Levando o vidro para a sala de aula

Apresentar o vidro a alunos e pesquisadores nas universidades e integrá-los ao debate sobre ele são ações essenciais para a Abravidro. Por isso, sua analista de Normalização, Clélia Bassetto, participou, em agosto, de dois eventos no Estado de São Paulo.

O modo correto de se trabalhar
A primeira dessas atividades foi o 2º Workshop Universidade-Indústria em Materiais Vítreos. Realizado no dia 30 de agosto, na Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo (EESC-USP), e organizado pelo Centro de Pesquisa, Desenvolvimento e Educação em Materiais Vítreos (Certev) e Comissão de Vidros da Associação Brasileira de Cerâmicas (Abceram), o evento mostrou em palestras o prejuízo que as empresas vidreiras sofrem com a ignorância em relação a suas tecnologias e seus processos industriais.

A apresentação de Clélia focou especialmente na norma NBR 7199 — Vidros na construção civil – Projeto, execução e aplicações, destacando o custo que o desconhecimento representa para as empresas e para toda a sociedade quando o vidro é usado de forma errada.

vp_universidade2Vidro em detalhes
No curso de extensão Arquitetura e Construção: Materiais, Produtos e Aplicações, da Universidade Presbiteriana Mackenzie, realizado de 25 a 31 de agosto, Clélia foi responsável pela introdução do módulo sobre vidros.

Realizado há quatro anos, esse curso é fruto da parceria da Mackenzie com a Abravidro, Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP), Associação Brasileira do Alumínio (Abal), Associação Brasileira da Construção Metálica (Abcem) e Instituto do PVC. As aulas do módulo de vidro foram ministradas por Danila Ferrari (foto ao lado), consultora técnica da Cebrace.

Fale com eles!
Abceram — abceram.org.br
Certev — www.certev.ufscar.br
EESC-USP — www.eesc.usp.br
Mackenzie — portal.mackenzie.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 537 (setembro de 2017) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Novos parâmetros para vidros resistentes ao fogo

Um dos trabalhos que a comissão de estudos coordenada pelo Comitê Brasileiro de Segurança Contra Incêndio (ABNT/CB-024) está realizando tem influência direta no setor vidreiro: revisar a NBR 14925 — Unidades envidraçadas resistentes ao fogo para uso em edificações para que a norma seja atualizada de acordo com os conceitos internacionais. Em função disso, o ABNT/CB-37, comitê sediado na Abravidro, renovou a parceria com o CB-024 na elaboração do projeto, pois já havia participado da primeira versão da norma, em 2003.

A revisão está sendo baseada em duas normas europeias, a EN 357 — Glass in building – Fire resistant glazed elements with transparent or translucent glass products – Classification of fire resistance (Vidro em edificações — Resistência ao fogo de elementos envidraçados com produtos de vidro transparentes ou translúcidos) e a EN 13501 — Classement au feu des produits de construction et éléments de bâtiment. Partie 2: classement à partir des données d’essais de résistance au feu à l’exclusion des produits utilisés dans les systèmes de ventilation (Classificação ao fogo de produtos de construção e elementos de edificações. Parte 2: classificação usando dados de testes de resistência ao fogo, excluindo serviços de ventilação).

Ampliando as classificações
O novo texto está sendo produzido e será discutido na reunião plenária em breve por toda a comissão antes do envio à ABNT para início do processo de consulta nacional. Segundo Clélia Bassetto, analista de Normalização da Abravidro, “a principal alteração do documento é a introdução de parâmetros de avaliação do vidro, como estanqueidade, isolamento, redução da radiação térmica e integridade mecânica, que serão apresentados por meio de tabelas com a classificação em relação ao tempo de resistência”.

Dessa forma, ampliou-se bastante a avaliação dos elementos construtivos em relação ao seu desempenho, pois, atualmente, a classificação é feita apenas levando em conta a resistência ao fogo.

Parte de um sistema
Mas, por que usar o termo “elemento construtivo” ao invés de apenas “vidro”? “Um conjunto envidraçado resistente ao fogo, seja uma porta, divisória ou janela, deve sempre ser avaliado como um todo, nunca de forma isolada — e isso inclui todos os componentes do sistema, como esquadria e vedações”, explica Clélia. Portanto, o laudo de ensaio de resistência a ser exigido em função da especificação é do sistema e não apenas do vidro.

Fale com eles!
Abravidro — Tel. (11) 3873-9908 e cb37@abnt.org.br
ABNT — www.abnt.org.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 537 (setembro de 2017) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Da administração à instalação

Os eventos para o setor vidreiro no mês de agosto tiveram uma abrangência bastante ampla de temas: de vendas (exclusivamente para vidraçarias) e definição de preços à instalação de fachadas do tipo pele de vidro. Houve também espaço para os empresários discutirem a atual situação do mercado e se prepararem para as mudanças trazidas pela reforma trabalhista.

 

vp_sindividros-rsSindividros-RS, em Porto Alegre
Para fachadas envidraçadas com trabalho certificado!
O curso Pele de Vidro foi realizado nos dias 11 e 12 de agosto como parte do projeto Qualividros — Qualificar para transformar. O treinamento tocou em tópicos como o corte de perfis, montagem de estrutura e colagem dos vidros (tanto com fita como com silicone estruturais). As aulas foram organizadas em parceria com a Alclean, empresa que cedeu certificado para todos os alunos poderem realizar a instalação de seu Sistema Glazing para pequenas obras de envidraçamento de fachadas. O patrocínio foi da AGC, Cebrace, Guardian (que também sorteou brindes), Saint-Gobain Glass, União Brasileira de Vidros (UBV) e Vivix.

