio
– 20 de junho
– 15 de agosto
– 26 de setembro
– 17 de outubro
– 21 de novembro

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Sempre dentro das normas!

Você certamente já ouviu a expressão “o barato sai caro”, certo? Infelizmente, ela ainda é comum nas instalações de vidros: muitas pessoas não conhecem o tipo certo de vidro para cada aplicação e, por isso, fecham negócios com um profissional que oferece preços mais baixos por não seguir as determinações das normas técnicas, colocando vidros comuns em boxes de banheiro, temperados em guarda-corpos, e por aí vai.

É claro que essas instalações incorretas acabam resultando em prejuízos financeiros e acidentes muitas vezes graves. A pior parte dessa situação é que o vidro como um material se torna malvisto, passando a ser considerado perigoso para as obras.

A campanha #TamoJuntoVidraceiro, lançada em março pela Abravidro, tem como um de seus principais objetivos facilitar o acesso ao conteúdo das normas técnicas vidreiras. Um material bastante valioso dessa iniciativa é a cartilha Aplicação do vidro na construção civil, útil tanto para os vidraceiros como para os consumidores.

Conteúdo para o dia a dia
A cartilha apresenta dados sobre os principais tipos de vidro e em quais aplicações cada um deles pode ser usado. Para isso, mostra as determinações da NBR 7199 — Vidros na construção civil – Projeto, execução e aplicações, principal norma do setor.

Os primeiros vidros apresentados são os de segurança, definidos pela ABNT como aqueles “cujo processo de fabricação reduz o risco de ferimentos em caso de quebra”. São três tipos:

– Temperado
– Laminado
– Aramado

E se prepare: para conhecer mais sobre eles, não deixe de ler a reportagem que estamos preparando para a edição de maio de O Vidroplano!

Glass stairway in a modern office buildingAtestado de qualidade para o bom profissional
Voltando à expressão “o barato sai caro”, esse tipo de caso seria bem mais difícil de acontecer se o cliente tivesse conhecimento de que apenas certos tipos de vidro podem ser usados para a instalação pretendida, não concorda? Com a cartilha, isso é possível: o vidraceiro pode, e deve, tê-la presente no ambiente de trabalho, usando-a como material de apoio para convencer o consumidor a aplicar o material da forma correta. Aproveite, vidraceiro!

“O consumidor vai entender as explicações da cartilha?”
Sem dúvidas! Esse material foi pensado para chegar a todas as pessoas, inclusive àquelas que não conhecem o vidro a fundo. Por isso, a cartilha é curta e conta com explicações didáticas.

Por dentro da Aplicação do vidro na construção civil
Eu preciso pagar para ler ou imprimir essa publicação?
Não! Você pode fazer o download gratuito da cartilha, assim como dos outros materiais do #TamoJuntoVidraceiro, na página da campanha em www.abravidro.org.br/tamojuntovidraceiro

– Ela traz mais algum conteúdo, além dos tipos de vidro e suas aplicações?
Sim, você pode conferir os critérios levados em conta para especificar a espessura do vidro, as formas para adquirir normas técnicas e o que o Código de proteção e defesa do consumidor determina sobre o cumprimento delas.

– Com quem eu posso falar para saber mais sobre as normas para vidros?
É só procurar o ABNT/CB37 – Comitê Brasileiro de Vidros Planos:
Telefone: (11) 3873-9908
E-mail: cb37@abnt.org.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 544 (abril de 2018) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.