 

vp_ascevi-scAscevi, em Joinville
Desenvolvendo a criatividade antes do almoço
No dia 19, Joinville recebeu o Qualifique e Sirva-se Norte. O treinamento, com 180 participantes, teve como destaque a palestra Aumente suas vendas com criatividade, ministrada por José Renato da Silva, consultor do Sebrae de Santa Catarina. As usinas AGC, Cebrace, Guardian, Saint-Gobain Glass, UBV e Vivix e a distribuidora Real Vidros patrocinaram o evento. O apoio ficou por conta da Diamanfer, ECG Sistemas, Mauriglass, Primos Têmpera, Rohden Vidros e Solução Sacadas, além da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc) e Sebrae.

 

vp_amvid-mgAmvid, em Belo Horizonte
Integração do setor em foco
O 2º Encontro Setorial Amvid, no dia 21, buscou levar conhecimento aos empresários de toda a cadeia vidreira mineira e estimular o relacionamento entre eles. O evento foi realizado em conjunto com o Sindicato das Indústrias de Beneficiamento e Transformação de Vidros e Cristais Planos do Estado de Minas Gerais (Sinvidro-MG) e Sindicato do Comércio Atacadista e Varejista de Cristais Planos do Estado de Minas Gerais (Vidrosind-MG). Os participantes puderam debater sobre a situação do mercado no início do segundo semestre de 2017, além de acompanhar a palestra Reforma trabalhista — Os pontos mais impactantes da nova lei, ministrada pela advogada Luciana Charbel.

 

vp_sincomavi-spSincomavi, em São Paulo
Capacitação em vendas pensada para o vidro
De 21 a 24, organizou-se o curso Gestão Estratégica de Preços: Produtos e Serviços (foto), desenvolvido especialmente para vidraçarias. As aulas, que indicaram como definir preços competitivos para produtos e serviços, ficaram a cargo de Gabriel Batista, diretor do Grupo Setor Vidreiro e membro do Comitê Brasileiro de Qualificação Profissional, e de Cirilo Paes, que atua no mercado de vidros e esquadrias de alumínio há quase vinte anos. Antes, no dia 17, o sindicato também promoveu a palestra Risco de crédito: análise e avaliação.

 

Fale com eles!
Amvid-MG — www.amvid.org.br
Ascevi-SC — www.ascevi.com.br
Sincomavi-SP — www.sincomavi.org.br
Sindividros-RS — www.sindividrosrs.com.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 537 (setembro de 2017) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

 

Acontece

Em agosto, a arquitetura verde se reuniu na Greenbuilding Brasil Conferência Internacional e Expo 2017, feira de sustentabilidade na construção civil. A Eastman representou o vidro, levando a linha de filmes refletivos Llumar que ajudam a barrar o calor e os raios UV.

As duas maiores associações vidreiras dos Estados Unidos, a National Glass Association (NGA) e Glass Association of North America (Gana), vão se unificar. A previsão é de que isso aconteça até o fim deste ano ou no início de 2018. Boa sorte aos amigos norte-americanos!

Por falar em entidades, o Sinbevidros-SP publicou a edição 2017 da Pesquisa de cargos e salários. O estudo serve como base para a adoção de uma política de salários equilibrada. Para adquiri-lo, entre em contato pelo telefone (11) 2476-7021 ou dalva@sinbevidros.com.br.

Este texto foi originalmente publicado na edição 537 (setembro de 2017) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Abividro e Abravidro promovem curso sobre desempenho térmico de esquadrias

O treinamento Desempenho Térmico de Esquadrias, organizado pela Associação Técnica Brasileira das Indústrias Automáticas de Vidro (Abividro) em parceria com a Abravidro, foi ministrado por Fernando Simon Westphal, professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Realizado no dia 16 de agosto, o curso teve como objetivo orientar os fabricantes desses produtos em relação à sua avaliação, como determina a norma NBR 10821 — Esquadrias para edificações.

Para avaliar o desempenho térmico, Westphal apresentou os programas Optics (para verificação das propriedades dos vidros), Therm (que permite identificar a condutividade térmica das esquadrias, de acordo com sua composição) e Window (para a avaliação de todo o conjunto do sistema).

Os três programas são gratuitos e podem ser baixados pela Internet. “Um evento como esse é um passo muito importante para se colocar em prática as novas determinações da NBR 10821 revisada este ano”, afirma Westphal. Silvio Bueno de Carvalho e Clélia Bassetto — respectivamente, gerente técnico e analista de Normalização da Abravidro —, participaram do curso. Para mais informações sobre as próximas turmas acesse: bit.ly/2uHhhkW

Este texto foi originalmente publicado na edição 537 (setembro de 2017) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

5º Prêmio Saint-Gobain de Arquitetura abre inscrições

Voltado para arquitetos e estudantes, o Prêmio Saint-Gobain chega à sua 5ª edição. Apoiada pela Abravidro, a premiação está com suas inscrições abertas até 2 de novembro, pela Internet. As obras podem ser cadastradas em duas categorias (Profissional ou Estudante), com uma novidade: a participação de edificações concluídas ao longo dos cinco anos de realização do evento. “Nesse tempo, já premiamos mais de 150 projetos, o que comprova a importância da iniciativa para o estímulo à arquitetura nacional”, comenta Thierry Fournier, presidente da Saint-Gobain para o Brasil, Argentina e Chile. Os vencedores serão anunciados em março de 2018, durante a feira Expo Revestir, em São Paulo.

Mais informações: www.premiosaintgobain.com.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 537 (setembro de 2017) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Usinas vidreiras apostam em redes sociais para se aproximar dos clientes

mundodovidro-internet_agcA AGC acaba de lançar no YouTube o canal Clube do Vidro AGC (foto ao lado). O objetivo é compartilhar informações variadas sobre seus produtos por meio de vídeos publicados quinzenalmente, incluindo dicas técnicas e de instalação do material, sugestões de aplicação e entrevistas com especialistas. De acordo com a empresa, também serão realizados sorteios e promoções para os inscritos.

 

 

 

mundodovidro-internet_guardianEm tempo real no Facebook
A Guardian preferiu investir em outra rede social, dando início a uma série de lives (transmissões de vídeos ao vivo) em sua fanpage no Facebook para a divulgação de informações técnicas. A iniciativa é desenvolvida com a Ci&Lab, Grupo Setor Vidreiro e outros parceiros. Já foram realizadas duas ações desse tipo. Uma delas contou com a participação do arquiteto Olegário de Sá (foto ao lado), enquanto a outra apresentou os detalhes da norma NBR 15575 — Edificações habitacionais – Desempenho. O conteúdo das apresentações está disponível nos canais da Guardian no Instagram (bit.ly/2x86hBA) e YouTube (bit.ly/2fbbGBT). De acordo com a fabricante, novidades como essa serão realizadas toda semana.

Mais informações: bit.ly/2xZfEkq (Canal do Vidro AGC) e bit.ly/2x10PQQ (fanpage da Guardian)

Este texto foi originalmente publicado na edição 537 (setembro de 2017) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Palavra do leitor

Envidraçamento de sacadas

Gostaria de receber o resumo da norma técnica ABNT NBR 16259 — Sistemas de envidraçamento de sacadas — Requisitos e métodos de ensaio para fornecer a um condomínio em que estamos realizando o envidraçamento de sacadas.
José Carlos de Oliveira
Opção Vidros
São Bernardo do Campo, SP

A revista O Vidroplano, na edição de fevereiro de 2014, publicou uma reportagem bem-detalhada sobre o que determina a NBR 16259. Vale a pena ler e compartilhar com o condomínio. Você pode acessá-la no seguinte link: www.magtab.com/leitor/136/edicao/7796. De qualquer forma, conforme o item 5.1 da norma, fica estabelecido que, se o sistema utilizar painéis de vidro, este deve ser laminado, de acordo com a ABNT NBR 14697 ou temperado, seguindo a ABNT NBR 14698.
Clélia Bassetto
Analista de Normalização da Abravidro
(11) 3873-9908

Este texto foi originalmente publicado na edição 537 (setembro de 2017) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Aprendendo dia a dia

Tendo pouco mais de cinco meses de atuação no mercado vidreiro, cada dia de trabalho representa para mim mais informação e conhecimento. Em setembro, tive a oportunidade de visitar uma fábrica e acompanhar pela primeira vez o processo de fabricação de float e espelhos. Sempre gostei de conhecer usinas e acompanhar, in loco, o processo produtivo de qualquer indústria, mas confesso que desde que entrei na Abravidro tinha enorme curiosidade em ver como é feito o vidro! Foi muito interessante conferir pessoalmente cada uma das etapas sobre as quais já havia lido ou ouvido relatos. Achei fascinante, em especial por ser um processo em que nada se perde, com reaproveitamento total. Em tempos de preocupação com a sustentabilidade, é reconfortante saber que a geração de resíduos não é problema na nossa indústria.

Enquanto trabalhávamos nesta edição que você lê agora, a curiosidade voltou a bater forte. A matéria de capa, sobre os vidros com coating, despertou uma enorme vontade de ver de perto a produção desse material cujos benefícios e possíveis usos estão descritos na nossa reportagem de capa. Acho que em breve vou pisar o chão de fábrica novamente!

E como pessoa que adora aprender, fico feliz em ver a receptividade e interesse de estudantes e empresários em palestras sobre normas realizadas pela Abravidro em eventos recentes. Uma delas, em encontro sobre “o custo da ignorância”, abordou o impacto que o desconhecimento pode ter numa obra. Ótima maneira de abrir os olhos para detalhes que por vezes passam batidos, mesmo para profissionais com muito tempo de mercado.

Boa leitura!

Iara Bentes
Editora de O Vidroplano

Este texto foi originalmente publicado na edição 537 (setembro de 2017) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Em busca do projeto perfeito

Nesta seção, são apresentadas, mês a mês, informações e dicas para ajudar os vidraceiros na instalação correta do nosso material. Mas, muitas vezes, o problema já começa bem antes. Quando falhas são cometidas na elaboração dos projetos e no envio dos pedidos para as processadoras, todo o trabalho acaba comprometido, impedindo que o consumidor possa fazer uso da instalação até que tudo seja resolvido e comprometendo a credibilidade dos profissionais envolvidos nela.

Conheça aqui os erros mais frequentes nessa tarefa, o que fazer para evitá-los e as consequências que trazem para as construções.

As raízes do problema
Segundo Gabriel Batista, diretor do Grupo Setor Vidreiro, há quatro causas frequentes para os problemas nos projetos e pedidos:

1. Desconhecimento: sobre folgas, transpasses, ferragens e as próprias limitações tanto de produção do beneficiador como do material;
2. Pressa: a correria do dia a dia pode levar à falta de atenção na hora de fazer os pedidos;
3. Esquecimento: na hora de planejar o vidro, alguma informação pode ser ignorada, como uma medida ou um detalhe do recorte da peça;
4. Medição malfeita: quando o vidraceiro não tem os dados e dimensões corretos, o projeto enviado à processadora terá falhas.

A capacitação de pessoal e a diferenciação de serviços são formas de acabar com esses enganos. “É comum vermos reclamações do mercado, mas, ao mesmo tempo, as empresas não se preocupam em oferecer produtos e serviços de valor agregado para diferenciar sua marca”, considera Lucas Bremm, diretor-comercial da processadora Mary Art. Ministrador da palestra Como evitar erros e devolução de pedidos em eventos vidreiros pelo Brasil, Lucas acredita que esse cenário pode começar a mudar quando os profissionais do setor se conscientizarem da necessidade de uma postura mais qualificada.

É importante, porém, que os beneficiadores também aprendam a identificar erros para, assim, melhorar sua comunicação e relação com os vidraceiros.

Quais são os erros mais comuns?
Clareza e dados precisos são fundamentais na hora de encaminhar um pedido para o fornecedor. Alguns problemas são recorrentes — e o impacto deles sobre o produto a ser recebido, também:

 

vidraçaria-incompletoErro: falta de informações
“Muitos pedidos vêm sem informações sobre o código das ferragens, especificação de cor e espessura, ou sem indicar as cotas que serão usadas nas furações e recortes dos projetos”, aponta Graziele Silva, gerente-comercial da beneficiadora Clarity Glass. A imagem ao lado é um exemplo de pedido sem todos os dados necessários. No caso, a única especificação é a do vão onde a instalação será feita.
Consequência: Cláudio Lúcio da Silva, instrutor-técnico da Abravidro, explica que esse problema causa demoras nos processos administrativos da processadora. “Com isso, o prazo médio de entregas é alongado desnecessariamente, comprometendo a satisfação do cliente do vidraceiro, que vê sua obra parada”, observa.
Dica para evitá-lo: verifique se todas as informações necessárias para o pedido foram colocadas nele. “Essa conferência pode ser feita usando uma planilha, marcando cada item checado para evitar que algo passe despercebido”, aconselha Lucas Justo, responsável pelo setor de Projetos da Vidroforte.

 

vidraçaria-mediçãoErro: dados incorretos nas dimensões do vidro, listagem de ferragens desnecessárias ou códigos inadequados
“A falta de adequação dos limites para produção do material é comum, constantemente resultando em desperdício e retrabalho”, observa Rebeca Andrade, especialista de Especificação Técnica da beneficiadora PKO do Brasil.
Consequência: será necessário pedir (e pagar) uma nova peça para substituir a primeira. “Muitas vezes, o consumidor também acaba cancelando a compra com o vidraceiro por conta desses problemas”, avisa Leandro Gonçalves, gerente técnico da Divinal Vidros.
Dica para evitá-lo: antes mesmo de começar o pedido, dedique toda a atenção necessária às medições na obra (como na foto ao lado). Vinicius Silveira, sócio-diretor da Primo Vidros, sugere o uso de uma checklist para não deixar passar nenhum detalhe.

 

vidraçaria-clarezaErro: as informações estão todas lá, mas o pedido é incompreensível
Para Lucas Bremm, da Mary Art, isso pode acontecer de várias formas, como desenhos mal-elaborados, muitas imagens e informações “espremidas” em uma única folha, falta de padronização nas medidas (como uma dimensão indicada em metros e outra em milímetros), entre outras.
Consequência: isso pode confundir o processador e levá-lo ao erro no vidro a ser fornecido. Para que ele seja corrigido, todas as partes envolvidas — processador, vidraceiro e cliente final — sofrem com retrabalhos e atrasos.
Dica para evitá-lo: garanta que o pedido esteja legível e que seja possível identificar claramente qual a unidade de medida usada e a que partes do projeto cada dimensão se refere — um formulário com dados de fácil compreensão, como o ao lado, pode ajudar. Gabriel Batista, do Grupo Setor Vidreiro, acrescenta: “O ideal é colocar as cotas por fora da imagem, deixando dentro dela somente dados para recortes e furos”.

 

Erro: o vidro especificado pelo pedido está fora da norma técnica para sua aplicação
Consequência: “Essa falha representa não só prejuízos financeiros, mas riscos à segurança dos usuários”, considera Eliane Makimoto, consultora técnico-comercial da Brazilglass. Em caso de acidente, as consequências incluem multas, inadimplência da empresa e até processos judiciais.
Dica para evitá-lo: além de seguir as normas à risca, o trabalho conjunto com arquitetos e engenheiros é importante. O vidraceiro precisa identificar outros profissionais da cadeia como parceiros, para poder elaborar e executar seus envidraçamentos com segurança.

Quando o erro vem do outro lado
Processador, atenção: os vidraceiros não são os únicos responsáveis por problemas na determinação dos vidros! “É muito comum que as próprias equipes técnicas e comerciais de algumas beneficiadoras não conheçam o produto e nem os procedimentos e normas — e isso sempre leva a erros”, alerta Gabriel Batista. Um desses casos é o fornecimento de vidros temperados para instalação em coberturas ou guarda-corpos, quando a norma NBR 7199 — Vidros na construção civil – Projeto, execução e aplicações determina que apenas laminados ou aramados podem ser usados nessas aplicações.

Segundo observa Cláudio Lúcio da Silva, da Abravidro, as equipes de vendas dessas empresas frequentemente se ocupam apenas com a retirada dos pedidos dos clientes, sem fazer a análise crítica. Para Lucas Bremm, da Mary Art, os processadores devem contar com setores para a conferência dos pedidos. “Hoje, isso é um diferencial no atendimento. O foco dessas empresas muitas vezes está em oferecer um preço mais baixo, quando deveria estar em ser uma parceira efetiva dos seus clientes.”

vidraçaria-ppcpeLocalizando problemas e estreitando diálogos
Uma forma de atingir esse objetivo é investir na qualificação do setor de Planejamento e Controle da Produção (PCP), que, com frequência, substitui os profissionais de vendas no relacionamento direto com os vidraceiros. Nesse sentido, desde o ano passado, a Abravidro oferece o treinamento de PPCPE, desenvolvido especialmente para as processadoras vidreiras. Cláudio Lúcio, responsável pelas aulas desse módulo, explica: “O setor de PCP acaba sendo responsável por funções como o entendimento com os vidraceiros na padronização dos pedidos. Com a qualificação, é possível melhorar a comunicação, identificar e corrigir erros, minimizando perdas e aumentando o fluxo de valor.”

A próxima turma do curso de PPCPE será realizada na sede da Abravidro, em São Paulo, nos dias 19 e 20 de outubro. Para se inscrever, entre em contato com Rosana Silva, gerente de Atendimento da associação, pelo telefone (11) 3873-9908 ou e-mail rsilva@abravidro.org.br.

Fale com eles!
Abravidro — www.abravidro.org.br
Brazilglass — www.brazilglass.com.br
Clarity Glass — www.clarityglass.com.br
Divinal Vidros — www.divinalvidros.com.br
Grupo Setor Vidreiro — www.setorvidreiro.com.br
Mary Art — www.maryart.com.br
PKO do Brasil — site.pkodobrasil.com.br
Primo Vidros — www.primovidros.net.br
Vidroforte — www.vidroforte.com.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 537 (setembro de 2017) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Turbulências no caminho

domingosO mês de setembro deixa um saldo negativo no bolso dos processadores de vidros planos: as fábricas anunciaram mais uma alta no preço do float e também do vidro impresso, o terceiro de 2017, menos de sessenta dias depois do último aumento. Num cenário de redução da demanda e de dificuldade de repasse desses aumentos, assistimos com preocupação à desorganização das usinas e seu impacto sobre o mercado vidreiro, que vive momentos difíceis, inclusive com o fechamento de tradicionais empresas do setor e com crescente e preocupante avanço da informalidade e sonegação.

O desabastecimento do mercado foi outro assunto em pauta. O problema é resultado de uma combinação de parada para manutenção de um forno e destinação da produção de dois para exportação e vidros automotivos. Para garantir que não haverá prejuízo aos nossos negócios, fizemos um “corpo a corpo” com as fábricas, que asseguraram que não faltará vidro. Vamos continuar acompanhando a questão, em especial com a chegada do fim do ano, período em que nosso mercado costuma estar mais aquecido.

Em meio a tudo isso, os indicadores econômicos seguem pouco favoráveis para a indústria da construção civil, nosso principal motor. O setor ainda sofre os reflexos da crise econômica e política, embora quedas um pouco mais suaves sejam lidas por alguns analistas como indicativos de início de lenta recuperação.

Mas nem só de problemas vivemos este mês. Já rompemos a barreira dos 300 inscritos para a 13ª edição do Simpovidro e praticamente fechamos a grade de palestrantes, com nomes que vão nos ajudar a avaliar o momento político, econômico e do mercado e nos preparar para o novo ano. Espero que até a data de nosso evento, as turbulências tenham ficado para trás.

Este texto foi originalmente publicado na edição 537 (setembro de 2017) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Planejamento e gerenciamento estratégico de vendas

Diante da atual crise econômica e de confiança, o mercado vidreiro encontra-se numa posição da qual teima em demorar a sair.

Esgotou-se um modelo de desenvolvimento baseado em produção a qualquer custo, decorrente da fartura de pedidos e vendas abundantes, concorrência desleal, inconsistências contábeis e fiscais.

Mas ainda carece de outro modelo de desenvolvimento, suportado na qualidade, na inovação, no conhecimento, na produtividade e nas operações em excelência.

Um dos fortes paradigmas que as empresas vidreiras teimam em não abrir mão é utilizar um modelo de gestão não profissional das operações de vendas.

Ações estratégicas para a área de vendas requerem:
– Sistema de comunicação eficaz;
– Fortalecimento do trabalho em equipe;
– Um bom sistema de atendimento ao cliente;
– Foco e orientação em comportamento proativo de vendas;
– Estabelecimento de um processo de vendas eficaz, eficiente e efetivo.

Definir os objetivos, metas e os meios:
– Entender as necessidades do cliente;
– Comunicar com cliente e processos internos da empresa;
– Monitorar a produção e entrega do pedido;
– Verificar o nível de satisfação do cliente após a entrega do produto.

Monitorar o ciclo do pedido:
A empresa busca, não somente o lucro, mas também a continuidade das receitas.

Dar foco a atuações de vendas ativas e consultivas, evitando o modelo reativo (mero tirador de pedidos):
Ativa: ir até o cliente e o pedido;
Consultiva: gerar soluções e negócios em clientes, mercados, produtos mais complexos e/ou difíceis.

Implantar um processo eficaz de negociação profissional:
Os profissionais envolvidos na cadeia de valor da indústria vidreira não têm o hábito de se qualificar em negociação profissional. Tendem a realizar todas as atividades comerciais, de compra e venda, na base do “jeitinho”, “bom papo” e “achismos”. Existem boas escolas de negócio que disponibilizam cursos para a capacitação em negociação profissional.

A empresa, portanto, deve ter como pressuposto um sistema produtivo assertivo para as demandas de vendas. Caso contrário, vende-se, mas, além de não entregar o que o cliente necessita, promove o concorrente como a melhor opção de compra para o cliente insatisfeito.

O atual paradigma de gestão, utilizado pela média das empresas vidreiras, faz com que o seu maior concorrente seja ela mesma!

Fale com ele!
Claudio (tratada) cópiaCláudio Lúcio da Silva ministra os módulos da Especialização Técnica Abravidro. É expert em transformação de vidros, com experiência em modelagem, implantação e gestão de processos industriais.
claudiolucio.s@hotmail.com

Este texto foi originalmente publicado na edição 537 (setembro de 2017) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Time encorpado!

O time que levará conteúdo de qualidade aos participantes do 13º Simpovidro está cada vez mais completo! Quatro profissionais de destaque em seus setores foram confirmados pela Abravidro e se juntam ao jornalista Carlos Alberto Sardenberg, que já tinha sido anunciado na programação. Quem estiver presente no maior encontro vidreiro do Brasil, de 9 a 12 de novembro, em Florianópolis, sairá de lá com ferramentas essenciais para ajudar o mercado a retomar o crescimento.

simpovidro-joserobertoguimaraesJosé Roberto Guimarães

O único brasileiro tricampeão olímpico da história: a primeira vez foi em Barcelona (1992), como técnico da seleção masculina de vôlei, e, depois, em Pequim (2008) e Londres (2012), já como líder da equipe feminina. Natural de Quintana, interior de São Paulo, Guimarães é formado em educação física. Antes de ser treinador, também foi jogador de vôlei, atuando em equipes nacionais e da Itália, inclusive tendo participado da Olimpíada de Montreal (1976) como atleta. Em suas palestras, revela a importância do aprimoramento das relações e da motivação para se garantir conquistas relevantes.

simpovidro-ruinogueiraRui Nogueira

Formado em jornalismo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Nogueira já dirigiu as sucursais dos jornais O Estado de S. Paulo e Folha de S. Paulo em Brasília, além de ter sido editor da revista Primeira leitura. Atualmente, é sócio-diretor sênior na Patri Políticas Públicas, líder no mercado brasileiro em prestação de serviços na área de relações governamentais. Sua palestra no Simpovidro, a ser realizada no sábado, 11 de novembro, terá o tema Cenário Brasil: o preço do descalabro e o canto das sereias em 2018. Nela será apresentado um panorama da situação econômica, os danos que a crise política trouxe para o País e o que podemos esperar para o próximo ano.

simpovidro-heloisacapelasHeloísa Capelas

Escritora, palestrante e empresária, é considerada uma das maiores especialistas em autoconhecimento e inteligência comportamental no Brasil. Atua há 35 anos na área de desenvolvimento humano, aplicando cursos com a metodologia Hoffman, considerada pela universidade americana de Harvard um dos trabalhos mais eficazes para a mudança de paradigmas. Autora dos best sellers O mapa da felicidade e Perdão, a revolução que falta, Heloísa também escreveu sete livros sobre gestão de pessoas, coaching e inteligência emocional.

simpovidro-erikgalardiErik Galardi

Administrador de empresas e especialista em branding, foi diretor de Marketing da Unilever no Brasil e América Latina e líder de inovação na Natura. Atualmente, co-lidera o escritório Touch São Paulo, onde conduz projetos de reposicionamento de marcas para clientes como Ruffles, Catho, Hering, Havaianas, União e Ana Maria. Galardi liderou um projeto da Abividro cujo foco era trazer para o mercado uma abordagem diferente em relação aos benefícios dos vidros plano e oco. Em sua palestra, o profissional falará sobre esse trabalho e todo o potencial de branding para a indústria vidreira.

3 dias de programação completa!

Palestras de alto nível, contato com os maiores tomadores de decisão do setor vidreiro, potenciais clientes de dentro e fora do Brasil. O Simpovidro é propício para a realização de novos negócios e parcerias, em meio a um ambiente marcado pelo entretenimento e descontração. Tudo isso em pleno Costão do Santinho Resort, eleito várias vezes, em diferentes prêmios, como o melhor resort de praia nacional.

simpovidro-resortO local conta com:

– Complexo aquático com 9 piscinas, uma delas com borda infinita e vista para o mar

– 5 restaurantes e 4 bares

– Atividades de recreação organizadas por monitores para adultos e crianças

– Infraestrutura completa para a prática esportiva em diversas modalidades

– Costão Spa, com diversas opções de tratamento para relaxamento, emagrecimento ou embelezamento

– Espaços dedicados para as crianças, como o Costão Kids, Costão Games e Costão Baby

Voe com desconto!

A Latam, transportadora oficial do 13º Simpovidro, oferece uma condição especial aos participantes do simpósio: quem comprar bilhetes com a empresa pelo site oficial do Simpovidro (www.simpovidro.com.br, aba Passagens Aéreas), terá descontos exclusivos nos embarques de 6 a 15 de novembro de 2017:

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Este texto foi originalmente publicado na edição 537 (setembro de 2017) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Revestido de tecnologia

Segundo o Cambridge Dictionary, um dos principais dicionários da língua inglesa, coating significa “camada de determinada substância que cobre uma superfície”. E essa é mesmo a melhor expressão para se entender o que são os vidros com coating, também chamados de revestidos: o float recebe um revestimento metálico, invisível a olho nu, aplicado a uma de suas faces. Assim, passa a fornecer benefícios como conforto térmico e propriedades como autolimpante e antirreflexo, entre outras.

Com as usinas nacionais oferecendo esse vidro por aqui, é hora de conhecer mais sobre eles. Confira a seguir como são fabricados e quais os tipos disponíveis no mercado nacional, além de dicas sobre sua instalação.

Como funciona?
Para a produção desse vidro, são utilizadas placas de float. “Elas devem ser peças de excelente qualidade em termos ópticos, de tensão e planicidade”, ensina Mônica Gomes, gerente de Produção da AGC. Se o material usado não estiver de acordo com esses padrões de qualidade, o desempenho do produto final será prejudicado. O revestimento que a chapa recebe é composto por metais e óxidos metálicos em partículas minúsculas, com o diâmetro de 1 milésimo de um fio de cabelo. Pedro Matta, gerente de Marketing da Cebrace, explica: “O tipo de metal aplicado e suas combinações estão totalmente relacionados ao produto que se vai fabricar, pois cada um possui uma ‘receita’”.

Essa camada se torna a responsável por transformar o vidro, fazendo com que ele tenha novas características. No de controle solar, por exemplo, ela atua como um filtro à radiação solar, permitindo maior passagem de luz do que de calor.

Os principais tipos de vidro revestidos são:
Controle solar
Low-e (de baixa emissividade, também possui características de controle solar)
Autolimpante
Refletivo
Antirreflexo

 

edifício
Edifício Projesul, em Taubaté (SP), com Stopray da AGC: durante instalação do produto, revestimento nunca pode ficar voltado ao ambiente externo

 

Modos de fabricação
Existem dois modelos usados pela indústria:

Online

– Também conhecido como processo pirolítico;
– Realizado na própria linha de produção do float;

'Coater' da Cebrace, em Jacareí (SP): equipamento é instalado após a linha de produção do 'float'
‘Coater’ da Cebrace, em Jacareí (SP): equipamento é instalado após a linha de produção do ‘float’

– Revestimento é aplicado com o vidro ainda quente (a uma temperatura de cerca de 650 ºC) por barras de deposição;
– Garante uma superfície de revestimento resistente e durável;
– Porém, há limitação nas possibilidades de cores e tipos de revestimento possíveis de serem produzidos.

Offline

– Também chamado de processo magnetrônico ou sputtering;
– Realizado após a produção do float, em uma linha independente;
– Revestimento é aplicado com o vidro em temperatura ambiente a partir de um sistema a vácuo (coater). Com isso, as moléculas são depositadas igualmente por toda a superfície;
– Garante maior gama de cores e tipos de revestimento possíveis de serem produzidos.

Onde os vidros revestidos podem ser instalados?
Hoje em dia, os vidros de controle solar são aplicados em larga escala em prédios comerciais, ajudando a reduzir o ganho de calor e o consumo de energia elétrica. Porém, o lançamento de linhas residenciais do produto por parte das usinas nacionais, além do aumento das áreas envidraçadas em projetos arquitetônicos urbanos, propiciou o uso em outros empreendimentos.

“Edifícios com alto desempenho ambiental, com certificação Leed para construções sustentáveis, por exemplo, são todos compostos por eles em suas fachadas”, afirma o engenheiro Fernando Westphal. Professor da Universidade Federal de Santa Catarina e sócio-fundador da ENE Consultores, Westphal complementa: “A escolha do tipo adequado a cada clima geralmente é feita por softwares que simulam as condições a que a obra será submetida, avaliando questões como o balanço entre passagem de luz e calor”.

Os vidros revestidos, sejam eles também autolimpantes ou antirreflexos, podem ser aplicados em locais como:
FACHADAS
COBERTURAS E CLARABOIAS
ESTRUTURAS EXTERNAS EM GERAL

 

shopping
Contra o calor: cool Lite SPN 114, da Cebrace, em cobertura do Shopping Boulevard de Camaçari (BA)

 

Cuidados durante a instalação
A principal dica de todas: o revestimento nunca pode ficar voltado ao ambiente externo. Por ser composto por metais, pode sofrer oxidação. A face revestida deve estar virada para a câmara de ar, no caso de insulados, ou colocada contra o PVB, no caso de laminados. Dessa forma, o revestimento ficará protegido contra o contato direto com o ar.

Lidia Cunha, coordenadora de Produtos da Vivix, reforça algumas boas práticas: “Os vidros produzidos online podem ser manuseados, armazenados, processados e aplicados como o float, devido à alta resistência mecânica e química das camadas depositadas”. No entanto, segundo ela, os fabricados de forma offline exigem cuidados adicionais, visto que suas camadas são mais sensíveis e vulneráveis.

Algumas ações para serem levadas em conta:
Limpeza correta: não usar produtos químicos e abrasivos para limpar o vidro, em especial a face revestida. Água e sabão neutro bastam;
Sem interferências: não se podem aplicar plásticos ou filmes de proteção sobre o coating, nem fazer qualquer marcação com caneta ou etiqueta;
Armazenamento: manter as chapas sem contato direto com o Sol e em ambientes ventilados.

Atenção, vidraceiro!
Você também pode instalar esse tipo de vidro, basta seguir os cuidados básicos citados acima em relação ao revestimento.

De olho nas normas!

Edifício Vitra, projeto do arquiteto polonês Daniel Libesking em São Paulo: 'low-e' de controle solar, da Guardian, reduz em 64% a transmissão do calor
Edifício Vitra, projeto do arquiteto polonês Daniel Libesking em São Paulo: ‘low-e’ de controle solar, da Guardian, reduz em 64% a transmissão do calor

Para a correta especificação e utilização desses produtos, a norma técnica a ser seguida é a NBR 7199 — Vidros na construção civil – Projeto, execução e aplicações. Seu texto mostra exatamente como o material deve ser instalado, dependendo do projeto.

Outro documento importante para os revestidos será a norma sobre processamento dos vidros de controle solar. Porém, ela ainda está sendo elaborada pela Comissão de Estudos do ABNT/CB-37, sediado na Abravidro, sem previsão de conclusão.

Em relação aos vidros de controle solar, a NBR 16023 — Vidros revestidos para controle solar – Requisitos, classificação e métodos de ensaio define como deve ser feita sua fabricação.

Vidros revestidos encontrados no Brasil

AGC
Stopray (controle solar)
Stopsol (refletivo)
Sunergy (controle solar)
Sunlux (refletivo)
Todos são importados mediante demanda

Cebrace
Bioclean (autolimpante)
Habitat (controle solar para residências)
Linhas S, K e SK (controle solar)
Optiview (antirreflexo)
Reflecta Float (controle solar)
Todas as linhas de controle solar e Optiview são produzidas na planta de Jacareí (SP)

Guardian
SunGuard (controle solar)
Residence (controle solar)
Ambas as linhas são produzidas na planta de Porto Real (RJ)

Vivix
A empresa vai lançar, em outubro deste ano, os primeiros vidros de sua linha de controle solar. Os produtos serão fabricados na planta de Goiana (PE) e distribuídos para todo o País

Como anda o mercado?
Para Pedro Matta, da Cebrace, uma oportunidade para o crescimento da demanda está no mercado residencial. “A melhor forma para garantir o consumo é divulgar a informação para o consumidor em relação ao aumento de conforto que os produtos com revestimento apresentam.” Leonardo Arantes, gerente de Produtos do Segmento de Arquitetura da Guardian, concorda: “Ainda existem muitas pessoas que desconhecem a existência desses produtos”. Ele também comenta que as normas técnicas nacionais precisam estimular o crescimento da eficiência energética, da mesma forma que acontece em países como os Estados Unidos e da Europa. Com isso, o mercado passará a desenvolver produtos mais robustos, oferecendo mais opções aos consumidores.

Como alerta o engenheiro Westphal, o setor vidreiro precisa se mexer: “É muito importante aumentar a divulgação técnica sobre as propriedades desses vidros e seus indicadores de desempenho, aplicados a cada tipo de clima e edificação”. Cursos e palestras voltados para especificadores podem ser uma solução para o problema.

Fale com eles!
AGC — www.agcbrasil.com
Cebrace — www.cebrace.com.br
ENE Consultores — www.eneconsultores.com.br
Guardian — www.guardianbrasil.com.br
Vivix — www.vivix.com.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 537 (setembro de 2017) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Persianas que brincam com a LUZ

Apesar de a arquitetura minimalista ser forte tendência mundial, ainda existe espaço para obras com formas provocantes. Na Suíça, a sede de um grupo especializado em gestão de imóveis passou por revitalização, recebendo nova fachada envidraçada. Até aí, nada de novo. No entanto, basta olhar com atenção para notar que a estrutura foge do comum: há ali brises (quebra-sóis) feitos com nosso material em toda a parte externa do prédio. E eles não servem apenas para o quesito estético, pois garantem economia de energia para todo o edifício. Como? Veja a seguir detalhes sobre o projeto, incluindo a função dessas persianas transparentes.

Ficha técnica
Projeto: Reforma da sede da Société Privée de Gérance (SPG)
Local: Genebra, Suíça
Autor: Giovanni Vaccarini Architetti
Conclusão: Segundo semestre de 2016

vidroemobra-internaLuz, sombra e vento
Segundo o escritório do arquiteto italiano Giovanni Vaccarini, responsável por assinar o novo projeto, o tema central da reforma era criar espaços de trabalho com qualidade para os funcionários da SPG por meio da sustentabilidade energética.

A solução encontrada para se chegar a esses objetivos foi aplicar vidro de forma pouco usual — mas que já começa a ganhar adeptos ao redor do mundo, até mesmo no Brasil (veja mais no quadro Brises de vidro ganham espaço na arquitetura, mais abaixo).

A fachada é um sistema duplo de envidraçamento. Ou seja, são duas peles de vidro — uma interna (de insulados) e outra externa (com temperados). O espaço entre essas peles de vidro, de 30 cm, permite a ventilação, reduzindo o uso de ar condicionado. A estrutura ainda garante a entrada de luz natural, porém de forma moderada, com sombreamento, graças aos brises já citados.

Persianas transparentes
A função dos brises é ajustar a iluminação que entra no edifício, além de criar um aspecto estético diferenciado ao brincar com a reflexão das luzes.

Vidro: Extra clear laminado (10+10 mm)
Acabamento: Serigrafia (padrão formado por pequenos quadrados brancos)
Dimensão: Peças com 20, 40 e 60 cm
Instalação: Ancoragem pelo lado exterior feita por elementos modulares de aço e produzidos pela empresa Stahlbau Pichler. Esse sistema permitiu que cada quebra-sol fosse ancorado individualmente, reduzindo interferências visuais e ajudando no gerenciamento do peso do vidro acrescentado à fachada (cerca de 100 t)

vidroemobra-noturnaUm novo conceito para fachadas
Foram utilizados princípios visuais capazes de alterar a percepção do volume arquitetônico. Para quem observa o prédio do lado de fora, parece que ele está em constante transformação, graças às persianas envidraçadas, as quais refletem a luz de variadas formas. O padrão da serigrafia ajuda a enfatizar isso, criando uma sensação de névoa. À noite, os vidros são iluminados por LEDs brancos — parece que a fachada se move, tremulando como se fosse fogo.

Quem está dentro do edifício também aproveita essa ilusão óptica. Ao olhar para fora, é possível conferir o efeito descrito pelos criadores do projeto como janela aumentada: a vista do exterior é amplificada e transformada por conta da luz. “O resultado é extraordinário, no sentido literal do termo — fora do ordinário, do comum. Um sistema simples que produz uma complexa multiplicação de visões, uma arquitetura cinética”, define Vaccarini.

vidroemobra-naturaBrises de vidro ganham espaço na arquitetura
A sede da SPG não é a primeira obra a instalar quebra-sóis com o material. E não é preciso ir longe para encontrar outro exemplo. Em São Paulo, a nova sede da empresa de cosméticos Natura (foto ao lado) possui brises de temperados laminados de 20 mm, com serigrafia quadriculada. As estruturas, que usam vidros beneficiados pela GlassecViracon, foram instaladas pela ArqGlass.

Durante o Glass Performance Days (GPD) 2017, principal fórum vidreiro do mundo, uma das palestras abordou o assunto. No caso, Marcin Brzezicki, da Universidade de Ciência e Tecnologia de Wroclaw, na Polônia, abordou as tendências atuais no design de fachadas transparentes, citando peles de vidro com formações geométricas tridimensionais, vidro com impressão digital e quebra-sóis com o material. Por isso, se quiser que seu projeto esteja na moda, vale a pena considerar brises envidraçados.

Fale com eles!
ArqGlass — www.arqglass.com.br
Giovanni Vaccarini Architetti — www.giovannivaccarini.it
GlassecViracon — www.glassecviracon.com.br
SPG — www.spg.ch
Stahlbau Pichler — www.stahlbaupichler.com

Este texto foi originalmente publicado na edição 537 (setembro de 2017) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.